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As pequenas e médias empresas italianas depois da crise

As pequenas e médias empresas italianas depois da crise
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Em Mantova, no norte de Itália, a recuperação económica começou de baixo para cima, mais precisamente pelos pés. A região é conhecida mundialmente pelo fabrico de colãs.

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Em Mantova, no norte de Itália, a recuperação económica começou de baixo para cima, mais precisamente pelos pés. A região é conhecida mundialmente pelo fabrico de meias de senhora. Uma tradição empresarial iniciada no século ado que atingiu o apogeu nos anos 60 e 70. Hoje, existem duzentas e cinquentas empresas a trabalhar neste setor duramente afetado pela crise financeira de 2008.

Presidida por Massimo Bensi, a Calze BC é especialista no fabrico de colãs.

“O momento mais difícil para nós, nesta zona industrial, ocorreu na altura da crise financeira que afetou a Itália, a Europa e o sistema mundial. Ultraámos essas dificuldades graças à nossa força, à nossa aposta na tecnologia e ao nosso dinamismo”, declarou Massimo Bensi.

Nem todas as empresas conseguiram dar a volta. Desde 2007, o setor perdeu três mil postos de trabalho. Algumas marcas relocalizaram a produção na Europa de Leste, nomeadamente na Sérvia.

O pico da crise ficou para trás mas os empresários queixam-se do excesso de burocracia.

“Temos obstáculos, leis que não sabemos como respeitar. Às vezes, é um problema respeitar leis que não são necessárias. Temos de nos centrar na produção e nas vendas. É isso que é importante para que haja benefícios para todo sistema”, defende Massimo Bensi.

No último ano, registou-se um aumento do investimento na região. A Calze BC faturou dez milhões de euros e emprega 80 pessoas. O presidente da empresa tem esperança de que os filhos possam perpetuar o negócio.

“A minha mãe, o meu pai e o meu tio faziam este trabalho, toda a gente me dizia que eu tinha a empresa no sangue, na escola os professores diziam que eu só pensava em meias e colãs. Espero que os meus filhos continuem este trabalho e apostem em boas ideias, não devemos copiar os outros, se acreditarmos no que fazemos, podemos ir longe”, garante o empresário italiano.

A Marcegaglia é outro dos casos de sucesso, no norte de Itália. A fabricante de aço fundada em 1959 emprega sete mil pessoas em vários países. Em Mantova, trabalham mil e trezentas pessoas.

No ano ado, a empresa faturou cinco mil milhões de euros, o que representa dez por cento do PIB da província de Mantova.

“Investimos imenso antes da crise e durante a crise e por isso crescemos. O crescimento foi menor do que nos anos anteriores, mas sempre ligeiramente superior ao crescimento do mercado”, afirmou Antonio Marcegaglia, da empresa e filho do fundador do negócio.

Apesar da melhoria da atividade económica, não foi possível recuperar os empregos perdidos na última década. Segundos dados oficiais, foram suprimidos oitocentos mil postos de trabalho na região.

Os empresários esperam que as reformas lançadas pelo governo ajudem as empresas.

“Nos últimos anos, as medidas do governo foram importantes, nomeadamente o plano indústria 4.0 que comporta a isenção fiscal para os investimentos, mas são medidas recentes e centradas no futuro. Mas a meu ver, nesta fase, foi o controlo do défice e as medidas para melhorar a credibilidade do país, que ajudaram a criar um contexto macroeconómico mais favorável “, disse Antonio Marcegaglia.

A Itália é o segundo país mais industrializado da Europa e o sétimo a nível mundial. Segundo dados da confederação da indústria italiana, a economia está em recuperação. A maior dificuldade é o o ao crédito para poder investir.

“O meu pai criou a empresa em 1959, do zero, vinha de uma família paupérrima. Nessa altura, a economia italiana e europeia estava em crescimento o que ajudou a criar este império. Hoje seria mais difícil mas penso que as características do empreendedor como a imaginação, a inovação e a capacidade de estimar o risco, são intemporais”, concluiu Antonio Marcegaglia.

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