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Aquecimento global está a matar a Grande Barreira de Coral

Aquecimento global está a matar a Grande Barreira de Coral
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De Francisco Marques com CEERC, Reuters
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O aquecimento global está a matar a Grande Barreira de Coral, na Austrália.

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O aquecimento global está a matar a Grande Barreira de Coral, na Austrália. A subida da temperatura da água está provocar o branqueamento e a deslocação de parte da cobertura do maior ecossistema vivo do mundo, o que já terá levado à morte de cerca de 35 por cento dos corais nas partes norte e central da Grande Barreira de Coral.

Após meses de estudo intensivo com meios aéreos e subaquáticos, os biólogos do ARC Centro de Excelência de Estudos sobre Recife de Coral (CEERC) divulgaram as primeiras estimativas do impacto fatal do aquecimento global nos cerca de 2300 quilómetros de comprimento da maior cordilheira de recife de coral do planeta.

#Bleaching has killed off a 'third of #GreatBarrierReef#coralpic.twitter.com/SV5NqoJXbE

— CoralCoE (@CoralCoE) 30 de maio de 2016

“Descobrimos que cerca de 35 por cento dos corais estão mortos ou a morrer nos 84 recifes que observámos ao longo das secções norte e central da Grande Barreira, entre Townsville e a Papua Nova Guiné”, revelou Terry Highes, diretor do ARC Centro de Excelência de Estudos sobre Recife de Coral, na Universidade James Cook.

Riqueza natural

A Grande Barreira abriga cerca de 400 géneros de coral, 1500 espécies de peixes e 4000 variedades de moluscos. Começou a deteriorar-se na década de 90 devido ao aquecimento da temperatura da água do mar provocado pelo crescente efeito de estufo no planeta. O mesmo fenómeno aumentou os níveis de dióxido de carbono na atmosfera e, por consequência, a acidez da água.

Os corais dependem da produção de oxigénio e compostos orgânicos de algumas algas microscópicas, mas quando são submetidos a stresse ambiental repelem essas algas e perdem pigmentação, num fenómeno conhecido como branqueamento.

O responsável ressalva, contudo, o menor impacto na secção sul da Grande Barreira de Coral: “Alguns recifes estão em muito melhor estado, em especial desde Cairns rumo ao sul, onde em média a mortalidade é estimada apenas nos 5 por cento.” Os investigadores consideram que o impacto a sul foi menor porque a temperatura da água manteve-se naquela região mais próxima das condições normais do verão.

“Esta é a terceira vez, em 18 anos, que a Grande Barreira de Coral é atingida por um branqueamento em massa devido ao aquecimento global, mas este último evento é muito mais radical do que o que alguma vez medimos”, avisa Terry Hughes, reforçando que o planeta está “a ficar sem tempo para reduzir as emissões de gás que provocam o efeito de estufa.”

**[A Grande Barreira de Coral

está a diminuir há 3 décadas – clique aqui e veja como](http://pt-euronews.comunicamaranhao.com/2012/10/03/grande-barreira-de-coral-cada-vez-mais-pequena/)**

O professor John Pandolfi, representante do Cento de Excelência de Estudos sobre Recife de Coral na Universidade de Queensland, considera a atual situação “a pior a que jamais” assistiu. “É uma perda dramática. Perdemos entre 25 a 35 por cento da cobertura na grande barreira de coral nos últimos 30 anos. Este evento, em particular, ocorreu numa única época. É o pior que podia acontecer. Estamos muito preocupados pelo que isto significa para a preservação da grande barreira de coral”, afirmou John Pandolfi.

Os biólogos estimam que a percentagem de coral atingida por este fenómeno poderá subir para perto dos 65 por cento. Nos próximos meses vão acontecer mais visitas à Grande Barreira para completarem uma medição mais completa da perda de corais devido ao branqueamento. A expectativa de recuperação da cobertura de coral é de cerca de 10 anos ou mais, mas os biólogos avisam que vai ser preciso muito mais tempo para a maior e mais velha parte do coral que, entretanto, morreu. “O recife já não é tão resiliente como outrora e está a lutar para resistir a três casos de branqueamento em apenas 18 anos”, lamenta John Pandolfi.

Embora este ecossistema reconhecido como Património Mundial único no mundo seja uma importante fonte de receitas turísticas, avaliada em cerca de 5 mil milhões dólares australianos (3,6 mil milhões de euros), o Departamento Ambiental australiano itiu há dias ter omitido informação necessária para um relatório ambiental das Nações Unidas sobre o impacto das alterações climáticas em locais reconhecidos pela UNESCO como património mundial. Os responsáveis ambientais do governo justificaram a omissão pela eventual “confusão” que podia ser criada e consequente impacto negativo no turismo nacional.

Scientists CoralCoE</a> estimate mass <a href="https://twitter.com/hashtag/bleaching?src=hash">#bleaching</a> has killed on average 35% of <a href="https://twitter.com/hashtag/corals?src=hash">#corals</a> on the northern and central <a href="https://twitter.com/hashtag/GBR?src=hash">#GBR</a> <a href="https://t.co/R22hT1zbks">pic.twitter.com/R22hT1zbks</a></p>&mdash; CoralCoE (CoralCoE) 29 de maio de 2016

A Austrália é um dos principais emissores de gás de carbono para a atmosfera devido à dependência de centrais elétricas baseadas no carvão fóssil. Este recurso energético é um dos principais causadores do chamado efeito de estufa que têm vindo a aumentar a temperatura do planeta.

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