A euronews entrevistou em exclusivo Franco Roberti, procurador nacional antimáfia.
Ninguém como Totò Riina personificou, na vida real, a figura, tantas vezes retratada na ficção, do padrinho da máfia siciliana. Riina comandou a organização num tempo em que o sangue corria a rodos, em contraste com a discrição de hoje. Franco Roberti, procurador nacional antimáfia, conhece a Cosa Nostra como poucos e falou em exclusivo, via telefone, à euronews.
“Riina era visto ainda como o líder da Cosa Nostra porque, segundo as regras da organização, o líder comanda até à morte. Por isso, ele era ainda o chefe. O que não significa que tivesse um papel operativo, já que desde que foi capturado, em janeiro de 1993, estava preso num regime em que não tinha o com ninguém. Por isso, não podia dar ordens para dirigir a organização”, explica o procurador.
Morta a figura do líder máximo, começam a perfilar-se os sucessores: “A sucessão deve estar já aberta. Não afastamos um cenário violento, vamos monitorizar tudo o que vai acontecer nos próximos tempos. A herança de Riina não irá para alguém com a mesma estratégia de ataques”.
Outra questão tem a ver com o funeral. A conferência episcopal italiana rejeitou a ideia de um funeral público para Riina. Roberti defende também um funeral privado, controlado pela polícia.