{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2016/10/07/desmond-tutu-reclama-direito-a-suicidio-assistido" }, "headline": "Arcebispo Desmond Tutu reclama direito a suic\u00eddio assistido", "description": "O sul-africano, Nobel da Paz em 1984, mudou de opini\u00e3o sobre a eutan\u00e1sia h\u00e1 dois anos, de forma radical, e agora, no dia em que completa 85 anos, assume: \u0022n\u00e3o desejo ser mantido vivo a qualquer custo.", "articleBody": "No dia em que celebrou 85 anos, o arcebispo Desmond Tutu, uma refer\u00eancia internacional pela luta pelos direitos humanos na \u00c1frica do Sul, expressou um desejo: ter o direito, se quiser, a uma morte medicamente assistida. \u201reparei-me para a minha morte e j\u00e1 deixei claro que n\u00e3o desejo ser mantido vivo a qualquer custo. Espero ser tratado com compaix\u00e3o e que me seja permitido ar \u00e0 pr\u00f3xima fase da viagem desta vida da forma que eu escolher\u201d, l\u00ea-se num artigo de opini\u00e3o de Desmond Tutu, publicado esta sexta-feira pelo jornal norte-americano Washington Post, com o t\u00edtulo \u201essoas \u00e0 beira da morte devem ter o direito de escolher como e quando v\u00e3o deixar a Terra M\u00e3e.\u201d Archbishop Desmond Tutu: When my time comes, I want the option of an assisted deathhttps://t.co/ulGcSNn3bq pic.twitter.com/2BDiPzEsEe\u2014 Washington Post (@washingtonpost) 7 de outubro de 2016 Este artigo surge pouco mais de dois anos ap\u00f3s um outro, no jornal brit\u00e2nico Guardian (12 de julho de 2014), em que o arcebispo revelou uma mudan\u00e7a radical de opini\u00e3o sobre o tema e assumia logo no t\u00edtulo: \u201cuma morte digna \u00e9 um direito nosso \u2014 sou a favor da morte assistida.\u201d Desmond Tutu: a dignified death is our right \u2013 I am in favour of assisted dying http://t.co/vblTqZyjIO commentisfree\u2014 The Guardian (guardian) 13 de julho de 2014 O suic\u00eddio assistido ou eutan\u00e1sia volunt\u00e1ria j\u00e1 \u00e9 poss\u00edvel em algumas partes do mundo, mas na \u00c1frica do Sul \u00e9 ainda proibido. Desmond Tutu espera ajudar a dar \u00e0s pessoas dignidade na hora da morte e isso, assumiu-o pela primeira vez agora, vale tamb\u00e9m para ele. Neste artigo de opini\u00e3o e com a pr\u00f3pria \u201cvida mais pr\u00f3xima do fim do que do princ\u00edpio\u201d, como a descreveu, o arcebispo sul-africano espera \u201cajudar a dar \u00e0s pessoas dignidade na morte\u201d. \u201cTal como argumentei com firmeza pela compaix\u00e3o e justi\u00e7a na vida, acredito quer as pessoas com doen\u00e7as terminais devem ser tratadas com a mesma compaix\u00e3o e justi\u00e7a em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 respetiva morte\u201d, defende agora Desmond Tutu. Desta forma, a luta do arcebispo pela liberdade e os direitos humanos continua, mas agora tamb\u00e9m pela op\u00e7\u00e3o das pessoas escolherem como e quando podem terminar com a pr\u00f3pria vida. 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We really owe so much to so many generous people. pic.twitter.com/qvapHuxyLE\u2014 DesmondTutu Official (@TheDesmondTutu) 7 de outubro de 2016 O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e o \u00faltimo l\u00edder do apartheid, F.W. de Klerk, prestaram-lhe homenagem, por ocasi\u00e3o do 85.\u00b0 anivers\u00e1rio do bispo. Em comunicado, Zuma disse que Tutu \u201ccontribuiu imensamente para a liberdade e o sistema democr\u00e1tico\u201d da \u00c1frica do Sul. \u201cContinua a inspirar a na\u00e7\u00e3o e o mundo ao promover os direitos humanos, a justi\u00e7a e o bem-estar de todos, especialmente dos pobres\u201d, acrescentou o chefe de Estado. De Klerk e a sua funda\u00e7\u00e3o desejaram a Tutu \u201ca melhor sa\u00fade no pr\u00f3ximo ano\u201d e reconheceram \u201co seu valioso papel como pacificador, bem como o seu contributo para a boa vontade entre todos os sul-africanos e para a democracia constitucional da \u00c1frica do Sul\u201d. 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Arcebispo Desmond Tutu reclama direito a suicídio assistido

Arcebispo Desmond Tutu reclama direito a suicídio assistido
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De Francisco Marques com WASHINGTON POST, LUSA
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O sul-africano, Nobel da Paz em 1984, mudou de opinião sobre a eutanásia há dois anos, de forma radical, e agora, no dia em que completa 85 anos, assume: "não desejo ser mantido vivo a qualquer custo.

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No dia em que celebrou 85 anos, o arcebispo Desmond Tutu, uma referência internacional pela luta pelos direitos humanos na África do Sul, expressou um desejo: ter o direito, se quiser, a uma morte medicamente assistida.

“Preparei-me para a minha morte e já deixei claro que não desejo ser mantido vivo a qualquer custo. Espero ser tratado com compaixão e que me seja permitido ar à próxima fase da viagem desta vida da forma que eu escolher”, lê-se num artigo de opinião de Desmond Tutu, publicado esta sexta-feira pelo jornal norte-americano Washington Post, com o título “Pessoas à beira da morte devem ter o direito de escolher como e quando vão deixar a Terra Mãe.”

Archbishop Desmond Tutu: When my time comes, I want the option of an assisted deathhttps://t.co/ulGcSNn3bqpic.twitter.com/2BDiPzEsEe

— Washington Post (@washingtonpost) 7 de outubro de 2016

Este artigo surge pouco mais de dois anos após um outro, no jornal britânico Guardian (12 de julho de 2014), em que o arcebispo revelou uma mudança radical de opinião sobre o tema e assumia logo no título: “uma morte digna é um direito nosso — sou a favor da morte assistida.”

Desmond Tutu: a dignified death is our right – I am in favour of assisted dying http://t.co/vblTqZyjIOcommentisfree</a></p>&mdash; The Guardian (guardian) 13 de julho de 2014

O suicídio assistido ou eutanásia voluntária já é possível em algumas partes do mundo, mas na África do Sul é ainda proibido. Desmond Tutu espera ajudar a dar às pessoas dignidade na hora da morte e isso, assumiu-o pela primeira vez agora, vale também para ele.

Neste artigo de opinião e com a própria “vida mais próxima do fim do que do princípio”, como a descreveu, o arcebispo sul-africano espera “ajudar a dar às pessoas dignidade na morte”.

“Tal como argumentei com firmeza pela compaixão e justiça na vida, acredito quer as pessoas com doenças terminais devem ser tratadas com a mesma compaixão e justiça em relação à respetiva morte”, defende agora Desmond Tutu.

Desta forma, a luta do arcebispo pela liberdade e os direitos humanos continua, mas agora também pela opção das pessoas escolherem como e quando podem terminar com a própria vida.

Tutu, a quem chamam carinhosamente “the Arch” (abreviatura de arcebispo), esteve várias vezes hospitalizado desde o ano ado devido a uma infeção persistente, resultante do tratamento para o cancro da próstata que faz há quase 20 anos. Atualmente, movimenta-se com recurso a uma cadeira de rodas.

O dia de aniversário de Desmond Tutu

Esta sexta-feira de manhã, Desmond Tutu presidiu à eucaristia na igreja da sua paróquia na Cidade do Cabo e prestou um comovente tributo à catedral de St. George antes de deitar a cabeça na mesa da comunhão e chorar por uns momentos. Após o serviço religioso, o arcebispo tomou uma chávena de chá com os fiéis. > For 30 years the St George's Cathedral community has played a special role in our lives. We really owe so much to so many generous people. pic.twitter.com/qvapHuxyLE

— DesmondTutu Official (@TheDesmondTutu) 7 de outubro de 2016

O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, e o último líder do apartheid, F.W. de Klerk, prestaram-lhe homenagem, por ocasião do 85.° aniversário do bispo.

Em comunicado, Zuma disse que Tutu “contribuiu imensamente para a liberdade e o sistema democrático” da África do Sul. “Continua a inspirar a nação e o mundo ao promover os direitos humanos, a justiça e o bem-estar de todos, especialmente dos pobres”, acrescentou o chefe de Estado.

De Klerk e a sua fundação desejaram a Tutu “a melhor saúde no próximo ano” e reconheceram “o seu valioso papel como pacificador, bem como o seu contributo para a boa vontade entre todos os sul-africanos e para a democracia constitucional da África do Sul”.

Thank you so much for all your birthday wishes today. We were thrilled to attend a beautiful morning service at St George's Cathedral. #lovepic.twitter.com/ZnCxhcWesB

— DesmondTutu Official (@TheDesmondTutu) 7 de outubro de 2016

Ordenado sacerdote aos 30 anos e nomeado arcebispo em 1986, Desmond Tutu foi o primeiro arcebispo anglicano negro da Cidade do Cabo. Usou a sua posição para defender a adoção de sanções internacionais contra o poder da minoria branca na África do Sul e, mais tarde, para lutar por direitos, de forma global.

Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1984.

Países onde o suicídio assistido já é legal

A página de internet intitulada suicício assistido apresenta uma lista atualizada em outubro do ano ado dos locais onde já é permitido recorrer a uma morte com assistência médica para pôr termo à própria vida. A legislação e os limites da prática diferem de sítio para sítio. O primeiro país a permitir a própria morte com assistência médica foi a Suíça, em 1940, e este mantém-se como o único sítio onde este recurso é possível de ser implementado com cidadãos estrangeiros.

Somente meio século depois, em 1994, uma lei similar voltou a ser aprovada noutro ponto do globo: foi no estado do Oregon, nos Estados Unidos. Seguiu-se, três anos depois, a Colômbia.

Já no novo milénio, Holanda e Bélgica, em 2002, adotaram legislação que permite a eutanásia com assistência médica. Seis anos depois, outro estado norte-americano juntou-se à lista, Washington. Em 2009, foi a vez do Luxemburgo e, em 2014, o Quebec, no Canadá, país onde legislação a nível nacional teve este ano importantes desenvolvimentos.

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