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N\u00e3o precisamos alongar mais uma sess\u00e3o que j\u00e1 ser\u00e1 demorada.\u2014 Antonio Anastasia (@Anastasia) 11 mai 2016 O qu\u00f3rum m\u00ednimo para que o processo seja aprovado era de 41 dos 81 senadores. Pelo menos 2 dos 81 senadores n\u00e3o votaram na sess\u00e3o de abertura do processo de impugna\u00e7\u00e3o da presidente esta quarta-feira, o que reduziu o n\u00famero de votos favor\u00e1veis necess\u00e1rios para o afastamento de Dilma para 40. 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Calheiros disse antes da sess\u00e3o do Plen\u00e1rio que a presidente deveria ser notificada sobre a decis\u00e3o na quinta-feira, caso a abertura do processo de cassa\u00e7\u00e3o de mandato fosse conclu\u00edda pelo Senado. \u201cN\u00e3o vamos repetir o espet\u00e1culo\u201d Os \u00e2nimos estiveram exaltados durante a sess\u00e3o e os discursos foram proferidos no meio do alarido de conversas entre os presentes na assembleia, o que levou o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, a amea\u00e7ar interromper a sess\u00e3o. \u201cN\u00e3o vamos repetir o espet\u00e1culo que tiv\u00e9mos na C\u00e2mara dos Deputados\u201d, disse Calheiros, evocando a conturbada sess\u00e3o de abril na C\u00e2mara dos Deputados durante a qual a impugna\u00e7\u00e3o foi aprovada com uma confort\u00e1vel maioria. Ao abrir a sess\u00e3o, com quase uma hora de atraso, o presidente do Senado pediu serenidade e esp\u00edrito de servi\u00e7o p\u00fablico aos seus colegas. \u201cTentem deixar de lado a motiva\u00e7\u00e3o partid\u00e1ria. A quest\u00e3o que se coloca \u00e9 uma s\u00f3: existem ind\u00edcios de crime de responsabilidade pela presidente da Rep\u00fablica em 2015 que justificque a abertura do processo e o seu afastamento?\u201d, frisou. Calheiros informou que n\u00e3o participaria na vota\u00e7\u00e3o, para salvaguardar a isen\u00e7\u00e3o que o posto de presidente do Senado exige: \u201cO presidente n\u00e3o deve votar em nenhuma circunst\u00e2ncia porque estou lutando para manter independ\u00eancia, isen\u00e7\u00e3o e imparcialidade. Considero que votar seria negar tido isso que eu tentei fazer at\u00e9 agora.\u201d Fernando Collor em \u201cD\u00e9j\u00e0 vu\u201d O senador Fernando Collor (PTC-AL), que em 1992 foi alvo de um processo de impugna\u00e7\u00e3o, disse que alertou Dilma Rousseff para o risco de sofrer um processo e que foi ignorado pelo governo. Pediu agilidade no processo, lembrando que em 1992 aram apenas quatro meses entre a apresenta\u00e7\u00e3o da den\u00fancia e sua decis\u00e3o de renunciar. O ex-presidente da Rep\u00fablica disse que em 1992 foi instado a renunciar e, dois anos depois, foi absolvido de todas as acusa\u00e7\u00f5es. \u201cMesmo assim perdi meu mandato e n\u00e3o recebi qualquer tipo de repara\u00e7\u00e3o.\u201d Sobre Dilma, ressalvou que o maior crime de responsabilidade esteve no desleixo com a pol\u00edtica, na irresponsabilidade com os d\u00e9fices fiscais e na a\u00e7\u00e3o ou omiss\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a decis\u00f5es da justi\u00e7a. \u2018Collor lembra processo de impeachment em 1992 e critica presidencialismo em 'ru\u00ednas' https://t.co/4sZ4qWtbUQ pic.twitter.com/NwEi0R3qQ5\u2014 Senado Federal (SenadoFederal) 12 mai 2016 Ex-ministro de Dilma renega O ex-ministro da Previd\u00eancia do governo de Dilma Rousseff por quatro anos, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), defendeu a abertura do processo de cassa\u00e7\u00e3o de mandoto contra a presidente da Rep\u00fablica. Para Garibaldi Alves, Dilma atentou contra a Constitui\u00e7\u00e3o. \u201cFui ministro do governo da presidente Dilma por quatro anos. Cumpri ali miss\u00e3o partid\u00e1ria, miss\u00e3o que n\u00e3o busquei. E, ao assumir o Minist\u00e9rio, disse logo de sa\u00edda: vou assumir um abacaxi. E esse abacaxi permanece\u201d, disse. Ex-presidente do pr\u00f3prio Senado, Garibaldi lembrou que, em menos de 25 anos, este \u00e9 o segundo processo de impugna\u00e7\u00e3o votado pelo Senado e lamentou que \u201c\u00c9 tempo curto demais para ser posto \u00e0 prova o nosso presidencialismo.\u201d Viol\u00eancia das for\u00e7as policiais A senadora Regina Souza (PT-PI) comentou os confrontos diante do edif\u00edcio do Senado entre manifestantes contra o impeachment e a Pol\u00edcia Militar responsabilizando Michel Temer pela viol\u00eancia das for\u00e7as policiais e defendeu a gest\u00e3o do governo. 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Na pele de Dilma Enquanto os senadores debatiam o prosseguimento da impugna\u00e7\u00e3o de mandato da presidente, os internautas publicaram coment\u00e1rios sobre o que fariam se estivessem na pele de Dilma: o hashtag #SeEuFosseADilma sbuiu ao topo dos assuntos mais citados no Twitter na noite de quarta-feira. #SeEuFosseADilma desceria a rampa assim: pic.twitter.com/Awt11V36aj\u2014 Satan\u00e1s (@SenhorSatanas) 11 mai 2016 #SeEuFosseADilma trocava as senhas wi-fi do planalto, deixava a geladeira vazia, carros sem gasolina e cancelava o netflix\u2014 Falta o zagueiro (@paologoncalves) 11 mai 2016 \u201cVomita\u00e7o\u201d na p\u00e1gina do PMDB Na p\u00e1gina oficial do PMDB no Facebook decorre um \u201cVomita\u00e7o\u201d, uma a\u00e7\u00e3o de protesto contra Michel Temer \u2013 internautas favor\u00e1veis a Dilma protestam publicando emoticons de \u201cv\u00f3mito\u201d contra o que consideram um \u201cgolpe\u201d. A a\u00e7\u00e3o come\u00e7ou na noite de ter\u00e7a-feira na p\u00e1gina oficial do vice-presidente Temer e continuou na quarta-feira na p\u00e1gina do partido. O flagelo \u00e9 dif\u00edcil de controlar pelos moderadores, pois j\u00e1 foram \u201ostados\u201d mais de 30 mil \u201cv\u00f3mitos\u201d desde ter\u00e7a-feira. Lista de oradores 1 \u2013 Ana Am\u00e9lia (PP-RS)2 \u2013 Jos\u00e9 Medeiros (PSD-MT)3 \u2013 Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)4 \u2013 Marta Suplicy (PMDB-SP)5 \u2013 Ata\u00eddes Oliveira (PSDB-TO)6 \u2013 Ronaldo Caiado (DEM-GO)7 \u2013 Zeze Perrella (PTB-MG)8 \u2013 L\u00facia V\u00e2nia (PSB-GO)9 \u2013 Magno Malta (PR-ES)10 \u2013 Ricardo Ferra\u00e7o (PSDB-ES)11 \u2013 Rom\u00e1rio (PSB-RJ)12 \u2013 S\u00e9rgio Petec\u00e3o (PSD-AC)13 \u2013 Telm\u00e1rio Mota (PDT-RR)14 \u2013 D\u00e1rio Berger (PMDB-SC)15 \u2013 Simone Tebet (PMDB-MS)16 \u2013 Cristovam Buarque (PPS-DF)17 \u2013 Angela Portela (PT-RR)18 \u2013 Jos\u00e9 Maranh\u00e3o (PMDB-PB)19 \u2013 Jos\u00e9 Agripino (DEM-RN)20 \u2013 Jorge Viana (PT-AC)21 \u2013 Acir Girgacz (PDT-RO)21 \u2013 F\u00e1tima Bezerra (PT-RN)23 \u2013 Eduardo Amorim (PSC-SE)24 \u2013 A\u00e9cio Neves (PSDB-MG)25 \u2013 Wilder Morais (PP-GO)26 \u2013 Alvaro Dias (PV-PR)27 \u2013 Waldermir Moka (PMDB-MS)28 \u2013 Roberto Requi\u00e3o (PMDB-PR)29 \u2013 Marcelo Crivella (PRB-RJ)30 \u2013 Randolfe Rodrigues (Rede-AP)31 \u2013 Lasier Martins (PDT-RS)32 \u2013 Vanessa Grazziotin (PC do B-AM)33 \u2013 Reguffe (sem partido-DF)34 \u2013 H\u00e9lio Jos\u00e9 (PMDB-DF)35 \u2013 C\u00e1ssio Cunha Lima (PSDB-PB)36 \u2013 Regina Sousa (PT-PI)37 \u2013 Armando Monteiro (PTB-PE)38 \u2013 Fernando Collor (PTC-AL)39 \u2013 Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)40 \u2013 Valdir Raupp (PMDB-RO)41 \u2013 Paulo Bauer (PSDB-SC)42 \u2013 Gladson Cameli (PP-AC)43 \u2013 Garibaldi Alves FIlho (PMDB-RN)44 \u2013 Omar Aziz (PSD-AM)45 \u2013 Jo\u00e3o Capiberibe (PSB-AP)46 \u2013 L\u00eddice da Mata (PSB-BA)47 \u2013 Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)48 \u2013 Otto Alencar (PSD-BA)49 \u2013 Lindbergh Farias (PT-RJ)50 \u2013 Paulo Rocha (PT-PA)51 \u2013 Maria do Carmo Alves (DEM-SE)52 \u2013 Tasso Jereissati (PSDB-CE)53 \u2013 Wellington Fagundes (PR-MT)54 \u2013 Gleisi Hoffmann (PT-PR)55 \u2013 Flexa Ribeiro (PSDB-PA)56 \u2013 Paulo Paim (PT-RS)57 \u2013 Roberto Rocha (PSB-MA)58 \u2013 Blairo Maggi (PR-MT)59 \u2013 Donizeti Nogueira (PT-TO)60 \u2013 Jos\u00e9 Pimentel (PT-CE)61 \u2013 Dalirio Beber (PSDB-SC)62 \u2013 Walter Pinheiro (sem partido-BA)63 \u2013 Jos\u00e9 Serra (PSDB-SP)64 \u2013 Humberto Costa (PT-PE)65 \u2013 Davi Alcolumbre (DEM-AP)66 \u2013 Ciro Nogueira (PP-PI)67 \u2013 Ivo Cassol (PP-RO)68 \u2013 Benedito de Lira (PP-AL)", "dateCreated": "2016-05-12T05:06:55+02:00", "dateModified": "2016-05-12T05:06:55+02:00", "datePublished": "2016-05-12T05:06:55+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F332465%2F1440x810_332465.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Bras\u00edlia viveu uma noite agitada. 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Brasil: Confrontos entre a polícia e opositores da destituição de Dilma

Brasil: Confrontos entre a polícia e opositores da destituição de Dilma
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De Nelson Pereira
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Brasília viveu uma noite agitada. Manifestantes contrários à destituição da Presidente Dilma Rousseff envolveram-se em cenas de violência com forças

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Brasília viveu uma noite agitada. Manifestantes contrários à destituição da Presidente Dilma Rousseff envolveram-se em cenas de violência com forças da Polícia Militar.

Os confrontos ocorreram durante a votação no Senado Federal da instauração do processo de impugnação de mandato da presidente. Os manifestantes atiraram pedras e fogo-de-artifício contra os agentes policiais, que responderam com gás lacrimogéneo.

As etapas

Na sessão do Plenário do Senado Federal que votou a instauração do processo de impugnação de mandato da presidente Dilma Rousseff estavam inscritos para discursar mais de 60 senadores. Os oradores tinham direito a falar por um período máximo de 15 minutos cada um e apenas uma vez, contra e a favor do parecer da Comissão Especial do Impeachment. Terminada esta etapa, deviam pronunciar-se o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, e o relator na Comissão do Impeachment, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Como já vou falar como relator, não me inscrevi na lista dos oradores. Não precisamos alongar mais uma sessão que já será demorada.

— Antonio Anastasia (@Anastasia) 11 mai 2016

O quórum mínimo para que o processo seja aprovado era de 41 dos 81 senadores. Pelo menos 2 dos 81 senadores não votaram na sessão de abertura do processo de impugnação da presidente esta quarta-feira, o que reduziu o número de votos favoráveis necessários para o afastamento de Dilma para 40. Uma vitória do “sim” pela continuidade do processo, implicará o afastamento de Dilma por um período de até 180 dias, durante os quais o país será governado pelo vice-presidente, Michel Temer, até que o processo seja concluído.

⚡️ “Senado decide hoje se ite processo de impeachment de Dilma” por SenadoFederal</a><a href="https://t.co/QMKID78bN1">https://t.co/QMKID78bN1</a></p>&mdash; Senado Federal (SenadoFederal) 11 mai 2016

Dilma de malas feitas

A presidente já transferiu tudo que lhe pertence do gabinete presidencial para o Palácio da Alvorada, a residência oficial do Presidente do Brasil. Não foi ainda definido aquilo a que Dilma terá direito durante seu afastamento. A decisão caberá ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros.

Calheiros disse antes da sessão do Plenário que a presidente deveria ser notificada sobre a decisão na quinta-feira, caso a abertura do processo de cassação de mandato fosse concluída pelo Senado.

“Não vamos repetir o espetáculo”

Os ânimos estiveram exaltados durante a sessão e os discursos foram proferidos no meio do alarido de conversas entre os presentes na assembleia, o que levou o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, a ameaçar interromper a sessão. “Não vamos repetir o espetáculo que tivémos na Câmara dos Deputados”, disse Calheiros, evocando a conturbada sessão de abril na Câmara dos Deputados durante a qual a impugnação foi aprovada com uma confortável maioria.

Ao abrir a sessão, com quase uma hora de atraso, o presidente do Senado pediu serenidade e espírito de serviço público aos seus colegas. “Tentem deixar de lado a motivação partidária. A questão que se coloca é uma só: existem indícios de crime de responsabilidade pela presidente da República em 2015 que justificque a abertura do processo e o seu afastamento?”, frisou.

Calheiros informou que não participaria na votação, para salvaguardar a isenção que o posto de presidente do Senado exige: “O presidente não deve votar em nenhuma circunstância porque estou lutando para manter independência, isenção e imparcialidade. Considero que votar seria negar tido isso que eu tentei fazer até agora.”

Fernando Collor em “Déjà vu”

O senador Fernando Collor (PTC-AL), que em 1992 foi alvo de um processo de impugnação, disse que alertou Dilma Rousseff para o risco de sofrer um processo e que foi ignorado pelo governo. Pediu agilidade no processo, lembrando que em 1992 aram apenas quatro meses entre a apresentação da denúncia e sua decisão de renunciar. O ex-presidente da República disse que em 1992 foi instado a renunciar e, dois anos depois, foi absolvido de todas as acusações. “Mesmo assim perdi meu mandato e não recebi qualquer tipo de reparação.”
Sobre Dilma, ressalvou que o maior crime de responsabilidade esteve no desleixo com a política, na irresponsabilidade com os défices fiscais e na ação ou omissão em relação a decisões da justiça.

'Collor</a> lembra processo de impeachment em 1992 e critica presidencialismo em &#39;ruínas&#39; <a href="https://t.co/4sZ4qWtbUQ">https://t.co/4sZ4qWtbUQ</a> <a href="https://t.co/NwEi0R3qQ5">pic.twitter.com/NwEi0R3qQ5</a></p>&mdash; Senado Federal (SenadoFederal) 12 mai 2016

Ex-ministro de Dilma renega

O ex-ministro da Previdência do governo de Dilma Rousseff por quatro anos, o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), defendeu a abertura do processo de cassação de mandoto contra a presidente da República.

Para Garibaldi Alves, Dilma atentou contra a Constituição. “Fui ministro do governo da presidente Dilma por quatro anos. Cumpri ali missão partidária, missão que não busquei. E, ao assumir o Ministério, disse logo de saída: vou assumir um abacaxi. E esse abacaxi permanece”, disse.

Ex-presidente do próprio Senado, Garibaldi lembrou que, em menos de 25 anos, este é o segundo processo de impugnação votado pelo Senado e lamentou que “É tempo curto demais para ser posto à prova o nosso presidencialismo.”

Violência das forças policiais

A senadora Regina Souza (PT-PI) comentou os confrontos diante do edifício do Senado entre manifestantes contra o impeachment e a Polícia Militar responsabilizando Michel Temer pela violência das forças policiais e defendeu a gestão do governo.

Conspiração para derrubar Dilma começou três meses após a posse, diz SenadoraRegina</a> <a href="https://t.co/IOIzwCspGc">https://t.co/IOIzwCspGc</a> <a href="https://t.co/Yc9Rct7xPu">pic.twitter.com/Yc9Rct7xPu</a></p>&mdash; Senado Federal (SenadoFederal) 12 mai 2016

“Temer é um golpista”

Muito aplaudido pela bancada do partido do governo depois de um discurso inflamado, Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que “Michel Temer é um golpista e não aceitaremos um governo com essas características”. Evocando o papel do PSDB, Farias acrescentou que “A oposição não teve lealdade à Constituição”.

“Dilma fez mais pela Bahia do que Lula em oito anos e Fernando Henrique em oito anos”, disse o senador Otto Alencar (PSD-BA). O senador que foi 48º Governador do Estado da Bahia defendeu que Dilma com certeza cometeu erros, mas que tem uma certeza: a presidente não cometeu nenhuma falha moral.

Na pele de Dilma

Enquanto os senadores debatiam o prosseguimento da impugnação de mandato da presidente, os internautas publicaram comentários sobre o que fariam se estivessem na pele de Dilma: o hashtag #SeEuFosseADilma sbuiu ao topo dos assuntos mais citados no Twitter na noite de quarta-feira.

#SeEuFosseADilma desceria a rampa assim: pic.twitter.com/Awt11V36aj

— Satanás (@SenhorSatanas) 11 mai 2016

#SeEuFosseADilma trocava as senhas wi-fi do planalto, deixava a geladeira vazia, carros sem gasolina e cancelava o netflix

— Falta o zagueiro (@paologoncalves) 11 mai 2016

“Vomitaço” na página do PMDB

Na página oficial do PMDB no Facebook decorre um “Vomitaço”, uma ação de protesto contra Michel Temer – internautas favoráveis a Dilma protestam publicando emoticons de “vómito” contra o que consideram um “golpe”. A ação começou na noite de terça-feira na página oficial do vice-presidente Temer e continuou na quarta-feira na página do partido. O flagelo é difícil de controlar pelos moderadores, pois já foram “postados” mais de 30 mil “vómitos” desde terça-feira.

Lista de oradores

1 – Ana Amélia (PP-RS)
2 – José Medeiros (PSD-MT)
3 – Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
4 – Marta Suplicy (PMDB-SP)
5 – Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
6 – Ronaldo Caiado (DEM-GO)
7 – Zeze Perrella (PTB-MG)
8 – Lúcia Vânia (PSB-GO)
9 – Magno Malta (PR-ES)
10 – Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
11 – Romário (PSB-RJ)
12 – Sérgio Petecão (PSD-AC)
13 – Telmário Mota (PDT-RR)
14 – Dário Berger (PMDB-SC)
15 – Simone Tebet (PMDB-MS)
16 – Cristovam Buarque (PPS-DF)
17 – Angela Portela (PT-RR)
18 – José Maranhão (PMDB-PB)
19 – José Agripino (DEM-RN)
20 – Jorge Viana (PT-AC)
21 – Acir Girgacz (PDT-RO)
21 – Fátima Bezerra (PT-RN)
23 – Eduardo Amorim (PSC-SE)
24 – Aécio Neves (PSDB-MG)
25 – Wilder Morais (PP-GO)
26 – Alvaro Dias (PV-PR)
27 – Waldermir Moka (PMDB-MS)
28 – Roberto Requião (PMDB-PR)
29 – Marcelo Crivella (PRB-RJ)
30 – Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
31 – Lasier Martins (PDT-RS)
32 – Vanessa Grazziotin (PC do B-AM)
33 – Reguffe (sem partido-DF)
34 – Hélio José (PMDB-DF)
35 – Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
36 – Regina Sousa (PT-PI)
37 – Armando Monteiro (PTB-PE)
38 – Fernando Collor (PTC-AL)
39 – Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE)
40 – Valdir Raupp (PMDB-RO)
41 – Paulo Bauer (PSDB-SC)
42 – Gladson Cameli (PP-AC)
43 – Garibaldi Alves FIlho (PMDB-RN)
44 – Omar Aziz (PSD-AM)
45 – João Capiberibe (PSB-AP)
46 – Lídice da Mata (PSB-BA)
47 – Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
48 – Otto Alencar (PSD-BA)
49 – Lindbergh Farias (PT-RJ)
50 – Paulo Rocha (PT-PA)
51 – Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
52 – Tasso Jereissati (PSDB-CE)
53 – Wellington Fagundes (PR-MT)
54 – Gleisi Hoffmann (PT-PR)
55 – Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
56 – Paulo Paim (PT-RS)
57 – Roberto Rocha (PSB-MA)
58 – Blairo Maggi (PR-MT)
59 – Donizeti Nogueira (PT-TO)
60 – José Pimentel (PT-CE)
61 – Dalirio Beber (PSDB-SC)
62 – Walter Pinheiro (sem partido-BA)
63 – José Serra (PSDB-SP)
64 – Humberto Costa (PT-PE)
65 – Davi Alcolumbre (DEM-AP)
66 – Ciro Nogueira (PP-PI)
67 – Ivo Cassol (PP-RO)
68 – Benedito de Lira (PP-AL)

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