{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2017/06/30/guine-bissau-suspende-meios-de-comunicacao-portugueses-no-pais" }, "headline": "Portugal acusa Guin\u00e9-Bissau de \u0022atentado \u00e0 liberdade de imprensa\u0022", "description": "Governo guineense decide suspender atividades no pa\u00eds da RTP, da RDP e da ag\u00eancia Lusa, e h\u00e1 quem digar estar em curso \u0022 uma consolida\u00e7\u00e3o da ditadura\u0022 neste pa\u00eds \u00e1fricano da LP.", "articleBody": "A Guin\u00e9-Bissau anunciou a suspoens\u00e3o das atividades no pa\u00eds de tr\u00eas meios de comunica\u00e7\u00e3o social estatais portugueses: a RTP, a RDP e a ag\u00eancia Lusa. O ministro da Comunica\u00e7[ao Social guineense, V\u00edtor Pereira, comunicou que as atividades dos tr\u00eas \u00f3rg\u00e3os de comunica\u00e7\u00e3o seriam suspensas \u00e0 meia-noite (01:00 hora da manh\u00e3 em Lisboa).O ministro guineense alegou caducidade do acordo de coopera\u00e7\u00e3o no setor da comunica\u00e7\u00e3o social assinado entre Lisboa e Bissau e explicou que a suspens\u00e3o dos tr\u00eas meios de comunica\u00e7\u00e3o social portugueses se manter\u00e1 at\u00e9 que o governo de Lisboa abra negocia\u00e7\u00f5es para a de um novo acordo.Governo da Guin\u00e9-Bissau anuncia suspens\u00e3o das atividades da Ag\u00eancia Lusa, RTP e RDP\u2014 Ag\u00eancia Lusa (@Lusa_noticias) 30 de junho de 2017Atrav\u00e9s de um comunicado dos Minist\u00e9rios dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e da Cultura (que tutela a imprensa portuguesa), o governo portugu\u00eas classifica a decis\u00e3o unilateral da Guin\u00e9 Bissau como \u201cum atentado \u00e0 liberdade de express\u00e3o e \u00e0 liberdade de imprensa\u201d e considera \u201ceste tipo de ultimatos inaceit\u00e1vel, especialmente quando se trata de dois pa\u00edses ligados por la\u00e7os t\u00e3o estreitos, como Portugal e a Guin\u00e9-Bissau\u201d.E qual \u00e9 o ultimato?O ministro V\u00edtor Pereira adiantou que caber\u00e1 aos respons\u00e1veis dos tr\u00eas \u00f3rg\u00e3os de comunica\u00e7\u00e3o social portugueses a gest\u00e3o concreta dos recursos no terreno, mas deixou claro que \u201ca decis\u00e3o de suspens\u00e3o das atividades \u00e9 expl\u00edcita\u201d por parte do governo da Guin\u00e9-Bissau.A suspens\u00e3o das atividades, acrescentou o ministro, n\u00e3o tem qualquer rela\u00e7\u00e3o com os conte\u00fados que os tr\u00eas \u00f3rg\u00e3os difundem mas salientou que Bissau considera que \u00e9 necess\u00e1rio \u201crevisitar e renegociar\u201d as condi\u00e7\u00f5es do acordo de coopera\u00e7\u00e3o, celebrado h\u00e1 20 anos.NOTICIAS AO MINUTO:GOVERNO DA GUIN\u00c9-BISSAU SUSPENDEU ATIVIDADE DA RTP, RDP E AG\u00caNCIA LUSA NO PA\u00cdS https://t.co/RKXINqCg75 pic.twitter.com/lqDpLCDZqu\u2014 Guin\u00e9-Bissau (@guineendade) 30 de junho de 2017Desde a do acordo no dom\u00ednio da comunica\u00e7\u00e3o social entre os governos de Bissau e Lisboa, ocorreram mudan\u00e7as na sociedade e no panorama da pr\u00f3pria comunica\u00e7\u00e3o social, explicou V\u00edtor Pereira.O governante explicou que, desde h\u00e1 14 anos, Bissau tem tentado sentar-se \u00e0 mesa das negocia\u00e7\u00f5es com o governo portugu\u00eas, mas \u201csem sucesso\u201d.\u201erante o insistente sil\u00eancio que para n\u00f3s se traduz em manifesta falta de vontade pol\u00edtica da parte portuguesa, no dia 01 de junho de 2017, foi enviada com carater de urg\u00eancia, uma nova carta ao ministro da comunica\u00e7\u00e3o social de Portugal, onde n\u00e3o s\u00f3 se elencam os motivos da proposta de suspens\u00e3o das actividades da RTP na Guin\u00e9-Bissau, como tamb\u00e9m se prop\u00f5e a data limite de 30 de junho para esse efeito\u201d, salientou V\u00edtor Pereira.O ministro guineense disse que n\u00e3o teve qualquer resposta da parte portuguesa \u00e0 carta pelo que manteve a decis\u00e3o de suspender a atividade das empresas portuguesas. \u201cInfelizmente todos os nossos esfor\u00e7os tiveram como resposta um preocupante e injustific\u00e1vel sil\u00eancio da parte portuguesa\u201d, referiu V\u00edtor Pereira.Resposta portuguesaO governo portugu\u00eas, atrav\u00e9s dos Minist\u00e9rios dos Neg\u00f3cios Estrangeiros e da Cultura, defende que a suspens\u00e3o dos \u00f3rg\u00e3os portugueses \u201cconstitui um atentado \u00e0 liberdade de express\u00e3o e \u00e0 liberdade de imprensa, princ\u00edpios expressamente consagrados na Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica da Guin\u00e9-Bissau.\u201dA nota do Governo portugu\u00eas sublinha que os princ\u00edpios referidos est\u00e3o \u201cigualmente garantidos atrav\u00e9s dos compromissos internacionais que a Guin\u00e9-Bissau assumiu no plano multilateral, incluindo no \u00e2mbito das Na\u00e7\u00f5es Unidas e da Comunidade dos Pa\u00edses de L\u00edngua Portuguesa.\u201dGoverno portugu\u00eas diz que suspens\u00e3o da Lusa, RTP e RDP em Bissau \u00e9 atentado \u00e0 liberdade de imprensa\u2014 Ag\u00eancia Lusa (@Lusa_noticias) 30 de junho de 2017O executivo portugu\u00eas recordou que \u201cas rela\u00e7\u00f5es de coopera\u00e7\u00e3o entre Portugal e a Guin\u00e9-Bissau ao n\u00edvel da Comunica\u00e7\u00e3o Social s\u00e3o baseadas no Acordo de Coopera\u00e7\u00e3o T\u00e9cnica e de Interc\u00e2mbio no Dom\u00ednio da Comunica\u00e7\u00e3o Social\u201d, assinado em 1979, e que foi complementado por um Protocolo Adicional Relativo \u00e0 Implanta\u00e7\u00e3o da Televis\u00e3o na Rep\u00fablica da Guin\u00e9-Bissau, em 1987.\u201cNenhum dos dois instrumentos prev\u00ea um prazo para cessa\u00e7\u00e3o de efeitos. Assim, n\u00e3o s\u00f3 n\u00e3o se aplica a alegada caducidade, como tamb\u00e9m n\u00e3o foi at\u00e9 \u00e0 data recebida qualquer notifica\u00e7\u00e3o por parte da Rep\u00fablica da Guin\u00e9-Bissau denunciando especificamente qualquer dos acordos\u201d, real\u00e7a a nota oficial.O Governo portugu\u00eas \u2014 que j\u00e1 chamou o embaixador guineense ao MNE para lhe transmitir \u201ca gravidade do ocorrido\u201d \u2014 recordou ao executivo guineense que \u201cn\u00e3o exerce qualquer tipo de controlo editorial sobre a RTP, a RDP e a Ag\u00eancia Lusa\u201d, sublinhando que estes \u00f3rg\u00e3os \u201catuam com a mesma independ\u00eancia, imparcialidade e profissionalismo em Bissau com que atuam em todos os pa\u00edses onde est\u00e3o presentes\u201d.O Minist\u00e9rio da Cultura portugu\u00eas garantiu, entretanto, ter enviado uma carta na semana ada ao Governo da Guin\u00e9-Bissau propondo iniciar um provesso negocial para rever o Protocolo de Coopera\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio da Comunica\u00e7\u00e3o Social. A carta, assinada pelo ministro da Cultura, Lu\u00eds Filipe Castro Mendes, surge como resposta a duas missivas anteriores do ministro da Comunica\u00e7\u00e3o Social guineense, V\u00edtor Pereira, uma de 09 de mar\u00e7o e outra de 01 de junho. Na primeira dessas cartas, Bissau referia a necessidade de os dois pa\u00edses procederem \u00e0 revis\u00e3o do Protocolo de Coopera\u00e7\u00e3o, assinado h\u00e1 20 anos.Na missiva, Lu\u00eds Filipe Castro Mendes escreve que a proposta de revis\u00e3o do Protocolo \u2013 a que fazia refer\u00eancia a carta do governo guineense de 09 de mar\u00e7o \u2013 s\u00f3 chegou ao conhecimento do gabinete do MNE portugu\u00eas quase tr\u00eas meses depois, a 07 de junho.\u201cEsclare\u00e7o que a proposta de revis\u00e3o ao Protocolo [...], a que a primeira dessas cartas faz refer\u00eancia, chegou, por via da Embaixada de Portugal em Dacar, ao Gabinete do Ministro dos Neg\u00f3cios Estrangeiros a 07 de junho, em data posterior \u00e0 da segunda carta\u201d, datada de 01 de junho, escreveu o ministro da Cultura.Esta proposta \u201cfoi reencaminhada \u00e0 RTP para a obten\u00e7\u00e3o de parecer t\u00e9cnico com vista a habilitar o eventual processo negocial\u201d, acrescentou Lu\u00eds Filipe Castro Mendes, sem especificar em que data tal aconteceu.Por outro lado, o ministro que tutela a comunica\u00e7\u00e3o social p\u00fablica portuguesa tamb\u00e9m solicita ao governo guineense que envie \u201celementos que melhor permitam\u201d a Lisboa \u201capreciar em que medida a RDP \u00c1frica e a RTP \u00c1frica n\u00e3o t\u00eam respeitado o protocolo\u201d de outubro de 1997.\u201c(...) E, em paralelo, de que forma a proposta em apre\u00e7o permitiria ultraar o eventual problema\u201d, prossegue a carta.O Governo guineense, pela voz do ministro da comunica\u00e7\u00e3o social, diz que n\u00e3o recebeu esta carta do Minist\u00e9rio da Cultura portugu\u00eas.O representante da Uni\u00e3o Europeia na Guin\u00e9 Bissau, o portugu\u00eas Victor Madeira dos Santos, garante estar em o com as partes e considera a suspens\u00e3o dos meios de comunica\u00e7\u00e3o portugueses \u201cuma limita\u00e7\u00e3o da liberdade de imprensa e que ter\u00e1 de ser tratada da maneira que merece.\u201dNOTICIAS AO MINUTO:SUSPENS\u00c3O DA RTP, RDP E LUSA CONSTITUI \u201cUMA LIMITA\u00c7\u00c3O DA LIBERDADE DE IMPRENSA\u201d- UE EM BISSAU https://t.co/v89WXKhIT6 pic.twitter.com/qnhBexhtAo\u2014 Guin\u00e9-Bissau (@guineendade) 30 de junho de 2017Protestos guineenses pela decis\u00e3o do GovernoH\u00e1 poucos dias, o presidente da Ordem dos Jornalistas da Guin\u00e9-Bissau tinha denunciado uma tentativa do Presidente guinnense, Jos\u00e9 M\u00e1rio Vaz, de influenciar o trabalho dos jornalistas para evitar a difus\u00e3o de not\u00edcias negativas sobre o pa\u00eds mesmo que para isso tivessem de omitir declara\u00e7\u00f5es do pr\u00f3prio chefe de Estado.\u201cInfelizmente n\u00f3s n\u00e3o vamos poder satisfazer o pedido do Presidente da Rep\u00fablica. O Presidente da Rep\u00fablica est\u00e1 a pedir-nos para fazer uma coisa que n\u00f3s n\u00e3o podemos fazer. Se n\u00f3s pr\u00f3prios somos contra a censura, n\u00e3o somos n\u00f3s que vamos fazer censura\u201d, afirmou Ant\u00f3nio Nhaga \u00e0 R\u00e1dio Nacional da Guin\u00e9-Bissau.\u00c0 Ag\u00eancia Lusa, esta sexta-feira, Ant\u00f3nio Nhaga revelou que \u201ca Ordem est\u00e1 a acompanhar a situa\u00e7\u00e3o (da RTP, da RDP e da Lusa) com bastante preocupa\u00e7\u00e3o\u201d, lembrando que nas delega\u00e7\u00f5es dos tr\u00eas meios de comunica\u00e7\u00e3o portugueses trabalham tamb\u00e9m jornalistas e outros profissionais guineenses.O presidente da Ordem dos Jornalistas guineenses disse esperar que o Governo de Bissau \u201ctenha aten\u00e7\u00e3o no processo negocial, se \u00e9 que vai negociar\u201d, para que a situa\u00e7\u00e3o seja restabelecida rapidamente, alertando que nenhum \u00f3rg\u00e3o de comunica\u00e7\u00e3o social da Guin\u00e9-Bissau, incluindo a r\u00e1dio e televis\u00e3o p\u00fablicas, est\u00e1 em condi\u00e7\u00f5es de \u201coferecer servi\u00e7o p\u00fablico de qualidade\u201d.Ant\u00f3nio Nhaga recordou ainda a di\u00e1spora guineense e a import\u00e2ncia dos tr\u00eas meios de comunica\u00e7\u00e3o portugueses junto destes compatrtiotas espalhados pelo mundo, sublinhando que \u201co Estado tem responsabilidade em dar informa\u00e7\u00e3o aos cidad\u00e3os\u201d e que \u201cquem fazia esse servi\u00e7o era a RDP, a RTP \u00c1frica e a ag\u00eancia Lusa.\u201dO presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento da Guin\u00e9-Bissau lamentou hoje a suspens\u00e3o das atividades da ag\u00eancia Lusa, RTP e RDP no pa\u00eds, considerando ser uma forma de silenciar a popula\u00e7\u00e3o guineense.Suspens\u00e3o da Lusa, RTP e RDP na Guin\u00e9-Bissau \u00e9 forma de silenciar popula\u00e7\u00e3o \u2013 Sociedade Civil\u2014 Ag\u00eancia Lusa (@Lusa_noticias) 30 de junho de 2017\u201cAs organiza\u00e7\u00f5es da sociedade civil da Guin\u00e9-Bissau lamentam profundamente esta triste not\u00edcia para n\u00f3s\u201d, afirmou Jorge Gomes \u00e0 ag\u00eancia Lusa, referindo que se o movimento tivesse conhecimento antecipadamente teria tomado a decis\u00e3o de abordar o primeiro-ministro no sentido de \u201carranjar uma outra solu\u00e7\u00e3o\u201d.Para Jorge Gomes, a decis\u00e3o \u201c\u00e9 uma forma de silenciar a popula\u00e7\u00e3o guineense que tem tido o com os conterr\u00e2neos em Portugal diariamente\u201d.\u201cInfelizmente, quando tivemos conhecimento da not\u00edcia, n\u00e3o conseguimos falar com o senhor primeiro-ministro e dizem que o prazo termina hoje \u00e0 meia-noite [mais uma hora em Lisboa]\u201d, referiu o respons\u00e1vel.O ativista guineense Sana Cant\u00e9, l\u00edder do Movimento dos Cidad\u00e3os Conscientes e Inconformados, considerou hoje que a suspens\u00e3o das atividades da RTP, RDP e da Ag\u00eancia Lusa em Bissau, constitui a \u201cconsolida\u00e7\u00e3o da ditadura\u201d naquele pa\u00eds.\u201cN\u00f3s ouvimos com muita consterna\u00e7\u00e3o esta decis\u00e3o do Governo, o que condenamos com toda a veem\u00eancia. Para n\u00f3s constitui uma consolida\u00e7\u00e3o da ditadura na Guin\u00e9-Bissau, este ato a por silenciar a voz do povo e esconder a verdade para o mundo\u201d, disse o ativista, em declara\u00e7\u00f5es \u00e0 ag\u00eancia Lusa.A Guin\u00e9-Bissau tem vivido uma situa\u00e7\u00e3o de crise institucional desde as \u00faltimas elei\u00e7\u00f5es, com um afastamento entre o partido vencedor das legislativas e o Presidente da Rep\u00fablica, tamb\u00e9m eleito.O atual governo n\u00e3o tem o apoio do partido que ganhou as elei\u00e7\u00f5es com maioria absoluta e este ime pol\u00edtico tem levado v\u00e1rios pa\u00edses, entre os quais Portugal, e institui\u00e7\u00f5es internacionais a apelarem a um consenso.", "dateCreated": "2017-06-30T20:26:23+02:00", "dateModified": "2017-06-30T20:26:23+02:00", "datePublished": "2017-06-30T20:26:23+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F375962%2F1440x810_375962.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Governo guineense decide suspender atividades no pa\u00eds da RTP, da RDP e da ag\u00eancia Lusa, e h\u00e1 quem digar estar em curso \u0022 uma consolida\u00e7\u00e3o da ditadura\u0022 neste pa\u00eds \u00e1fricano da LP.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F375962%2F432x243_375962.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": [ { "@type": "Person", "familyName": "Marques", "givenName": "Francisco", "name": "Francisco Marques", "url": "/perfis/562", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "sameAs": "https://www.x.com/@frmarques4655", "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } } ], "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Portugal acusa Guiné-Bissau de "atentado à liberdade de imprensa"

Portugal acusa Guiné-Bissau de "atentado à liberdade de imprensa"
Direitos de autor 
De Francisco Marques
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Governo guineense decide suspender atividades no país da RTP, da RDP e da agência Lusa, e há quem digar estar em curso " uma consolidação da ditadura" neste país áfricano da LP.

PUBLICIDADE

A Guiné-Bissau anunciou a suspoensão das atividades no país de três meios de comunicação social estatais portugueses: a RTP, a RDP e a agência Lusa.

O ministro da Comunicaç[ao Social guineense, Vítor Pereira, comunicou que as atividades dos três órgãos de comunicação seriam suspensas à meia-noite (01:00 hora da manhã em Lisboa).

O ministro guineense alegou caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau e explicou que a suspensão dos três meios de comunicação social portugueses se manterá até que o governo de Lisboa abra negociações para a de um novo acordo.

Governo da Guiné-Bissau anuncia suspensão das atividades da Agência Lusa, RTP e RDP

— Agência Lusa (@Lusa_noticias) 30 de junho de 2017

Através de um comunicado dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura (que tutela a imprensa portuguesa), o governo português classifica a decisão unilateral da Guiné Bissau como “um atentado à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa” e considera “este tipo de ultimatos inaceitável, especialmente quando se trata de dois países ligados por laços tão estreitos, como Portugal e a Guiné-Bissau”.

E qual é o ultimato?

O ministro Vítor Pereira adiantou que caberá aos responsáveis dos três órgãos de comunicação social portugueses a gestão concreta dos recursos no terreno, mas deixou claro que “a decisão de suspensão das atividades é explícita” por parte do governo da Guiné-Bissau.

A suspensão das atividades, acrescentou o ministro, não tem qualquer relação com os conteúdos que os três órgãos difundem mas salientou que Bissau considera que é necessário “revisitar e renegociar” as condições do acordo de cooperação, celebrado há 20 anos.

NOTICIAS AO MINUTO:GOVERNO DA GUINÉ-BISSAU SUSPENDEU ATIVIDADE DA RTP, RDP E AGÊNCIA LUSA NO PAÍS https://t.co/RKXINqCg75pic.twitter.com/lqDpLCDZqu

— Guiné-Bissau (@guineendade) 30 de junho de 2017

Desde a do acordo no domínio da comunicação social entre os governos de Bissau e Lisboa, ocorreram mudanças na sociedade e no panorama da própria comunicação social, explicou Vítor Pereira.

O governante explicou que, desde há 14 anos, Bissau tem tentado sentar-se à mesa das negociações com o governo português, mas “sem sucesso”.

“Perante o insistente silêncio que para nós se traduz em manifesta falta de vontade política da parte portuguesa, no dia 01 de junho de 2017, foi enviada com carater de urgência, uma nova carta ao ministro da comunicação social de Portugal, onde não só se elencam os motivos da proposta de suspensão das actividades da RTP na Guiné-Bissau, como também se propõe a data limite de 30 de junho para esse efeito”, salientou Vítor Pereira.

O ministro guineense disse que não teve qualquer resposta da parte portuguesa à carta pelo que manteve a decisão de suspender a atividade das empresas portuguesas. “Infelizmente todos os nossos esforços tiveram como resposta um preocupante e injustificável silêncio da parte portuguesa”, referiu Vítor Pereira.

Resposta portuguesa

O governo português, através dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, defende que a suspensão dos órgãos portugueses “constitui um atentado à liberdade de expressão e à liberdade de imprensa, princípios expressamente consagrados na Constituição da República da Guiné-Bissau.”

A nota do Governo português sublinha que os princípios referidos estão “igualmente garantidos através dos compromissos internacionais que a Guiné-Bissau assumiu no plano multilateral, incluindo no âmbito das Nações Unidas e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.”

Governo português diz que suspensão da Lusa, RTP e RDP em Bissau é atentado à liberdade de imprensa

— Agência Lusa (@Lusa_noticias) 30 de junho de 2017

O executivo português recordou que “as relações de cooperação entre Portugal e a Guiné-Bissau ao nível da Comunicação Social são baseadas no Acordo de Cooperação Técnica e de Intercâmbio no Domínio da Comunicação Social”, assinado em 1979, e que foi complementado por um Protocolo Adicional Relativo à Implantação da Televisão na República da Guiné-Bissau, em 1987.

“Nenhum dos dois instrumentos prevê um prazo para cessação de efeitos. Assim, não só não se aplica a alegada caducidade, como também não foi até à data recebida qualquer notificação por parte da República da Guiné-Bissau denunciando especificamente qualquer dos acordos”, realça a nota oficial.

O Governo português — que já chamou o embaixador guineense ao MNE para lhe transmitir “a gravidade do ocorrido” — recordou ao executivo guineense que “não exerce qualquer tipo de controlo editorial sobre a RTP, a RDP e a Agência Lusa”, sublinhando que estes órgãos “atuam com a mesma independência, imparcialidade e profissionalismo em Bissau com que atuam em todos os países onde estão presentes”.

O Ministério da Cultura português garantiu, entretanto, ter enviado uma carta na semana ada ao Governo da Guiné-Bissau propondo iniciar um provesso negocial para rever o Protocolo de Cooperação no domínio da Comunicação Social.

A carta, assinada pelo ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, surge como resposta a duas missivas anteriores do ministro da Comunicação Social guineense, Vítor Pereira, uma de 09 de março e outra de 01 de junho. Na primeira dessas cartas, Bissau referia a necessidade de os dois países procederem à revisão do Protocolo de Cooperação, assinado há 20 anos.

Na missiva, Luís Filipe Castro Mendes escreve que a proposta de revisão do Protocolo – a que fazia referência a carta do governo guineense de 09 de março – só chegou ao conhecimento do gabinete do MNE português quase três meses depois, a 07 de junho.

“Esclareço que a proposta de revisão ao Protocolo […], a que a primeira dessas cartas faz referência, chegou, por via da Embaixada de Portugal em Dacar, ao Gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros a 07 de junho, em data posterior à da segunda carta”, datada de 01 de junho, escreveu o ministro da Cultura.

Esta proposta “foi reencaminhada à RTP para a obtenção de parecer técnico com vista a habilitar o eventual processo negocial”, acrescentou Luís Filipe Castro Mendes, sem especificar em que data tal aconteceu.

Por outro lado, o ministro que tutela a comunicação social pública portuguesa também solicita ao governo guineense que envie “elementos que melhor permitam” a Lisboa “apreciar em que medida a RDP África e a RTP África não têm respeitado o protocolo” de outubro de 1997.

“(…) E, em paralelo, de que forma a proposta em apreço permitiria ultraar o eventual problema”, prossegue a carta.

O Governo guineense, pela voz do ministro da comunicação social, diz que não recebeu esta carta do Ministério da Cultura português.

O representante da União Europeia na Guiné Bissau, o português Victor Madeira dos Santos, garante estar em o com as partes e considera a suspensão dos meios de comunicação portugueses “uma limitação da liberdade de imprensa e que terá de ser tratada da maneira que merece.”

NOTICIAS AO MINUTO:SUSPENSÃO DA RTP, RDP E LUSA CONSTITUI “UMA LIMITAÇÃO DA LIBERDADE DE IMPRENSA”- UE EM BISSAU https://t.co/v89WXKhIT6pic.twitter.com/qnhBexhtAo

— Guiné-Bissau (@guineendade) 30 de junho de 2017

Protestos guineenses pela decisão do Governo

Há poucos dias, o presidente da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau tinha denunciado uma tentativa do Presidente guinnense, José Mário Vaz, de influenciar o trabalho dos jornalistas para evitar a difusão de notícias negativas sobre o país mesmo que para isso tivessem de omitir declarações do próprio chefe de Estado.

“Infelizmente nós não vamos poder satisfazer o pedido do Presidente da República. O Presidente da República está a pedir-nos para fazer uma coisa que nós não podemos fazer. Se nós próprios somos contra a censura, não somos nós que vamos fazer censura”, afirmou António Nhaga à Rádio Nacional da Guiné-Bissau.

À Agência Lusa, esta sexta-feira, António Nhaga revelou que “a Ordem está a acompanhar a situação (da RTP, da RDP e da Lusa) com bastante preocupação”, lembrando que nas delegações dos três meios de comunicação portugueses trabalham também jornalistas e outros profissionais guineenses.

O presidente da Ordem dos Jornalistas guineenses disse esperar que o Governo de Bissau “tenha atenção no processo negocial, se é que vai negociar”, para que a situação seja restabelecida rapidamente, alertando que nenhum órgão de comunicação social da Guiné-Bissau, incluindo a rádio e televisão públicas, está em condições de “oferecer serviço público de qualidade”.

António Nhaga recordou ainda a diáspora guineense e a importância dos três meios de comunicação portugueses junto destes compatrtiotas espalhados pelo mundo, sublinhando que “o Estado tem responsabilidade em dar informação aos cidadãos” e que “quem fazia esse serviço era a RDP, a RTP África e a agência Lusa.”

O presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento da Guiné-Bissau lamentou hoje a suspensão das atividades da agência Lusa, RTP e RDP no país, considerando ser uma forma de silenciar a população guineense.

Suspensão da Lusa, RTP e RDP na Guiné-Bissau é forma de silenciar população – Sociedade Civil

— Agência Lusa (@Lusa_noticias) 30 de junho de 2017

“As organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau lamentam profundamente esta triste notícia para nós”, afirmou Jorge Gomes à agência Lusa, referindo que se o movimento tivesse conhecimento antecipadamente teria tomado a decisão de abordar o primeiro-ministro no sentido de “arranjar uma outra solução”.

Para Jorge Gomes, a decisão “é uma forma de silenciar a população guineense que tem tido o com os conterrâneos em Portugal diariamente”.

“Infelizmente, quando tivemos conhecimento da notícia, não conseguimos falar com o senhor primeiro-ministro e dizem que o prazo termina hoje à meia-noite [mais uma hora em Lisboa]”, referiu o responsável.

O ativista guineense Sana Canté, líder do Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados, considerou hoje que a suspensão das atividades da RTP, RDP e da Agência Lusa em Bissau, constitui a “consolidação da ditadura” naquele país.

“Nós ouvimos com muita consternação esta decisão do Governo, o que condenamos com toda a veemência. Para nós constitui uma consolidação da ditadura na Guiné-Bissau, este ato a por silenciar a voz do povo e esconder a verdade para o mundo”, disse o ativista, em declarações à agência Lusa.

A Guiné-Bissau tem vivido uma situação de crise institucional desde as últimas eleições, com um afastamento entre o partido vencedor das legislativas e o Presidente da República, também eleito.

O atual governo não tem o apoio do partido que ganhou as eleições com maioria absoluta e este ime político tem levado vários países, entre os quais Portugal, e instituições internacionais a apelarem a um consenso.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Milhares de húngaros protestam em silêncio contra a lei da transparência

Manifestantes em Budapeste protestam contra a “Lei da Transparência” com uma faixa e tinta vermelha

"Qualquer pessoa pode ser um alvo: ONG reagem a "lei russa" sobre agentes estrangeiros na Hungria