{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2018/01/09/trabalhadores-turcos-da-zara-exigem-salarios-em-atraso-depois-de-fecho-de-uma-fabrica" }, "headline": "Trabalhadores turcos da Zara exigem sal\u00e1rios em atraso depois de fecho de uma f\u00e1brica", "description": "Foi em julho de 2016 que os funcion\u00e1rios descobriram que o patr\u00e3o tinha desaparecido com os seus sal\u00e1rios.", "articleBody": "Quando Hikmet Cing\u00f6z e os colegas chegaram ao trabalho, na f\u00e1brica Bravo Tekstil, na Turquia, em 2016, esperavam um dia como tantos outros. Mas receberam uma m\u00e1 not\u00edcia: tinham ficado sem trabalho, apesar de contribuirem para a produ\u00e7\u00e3o de um dos mais importantes grupos t\u00eaxteis da Europa e do mundo, a Inditex, grupo dono da conhecida Zara. \u0022As portas estavam abertas e n\u00e3o havia nada l\u00e1 dentro\u0022, explicou \u00e0 Euronews Cing\u00f6z, com 47 e pai de duas crian\u00e7as. Trabalhava na sec\u00e7\u00e3o de repara\u00e7\u00f5es da f\u00e1brica. Nos meses anteriores ao encerramento da f\u00e1brica Bravo Tekstil e ao desaparecimento do dono, Cing\u00f6z conta que ficou \u00e0 espera de que lhe fossem pagos meses de sal\u00e1rio. E que na mesma situa\u00e7\u00e3o se encontravam muitos companheiros. \u0022Quando pedimos os nossos sal\u00e1rios dos \u00faltimos tr\u00eas meses, disseram-nos que a f\u00e1brica ava por um mau momento e que tivessemos paci\u00eancia, j\u00e1 que o dinheiro iria ser pago\u0022, contou \u00e0 Euronews. Uma f\u00e1brica que produzia para grandes grupos Uma vez que a f\u00e1brica produzia roupa para gigantes da moda espanhola, como Zara e Mango, muitos dos trabalhadores permaneceram tranquilos, na certeza de que os problemas financeiros do empregador se resolveriam facilmente. Mas o fecho repentido da f\u00e1brica apanhou-os de surpresa. Pelo menos 140 pessoas ficaram sem os tr\u00eas meses de sal\u00e1rios em atraso e sem direito a qualquer tipo de indemniza\u00e7\u00e3o. Cing\u00f6z e os colegas decidiram ent\u00e3o lan\u00e7ar um apelo p\u00fablico para que a situa\u00e7\u00e3o fosse resolvida. Como principal ferramenta, utilizaram a roupa que vendiam nas lojas da Zara em Istambul. Nas etiquetas de algumas pe\u00e7as, podem ler-se coisas como \u0022Fiz um artigo que vais comprar, mas n\u00e3o me pagaram pelo trabalho\u0022. Deixaram tamb\u00e9m um link para um site de uma campanha feita na Internet em apoio aos trabalhadores e que j\u00e1 conseguiu reunir cerca de 300 mil s. Campanha \u0022Roupa Limpa\u0022 Bego Demir \u00e9 o representante da organiza\u00e7\u00e3o internacional para os direitos dos trabalhadores Clean Clothes Campaign (Campanha Roupa Limpa). Prestou assist\u00eancia aos trabalhadores turcos em campanhas que levaram a cabo, tendo como alvo a marca espanhola Zara, j\u00e1 que representava grande parte das encomendas da f\u00e1brica. Demir explicou \u00e0 Euronews que teve a ideia de contar aos clientes o que tinha acontecido com v\u00e1rios trabalhadores da empresa turca e qual tinha sido a rea\u00e7\u00e3o das marcas espanholas. \u0022Os trabalhadores precisam do dinheiro para pagar rendas e hipotecas\u0022, explicou \u00e0 Euronews. Tal como muitos outros trabalhadores, \u00c7ing\u00f6z lutou pela sobreviv\u00eancia depois do fecho da f\u00e1brica. Entre as grandes preocupa\u00e7\u00f5es do antigo funcion\u00e1rio da Bravo Tekstil encontra-se a filha, que anda na escola. E, claro, a renda da casa. \u00c7ing\u00f6z disse que, durante mais de quatro anos em que trabalhou na f\u00e1brica, por um sal\u00e1rio mensal de 348 euros, investiu muita energia no trabalho: \u0022Trabalhava todos os dias\u0022. \u0022E muitas vezes\u0022, explicou \u0022tinha de trabalhar horas extra para conseguir manter a minha fam\u00edlia, porque o meu sal\u00e1rio era muito baixo.\u0022 Inditex diz cumpriu \u0022obriga\u00e7\u00f5es contratuais\u0022 Um porta-voz da Inditex, empresa dona da marca Zara, explicou \u00e0 Euronews, no entanto, que tinham \u0022pago tudo aquilo a que estavam obrigados contratualmente \u00e0 Bravo Tekstil, mas que o propriet\u00e1rio da marca tinha desaparecido e agido de forma ilegal.\u0022 Disse ainda que a Inditex estava \u0022comprometida com a procura de uma solu\u00e7\u00e3o r\u00e1pida de todos os afetados\u0022 e que tem estado a trabalhar com outras marcas para desenvolver um \u0022fundo de solidariedade para os trabalhadores\u0022. Por fim, o porta-voz da Inditex acrescentou que o grupo trabalhava com o sindicato internacional InstriALL para chegar a acordo com os trabalhadores. No entanto, no IndustriALL, foi dito \u00e0 Euronews que o sindicato n\u00e3o tinha \u0022qualquer tipo de participa\u00e7\u00e3o direta\u0022 no referido fundo de solidariedade. Para os respons\u00e1vel pela campanha Roupa Limpa, no entanto, falta muito por fazer da parte das grandes marcas de roupa, para ajudar os trabalhadores de f\u00e1bricas como a Bravo Tekstil. \u0022As marcas aceitam a responsabilidade, mas acabam por rejeitar pagamentos aos trabalhadores\u0022, explicaram. ", "dateCreated": "2018-01-09T15:48:49+01:00", "dateModified": "2018-01-09T15:48:00+01:00", "datePublished": "2018-01-09T15:48:00+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F04%2F92%2F96%2F1440x810_story-d3c8d18d-9626-5061-910f-4b152dfce8c4_39976.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Foi em julho de 2016 que os funcion\u00e1rios descobriram que o patr\u00e3o tinha desaparecido com os seus sal\u00e1rios.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F04%2F92%2F96%2F432x243_story-d3c8d18d-9626-5061-910f-4b152dfce8c4_39976.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Oliveira E Silva", "givenName": "Antonio", "name": "Antonio Oliveira E Silva", "url": "/perfis/807", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "jobTitle": "Journaliste Producer", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Trabalhadores turcos da Zara exigem salários em atraso depois de fecho de uma fábrica

Trabalhadores turcos da Zara exigem salários em atraso depois de fecho de uma fábrica
Direitos de autor 
De Antonio Oliveira E Silva & Alice Cuddy e Marta Rodríguez
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Foi em julho de 2016 que os funcionários descobriram que o patrão tinha desaparecido com os seus salários.

PUBLICIDADE

Quando Hikmet Cingöz e os colegas chegaram ao trabalho, na fábrica Bravo Tekstil, na Turquia, em 2016, esperavam um dia como tantos outros.

Mas receberam uma má notícia: tinham ficado sem trabalho, apesar de contribuirem para a produção de um dos mais importantes grupos têxteis da Europa e do mundo, a Inditex, grupo dono da conhecida Zara.

"As portas estavam abertas e não havia nada lá dentro", explicou à Euronews Cingöz, com 47 e pai de duas crianças. Trabalhava na secção de reparações da fábrica.

Nos meses anteriores ao encerramento da fábrica Bravo Tekstil e ao desaparecimento do dono, Cingöz conta que ficou à espera de que lhe fossem pagos meses de salário. E que na mesma situação se encontravam muitos companheiros.

"Quando pedimos os nossos salários dos últimos três meses, disseram-nos que a fábrica ava por um mau momento e que tivessemos paciência, já que o dinheiro iria ser pago", contou à Euronews.

Uma fábrica que produzia para grandes grupos

Uma vez que a fábrica produzia roupa para gigantes da moda espanhola, como Zara e Mango, muitos dos trabalhadores permaneceram tranquilos, na certeza de que os problemas financeiros do empregador se resolveriam facilmente.

Mas o fecho repentido da fábrica apanhou-os de surpresa. Pelo menos 140 pessoas ficaram sem os três meses de salários em atraso e sem direito a qualquer tipo de indemnização.

Cingöz e os colegas decidiram então lançar um apelo público para que a situação fosse resolvida. Como principal ferramenta, utilizaram a roupa que vendiam nas lojas da Zara em Istambul.

Nas etiquetas de algumas peças, podem ler-se coisas como "Fiz um artigo que vais comprar, mas não me pagaram pelo trabalho".

Deixaram também um *link *para um site de uma campanha feita na Internet em apoio aos trabalhadores e que já conseguiu reunir cerca de 300 mil s.

Campanha "Roupa Limpa"

Bego Demir é o representante da organização internacional para os direitos dos trabalhadores Clean Clothes Campaign (Campanha Roupa Limpa).

Prestou assistência aos trabalhadores turcos em campanhas que levaram a cabo, tendo como alvo a marca espanhola Zara, já que representava grande parte das encomendas da fábrica.

Demir explicou à Euronews que teve a ideia de contar aos clientes o que tinha acontecido com vários trabalhadores da empresa turca e qual tinha sido a reação das marcas espanholas.

"Os trabalhadores precisam do dinheiro para pagar rendas e hipotecas", explicou à Euronews.

Tal como muitos outros trabalhadores, Çingöz lutou pela sobrevivência depois do fecho da fábrica. Entre as grandes preocupações do antigo funcionário da Bravo Tekstil encontra-se a filha, que anda na escola. E, claro, a renda da casa.

Çingöz disse que, durante mais de quatro anos em que trabalhou na fábrica, por um salário mensal de 348 euros, investiu muita energia no trabalho:

"Trabalhava todos os dias". "E muitas vezes", explicou "tinha de trabalhar horas extra para conseguir manter a minha família, porque o meu salário era muito baixo."

Inditex diz cumpriu "obrigações contratuais"

Um porta-voz da Inditex, empresa dona da marca Zara, explicou à Euronews, no entanto, que tinham "pago tudo aquilo a que estavam obrigados contratualmente à Bravo Tekstil, mas que o proprietário da marca tinha desaparecido e agido de forma ilegal."

Disse ainda que a Inditex estava "comprometida com a procura de uma solução rápida de todos os afetados" e que tem estado a trabalhar com outras marcas para desenvolver um "fundo de solidariedade para os trabalhadores".

Por fim, o porta-voz da Inditex acrescentou que o grupo trabalhava com o sindicato internacional InstriALL para chegar a acordo com os trabalhadores.

No entanto, no IndustriALL, foi dito à Euronews que o sindicato não tinha "qualquer tipo de participação direta" no referido fundo de solidariedade.

Para os responsável pela campanha Roupa Limpa, no entanto, falta muito por fazer da parte das grandes marcas de roupa, para ajudar os trabalhadores de fábricas como a Bravo Tekstil.

"As marcas aceitam a responsabilidade, mas acabam por rejeitar pagamentos aos trabalhadores", explicaram.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Lucros do dono da Zara sobem 10%

Zara tem mais vendas, mas abre menos lojas

Inditex cresce na China