PUBLICIDADEA Faixa de Gaza está à beira da rutura. A última década de bloqueio levou o território a uma situação catastrófica Não há importações, não há exportações. No porto, onde trabalhavam dez mil pescadores, há agora cerca de 4000. Iyad Baker é um deles:
“No ado, tínhamos autorização para navegar até 12 milhas náuticas e já era uma distância muito curta. Agora só são permitidas três milhas e mesmo estas não são reais. Na verdade, começam a mandar-nos recuar assim que atingimos as duas milhas”.
No território, a taxa de desemprego está nos 40% e o trabalho que ainda havia nos campos está rapidamente a desaparecer por causa das restrições.
Ammar Al Rahel não sabe até aundo poderá continuar a cultivar a terra: “Não posso ter pessoas a trabalharem para mim. Acabei com isso porque não tinha meios. Trabalho só com os meus filhos e no próximo ano se calhar já nem poderei semear… Rezo a Deus para que as coisas corram melhor e voltem ao que eram há dez anos quando plantávamos e exportávamos os nossos produtos. Que as fronteiras com o Egito e com Israel abram outra vez.
As recentes disputas entre o Hamas e o Fatah têm tornado as vidas das pessoas ainda mais difíceis. Atualmente a eletricidade funciona apenas 4 horas por dia, o que tem repercussões sobre os cuidados de saúde, nomeadamente. Os jovens não têm grande esperança no futuro.
“Enquanto jovens e cidadãos de Gaza, sentimos que não temos horizonte. Não temos expetativas que as coisas melhorem, por causa do bloqueio. Milhares de pessoas com estudos vêm o futuro negro porque o bloqueio acabou com todas as formas de vida em Gaza”, afirma Mohamad Al Saigaly.
A repórter da Euronews, Joanna Gill, fala de um sentimento de prisão a céu aberto:
“2017 é um ano muito importante para os palestinianos. Marca dez anos de bloqueio e 50 anos de ocupação israelita dos territórios palestinianos. O tempo e a paciência estão a esgotar-se para a população da Faixa de Gaza, refém das divisões internas e do ime diplomático com Israel”.