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Rumo às eleições europeias: a questão dos migrantes em Ásotthalom

Rumo às eleições europeias: a questão dos migrantes em Ásotthalom
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De João Paulo Godinho & Gabor Tanacs
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Esta aldeia perto da fronteira húngara com Sérvia e Roménia relata à reportagem da Euronews a sua experiência com migrantes nos últimos anos.

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A questão dos migrantes é um dos temas mais marcantes a nível político na Hungria e as suas repercussões fizeram sentir-se em todo o continente europeu. Um assunto que colocou em evidência o choque do primeiro-ministro húngaro, Viktor Órban, de cariz nacionalista e fortemente anti-imigração, e a União Europeia.

Ásotthalom, uma área rural perto das fronteiras com a Sérvia e a Roménia, esteve na linha da frente da crise dos migrantes, em 2015, e é o ponto de partida para esta jornada da 'Road trip' da Euronews rumo às eleições europeias deste mês (entre os dias 23 e 26).

Uma comunidade rural calma e tranquila - outrora habituada a ver migrantes ocasionais a esconder-se na mata - de repente, viu-os chegar às dezenas. O agricultor János Tóth recorda-se bem desses dias e relata um pouco da experiência.

"Havia 16 migrantes. Dois entraram no pátio e explicaram que precisavam de água. Eu disse que sim, eles podiam beber água. Entraram, colocaram-se em fila e ficaram a bombear água. Eu estive primeiro na bomba de água, depois eles disseram-me que tratavam disso. Deviam ter bebido um litro de água por cabeça. Isso foi tudo o que aconteceu comigo. Não foi um problema, é normal dar comida ou água a quem precisa", comenta.

E quando a jornada desses migrantes prosseguia, János Tóth também não se lamentou dos pequenos estragos que ficavam para trás.

"Não muito, pelo menos não nesta área. Faziam pequenos estragos, como pisar as plantas. Não olhavam se pisavam ou não, apenas marchavam sobre tudo. Como uma ovelha ou um outro animal que não se preocupa com essas coisas. Digamos que a cerca estava no caminho, eles deitavam-na abaixo e continuavam. Foi mais um aborrecimento do que um problema real".

Vedações, tecnologia e sentimento de dever

A resposta que a Hungria encontrou para reagir a esse "aborrecimento" foi a instalação de vedações e redes com arame farpado e que continham também sistemas tecnológicos de alta segurança para vigilância.

Tamás Szalma, guarda em Assotthalom, conta que até às chegadas de kosovares e sírios com as respetivas famílias, as pessoas desta região agrícola eram comivas. Mas algo mudou na fase final da crise e a isso não será alheia a campanha anti-imigração promovida de forma massiva pelo governo de Viktor Órban.

"Quando eles começaram a marchar pela estrada, grupos de 30 a 40 jovens em idade militar, isso deixou as pessoas a pensar: “Uh-oh! Isto será mesmo bom para nós? Estas já não são famílias com crianças pequenas a pedir água". Esse foi o momento que deixou as pessoas em alerta", assume.

Embora a missão imediata seja proteger as plantações desta área, Tamás está ansioso por ajudar os guardas da fronteira."Mesmo este ano conseguimos apanhar alguns migrantes, embora não seja o nosso trabalho. Mas a partir do momento em que atravessaram a cerca, de certa forma cometeram um crime e a guarda civil deve deter um criminoso apanhado em flagrante. Qualquer um pode travá-los, mas para a guarda civil é um dever", conclui.

A vida está de volta ao normal em Ásotthalom. Mas os acontecimentos que ocorreram aqui há quatro anos ainda moldam a política europeia.

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