{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2016/09/20/rd-congo-o-que-esta-em-causa-o-ataque-as-sedes-da-oposicao-e-um-ultimato" }, "headline": "RD Congo: O que est\u00e1 em causa, o ataque \u00e0s sedes da oposi\u00e7\u00e3o e um ultimato", "description": "Segundo dia de viol\u00eancia ap\u00f3s um protesto na segunda-feira contra a n\u00e3o marca\u00e7\u00e3o de elei\u00e7\u00f5es presidenciais e \u00e0 eventual inconstitucional perman\u00eancia no poder de Joseph Kabila.", "articleBody": "A viol\u00eancia e o derrame de sangue continuam a manchar a atualidade na Rep\u00fablica Democr\u00e1tica do congo, onde esta ter\u00e7a-feira, em Kinshasa, as sedes de partidos da oposi\u00e7\u00e3o ao Presidente Joseph Kabila foram incendiadas ainda de madrugada. Ao segundo dia de viol\u00eancia no pa\u00eds, o controverso de balan\u00e7o de mortos continua a agravar-se. 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Pela rede social Twitter, o jornal digital The Voice of Congo deu eco inclusive da morte de uma rapariga de oito anos, atingida a tiro. #RDC, #Kinshasa : Une Fille de 8 ans morte atteinte par balles a Yolo, ce mardi 20 Septembre 2016 . #DRC pic.twitter.com/zR22iQ6LJP\u2014 The Voice Of Congo (@VoiceOfCongo) 20 de setembro de 2016 Uma mulher de 40 anos relatou que o seu marido estava no local quando homens armados, n\u00e3o identificados, atacaram o edif\u00edcio, que ainda estava a arder intensamente quando chegaram os jornalistas. \u201cAcabo de p\u00f4r o corpo do meu marido na morgue. Morreu nos confrontos\u201d, disse a mulher \u00e0 AFP. #RDC, #Kinshasa: La Police contre la Population: Tirs et Gaz lacrymog\u00e8ne, Mardi 20 Septembre. 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O deputado nacional Emery Okundji, tamb\u00e9m presidente da rede de parlamentares para os direitos do homem, reportou pelo Twitter o ataque \u00e0 sede do FONUS pouco antes das 05h da manh\u00e3 locais (mesma hora em Lisboa). Pouco depois, reportou tambem o inc\u00eandio na sede do UDPS e o regresso de homens armados, desta vez \u201cmais de 60\u201d, \u00e0 sede do FONUS, \u201ccom general Kanyama \u00e0 cabe\u00e7a para amplificar o inc\u00eandio.\u201d A 4h44 du matin,les hommes arm\u00e9s (16 au total)viennent de br\u00fbler le Si\u00e8ge des Fonus situ\u00e9 sur 130 av.de l'enseignement,commune de Kasa-Vubu.\u2014 Emery Okundji (@EmeryOkundji) 20 de setembro de 2016 (\u201c\u00c0s 04h44 da manh\u00e3, homens armados (16 no total) vieram p\u00f4r fogo \u00e0 sede do FONUS na avenida do Ensino, comuna de Kasa-Vubu.) Segunda-feira sangrentaO ataque \u00e0s sedes dos partidos da oposi\u00e7\u00e3o ao presidente Joseph Kabila aconteceu ap\u00f3s um protesto, na segunda-feira, ter degenerado em tr\u00e1gicos confrontos entre manifestantes e for\u00e7as da ordem. O balan\u00e7o oficial de v\u00edtimas emitido pelo governo falava em 17 mortos, incluindo tr\u00eas pol\u00edcias. Por outro lado, os grupos da oposi\u00e7\u00e3o estimavam mais de 50 mortos. J\u00e1 esta ter\u00e7a-feira, Ida Sawyer, da Organiza\u00e7\u00e3o N\u00e3o-Governamental Human Rights Watch (HRW), revelou pelo Twitter que, \u201cno total, a HRW recebeu relat\u00f3rios cred\u00edveis\u201d indicando \u201c37 civis mortos pelas for\u00e7as de seguran\u00e7a desde ontem (segunda-feira)\u201d, acrescentando tamb\u00e9m a morte de \u201cseis pol\u00edcias\u201d e de um membro do Partido do Povo para a Reconstru\u00e7\u00e3o e a Democracia (PPRD), o partido do governo. #RDC: Au total,hrw a re\u00e7u rapports cr\u00e9dibles de 37 civils tu\u00e9s par forces de s\u00e9curit\u00e9 depuis hier; 6 policiers+1 PPRD tu\u00e9s par manifestants— Ida Sawyer (ida_sawyer) 20 de setembro de 2016 A oposi\u00e7\u00e3o, unida numa alian\u00e7a intitulada \u201cRassemblement\u201d (Reuni\u00e3o), esperava que na segunda-feira tivesse sido anunciada a data das elei\u00e7\u00f5es presidenciais, mas tal n\u00e3o se verificou. Ap\u00f3s uma reuni\u00e3o, \u00e0 noite foi emitido um comunicado a protestar \u201ccontra a n\u00e3o marca\u00e7\u00e3o das elei\u00e7\u00f5es presidenciais neste data de 19 de setembro e a sinaliza\u00e7\u00e3o a Joseph Kabila do in\u00edcio do pr\u00e9-aviso de 90 dias para o fim definitivo do seu segundo e \u00faltimo mandato\u201d. Le Rassemblement des Forces Politiques et Sociales Acquises au Changement appelle \u00e0 la poursuite de la mobilisation .yebela pic.twitter.com/lA58DwZpPK\u2014 fonus (@FONUSRDC) 19 de setembro de 2016 O \u201cRassemblement\u201d apelou a uma \u201cmobiliza\u00e7\u00e3o massiva dos congoleses atrav\u00e9s de uma forte determina\u00e7\u00e3o para enfrentar a intimida\u00e7\u00e3o e a viol\u00eancia da m\u00e1quina repressiva do poder\u201d. 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O artigo 70 da Constitui\u00e7\u00e3o da RD do Congo estipula que \u201co Presidente da Rep\u00fablica e eleito por sufr\u00e1gio universal direto para um mandato de cinco anos apenas renov\u00e1vel uma vez\u201d. \u201cNo fim do seu mandato, o Presidente da Rep\u00fablica mant\u00e9m-se em fun\u00e7\u00f5es apenas at\u00e9 \u00e0 instala\u00e7\u00e3o efetiva do novo Presidente eleito\u201d.No artigo 73 l\u00ea-se que \u201co escrut\u00ednio para a elei\u00e7\u00e3o do Presidente da Rep\u00fablica \u00e9 convocado pela Comiss\u00e3o eleitoral nacional independente noventa dias antes da expira\u00e7\u00e3o do mandato do Presidente em exerc\u00edcio.\u201dO artigo 75 acrescenta que o presidente do Senado assegura de forma interina a chefia do Estado \u201cem caso de vazio devido a morte, de demiss\u00e3o ou por qualquer outra coisa de impedimento definitivo\u201d, o que leva o ministro para o Parlamento a concluir que, no caso atual, o \u201cvazio de poder ser\u00e1 imposs\u00edvel.\u201dA oposi\u00e7\u00e3o, por outro lado, defende que, ao manter-se no poder para l\u00e1 do fim do mandato, Joseph Kabila incorre em \u201calta trai\u00e7\u00e3o\u201d se insistir em contrariar a proibi\u00e7\u00e3o constitucional de se manter no poder para l\u00e1 dos dois mandatos permitidos e amea\u00e7a o ainda Presidente com o artigo 64 da Constitui\u00e7\u00e3o, no qual \u201ctodos os congoleses t\u00eam o dever de impedir qualquer indiv\u00edduo ou grupo de indiv\u00edduos que tomaram o poder pela for\u00e7a ou que violem o disposto na presente Constitui\u00e7\u00e3o.\u201d\u201cTodas as tentativas de revers\u00e3o do regime constitucional resulta num crime imprescrit\u00edvel contra a na\u00e7\u00e3o e o Estado e ser\u00e1 punido de acordo com a lei\u201d, especifica a lei fundamental. 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RD Congo: O que está em causa, o ataque às sedes da oposição e um ultimato

RD Congo: O que está em causa, o ataque às sedes da oposição e um ultimato
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De Francisco Marques com Lusa, AFP, Voice of congo
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Segundo dia de violência após um protesto na segunda-feira contra a não marcação de eleições presidenciais e à eventual inconstitucional permanência no poder de Joseph Kabila.

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A violência e o derrame de sangue continuam a manchar a atualidade na República Democrática do congo, onde esta terça-feira, em Kinshasa, as sedes de partidos da oposição ao Presidente Joseph Kabila foram incendiadas ainda de madrugada.

Ao segundo dia de violência no país, o controverso de balanço de mortos continua a agravar-se. Pelo menos mais cinco pessoas perderam a vida.

#RDC: Les parties de l'Opposition saccagés et incendiés ce matin : UDPS (photo), ECIDE, ATD, CNC, MLP, FONUS sont les cinq partis visés.#DRCpic.twitter.com/9bUtBkthN6

— The Voice Of Congo (@VoiceOfCongo) 20 de setembro de 2016

Na sede da União para a Democracia e Progresso Social (UDPS) foram encontrados pelo menos dois cadáveres carbonizados. De acordo com relatos recolhidos pela Agência Press, pelo menos outras duas pessoas teriam sido queimadas viva e uma outra teria sido ferida.

Pela rede social Twitter, o jornal digital The Voice of Congo deu eco inclusive da morte de uma rapariga de oito anos, atingida a tiro.

#RDC, #Kinshasa : Une Fille de 8 ans morte atteinte par balles a Yolo, ce mardi 20 Septembre 2016 . #DRCpic.twitter.com/zR22iQ6LJP

— The Voice Of Congo (@VoiceOfCongo) 20 de setembro de 2016

Uma mulher de 40 anos relatou que o seu marido estava no local quando homens armados, não identificados, atacaram o edifício, que ainda estava a arder intensamente quando chegaram os jornalistas. “Acabo de pôr o corpo do meu marido na morgue. Morreu nos confrontos”, disse a mulher à AFP.

#RDC, #Kinshasa: La Police contre la Population: Tirs et Gaz lacrymogène, Mardi 20 Septembre. VIDÉO-> https://t.co/GceeuhQKuZ#DRCpic.twitter.com/FlaY5IBlHd

— The Voice Of Congo (@VoiceOfCongo) 20 de setembro de 2016

O secretário nacional do UDPS, Felix Tshesekedi, acusou comandos às ordens do regime de Kabila do ataque às sedes da oposição. “Não vamos continuar a viver lado a lado com estes selvagens. O povo está farto e quer pôr um fim a esta ditadura”, garante o filho de Ethienne Tshesekedi, o fundador e líder do UDPS e uma das maiores individualidades na oposição a Kabila.

Um residente no mesmo bairro das sedes do FONUS e do MLP, outros partifdos da oposição ao regime, diz que “este tipo de comportamento é de facto triste e chocante”. “Polícia, militares e política, quando se misturam nunca é bom. É muito desapontante”, refere este congolês identificado como Tresor.

O deputado nacional Emery Okundji, também presidente da rede de parlamentares para os direitos do homem, reportou pelo Twitter o ataque à sede do FONUS pouco antes das 05h da manhã locais (mesma hora em Lisboa). Pouco depois, reportou tambem o incêndio na sede do UDPS e o regresso de homens armados, desta vez “mais de 60”, à sede do FONUS, “com general Kanyama à cabeça para amplificar o incêndio.”

A 4h44 du matin,les hommes armés (16 au total)viennent de brûler le Siège des Fonus situé sur 130 av.de l'enseignement,commune de Kasa-Vubu.

— Emery Okundji (@EmeryOkundji) 20 de setembro de 2016

(“Às 04h44 da manhã, homens armados (16 no total) vieram pôr fogo
à sede do FONUS na avenida do Ensino, comuna de Kasa-Vubu.)

Segunda-feira sangrenta

O ataque às sedes dos partidos da oposição ao presidente Joseph Kabila aconteceu após um protesto, na segunda-feira, ter degenerado em trágicos confrontos entre manifestantes e forças da ordem. O balanço oficial de vítimas emitido pelo governo falava em 17 mortos, incluindo três polícias. Por outro lado, os grupos da oposição estimavam mais de 50 mortos. Já esta terça-feira, Ida Sawyer, da Organização Não-Governamental Human Rights Watch (HRW), revelou pelo Twitter que, “no total, a HRW recebeu relatórios credíveis” indicando “37 civis mortos pelas forças de segurança desde ontem (segunda-feira)”, acrescentando também a morte de “seis polícias” e de um membro do Partido do Povo para a Reconstrução e a Democracia (PPRD), o partido do governo.

#RDC: Au total,hrw</a> a reçu rapports crédibles de 37 civils tués par forces de sécurité depuis hier; 6 policiers+1 PPRD tués par manifestants</p>&mdash; Ida Sawyer (ida_sawyer) 20 de setembro de 2016

A oposição, unida numa aliança intitulada “Rassemblement” (Reunião), esperava que na segunda-feira tivesse sido anunciada a data das eleições presidenciais, mas tal não se verificou.

Após uma reunião, à noite foi emitido um comunicado a protestar “contra a não marcação das eleições presidenciais neste data de 19 de setembro e a sinalização a Joseph Kabila do início do pré-aviso de 90 dias para o fim definitivo do seu segundo e último mandato”.

Le Rassemblement des Forces Politiques et Sociales Acquises au Changement appelle à la poursuite de la mobilisation .yebela pic.twitter.com/lA58DwZpPK

— fonus (@FONUSRDC) 19 de setembro de 2016

O “Rassemblement” apelou a uma “mobilização massiva dos congoleses através de uma forte determinação para enfrentar a intimidação e a violência da máquina repressiva do poder”. A aliança da oposição pediu ainda à população para se manter “mobilizada para prevenir que um indivíduo ou grupo de indivíduos não monopolize o poder nem exerça uma violação da Constituição.”

Num género de ultimato, em linha com as recomendações dos Estados Unidos, da França e das Nações Unidas, a oposição exige a marcação de eleições presidenciais antes do fim do mandato de Kabila, fixado a 20 de dezembro.

O que diz a Constituição da RD do Congo sobre a Presidência?

O artigo 70 da Constituição da RD do Congo estipula que “o Presidente da República e eleito por sufrágio universal direto para um mandato de cinco anos apenas renovável uma vez”. “No fim do seu mandato, o Presidente da República mantém-se em funções apenas até à instalação efetiva do novo Presidente eleito”.

No artigo 73 lê-se que “o escrutínio para a eleição do Presidente da República é convocado pela Comissão eleitoral nacional independente noventa dias antes da expiração do mandato do Presidente em exercício.”
O artigo 75 acrescenta que o presidente do Senado assegura de forma interina a chefia do Estado “em caso de vazio devido a morte, de demissão ou por qualquer outra coisa de impedimento definitivo”, o que leva o ministro para o Parlamento a concluir que, no caso atual, o “vazio de poder será impossível.”
A oposição, por outro lado, defende que, ao manter-se no poder para lá do fim do mandato, Joseph Kabila incorre em “alta traição” se insistir em contrariar a proibição constitucional de se manter no poder para lá dos dois mandatos permitidos e ameaça o ainda Presidente com o artigo 64 da Constituição, no qual “todos os congoleses têm o dever de impedir qualquer indivíduo ou grupo de indivíduos que tomaram o poder pela força ou que violem o disposto na presente Constituição.”
“Todas as tentativas de reversão do regime constitucional resulta num crime imprescritível contra a nação e o Estado e será punido de acordo com a lei”, especifica a lei fundamental. Fonte: Constituição da RD Congo de 18 de fevereiro de 2006

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