{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2019/09/24/as-criancas-do-daesh-parte-ii" }, "headline": "As crian\u00e7as do Daesh - parte II", "description": "Na Europa, muitas fam\u00edlias aguardam pelo regresso das crian\u00e7as que foram levadas para o autoproclamado Estado Isl\u00e2mico e permanecem retidas na S\u00edria.", "articleBody": "Ao abrigo da lei internacional, qualquer crian\u00e7a envolvida num conflito deve beneficiar de prote\u00e7\u00e3o, tendo em conta a situa\u00e7\u00e3o vulner\u00e1vel em que se encontra. Esta \u00e9 pelo menos a teoria. Na pr\u00e1tica, em qualquer conflito, as crian\u00e7as s\u00e3o as primeiras v\u00edtimas. As crian\u00e7as de\u00a0Al Hawl \u0022Quando cheguei a Baghouz e ao Estado Isl\u00e2mico tinha quatro anos\u0022, conta Moath. Moath faz parte de um grupo de crian\u00e7as bloqueadas no nordeste da S\u00edria. V\u00edtimas e herdeiros do autoproclamado Estado Isl\u00e2mico, s\u00e3o o que resta de uma das organiza\u00e7\u00f5es terroristas mais brutais que o mundo j\u00e1 viu. Sherin Murad Ismael. da delega\u00e7\u00e3o de Prote\u00e7\u00e3o de Crian\u00e7as da UNICEF, defende que \u0022eles n\u00e3o t\u00eam culpa de terem nascido em fam\u00edlias associadas ao Estado Isl\u00e2mico, n\u00e3o t\u00eam culpa de terem nascido em cidades controladas pelo Estado Isl\u00e2mico. S\u00e3o apenas v\u00edtimas\u0022. Estima-se que 40 mil crian\u00e7as estejam atualmente retidas em campos de acolhimento no nordeste da S\u00edria. Cerca de oito mil s\u00e3o estrangeiras.. Entre elas est\u00e3o os dois filhos de Ilham, que podem reclamar aporte holand\u00eas ou belga mas correm o risco de se tornarem ap\u00e1tridas. \u0022Sempre que os vejo \u00e9 muito doloroso. Para eles \u00e9 normal. Eles n\u00e3o conhecem nada de melhor\u0022, lamenta Ilham. Ilham pediu para n\u00e3o ser identificada. Afirma saber que os filhos est\u00e3o aqui devido a uma decis\u00e3o que tomou. Mas diz que \u00e9 injusto que eles tenham de pagar pelos erros da m\u00e3e. Saiu da Holanda aos 19 anos e est\u00e1 arrependida.\u00a0 \u0022Foi muito f\u00e1cil entrar, mas sair \u00e9 muito dif\u00edcil\u0022, afirma. Aos l\u00edderes europeus gostaria apenas de lembrar que as \u0022crian\u00e7as v\u00e3o crescer e interrogar-se por que raz\u00e3o continuam na S\u00edria e porque \u00e9 que ningu\u00e9m as ajudou\u0022. Por enquanto, as crian\u00e7as n\u00e3o sabem dizer pelo que aram, o que viram ou foram for\u00e7adas a fazer. A \u00fanica certeza clara para todos \u00e9 que continuam em risco de serem exploradas e abusadas. Comunidade internacional As Na\u00e7\u00f5es Unidas apelaram aos governos estrangeiros para repatriar as crian\u00e7as com menos de 18 anos que se encontram no nordeste da S\u00edria. Pedem ainda que se desenvolvam programas especializados de prote\u00e7\u00e3o de menores, de forma a garantir a reintegra\u00e7\u00e3o na sociedade. Por enquanto, muitos pa\u00edses est\u00e3o relutantes em lidar com o problema. Perante este ime, nada mais resta \u00e0s as fam\u00edlias sen\u00e3o esperar. A filha de Pascale Deschamps viajou para a S\u00edria com os tr\u00eas filhos h\u00e1 quatro anos. Agora vive num dos campos de acolhimento no nordeste do pa\u00eds. Pascale defende que as mulheres e as crian\u00e7as do Daesh n\u00e3o podem ser sacrificadas. \u0022Devem ser julgadas com dignidade e num processo justo\u0022. Uma realidade distante para Pascale, que tal como muitas outras fam\u00edlias com crian\u00e7as do Daesh, aguarda por uma oportunidade para reaver os familiares. \u0022\u00c9 dram\u00e1tico para uma m\u00e3e, para uma av\u00f3. N\u00f3s sobrevivemos, enquanto aguardamos por v\u00ea-los, por mostrar-lhes o nosso amor, por ajud\u00e1-los. Todos sofremos. Somos todos v\u00edtimas do Daesh. \u00c9 um problema social\u0022, lamenta. Um problema que para as fam\u00edlias cabe agora aos governos enfrentar e resolver. ", "dateCreated": "2019-09-24T07:38:29+02:00", "dateModified": "2019-09-24T15:35:15+02:00", "datePublished": "2019-09-24T15:35:02+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F17%2F78%2F94%2F1440x810_cmsv2_6b4b6001-46f3-5cb1-a47f-cfbca07d7f67-4177894.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Na Europa, muitas fam\u00edlias aguardam pelo regresso das crian\u00e7as que foram levadas para o autoproclamado Estado Isl\u00e2mico e permanecem retidas na S\u00edria.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F04%2F17%2F78%2F94%2F432x243_cmsv2_6b4b6001-46f3-5cb1-a47f-cfbca07d7f67-4177894.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Borges", "givenName": "Anelise", "name": "Anelise Borges", "url": "/perfis/1443", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@AnneliseBorges", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue anglaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

As crianças do Daesh - parte II

As crianças do Daesh - parte II
Direitos de autor 
De Anelise Borges & Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Na Europa, muitas famílias aguardam pelo regresso das crianças que foram levadas para o autoproclamado Estado Islâmico e permanecem retidas na Síria.

PUBLICIDADE

Ao abrigo da lei internacional, qualquer criança envolvida num conflito deve beneficiar de proteção, tendo em conta a situação vulnerável em que se encontra.

Esta é pelo menos a teoria. Na prática, em qualquer conflito, as crianças são as primeiras vítimas.

As crianças de Al Hawl

"Quando cheguei a Baghouz e ao Estado Islâmico tinha quatro anos", conta Moath.

Moath faz parte de um grupo de crianças bloqueadas no nordeste da Síria. Vítimas e herdeiros do autoproclamado Estado Islâmico, são o que resta de uma das organizações terroristas mais brutais que o mundo já viu.

Sherin Murad Ismael. da delegação de Proteção de Crianças da UNICEF, defende que "eles não têm culpa de terem nascido em famílias associadas ao Estado Islâmico, não têm culpa de terem nascido em cidades controladas pelo Estado Islâmico. São apenas vítimas".

Estima-se que 40 mil crianças estejam atualmente retidas em campos de acolhimento no nordeste da Síria. Cerca de oito mil são estrangeiras..

Entre elas estão os dois filhos de Ilham, que podem reclamar aporte holandês ou belga mas correm o risco de se tornarem apátridas.

"Sempre que os vejo é muito doloroso. Para eles é normal. Eles não conhecem nada de melhor", lamenta Ilham.

Ilham pediu para não ser identificada. Afirma saber que os filhos estão aqui devido a uma decisão que tomou. Mas diz que é injusto que eles tenham de pagar pelos erros da mãe. Saiu da Holanda aos 19 anos e está arrependida. 

"Foi muito fácil entrar, mas sair é muito difícil", afirma.

Aos líderes europeus gostaria apenas de lembrar que as "crianças vão crescer e interrogar-se por que razão continuam na Síria e porque é que ninguém as ajudou".

Por enquanto, as crianças não sabem dizer pelo que aram, o que viram ou foram forçadas a fazer. A única certeza clara para todos é que continuam em risco de serem exploradas e abusadas.

Comunidade internacional

As Nações Unidas apelaram aos governos estrangeiros para repatriar as crianças com menos de 18 anos que se encontram no nordeste da Síria.

Pedem ainda que se desenvolvam programas especializados de proteção de menores, de forma a garantir a reintegração na sociedade.

Por enquanto, muitos países estão relutantes em lidar com o problema. Perante este ime, nada mais resta às as famílias senão esperar.

A filha de Pascale Deschamps viajou para a Síria com os três filhos há quatro anos. Agora vive num dos campos de acolhimento no nordeste do país.

Pascale defende que as mulheres e as crianças do Daesh não podem ser sacrificadas. "Devem ser julgadas com dignidade e num processo justo".

Uma realidade distante para Pascale, que tal como muitas outras famílias com crianças do Daesh, aguarda por uma oportunidade para reaver os familiares.

"É dramático para uma mãe, para uma avó. Nós sobrevivemos, enquanto aguardamos por vê-los, por mostrar-lhes o nosso amor, por ajudá-los. Todos sofremos. Somos todos vítimas do Daesh. É um problema social", lamenta.

Um problema que para as famílias cabe agora aos governos enfrentar e resolver.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Mais de 170 mil casos de violação dos direitos das crianças no mundo

As crianças do Daesh - parte III

Mulheres e filhos do Daesh