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Com o envolvimento de diversos grupos, os rostos e as causas da guerra civil multiplicaram-se e as atrocidades tamb\u00e9m.Guerra contra o Estado Isl\u00e2micoDois anos ap\u00f3s a instala\u00e7\u00e3o do califado do EIIL (Estado Isl\u00e2mico no Iraque e no Levante) em Mossul, o ex\u00e9rcito iraquiano, com a ajuda dos peshmergas curdos, das mil\u00edcias xiitas e o apoio a\u00e9reo da comunidade internacional, avan\u00e7aram finalmente para a reconquista da cidade, capital do curdist\u00e3o iraquiano. A batalha continua. A ofensiva est\u00e1 lan\u00e7ada tamb\u00e9m na S\u00edria para reconquistar das m\u00e3os do EI a cidade de Raqqa, quartel general do califado naquele pa\u00eds.Guerra no I\u00e9menO I\u00e9men, um dos pa\u00edses mais pobres do mundo, n\u00e3o foi poupado em 2016. Vive desde 2015 numa guerra civil devastadora. Uma luta sem tr\u00e8guas entre as for\u00e7as leais ao governo internacionalmente reconhecido do presidente Abdrabbuh Mansour Hadi e o movimento rebelde dos Hutis. Cerca de 7 mil pessoas foram j\u00e1 mortas e mais de 35 mil feridas, a maioria em ataques a\u00e9reos levados a cabo por uma coliga\u00e7\u00e3o internacional dirigida pela Ar\u00e1bia Saudita. O conflito est\u00e1 a provocar uma cat\u00e1strofe humanit\u00e1ria com 80% da popula\u00e7\u00e3o a precisar de ajuda para sobreviver.Processo de Paz na Col\u00f4mbiaQuando tudo parecia encaminhado e o mundo saudava o acordo de paz alcan\u00e7ado entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e as FARC \u2013 For\u00e7as Armadas Revolucion\u00e1rias da Col\u00f4mbia -, os colombianos rejeitaram o acordo em referendo. A diferen\u00e7a entre o \u00ab sim \u00bb e o \u00ab n\u00e3o \u00bb foi de apenas 60 mil votos, o suficiente para fazer entender a Bogot\u00e1 e ao mundo que muitos colombianos n\u00e3o est\u00e3o dispostos a enterrar assim cinco d\u00e9cadas de conflito e tudo o que ele significou para milhares de fam\u00edlias. Resta a esperan\u00e7a de que, como prometeu Santos, o governo continue a negociar para alcan\u00e7ar uma sa\u00edda e que as FARC continuem dispostas a n\u00e3o pegarem de novo em armas, como prometeu Timoshenko, o comadante rebelde. \u2013 O acordo valeu a Juan Manuel Santos o Pr\u00e9mio Nobel da Paz.Ataques terroristas2016 foi um dos anos de maior terror da \u00faltima d\u00e9cada. Dezenas de atentados por todo o mundo. S\u00f3 na Turquia ocorreram 18, com mais de uma centena de mortos. As cidades mais atingidas foram Ancara e Istambul.B\u00e9lgicaO terrorismo atacou o cora\u00e7\u00e3o da Europa : A 22 de mar\u00e7o, a B\u00e9lgica desperta para o pesadelo. Dois ataques sucessivos: um no aeroporto internacional de Bruxelas \u2013 Zavantem ; outro na est\u00e7\u00e3o de metro de Maelbeek, no bairro das institui\u00e7\u00f5es europeias : 35 pessoas mortas, quase 360 feridas. Um ataque em nome do Daesh.Fran\u00e7aEm Nice, no dia da festa nacional sa, 86 pessoas perderam a vida quando Mohamed Laouhaiej Bouhlel, um tunisino de 31 anos, avan\u00e7ou com um cami\u00e3o sobre a multid\u00e3o que celebrava o 14 de Julho, no eio do Ingleses. Um ataque em nome do Daesh.Em Mar\u00e7o, Salah Abdeslam, o \u00fanico sobrevivente do comando dos atentados de Paris, que se encontrava em fuga, foi detido no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, juntamente com quatro outros indiv\u00edduos. Em Abril foi extraditado para Fran\u00e7a e aguarda julgamento.AlemanhaA Alemanha tamb\u00e9m n\u00e3o escapou imune : O m\u00eas de julho ficou marcado por ataques sucessivos. Em Munique um jovem de 18 anos matou a tiro 9 jovens num centro comercial e deixou feridas mais 35 pessoas ; num comboio, pr\u00f3ximo da cidade de Wuzburg, um refugiado afeg\u00e3o feriu \u00e0 machadada cinco pessoas ; na cidade de Ansbach, na Baviera, um refugiado s\u00edrio fez explodir uma mochila pr\u00f3ximo da entrada de um recinto onde decorria um festival de m\u00fasica, tendo ferido pelo menos 12 pessoas. J\u00e1 mesmo no final do ano, no dia 19 de dezembro, um cami\u00e3o irrompeu num mercado de Natal, na parte ocidental de Berlim, matando 12 pessoas e deixando feridas mais de 50. Um ato em tudo semelhante ao do eio dos Ingleses em Nice, cinco meses antes.EUANos Estados Unidos, no dia 12 de junho, um norte-americano, filho de pais afeg\u00e3os, entrou a disparar na discoteca frequentada po homossexuais, Pulse, em Orlando, na Fl\u00f3rida, fazendo 50 mortos e 53 feridos. Outro ataque em nome do Daesh.Acidentes e cat\u00e1strofes No dia 29 de novembro, o avi\u00e3o que transportava a equipa de futebol do clube brasileiro Chapecoense despenhou-se na Col\u00f4mbia a cerca de 30 quil\u00f3metros de Medellin. 71 pessoas perderam a vida, entre as quais v\u00e1rios jogadores.No dia 19 de mar\u00e7o, um boeing 737, proveniente do Dubai, despenhou-se ao aterrar no aeroporto de Rostov-do-Don, na R\u00fassia, matando 61 pessoas.No dia 9 de fevereiro, a colis\u00e3o de dois comboios, no estado da Baviera, na Alemanha, provoca a morte a uma dezena de pessoas e deixa uma centena e meia feridas.A It\u00e1lia foi, em 2016, particularmente atingida por tremores de terra. No dia 24 de agosto, a vila de Amatrice praticamente desapareceu. O sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter matou 299 pessoas e deixou centenas sem casa.Em outubro, o centro de It\u00e1lia voltou a sofrer dois fortes abalos terrestres. Os terramotos n\u00e3o provocaram v\u00edtimas, mas in\u00fameras casas e edif\u00edcios ficaram em ru\u00ednas.No Equador a terra tamb\u00e9m tremeu violentamente no dia 16 de abril. O sismo atingiu a magnitude 7,8 na escala de Richter, tendo matando 673 pessoas.A Nova Zel\u00e2ndia voltou a ser atingida por dois fortes sismos, em Novembro, um de magnitude 7,8 na escala de Richter, outro de 6,3. Os sismos deixaram apenas duas v\u00edtimas mortais, mas provocaram danos muito elevados nas infraestruturas da ilha.No total, o planeta sofreu 33 sismos de forte intensidade em 2016, dos quais resultou um balan\u00e7o de 1331 mortos.Acontecimentos pol\u00edticosAo n\u00edvel pol\u00edtico, 2016 foi o ano de todos os \u00ab impens\u00e1veis \u00bb :Dilma Rousseff foi destitu\u00edda e substitu\u00edda na presid\u00eancia por Michel Temer;os brit\u00e2nicos escolheram, em referendo sair da Uni\u00e3o Europeia, um referendo que ficou marcado pelo assassinato da deputada trabalhista, Jo Cox ;Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos ;os filipinos elegeram Rodrigo Duterte como presidente e,em Fran\u00e7a, Fran\u00e7ois Hollande, empurrado por um recorde de impopularidade, desiste da corrida eleitoral ao segundo mandato. Um facto in\u00e9dito na V Rep\u00fablica. Ant\u00f3nio Guterres foi eleito, por unanimidade, secret\u00e1rio-geral das Na\u00e7\u00f5es Unidas.Em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito, \u00e0 primeira volta, Presidente da Rep\u00fablica.A Espanha conseguiu finalmente, em outubro, formar um governo liderado por Mariano Rajoy, ap\u00f3s dez meses de crise pol\u00edtica e de tentativas frustradas, na sequ\u00eancia da elei\u00e7\u00e3o legislativa de dezembro de 2015. O ano de 2016, como os dois anteriores, ficou marcado pela crise dos refugiados. O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) calcula em quase 66 milh\u00f5es o n\u00famero dos que tiveram que fugir de conflitos ou cat\u00e1strofes. A S\u00edria lidera o ranking com cerca de cinco milh\u00f5es de refugiados.Na \u00e1rea da sa\u00fade, o v\u00edrus o zika propagou-se endemicamente no continente sul-americano levando a OMS a lan\u00e7ar um alerta internacional e a gripe avi\u00e1ria regressou \u00e0 Europa.DesportoAo n\u00edvel desportivo, o ano ficou marcado por dois grandes acontecimentos internacionais.Os Jogos Ol\u00edmpicos do Rio, \u2013 de onde os Estados Unidos sairam largamente vencedores, com 121 medalhas, seguidos do reino Unido com 67 \u2013 e os Paral\u00edmpicos, onde a China arrecadou 239 medalhas e a Gr\u00e3-Bretanha 147 ;O Campeonato Europeu de Futebol, no qual Portugal se sagrou, pela primeira vez, Campe\u00e3o da Europa, na final contra a Fran\u00e7a. Foi a 10 de julho, no Stade de , em Paris.Os desaparecidosTanto no plano internacional como nacional, 2016 assistiu ao desaparecimento de in\u00fameras figuras de destaque no \u00e2mbito pol\u00edtico, cultural e desportivo :David Bowie \u2013 O primeiro grande nome da m\u00fasica desaparecido este ano. Bowie morreu aos 69 anos, no dia 10 de janeiro, v\u00edtima de c\u00e2ncro.Prince \u2013 O lend\u00e1rio m\u00fasico e cantor americano morreu no dia 21 de abril, aos 57 anos. Foi encontrado inanimado no elevador de o ao est\u00fadio onde gravava, em Paysley Park, no Minnesota. Ter\u00e1 sido v\u00edtima de overdose.Muhamad Ali \u2013 O mundo do boxe perdeu \u00ab o maior \u00bb. Muhammad Ali faleceu, no dia 3 de junho, aos 74 anos, ap\u00f3s um \u00faltimo longo combate contra a doen\u00e7a de parkinson.Umberto Eco \u2013 Escritor, fil\u00f3sofo, semi\u00f3logo e lingu\u00edsta italiano, autor de v\u00e1rias obras de ensaio e romance, como \u00ab O Nome da Rosa \u00bb e \u00ab O P\u00eandulo de Foucault \u00bb faleceu no dia 19 de fevereiro, aos 84 anos.George Martin \u2013 O produtor brit\u00e2nico, conhecido como o quinto Beatle, faleceu aos 90 anos, no dia 8 mar\u00e7o.Nicolau Breyner \u2013 O ator portugu\u00eas faleceu no dia 14 de mar\u00e7o, aos 75 anos, v\u00edtima de ataque card\u00edaco.Alan Rickman \u2013 O ator brit\u00e2nico morreu aos 69 anos, v\u00edtima de cancro do p\u00e2ncreas, no dia 14 de janeiro.Ettore Scola \u2013 Um dos mais importantes realizadores italianos morreu no dia 19 de janeiro, aos 84 anos.Ant\u00f3nio Almeida Santos \u2013 Ministro de v\u00e1rios governos, presidente da Assembleia da Rep\u00fablica, dirigente socialista e membro do Conselho de Estado, Almeida Santos faleceu aos 89 anos, no dia 18 de janeiro.George Michael \u2013 O m\u00fasico ingl\u00eas, de ascend\u00eancia cipriota, morreu a 25 de dezembro, com 53 anos. O autor de \u201cLast Christmas\u201d ter\u00e1 morrido durante o sono, v\u00edtima de uma falha card\u00edaca.Dario Fo \u2013 Ator italiano, comediante, cantor, diretor de teatro, encenador, compositor, pintor e ativista pol\u00edtico, morreu a 13 de outubro, aos 90 anos.Leonard Cohen \u2013 \u00cdcone da m\u00fasica pop, morreu no dia 21 de setembro, aos 82 anos. Lutava contra um cancro, mas ter\u00e1 falecido na sequ\u00eancia de uma queda em casa.Carrie Fisher \u2013 Atriz americana, a inesquec\u00edvel princesa Leia da Guerra das Estrelas, faleceu a 27 de dezembro, em Los Angeles, v\u00edtima de uma crise card\u00edaca. Tinha 60 anos. Debbie Reynolds \u2013 Somente algumas horas ap\u00f3s a morte da filha, no dia 28 de dezembro, a m\u00e3e de Carrie Fisher, a atriz Debbie Reynolds, morreu tamb\u00e9m de ataque card\u00edaco. 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O mundo em 2016

O mundo em 2016
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De Maria Barradas
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2016 chega ao fim e como em cada final de ano, o tempo é de balanço. Será este um ano que fica nas História pelas melhores razões ?

Deixamos-lhe uma breve resenha dos acontecimentos mais importantes ao nível mundial :

Conflitos

Síria :
A guerra vai no quinto ano, sem fim à vista. Estima-se que entre 270.000 e 470.000 pessoas já tenham morrido no conflito. Quase metade da população – 11 milhões dos 23 milhões que viviam na Síria em 2011 – teve que abandonar as suas casas. Desses, quase cinco milhões já deixaram o país. O conflito ganhou contornos internacionais este ano, mas vale a pena recordar como tudo começou : Em março de 2011 a Primavera Árabe, movimento popular que derrubou governos autoritários no Médio Oriente e no norte da África, chegou à Síria. Manifestantes saíram para a rua em Deraa, uma cidade a 100 km da capital, Damasco, exigindo a saída de Bashar Al Assad. As forças do regime reprimiram com violência os protestos, mas os conflitos espalharam-se pelas principais cidades sírias.

Centenas de pessoas foram mortas logo nas primeiras semanas de manifestações. Ainda durante o primeiro ano, os protestos transformaram-se em conflito armado entre grupos cívis e paramilitares contra o exército sírio. Com o envolvimento de diversos grupos, os rostos e as causas da guerra civil multiplicaram-se e as atrocidades também.

Guerra contra o Estado Islâmico
Dois anos após a instalação do califado do EIIL (Estado Islâmico no Iraque e no Levante) em Mossul, o exército iraquiano, com a ajuda dos peshmergas curdos, das milícias xiitas e o apoio aéreo da comunidade internacional, avançaram finalmente para a reconquista da cidade, capital do curdistão iraquiano. A batalha continua. A ofensiva está lançada também na Síria para reconquistar das mãos do EI a cidade de Raqqa, quartel general do califado naquele país.

Guerra no Iémen
O Iémen, um dos países mais pobres do mundo, não foi poupado em 2016. Vive desde 2015 numa guerra civil devastadora. Uma luta sem trèguas entre as forças leais ao governo internacionalmente reconhecido do presidente Abdrabbuh Mansour Hadi e o movimento rebelde dos Hutis. Cerca de 7 mil pessoas foram já mortas e mais de 35 mil feridas, a maioria em ataques aéreos levados a cabo por uma coligação internacional dirigida pela Arábia Saudita. O conflito está a provocar uma catástrofe humanitária com 80% da população a precisar de ajuda para sobreviver.

Processo de Paz na Colômbia
Quando tudo parecia encaminhado e o mundo saudava o acordo de paz alcançado entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e as FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia -, os colombianos rejeitaram o acordo em referendo. A diferença entre o « sim » e o « não » foi de apenas 60 mil votos, o suficiente para fazer entender a Bogotá e ao mundo que muitos colombianos não estão dispostos a enterrar assim cinco décadas de conflito e tudo o que ele significou para milhares de famílias. Resta a esperança de que, como prometeu Santos, o governo continue a negociar para alcançar uma saída e que as FARC continuem dispostas a não pegarem de novo em armas, como prometeu Timoshenko, o comadante rebelde. – O acordo valeu a Juan Manuel Santos o Prémio Nobel da Paz.


Ataques terroristas

2016 foi um dos anos de maior terror da última década. Dezenas de atentados por todo o mundo. Só na Turquia ocorreram 18, com mais de uma centena de mortos. As cidades mais atingidas foram Ancara e Istambul.

Bélgica
O terrorismo atacou o coração da Europa : A 22 de março, a Bélgica desperta para o pesadelo. Dois ataques sucessivos: um no aeroporto internacional de Bruxelas – Zavantem ; outro na estção de metro de Maelbeek, no bairro das instituições europeias : 35 pessoas mortas, quase 360 feridas. Um ataque em nome do Daesh.

França
Em Nice, no dia da festa nacional sa, 86 pessoas perderam a vida quando Mohamed Laouhaiej Bouhlel, um tunisino de 31 anos, avançou com um camião sobre a multidão que celebrava o 14 de Julho, no eio do Ingleses. Um ataque em nome do Daesh.

Em Março, Salah Abdeslam, o único sobrevivente do comando dos atentados de Paris, que se encontrava em fuga, foi detido no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, juntamente com quatro outros indivíduos. Em Abril foi extraditado para França e aguarda julgamento.

Alemanha
A Alemanha também não escapou imune : O mês de julho ficou marcado por ataques sucessivos. Em Munique um jovem de 18 anos matou a tiro 9 jovens num centro comercial e deixou feridas mais 35 pessoas ; num comboio, próximo da cidade de Wuzburg, um refugiado afegão feriu à machadada cinco pessoas ; na cidade de Ansbach, na Baviera, um refugiado sírio fez explodir uma mochila próximo da entrada de um recinto onde decorria um festival de música, tendo ferido pelo menos 12 pessoas. Já mesmo no final do ano, no dia 19 de dezembro, um camião irrompeu num mercado de Natal, na parte ocidental de Berlim, matando 12 pessoas e deixando feridas mais de 50. Um ato em tudo semelhante ao do eio dos Ingleses em Nice, cinco meses antes.

EUA
Nos Estados Unidos, no dia 12 de junho, um norte-americano, filho de pais afegãos, entrou a disparar na discoteca frequentada po homossexuais, Pulse, em Orlando, na Flórida, fazendo 50 mortos e 53 feridos. Outro ataque em nome do Daesh.


Acidentes e catástrofes

No dia 29 de novembro, o avião que transportava a equipa de futebol do clube brasileiro Chapecoense despenhou-se na Colômbia a cerca de 30 quilómetros de Medellin. 71 pessoas perderam a vida, entre as quais vários jogadores.

No dia 19 de março, um boeing 737, proveniente do Dubai, despenhou-se ao aterrar no aeroporto de Rostov-do-Don, na Rússia, matando 61 pessoas.

No dia 9 de fevereiro, a colisão de dois comboios, no estado da Baviera, na Alemanha, provoca a morte a uma dezena de pessoas e deixa uma centena e meia feridas.

A Itália foi, em 2016, particularmente atingida por tremores de terra. No dia 24 de agosto, a vila de Amatrice praticamente desapareceu. O sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter matou 299 pessoas e deixou centenas sem casa.

Em outubro, o centro de Itália voltou a sofrer dois fortes abalos terrestres. Os terramotos não provocaram vítimas, mas inúmeras casas e edifícios ficaram em ruínas.

No Equador a terra também tremeu violentamente no dia 16 de abril. O sismo atingiu a magnitude 7,8 na escala de Richter, tendo matando 673 pessoas.

A Nova Zelândia voltou a ser atingida por dois fortes sismos, em Novembro, um de magnitude 7,8 na escala de Richter, outro de 6,3. Os sismos deixaram apenas duas vítimas mortais, mas provocaram danos muito elevados nas infraestruturas da ilha.

No total, o planeta sofreu 33 sismos de forte intensidade em 2016, dos quais resultou um balanço de 1331 mortos.


Acontecimentos políticos

Ao nível político, 2016 foi o ano de todos os « impensáveis » :

  • Dilma Rousseff foi destituída e substituída na presidência por Michel Temer;
  • os britânicos escolheram, em referendo sair da União Europeia, um referendo que ficou marcado pelo assassinato da deputada trabalhista, Jo Cox ;
  • Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos ;
  • os filipinos elegeram Rodrigo Duterte como presidente e,
  • em França, François Hollande, empurrado por um recorde de impopularidade, desiste da corrida eleitoral ao segundo mandato. Um facto inédito na V República.

António Guterres foi eleito, por unanimidade, secretário-geral das Nações Unidas. Em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito, à primeira volta, Presidente da República.

A Espanha conseguiu finalmente, em outubro, formar um governo liderado por Mariano Rajoy, após dez meses de crise política e de tentativas frustradas, na sequência da eleição legislativa de dezembro de 2015.

O ano de 2016, como os dois anteriores, ficou marcado pela crise dos refugiados. O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) calcula em quase 66 milhões o número dos que tiveram que fugir de conflitos ou catástrofes. A Síria lidera o ranking com cerca de cinco milhões de refugiados.

Na área da saúde, o vírus o zika propagou-se endemicamente no continente sul-americano levando a OMS a lançar um alerta internacional e a gripe aviária regressou à Europa.

Desporto

Ao nível desportivo, o ano ficou marcado por dois grandes acontecimentos internacionais.

  1. Os Jogos Olímpicos do Rio, – de onde os Estados Unidos sairam largamente vencedores, com 121 medalhas, seguidos do reino Unido com 67 – e os Paralímpicos, onde a China arrecadou 239 medalhas e a Grã-Bretanha 147 ;

  2. O Campeonato Europeu de Futebol, no qual Portugal se sagrou, pela primeira vez, Campeão da Europa, na final contra a França. Foi a 10 de julho, no Stade de , em Paris.


Os desaparecidos

Tanto no plano internacional como nacional, 2016 assistiu ao desaparecimento de inúmeras figuras de destaque no âmbito político, cultural e desportivo :

David Bowie – O primeiro grande nome da música desaparecido este ano. Bowie morreu aos 69 anos, no dia 10 de janeiro, vítima de câncro.

Prince – O lendário músico e cantor americano morreu no dia 21 de abril, aos 57 anos. Foi encontrado inanimado no elevador de o ao estúdio onde gravava, em Paysley Park, no Minnesota. Terá sido vítima de overdose.

Muhamad Ali – O mundo do boxe perdeu « o maior ». Muhammad Ali faleceu, no dia 3 de junho, aos 74 anos, após um último longo combate contra a doença de parkinson.

Umberto Eco – Escritor, filósofo, semiólogo e linguísta italiano, autor de várias obras de ensaio e romance, como « O Nome da Rosa » e « O Pêndulo de Foucault » faleceu no dia 19 de fevereiro, aos 84 anos.

George Martin – O produtor britânico, conhecido como o quinto Beatle, faleceu aos 90 anos, no dia 8 março.

Nicolau Breyner – O ator português faleceu no dia 14 de março, aos 75 anos, vítima de ataque cardíaco.

Alan Rickman – O ator britânico morreu aos 69 anos, vítima de cancro do pâncreas, no dia 14 de janeiro.

Ettore Scola – Um dos mais importantes realizadores italianos morreu no dia 19 de janeiro, aos 84 anos.

António Almeida Santos – Ministro de vários governos, presidente da Assembleia da República, dirigente socialista e membro do Conselho de Estado, Almeida Santos faleceu aos 89 anos, no dia 18 de janeiro.

George Michael – O músico inglês, de ascendência cipriota, morreu a 25 de dezembro, com 53 anos. O autor de “Last Christmas” terá morrido durante o sono, vítima de uma falha cardíaca.

Dario Fo – Ator italiano, comediante, cantor, diretor de teatro, encenador, compositor, pintor e ativista político, morreu a 13 de outubro, aos 90 anos.

Leonard Cohen – Ícone da música pop, morreu no dia 21 de setembro, aos 82 anos. Lutava contra um cancro, mas terá falecido na sequência de uma queda em casa.

Carrie Fisher – Atriz americana, a inesquecível princesa Leia da Guerra das Estrelas, faleceu a 27 de dezembro, em Los Angeles, vítima de uma crise cardíaca. Tinha 60 anos.

Debbie Reynolds – Somente algumas horas após a morte da filha, no dia 28 de dezembro, a mãe de Carrie Fisher, a atriz Debbie Reynolds, morreu também de ataque cardíaco. Tinha 84 anos.

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