{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2017/12/21/tribunal-penal-internacional-para-a-ex-jugoslavia-fecha-portas" }, "headline": "Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugosl\u00e1via fecha portas", "description": "Radovan Karadzic, Slobodan Milosevic, Ratko Maldic ou Slobodan Praljak s\u00e3o nomes que ficam na hist\u00f3ria dos julgamentos do tribunal criado pelas Na\u00e7\u00f5es Unidas h\u00e1 24 anos.", "articleBody": "24 anos depois de ter sido criado plas Na\u00e7\u00f5es Unidas, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugosl\u00e1via (TPIJ) fechou as portas. Desde a sua funda\u00e7\u00e3o, o TPIJ indiciou 161 pessoas, 90 das quais foram condenadas (56 j\u00e1 cumpriram a pena), 19 absolvidas, 13 reenviadas para uma jurisdi\u00e7\u00e3o nacional, e 37 morreram ou foi-lhes retirada a acusa\u00e7\u00e3o. A hist\u00f3ria vivida em Haia conta-se com nomes como Radovan Karadzic, o antigo l\u00edder pol\u00edtico dos s\u00e9rvios b\u00f3snios, condenado a 40 anos de pris\u00e3o plo genoc\u00eddio de Srebeniza em 1995, ou Slobodan Milosevic, o primeiro chefe de Estado a ser detido e julgado pla justi\u00e7a internacional por crimes de guerra, mas que apareceu morto na cela em 11 de mar\u00e7o de 2006, antes de conhecer a senten\u00e7a. O \u00faltimo grande caso do Tribunal aconteceu este ano. O ex-chefe militar s\u00e9rvio b\u00f3snio Ratko Mladic foi condenado a pris\u00e3o perp\u00e9tua por crimes de guerra contra a humanidade. A fita do tempo fica marcada pla imagem do general croata b\u00f3snio Slobodan Praljak, a beber veneno no Tribunal, quando foi confirmada a condena\u00e7\u00e3o a 20 anos de pris\u00e3o, por perseguir e ass mu\u00e7ulmanos durante a guerra da B\u00f3snia. Num simp\u00f3sio na Holanda que fez o balan\u00e7o da sua atividade, a ju\u00edza pioneira do TPIJ, a costa-riquenha Elizabeth Odio Benito, itiu em declara\u00e7\u00f5es \u00e0 Ag\u00eancia EFE que os bombardeamentos da NATO na antiga Jugosl\u00e1via (em 1995 e 1999) n\u00e3o foram inclu\u00eddos nas investiga\u00e7\u00f5es porque essa decis\u00e3o dependia de \u0022circunst\u00e2ncias pol\u00edticas que os ju\u00edzes n\u00e3o controlam\u0022. Em paralelo, o juiz-presidente do TPIJ, o malt\u00eas Carmel Agius, qualificava de \u0022estupidez\u0022 a den\u00fancia de politiza\u00e7\u00e3o deste tribunal. No entanto, a contesta\u00e7\u00e3o dos veredictos na Cro\u00e1cia e na S\u00e9rvia permaneceram um fator determinante que fragilizou a credibilidade do tribunal. Cr\u00edticos, em particular de Belgrado, referem que mais de dois ter\u00e7os dos incriminados s\u00e3o de origem s\u00e9rvia (68%, contra 21% de croatas, 7% de mu\u00e7ulmanos b\u00f3snios e 2% de albaneses), enquanto os defensores do tribunal justificam que, estatisticamente, os s\u00e9rvios perpetraram mais crimes. As autoridades s\u00e9rvias consideram que o TPIJ est\u00e1 motivado por considera\u00e7\u00f5es pol\u00edticas e falhou em contribuir para a reconcilia\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o. \u0022Em mais de 20 anos de trabalho, o tribunal n\u00e3o tomou em considera\u00e7\u00e3o dois fatores: durante a celebra\u00e7\u00e3o do primeiro anivers\u00e1rio da independ\u00eancia da Cro\u00e1cia, em 1992, na principal pra\u00e7a de Zagreb, o ent\u00e3o presidente Franjo Tudjman reconheceu perante mais de 100.000 pessoas que a guerra poderia ter sido evitada, mas que tinha decidido de outra forma. Segundo facto: em 1992, Alija Izetbegovic, ent\u00e3o presidente da B\u00f3nia-Herzegovina, anulou a sua do plano de Carrington-Cutileiro inicialmente conclu\u00eddo pelas tr\u00eas partes em conflito na B\u00f3snia-Herzegovina. Assim, foi deliberadamente perdida uma ocasi\u00e3o para firmar a paz e evitar a guerra civil e as suas v\u00edtimas\u0022, argumentou Nela Kuburovic, ministra da Justi\u00e7a da S\u00e9rvia. A ministra fazia refer\u00eancia ao pol\u00edtico conservador brit\u00e2nico Lord Peter Carrington e ao diplomata portugu\u00eas Jos\u00e9 Cutileiro, respetivamente presidentes das fracassadas confer\u00eancia de paz para a ex-Jugosl\u00e1via e miniconfer\u00eancia para a B\u00f3snia-Herzegovina em 1992. Apesar destas observa\u00e7\u00f5es, o comunicado oficial do Conselho de Seguran\u00e7a da ONU no in\u00edcio de dezembro assinalava, a prop\u00f3sito, que a glorifica\u00e7\u00e3o dos crimes de guerra \u00e9 uma vergonha com a qual a regi\u00e3o ter\u00e1 um dia de se confrontar. ", "dateCreated": "2017-12-21T11:30:51+01:00", "dateModified": "2017-12-21T16:57:00+01:00", "datePublished": "2017-12-21T16:57:00+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F03%2F63%2F74%2F1440x810_story-3299b074-3bc6-5c95-95f3-8c010a28f9b6_298234.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Radovan Karadzic, Slobodan Milosevic, Ratko Maldic ou Slobodan Praljak s\u00e3o nomes que ficam na hist\u00f3ria dos julgamentos do tribunal criado pelas Na\u00e7\u00f5es Unidas h\u00e1 24 anos.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2Fstories%2F03%2F03%2F63%2F74%2F432x243_story-3299b074-3bc6-5c95-95f3-8c010a28f9b6_298234.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia fecha portas

Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia fecha portas
Direitos de autor 
De Euronews com Reuters/ Lusa
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Radovan Karadzic, Slobodan Milosevic, Ratko Maldic ou Slobodan Praljak são nomes que ficam na história dos julgamentos do tribunal criado pelas Nações Unidas há 24 anos.

PUBLICIDADE

24 anos depois de ter sido criado plas Nações Unidas, o Tribunal Penal Internacional para a ex-Jugoslávia (TPIJ) fechou as portas.

Desde a sua fundação, o TPIJ indiciou 161 pessoas, 90 das quais foram condenadas (56 já cumpriram a pena), 19 absolvidas, 13 reenviadas para uma jurisdição nacional, e 37 morreram ou foi-lhes retirada a acusação.

A história vivida em Haia conta-se com nomes como Radovan Karadzic, o antigo líder político dos sérvios bósnios, condenado a 40 anos de prisão plo genocídio de Srebeniza em 1995, ou Slobodan Milosevic, o primeiro chefe de Estado a ser detido e julgado pla justiça internacional por crimes de guerra, mas que apareceu morto na cela em 11 de março de 2006, antes de conhecer a sentença.

O último grande caso do Tribunal aconteceu este ano. O ex-chefe militar sérvio bósnio Ratko Mladic foi condenado a prisão perpétua por crimes de guerra contra a humanidade. A fita do tempo fica marcada pla imagem do general croata bósnio Slobodan Praljak, a beber veneno no Tribunal, quando foi confirmada a condenação a 20 anos de prisão, por perseguir e ass muçulmanos durante a guerra da Bósnia.

Num simpósio na Holanda que fez o balanço da sua atividade, a juíza pioneira do TPIJ, a costa-riquenha Elizabeth Odio Benito, itiu em declarações à Agência EFE que os bombardeamentos da NATO na antiga Jugoslávia (em 1995 e 1999) não foram incluídos nas investigações porque essa decisão dependia de "circunstâncias políticas que os juízes não controlam".

Em paralelo, o juiz-presidente do TPIJ, o maltês Carmel Agius, qualificava de "estupidez" a denúncia de politização deste tribunal.

No entanto, a contestação dos veredictos na Croácia e na Sérvia permaneceram um fator determinante que fragilizou a credibilidade do tribunal.

Críticos, em particular de Belgrado, referem que mais de dois terços dos incriminados são de origem sérvia (68%, contra 21% de croatas, 7% de muçulmanos bósnios e 2% de albaneses), enquanto os defensores do tribunal justificam que, estatisticamente, os sérvios perpetraram mais crimes.

As autoridades sérvias consideram que o TPIJ está motivado por considerações políticas e falhou em contribuir para a reconciliação da região.

"Em mais de 20 anos de trabalho, o tribunal não tomou em consideração dois fatores: durante a celebração do primeiro aniversário da independência da Croácia, em 1992, na principal praça de Zagreb, o então presidente Franjo Tudjman reconheceu perante mais de 100.000 pessoas que a guerra poderia ter sido evitada, mas que tinha decidido de outra forma. Segundo facto: em 1992, Alija Izetbegovic, então presidente da Bónia-Herzegovina, anulou a sua do plano de Carrington-Cutileiro inicialmente concluído pelas três partes em conflito na Bósnia-Herzegovina. Assim, foi deliberadamente perdida uma ocasião para firmar a paz e evitar a guerra civil e as suas vítimas", argumentou Nela Kuburovic, ministra da Justiça da Sérvia.

A ministra fazia referência ao político conservador britânico Lord Peter Carrington e ao diplomata português José Cutileiro, respetivamente presidentes das fracassadas conferência de paz para a ex-Jugoslávia e miniconferência para a Bósnia-Herzegovina em 1992.

Apesar destas observações, o comunicado oficial do Conselho de Segurança da ONU no início de dezembro assinalava, a propósito, que a glorificação dos crimes de guerra é uma vergonha com a qual a região terá um dia de se confrontar.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

O veneno de Slobodan Praljak no TPI

Radovan Karadzic condenado a 40 anos de prisão

Von der Leyen visita Balcãs Ocidentais em tour sobre alargamento da UE