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ONU exige investigação à morte de 40 crianças no Iémen

ONU exige investigação à morte de 40 crianças no Iémen
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De Francisco Marques com reuters, saba, SPA
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Reunião à porta fechada do Conselho de Segurança sobre ataque árabe contra autocarro de transporte escolar

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O Conselho de Segurança das Nações Unidas e o Secretário-geral da ONU, António Guterres, exigem "uma investigação credível, transparente" e "independente" ao ataque de quinta-feira contra uma zona de mercado na cidade de Saada, no Iémen, que atingiu um autocarro escolar.

A mais recente atualização de vítimas pelo ministro da Saúde do governo rebelde houthi no Iémen dá conta de 51 mortos, incluindo 40 crianças, e pelo menos 79 feridos, entre eles 56 crianças.

Depois da condenação logo na quinta-feira pelo Secretário-geral da ONU, esta sexta-feira o Conselho de Segurança reuniu-se à porta fechada e os membros do organismo foram informados dos detalhes deste trágico ataque.

A reunião foi convocada a pedido de Bolívia, Holanda, Peru, Polónia e Suécia, todos membros não-permanentes do conselho.

A embaixadora britânica na ONU e atual presidente do Conselho de Segurança, Karen Pierce, anunciou a conclusão da reunião: "Os membros revelaram uma grande preocupação por este e outros ataques ocorridos no Iémen, e pediram uma investigação credível e transparente."

O mesmo já havia sido pedido antes de forma unilateral pelo Estados Unidos, país que apoia a coligação liderada pela Arábia Saudita no combate às milícias houthis, por sua vez apoiadas pelo Irão.

Este último ataque da coligação árabe teve por alvo o mercado de Dahyan, na província de Saada, controlada pelos rebeldes. Um autocarro de transporte escolar foi atingido.

As imagens correram mundo e o ataque foi condenado por diversos quadrantes.

Numa primeira reação, a Arábia Saudita considerou o ataque como legítimo, justificando-o como resposta a um alegado ataque anterior, com mísseis, das milícias houthis contra cidades sauditas.

A coligação árabe alegou ter informação de que no autocarro seguiam soldados rebeldes.

Os Estados Unidos, de forma unilateral, emitiram um comunicado através da embaixadora nas Nações Unidas, Nikki Haley, considerando "inaceitável" a "morte de civis numa guerra".

"Apelamos à coligação oiderada pela Arábia Saudita para rapidamente concluir a sua investigação a este aincidente, tomar as devidas medidas de responsabilidade e divulgar publicamente os resultados", lê-se no comunicado, em que é pedido a ambas as fações a participação na reunião prevista para setembro, em Genebra, na Suíça.

A coligação árabe prometeu sexta-feira uma investigação ao raide áereo que culminou no bombareamento do ataque de transporte escolar.

António Guterres exigiu uma investigação, mas independente.

Este sábado realizam-se, em Saada, os funerais das vítimas do ataque de quinta-feira.

O atrito entre as partes é antigo e há relatos de ter começado por volta de 2004, mas o conflito ganhou graves proporções em 2011, impulsionado pela Primavera Árabe então em curso.

Um golpe de Estado derrubou o então autoritário presidente Ali Abdullas Saleh, obrigado a entregar o governo ao vice Mansour Hadi.

O novo chefe de Estado não conseguiu estabilizar o país, um dos mais pobre do chamado "mundo árabe". Em 2014, os houthis assumiram o controlo da província de Saada, no norte do país.

Em 2015, as milícias houthis leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh rumaram à capital Sanaa e expulsaram o presidente Mansour Hadi, aliado dos sauditas, o que levou ao in´icio da operação militar no país por uma coligação de países árabes, com o objetivo de repor o governo.

No meio do conflito iemenita, têm surgido também ofensivas de milícias afetas aos grupos terroristas Al-Qaeda e "daesh", que tentam aproveitar-se da confusão no país para ganhar território e poder.

De acordo com a Unicef, desde o escalar da violência em 2015, cerca de 2400 crianças foram mortas e 3600 acabaram mutiladas.

"Mais de 22 milhões de pessoas -- 75 por cento da população do Iémen -- necessita de ajuda humanitária e proteção. Pelo menos dois milhões de pessoas foram deslocadas pelo conflito, num país com o pior surto de cólera do mundo, ocorrido em 2017 com mais de 1,1 milhões de casos registados", salientou o diretor de operações para o gabinete de coordenação de ajuda humanitária da ONU, John Ging.

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