{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2017/09/08/irma-aquecimento-climatico-jean-jouzel" }, "headline": "Mais aquecimento clim\u00e1tico, mais furac\u00f5es?", "description": "A euronews entrevistou Jean Jouzel, perito em climatologia e ambiente, sobre o Irma e o futuro quanto a estes fen\u00f3menos naturais", "articleBody": "Um furac\u00e3o seis vezes maior que Portugal, de intensidade inigualada. O Irma vai ficar muito tempo na mem\u00f3ria coletiva. Como se produz um fen\u00f3meno destes? A euronews perguntou a Jean Jouzel, climatologista internacional do Grupo intergovernamental de peritos sobre evolu\u00e7\u00e3o clim\u00e1tica e pesquisador em\u00e9rito das ci\u00eancias do clima e do ambiente:Jean Jouzel (JJ): As temperaturas mais elevadas, geralmente arrastam mais vapor de \u00e1gua na massa de ar respectiva e quando essa massa de ar forma as precipita\u00e7\u00f5es, ela liberta energia, logo quanto mais vapor de \u00e1gua h\u00e1, mais a temperatura do oceano sobe, mais energia h\u00e1 nos ciclones. Ent\u00e3o vemos bem que estes ciclones como o Irma, que partem das costas de \u00c1frica e que se deslocam na traject\u00f3ria sobre zonas muito quentes- e falamos de zonas oce\u00e2nicas superiores a 30 graus \u2013 \u00e9 um dos factores, realmente, na origem da for\u00e7a 5 deste ciclone Irma.Se o aquecimento dos oceanos contribui para a forma\u00e7\u00e3o dos ciclones, o aquecimento clim\u00e1tico que efeitos tem? Para Jean Jouzel, a liga\u00e7\u00e3o n\u00e3o pode ainda ser formalmente estabelecida cientificamente, mas \u00e9 um factor agravante:Jean Jouzel: N\u00e3o estabelecemos uma rela\u00e7\u00e3o causa-efeito, simplesmente porque n\u00e3o temos dados suficientes. Temos dados apenas desde h\u00e1 50 anos e n\u00e3o sabemos dizer se no s\u00e9culo XVIII n\u00e3o havia ciclones desta envergadura. Mas destaca-se a ideia de que com um clima mais quente, pelas raz\u00f5es j\u00e1 explicadas, os ciclones podem tornar-se mais intensos. Falamos de 20 por cento mais de precipita\u00e7\u00e3o, de ventos que podem aumentar em 10 por cento a intensidade num clima mais quente. Vemos claramente que com a eleva\u00e7\u00e3o do n\u00edvel do mar nas regi\u00f5es costeiras, s\u00e3o estes os par\u00e2metros na origem do car\u00e1cter destrutivo dos ciclones.Quanto \u00e0s zonas geogr\u00e1ficas atingidas, podem ser mais diversas no futuro?Jean Jouzel: Regra geral, no hemisf\u00e9rio norte, h\u00e1 verdadeiramente essa caracter\u00edstica de desloca\u00e7\u00e3o para norte das traject\u00f3rias dos ciclones, dos futuros ciclones tamb\u00e9m. Sim, n\u00e3o \u00e9 apenas a intensidade. Pode haver regi\u00f5es que n\u00e3o s\u00e3o atingidas agora que poder\u00e3o ser afectadas por ciclones no futuro.", "dateCreated": "2017-09-08T12:59:36+02:00", "dateModified": "2017-09-08T12:59:36+02:00", "datePublished": "2017-09-08T12:59:36+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F387107%2F1440x810_387107.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A euronews entrevistou Jean Jouzel, perito em climatologia e ambiente, sobre o Irma e o futuro quanto a estes fen\u00f3menos naturais", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F387107%2F432x243_387107.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Mais aquecimento climático, mais furacões?

Mais aquecimento climático, mais furacões?
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A euronews entrevistou Jean Jouzel, perito em climatologia e ambiente, sobre o Irma e o futuro quanto a estes fenómenos naturais

PUBLICIDADE

Um furacão seis vezes maior que Portugal, de intensidade inigualada. O Irma vai ficar muito tempo na memória coletiva.

Como se produz um fenómeno destes?

A euronews perguntou a Jean Jouzel, climatologista internacional do Grupo intergovernamental de peritos sobre evolução climática e pesquisador emérito das ciências do clima e do ambiente:

Jean Jouzel (JJ): As temperaturas mais elevadas, geralmente arrastam mais vapor de água na massa de ar respectiva e quando essa massa de ar forma as precipitações, ela liberta energia, logo quanto mais vapor de água há, mais a temperatura do oceano sobe, mais energia há nos ciclones. Então vemos bem que estes ciclones como o Irma, que partem das costas de África e que se deslocam na trajectória sobre zonas muito quentes- e falamos de zonas oceânicas superiores a 30 graus – é um dos factores, realmente, na origem da força 5 deste ciclone Irma.

Se o aquecimento dos oceanos contribui para a formação dos ciclones, o aquecimento climático que efeitos tem? Para Jean Jouzel, a ligação não pode ainda ser formalmente estabelecida cientificamente, mas é um factor agravante:

Jean Jouzel: Não estabelecemos uma relação causa-efeito, simplesmente porque não temos dados suficientes. Temos dados apenas desde há 50 anos e não sabemos dizer se no século XVIII não havia ciclones desta envergadura. Mas destaca-se a ideia de que com um clima mais quente, pelas razões já explicadas, os ciclones podem tornar-se mais intensos. Falamos de 20 por cento mais de precipitação, de ventos que podem aumentar em 10 por cento a intensidade num clima mais quente. Vemos claramente que com a elevação do nível do mar nas regiões costeiras, são estes os parâmetros na origem do carácter destrutivo dos ciclones.

Quanto às zonas geográficas atingidas, podem ser mais diversas no futuro?

Jean Jouzel: Regra geral, no hemisfério norte, há verdadeiramente essa característica de deslocação para norte das trajectórias dos ciclones, dos futuros ciclones também. Sim, não é apenas a intensidade. Pode haver regiões que não são atingidas agora que poderão ser afectadas por ciclones no futuro.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Furacão Irma a caminho da Flórida

O Irma semeou destruição e morte nas Antilhas

Veículos de resgate em Nova Orleães abençoados por arcebispo antes da época de furacões