{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2017/04/06/franca-quem-sao-e-o-que-defendem-os-candidatos-a-eleicao-presidencial" }, "headline": "Fran\u00e7a: Quem s\u00e3o e o que defendem os candidatos \u00e0 elei\u00e7\u00e3o presidencial", "description": "A elei\u00e7\u00e3o presidencial em Fran\u00e7a \u00e9 esperada com grande expetativa em toda a Europa e a campanha tem sido acompanhada com grande interesse dentro e fora do pa\u00eds.", "articleBody": "A elei\u00e7\u00e3o presidencial em Fran\u00e7a \u00e9 esperada com grande expetativa em toda a Europa e a campanha tem sido acompanhada com grande interesse dentro e fora do pa\u00eds. Se os europeus se interessam pelas ideias dos cinco principais candidatos, interessam-se mais ainda pelos esc\u00e2ndalos que t\u00eam dominado o momento pol\u00edtico. A forte subida do Front National(FN) e a clara possibilidade de Marine Le Pen vencer a primeira volta s\u00e3o j\u00e1 raz\u00e3o suficiente para muita gente ficar atenta, mas se juntarmos a isso o \u201en\u00e9lope Gate\u201d, com revela\u00e7\u00f5es quase quotidianas sobre a forma como presumivelmente Fran\u00e7ois Fillon, o candidato dos Republicanos, p\u00f4s toda a fam\u00edlia a trabalhar de forma fict\u00edcia na assembleia nacional, da mulher aos filhos, mesmo quando tinham 15 anos; os empregos fict\u00edcios pagos pelo Parlamento Europeu aos assessores do Front National; os inqu\u00e9ritos aos financiamentos das anteriores campanhas do FN que levaram o respons\u00e1vel pela comunica\u00e7\u00e3o do partido a ser constitu\u00eddo argu\u00eddo; as investiga\u00e7\u00f5es e suspeitas sobre o patrim\u00f3nio de Marine Le Pen; as recusas da candidata do FN de comparecer perante os juizes, esta campanha tem sido tudo menos mon\u00f3tona. E porque ao longo de muitas semanas foi muito o ru\u00eddo e pouca o conte\u00fado do discurso pol\u00edtico, fazemos uma fotografia de conjunto de quem s\u00e3o e do que defendem os candidatos a esta elei\u00e7\u00e3o presidencial. Fran\u00e7ois Fillon: Les R\u00e9publicains (LR) O candidato O candidato em que os Republicanos da direita conservadora depositaram todas as esperan\u00e7as numas prim\u00e1rias surpreendentes, foi conselheiro municipal, conselheiro regional, deputado, senador, ministro e primeiro-ministro. Ou seja, ou por todas as etapas , numa carreira pol\u00edtica que come\u00e7ou em 1970. Era o mais promissor candidato \u00e0 presid\u00eancia desde que foi eleito nas prim\u00e1rias da direita, mas a sua campanha foi ensombrada pelo presum\u00edvel emprego fict\u00edcio da mulher como assistente parlamentar e o candidato viu-se mesmo ser constitu\u00eddo argu\u00eddo durante a campanha. O programa Disposto a n\u00e3o de deixar abater pelos casos judiciais, Fillon apresentou um programa de rutura, com medidas bastante liberais, como: a agem da reforma para os 65 anos; o fim das 35 horas de trabalho semanal; a reforma da lei laboral e das bases da seguran\u00e7a social e a supress\u00e3o de 500 mil empregos na fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica. Marine Le Pen: Front National (FN) A candidata \u00c9 a segunda vez que Marine Le Pen, presidente do FN e filha do fundador do partido, Jean Marie Le Pen apresenta a candidatura \u00e0 elei\u00e7\u00e3o presidencial em Fran\u00e7a. Em 2012 obteve 17,9% dos votos na primeira volta e, desta vez, todas as sondagens lhe d\u00e3o a vit\u00f3ria na primeira volta com uma percentagem de votos a rondar os 25%.Marine Le Pen, que foi advogada em Paris, come\u00e7ou a carreira pol\u00edtica no partido durante os anos 90 e ascendeu \u00e0 lideran\u00e7a em 2011. Foi deputada europeia at\u00e9 2014 e est\u00e1 em lit\u00edgio com o Parlamento Europeu por causa dos alegados empregos fict\u00edcios dos assessores do Front National pagos pelo parlamento. O programa O programa do FN n\u00e3o tem evolu\u00eddo muito nos \u00faltimos anos, mas a lideran\u00e7a de Marine tem feito pequenos ajustamentos para ir ao encontro deste ou daquele eleitorado, como os reformados, por exemplo.As medidas emblem\u00e1ticas do FN s\u00e3o: a sa\u00edda do euro; a renegocia\u00e7\u00e3o dos tratados europeus ou o referendo sobre a perman\u00eancia da Fran\u00e7a na Uni\u00e3o Europeia; medidas de protecionismo das empresas sas; cria\u00e7\u00e3o de uma taxa de 3% sobre os produtos importados; encerramento das fronteiras \u00e0 imigra\u00e7\u00e3o; uma profunda reforma constitucional com a redu\u00e7\u00e3o para cerca de metade do n\u00famero de senadores e deputados. Benoit Hammon: Parti Socialiste (PS) candidato Aos quase 50 anos, o candidato dos socialistas a esta elei\u00e7\u00e3o \u00e9, tamb\u00e9m ele, uma das supresas das prim\u00e1rias. Foi s\u00f3 em janeiro que o dissidente do governo de Fran\u00e7ois Hollande se imp\u00f4s na escolha dos militantes contra o seu anterior primeiro-ministro, Manuel Valls.Hamon foi ministro delegado para a Economia Solid\u00e1ria e Social \u2013 entre 2012 e 2014 \u2013 e depois entre abril e agosto de 2014, ministro da Educa\u00e7\u00e3o. O seu posicionamento na ala esquerda do PS \u00e9 reivindicado pelo candidato desde a juventude. O programa A sua campanha est\u00e1 marcada pela proposta do Rendimento Universal de Exist\u00eancia, embora as modalidades dessa medida tenham evolu\u00eddo ao longo da campanha. Para al\u00e9m disso, o candidato defende ideias como: um vasto programa de investimento ecol\u00f3gico ao n\u00edvel europeu; a mutualiza\u00e7\u00e3o uma parte das d\u00edvidas soberanas europeias; cria\u00e7\u00e3o de um sal\u00e1rio m\u00ednimo garantido ao n\u00edvel europeu, harmoniza\u00e7\u00e3o fiscal na Uni\u00e3o Europeia; exclus\u00e3o das despesas de defesa dos c\u00e1lculos do d\u00e9fice\u2026 Emmanuel Macron: Movimento \u201cEn Marche\u201d O candidato \u00c9 o mais novo dos candidatos e tamb\u00e9m o mais dif\u00edcil de definir politicamente. \u00abNem de esquerda, nem de direita\u00bb, diz de si mesmo o candidato que nunca concorreu a nenhuma elei\u00e7\u00e3o e que, num \u00e1pice, se transformou num dos favoritos deste escrut\u00ednio. Formado na Escola Nacional de istra\u00e7\u00e3o, a famosa ENA, Emmanuel Macron come\u00e7ou a carreira profissional como inspetor adjunto das finan\u00e7as, depois ou a relator da comiss\u00e3o Jacques Attali destinada a relan\u00e7ar o crescimento econ\u00f3mico e, logo a seguir, integrou o banco Rothschild, onde rapidamente ou a s\u00f3cio-gerente. Em 2012, Macron voltou ao servi\u00e7o p\u00fablico, ao ser nomeado secret\u00e1rio-geral adjunto do pal\u00e1cio do Eliseu \u2013 a presid\u00eancia da r\u00e9publica -, antes de integrar o governo como ministro da Economia, onde o seu nome ficou associado ao projeto de lei sobre o crescimento, a atividade e a igualdade de oportunidades econ\u00f3micas. Ainda como ministro, lan\u00e7ou o movimento \u201cEm Marcha\u201d e demitiu-se do governo a 30 de agosto de 2016, pouco antes de anunciar a sua candidatura eleitoral. O programa Aos 39 anos, o homem que se arrisca a ser o mais jovem presidente franc\u00eas da quinta r\u00e9publica, prop\u00f5e, entre outras, as seguintes medidas: supress\u00e3o de 120 mil empregos na fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica, mas cria\u00e7\u00e3o de mais 4 a 5 mil lugares de professores; uma reforma institucional com regras de moraliza\u00e7\u00e3o da vida p\u00fablica e fim dos conflitos de interesses; aumento dos efetivos na pol\u00edcia e cria\u00e7\u00e3o de mais lugares nas pris\u00f5es; cria\u00e7\u00e3o de uma for\u00e7a de cinco mil elementos de guarda fronteiri\u00e7a europeia; cria\u00e7\u00e3o de um sistema universal para as reformas e para o desemprego \u2013 pondo fim aos privil\u00e9gios da fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica e de alguns sistemas setoriais -; baixar os impostos para as empresas e fazer da igualdade de g\u00e9neros uma causa nacional. Jean-Luc M\u00e9lenchon: \u201cLa Insoumise\u201d O candidato \u00c9 a segunda vez que Jean-Luc M\u00e9lenchon tenta fazer ouvir a voz de uma outra esquerda na campanha da elei\u00e7\u00e3o presidencial. Aos quase 67 anos, M\u00e9lenchon ganhou a estatura e a serenidade para defender como ningu\u00e9m as suas ideias. Tem-se revelado o melhor orador de todos os candidatos e est\u00e1 a criar a surpresa nas sondagens, podendo fazer um bom resultado na primeira volta, embora pare\u00e7a pouco prov\u00e1vel que atinja a segunda volta. M\u00e9lenchon \u00e9 um dissidente socialista, tendo desempenhado v\u00e1rios cargos pol\u00edticos: conselheiro geral em dois mandatos, senador em dois mandatos e ministro delegado para o Ensino Profissional no governo de Lionel Jospin. Ap\u00f3s a elei\u00e7\u00e3o presidencial de 2002, funda o \u201cNovo Mundo\u201d, uma corrente pol\u00edtica \u00e0 esquerda do Partido Socialista e a seguir faz campanha pelo \u201cN\u00e3o\u201d no referendo de 2005 sobre o tratado de constitui\u00e7\u00e3o europeia. Profundamente cr\u00edtico da deriva liberal do PS e de Fran\u00e7ois Hollande, abandona o partido em 2008 e funda o Parti de Gauche (Partido de Esquerda). Em 2012 candidata-se pela primeira vez \u00e0 elei\u00e7\u00e3o presidencial sob as cores do Front de Gauche (Frente de Esquerda) e alcan\u00e7a um honroso quarto lugar com 11,10% dos votos. O programa Nesta corrida, em 2017, o candidato promete fazer melhor e, tanto quanto se pode confiar nas sondagens, poder\u00e1 consegui-lo. A campanha de M\u00e9lenchon est\u00e1 com uma din\u00e2mica que nada nem ningu\u00e9m pode ignorar e muito menos os restantes candidatos. O candidato da \u201cFran\u00e7a Insubmissa\u201d apresenta, entre outras, as seguintes propostas: uma nova constitui\u00e7\u00e3o, uma nova rep\u00fablica (a sexta) \u2013 uma assembleia constituinte para reescrever a constitui\u00e7\u00e3o que ser\u00e1 submetida a referendo; reforma aos 60 anos; direito de voto aos residentes estrangeiros; interdi\u00e7\u00e3o de despedimentos nas empresas cotadas em bolsa; cria\u00e7\u00e3o de um rendimento m\u00e1ximo autorizado; impostos sobre as transa\u00e7\u00f5es financeiras; sa\u00edda da NATO; renegocia\u00e7\u00e3o dos tratados europeus sob o lema: \u201cOu mudamos a Europa ou a deixamos\u201d. Os restantes candidatos Mas nem s\u00f3 estes cinco est\u00e3o na corrida para o Pal\u00e1cio do Eliseu. No total s\u00e3o 11 candidatos. Dos outros seis, v\u00e1rios dos quais s\u00e3o repetentes, esperam-se resultados at\u00e9 ao m\u00e1ximo de 5% de votos: Nathalie Arthaud: Lutte Ovri\u00e8re (LO)A candidata da Luta Oper\u00e1ria tem 47 anos, reivindica-se comunista, \u00e9 professora de economia e pretende com a sua campanha \u201cfazer ouvir a voz dos trabalhadores, dos desempregados, dos explorados e defender os seus interesses, por oposi\u00e7\u00e3o ao patronato e aos acionistas que ganham milh\u00f5es de milh\u00f5es\u201d.Em 2012, obteve 0,56% dos votos. Jacques Cheminade: \u201cSolidarit\u00e9 et Progr\u00e9s\u201dO candidato do slogan \u201cSolidariedade e Progresso\u201d tem 75 anos e apresenta uma candidatura anti-sistema, influenciada pelo pol\u00edtico americano Lyndon LaRouche \u2013 catalogado de extrema-direita, com uma vis\u00e3o complotista, homof\u00f3bica e climatoc\u00e9tica. Cheminade defende a sa\u00edda da Uni\u00e3o Europeia, da NATO e da zona euro. Sonha tamb\u00e9m com colonizar a Lua para fazer a partir da\u00ed a explora\u00e7\u00e3o do planeta Marte. Poucos acreditavam que conseguisse as 500 s de eleitos para validar a candidatura. \u00c9 a s\u00e9tima vez que Cheminade tenta a elei\u00e7\u00e3o presidencial e \u00e9 a terceira vez que consegue candidatar-se. Em 2012 obteve 0,12% dos votos. Fran\u00e7ois Asselinou: Union Populaire R\u00e9publicaine\u201dQue o candidato da Uni\u00e3o Popular Republicana tenha conseguido validar a candidatura foi a grande surpresa do in\u00edcio da campanha. Fan\u00e7ois Asselinou tem 59 anos, \u00e9 um enarca, formado na Escola Nacional da istra\u00e7\u00e3o e colaborou em diversos gabinetes ministeriais durante os anos 90. O seu programa resume-se em seis letras. Asselinou \u00e9 o homem do \u201cFrexit\u201d. A sua \u00fanica medida \u00e9 a sa\u00edda da Fran\u00e7a da Uni\u00e3o Europeia. Nicolas Dupont-Aignant: \u201cDebut la !\u201dDupont-Aignant \u00e9 um dissidente dos Republicanos, do tempo em que o partido ainda era conhecido por UMP e liderado por um certo Nicolas Sarkozy. Foi em 2007, com o an\u00fancio da candidatura de Sarkozy que Nicolas bateu com a porta e fundou uma forma\u00e7\u00e3o pol\u00edtica denominada Debout la R\u00e9publique, que viria a transformar-se, em 2014, em \u201cDebout la !\u201dNo essencial o candidato prop\u00f5e novos tratados para fundar uma \u201cEuropa das na\u00e7\u00f5es e dos projetos\u201d, na qual o primado das decis\u00f5es seja dos estados.Aos 57 anos, Nicolas Dupont-Aignant, que colaborou em diversos governos da direita e do centro e que tenta tra\u00e7ar um caminho entre Fran\u00e7ois Fillon e Marine Le Pen, candidata-se pela segunda vez \u00e0 elei\u00e7\u00e3o presidencial. Em 2012 obteve 1,79% dos votos. Jean Lassale: \u201cR\u00e9sistons!\u201dSob um slogan que apela \u00e0 resist\u00eancia, o ex-companheiro de percurso de Fran\u00e7ois Bayrou no MODEM conseguiu o aporte para a sua primeira candidatura presidencial. Jean Lassale define-se como \u201co defensor dos territ\u00f3rios rurais e de uma ecologia humanista\u201d. O percurso pol\u00edtico daquele que \u00e9 conhecido como o \u201ccandidato pastor\u201d come\u00e7ou logo aos 21 anos, com a elei\u00e7\u00e3o para a autarquia de Lourdios-Ich\u00e8re, uma pequena aldeia dos Pirin\u00e9us-Atl\u00e2nticos, com 160 habitantes. Depois cumpriu tr\u00eas mandatos de deputado na assembleia nacional. Jean Lassalle ficou conhecido particularmente por uma greve de fome de 39 dias, em protesto contra a deslocaliza\u00e7\u00e3o de uma f\u00e1brica da sua regi\u00e3o para a bacia do Lacq, a 65 quil\u00f3metros; por uma caminhada por toda a Fran\u00e7a, em 2013 onde efetuou 6.000 quil\u00f3metros de marcha para encontrar as popula\u00e7\u00f5es. No final afirmou: \u201cNunca pensei que o n\u00edvel a que as pessoas detestam os pol\u00edticos fosse t\u00e3o elevado\u201d. Philippe Poutuou: Nouveau Parti Anticapitaliste (NPA)Foi \u00e0 tangente que o candidato do Partido Anticapitalista conseguiu reunir as 500 s que lhe permitiram participar na segunda elei\u00e7\u00e3o presidencial. A campanha n\u00e3o \u00e9 f\u00e1cil para este mec\u00e2nico da Ford e delegado sindical da CGT, mas o seu estilo descontra\u00eddo e descomplexado tem-lhe grangeado alguma simpatia. Militante da extrema-esquerda, Phillipe Poutou labora o mesmo terreno de Jean-Luc M\u00e9lenchon, sem as mesmas ferramentas pol\u00edticas e a mesma experi\u00eancia. Entrou na pol\u00edtica como militante da Lutte Ouvri\u00e8re (LO), antes de ar para a Ligue Communiste R\u00e9volucionnaire (LCR) que, entretanto se tranformou em NPA.O candidato defende a agem \u00e0s 32 horas de trabalho semanal, numa semana de quatro dias e uma semana de 30 horas para os trabalhos mais duros; quer proibir os despedimentos, ar o sal\u00e1rio m\u00ednimo para 1700 euros e aumentar todos os sal\u00e1rios em Fran\u00e7a em 300 euros; quer tornar todos os cuidados de sa\u00fade e os medicamentos gratu\u00edtos; contesta o estado da Europa mas n\u00e3o \u00e9 anti-europe\u00edsta. Defende uma Europa dos trabalhadores e dos povos, com os direitos sociais alinhados em alta para todos os pa\u00edses.Em 2012, Phillipe Poutou alcan\u00e7ou 1,15% dos votos; desta vez as previs\u00f5es n\u00e3o s\u00e3o melhores, o que n\u00e3o desmoraliza o candidato que n\u00e3o pretende ser eleito presidente,mas luta por um sistema governativo de democracia participativa.", "dateCreated": "2017-04-06T13:12:01+02:00", "dateModified": "2017-04-06T13:12:01+02:00", "datePublished": "2017-04-06T13:12:01+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F362063%2F1440x810_362063.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "A elei\u00e7\u00e3o presidencial em Fran\u00e7a \u00e9 esperada com grande expetativa em toda a Europa e a campanha tem sido acompanhada com grande interesse dentro e fora do pa\u00eds.", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F362063%2F432x243_362063.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Person", "familyName": "Barradas", "givenName": "Maria", "name": "Maria Barradas", "url": "/perfis/114", "worksFor": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "jobTitle": "Journaliste", "memberOf": { "@type": "Organization", "name": "Equipe de langue portugaise" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
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França: Quem são e o que defendem os candidatos à eleição presidencial

França: Quem são e o que defendem os candidatos à eleição presidencial
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De Maria Barradas
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A eleição presidencial em França é esperada com grande expetativa em toda a Europa e a campanha tem sido acompanhada com grande interesse dentro e fora do país.

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A eleição presidencial em França é esperada com grande expetativa em toda a Europa e a campanha tem sido acompanhada com grande interesse dentro e fora do país. Se os europeus se interessam pelas ideias dos cinco principais candidatos, interessam-se mais ainda pelos escândalos que têm dominado o momento político.

A forte subida do Front National(FN) e a clara possibilidade de Marine Le Pen vencer a primeira volta são já razão suficiente para muita gente ficar atenta, mas se juntarmos a isso o “Penélope Gate”, com revelações quase quotidianas sobre a forma como presumivelmente François Fillon, o candidato dos Republicanos, pôs toda a família a trabalhar de forma fictícia na assembleia nacional, da mulher aos filhos, mesmo quando tinham 15 anos; os empregos fictícios pagos pelo Parlamento Europeu aos assessores do Front National; os inquéritos aos financiamentos das anteriores campanhas do FN que levaram o responsável pela comunicação do partido a ser constituído arguído; as investigações e suspeitas sobre o património de Marine Le Pen; as recusas da candidata do FN de comparecer perante os juizes, esta campanha tem sido tudo menos monótona.

E porque ao longo de muitas semanas foi muito o ruído e pouca o conteúdo do discurso político, fazemos uma fotografia de conjunto de quem são e do que defendem os candidatos a esta eleição presidencial.

François Fillon: Les Républicains (LR)

O candidato

O candidato em que os Republicanos da direita conservadora depositaram todas as esperanças numas primárias surpreendentes, foi conselheiro municipal, conselheiro regional, deputado, senador, ministro e primeiro-ministro. Ou seja, ou por todas as etapas , numa carreira política que começou em 1970. Era o mais promissor candidato à presidência desde que foi eleito nas primárias da direita, mas a sua campanha foi ensombrada pelo presumível emprego fictício da mulher como assistente parlamentar e o candidato viu-se mesmo ser constituído arguído durante a campanha.

O programa

Disposto a não de deixar abater pelos casos judiciais, Fillon apresentou um programa de rutura, com medidas bastante liberais, como: a agem da reforma para os 65 anos; o fim das 35 horas de trabalho semanal; a reforma da lei laboral e das bases da segurança social e a supressão de 500 mil empregos na função pública.

Marine Le Pen: Front National (FN)

A candidata

É a segunda vez que Marine Le Pen, presidente do FN e filha do fundador do partido, Jean Marie Le Pen apresenta a candidatura à eleição presidencial em França. Em 2012 obteve 17,9% dos votos na primeira volta e, desta vez, todas as sondagens lhe dão a vitória na primeira volta com uma percentagem de votos a rondar os 25%.
Marine Le Pen, que foi advogada em Paris, começou a carreira política no partido durante os anos 90 e ascendeu à liderança em 2011. Foi deputada europeia até 2014 e está em litígio com o Parlamento Europeu por causa dos alegados empregos fictícios dos assessores do Front National pagos pelo parlamento.

O programa

O programa do FN não tem evoluído muito nos últimos anos, mas a liderança de Marine tem feito pequenos ajustamentos para ir ao encontro deste ou daquele eleitorado, como os reformados, por exemplo.
As medidas emblemáticas do FN são: a saída do euro; a renegociação dos tratados europeus ou o referendo sobre a permanência da França na União Europeia; medidas de protecionismo das empresas sas; criação de uma taxa de 3% sobre os produtos importados; encerramento das fronteiras à imigração; uma profunda reforma constitucional com a redução para cerca de metade do número de senadores e deputados.

Benoit Hammon: Parti Socialiste (PS)

candidato

Aos quase 50 anos, o candidato dos socialistas a esta eleição é, também ele, uma das supresas das primárias. Foi só em janeiro que o dissidente do governo de François Hollande se impôs na escolha dos militantes contra o seu anterior primeiro-ministro, Manuel Valls.
Hamon foi ministro delegado para a Economia Solidária e Social – entre 2012 e 2014 – e depois entre abril e agosto de 2014, ministro da Educação. O seu posicionamento na ala esquerda do PS é reivindicado pelo candidato desde a juventude.

O programa

A sua campanha está marcada pela proposta do Rendimento Universal de Existência, embora as modalidades dessa medida tenham evoluído ao longo da campanha. Para além disso, o candidato defende ideias como: um vasto programa de investimento ecológico ao nível europeu; a mutualização uma parte das dívidas soberanas europeias; criação de um salário mínimo garantido ao nível europeu, harmonização fiscal na União Europeia; exclusão das despesas de defesa dos cálculos do défice…

Emmanuel Macron: Movimento “En Marche”

O candidato

É o mais novo dos candidatos e também o mais difícil de definir politicamente. «Nem de esquerda, nem de direita», diz de si mesmo o candidato que nunca concorreu a nenhuma eleição e que, num ápice, se transformou num dos favoritos deste escrutínio. Formado na Escola Nacional de istração, a famosa ENA, Emmanuel Macron começou a carreira profissional como inspetor adjunto das finanças, depois ou a relator da comissão Jacques Attali destinada a relançar o crescimento económico e, logo a seguir, integrou o banco Rothschild, onde rapidamente ou a sócio-gerente. Em 2012, Macron voltou ao serviço público, ao ser nomeado secretário-geral adjunto do palácio do Eliseu – a presidência da républica -, antes de integrar o governo como ministro da Economia, onde o seu nome ficou associado ao projeto de lei sobre o crescimento, a atividade e a igualdade de oportunidades económicas. Ainda como ministro, lançou o movimento “Em Marcha” e demitiu-se do governo a 30 de agosto de 2016, pouco antes de anunciar a sua candidatura eleitoral.

O programa

Aos 39 anos, o homem que se arrisca a ser o mais jovem presidente francês da quinta républica, propõe, entre outras, as seguintes medidas: supressão de 120 mil empregos na função pública, mas criação de mais 4 a 5 mil lugares de professores; uma reforma institucional com regras de moralização da vida pública e fim dos conflitos de interesses; aumento dos efetivos na polícia e criação de mais lugares nas prisões; criação de uma força de cinco mil elementos de guarda fronteiriça europeia; criação de um sistema universal para as reformas e para o desemprego – pondo fim aos privilégios da função pública e de alguns sistemas setoriais -; baixar os impostos para as empresas e fazer da igualdade de géneros uma causa nacional.

Jean-Luc Mélenchon: “La Insoumise”

O candidato

É a segunda vez que Jean-Luc Mélenchon tenta fazer ouvir a voz de uma outra esquerda na campanha da eleição presidencial. Aos quase 67 anos, Mélenchon ganhou a estatura e a serenidade para defender como ninguém as suas ideias. Tem-se revelado o melhor orador de todos os candidatos e está a criar a surpresa nas sondagens, podendo fazer um bom resultado na primeira volta, embora pareça pouco provável que atinja a segunda volta. Mélenchon é um dissidente socialista, tendo desempenhado vários cargos políticos: conselheiro geral em dois mandatos, senador em dois mandatos e ministro delegado para o Ensino Profissional no governo de Lionel Jospin. Após a eleição presidencial de 2002, funda o “Novo Mundo”, uma corrente política à esquerda do Partido Socialista e a seguir faz campanha pelo “Não” no referendo de 2005 sobre o tratado de constituição europeia. Profundamente crítico da deriva liberal do PS e de François Hollande, abandona o partido em 2008 e funda o Parti de Gauche (Partido de Esquerda). Em 2012 candidata-se pela primeira vez à eleição presidencial sob as cores do Front de Gauche (Frente de Esquerda) e alcança um honroso quarto lugar com 11,10% dos votos.

O programa

Nesta corrida, em 2017, o candidato promete fazer melhor e, tanto quanto se pode confiar nas sondagens, poderá consegui-lo. A campanha de Mélenchon está com uma dinâmica que nada nem ninguém pode ignorar e muito menos os restantes candidatos. O candidato da “França Insubmissa” apresenta, entre outras, as seguintes propostas: uma nova constituição, uma nova república (a sexta) – uma assembleia constituinte para reescrever a constituição que será submetida a referendo; reforma aos 60 anos; direito de voto aos residentes estrangeiros; interdição de despedimentos nas empresas cotadas em bolsa; criação de um rendimento máximo autorizado; impostos sobre as transações financeiras; saída da NATO; renegociação dos tratados europeus sob o lema: “Ou mudamos a Europa ou a deixamos”.

Os restantes candidatos

Mas nem só estes cinco estão na corrida para o Palácio do Eliseu. No total são 11 candidatos. Dos outros seis, vários dos quais são repetentes, esperam-se resultados até ao máximo de 5% de votos:

Nathalie Arthaud: Lutte Ovrière (LO)

A candidata da Luta Operária tem 47 anos, reivindica-se comunista, é professora de economia e pretende com a sua campanha “fazer ouvir a voz dos trabalhadores, dos desempregados, dos explorados e defender os seus interesses, por oposição ao patronato e aos acionistas que ganham milhões de milhões”. Em 2012, obteve 0,56% dos votos. ### Jacques Cheminade: “Solidarité et Progrés”

O candidato do slogan “Solidariedade e Progresso” tem 75 anos e apresenta uma candidatura anti-sistema, influenciada pelo político americano Lyndon LaRouche – catalogado de extrema-direita, com uma visão complotista, homofóbica e climatocética. Cheminade defende a saída da União Europeia, da NATO e da zona euro. Sonha também com colonizar a Lua para fazer a partir daí a exploração do planeta Marte. Poucos acreditavam que conseguisse as 500 s de eleitos para validar a candidatura. É a sétima vez que Cheminade tenta a eleição presidencial e é a terceira vez que consegue candidatar-se. Em 2012 obteve 0,12% dos votos. ### François Asselinou: Union Populaire Républicaine”

Que o candidato da União Popular Republicana tenha conseguido validar a candidatura foi a grande surpresa do início da campanha. Fançois Asselinou tem 59 anos, é um enarca, formado na Escola Nacional da istração e colaborou em diversos gabinetes ministeriais durante os anos 90. O seu programa resume-se em seis letras. Asselinou é o homem do “Frexit”. A sua única medida é a saída da França da União Europeia. ### Nicolas Dupont-Aignant: “Debut la !”

Dupont-Aignant é um dissidente dos Republicanos, do tempo em que o partido ainda era conhecido por UMP e liderado por um certo Nicolas Sarkozy. Foi em 2007, com o anúncio da candidatura de Sarkozy que Nicolas bateu com a porta e fundou uma formação política denominada Debout la République, que viria a transformar-se, em 2014, em “Debout la !” No essencial o candidato propõe novos tratados para fundar uma “Europa das nações e dos projetos”, na qual o primado das decisões seja dos estados. Aos 57 anos, Nicolas Dupont-Aignant, que colaborou em diversos governos da direita e do centro e que tenta traçar um caminho entre François Fillon e Marine Le Pen, candidata-se pela segunda vez à eleição presidencial. Em 2012 obteve 1,79% dos votos. ### Jean Lassale: “Résistons!”

Sob um slogan que apela à resistência, o ex-companheiro de percurso de François Bayrou no MODEM conseguiu o aporte para a sua primeira candidatura presidencial. Jean Lassale define-se como “o defensor dos territórios rurais e de uma ecologia humanista”. O percurso político daquele que é conhecido como o “candidato pastor” começou logo aos 21 anos, com a eleição para a autarquia de Lourdios-Ichère, uma pequena aldeia dos Pirinéus-Atlânticos, com 160 habitantes. Depois cumpriu três mandatos de deputado na assembleia nacional. Jean Lassalle ficou conhecido particularmente por uma greve de fome de 39 dias, em protesto contra a deslocalização de uma fábrica da sua região para a bacia do Lacq, a 65 quilómetros; por uma caminhada por toda a França, em 2013 onde efetuou 6.000 quilómetros de marcha para encontrar as populações. No final afirmou: “Nunca pensei que o nível a que as pessoas detestam os políticos fosse tão elevado”.

Philippe Poutuou: Nouveau Parti Anticapitaliste (NPA)

Foi à tangente que o candidato do Partido Anticapitalista conseguiu reunir as 500 s que lhe permitiram participar na segunda eleição presidencial. A campanha não é fácil para este mecânico da Ford e delegado sindical da CGT, mas o seu estilo descontraído e descomplexado tem-lhe grangeado alguma simpatia. Militante da extrema-esquerda, Phillipe Poutou labora o mesmo terreno de Jean-Luc Mélenchon, sem as mesmas ferramentas políticas e a mesma experiência. Entrou na política como militante da Lutte Ouvrière (LO), antes de ar para a Ligue Communiste Révolucionnaire (LCR) que, entretanto se tranformou em NPA.
O candidato defende a agem às 32 horas de trabalho semanal, numa semana de quatro dias e uma semana de 30 horas para os trabalhos mais duros; quer proibir os despedimentos, ar o salário mínimo para 1700 euros e aumentar todos os salários em França em 300 euros; quer tornar todos os cuidados de saúde e os medicamentos gratuítos; contesta o estado da Europa mas não é anti-europeísta. Defende uma Europa dos trabalhadores e dos povos, com os direitos sociais alinhados em alta para todos os países.
Em 2012, Phillipe Poutou alcançou 1,15% dos votos; desta vez as previsões não são melhores, o que não desmoraliza o candidato que não pretende ser eleito presidente,mas luta por um sistema governativo de democracia participativa.

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