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Crise dos Refugiados: Um Nobel pela solidariedade dos habitantes das ilhas gregas

Crise dos Refugiados: Um Nobel pela solidariedade dos habitantes das ilhas gregas
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De Nara Madeira
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Campanha para premiar os habitantes das ilhas gregas com o Prémio Nobel da Paz, pelo seu papel na crise migratória, ganha força.

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Para os habitantes das ilhas gregas, sobre quem paira uma possível atribuição do Nobel da Paz, pelo apoio ao gigantesco número de refugiados, a surpresa é grande. Para alguns, o que fizeram não foi nada de especial, talvez porque o considerem normal. Mas para os refugiados que usufruíram do calor humano, do apoio, proporcionado por esta gente, no momento em que mais precisavam, este gesto valeu-lhes, seguramente, a vida.

O drama dos refugiados arrasta-se desde o início de 2015. As autoridades gregas foram apanhadas de surpresa, coube aos habitantes e organizações humanitárias tomarem as rédeas da situação. O drama continua, nestas ilhas do Mar Egeu, e os seus residentes fazem o que podem para ajudar a colmatar as dificuldades que encontra quem aqui chega depois de desafiar a morte. Cerca de 900.000 refugiados aram por aqui.

E foi por isso, para premiar o esforço destes gregos que não baixaram os braços, que surgiu uma petição online, assinada já, a 4 de fevereiro de 2016, por quase as 700 mil pessoas, o número a que se propõe, para que estes voluntários, o seu trabalho, a sua dedicação incondicional, seja reconhecido com o Nobel da Paz.

OS NÚMEROS DESTA CRISE

No total, em 2014, cerca de 41.000 refugiados e migrantes viajaram da costa turca para as ilhas situadas na costa oriental da Grécia, no Mar Egeu. Mas entre janeiro e agosto de 2015 o valor tinha mais do que duplicado, ando para cerca de 107.000 pessoas.

Em alguns casos, como as ilhas de Kos e Lebos ou as mais pequenas, Agathonisi e Leros, o número de refugiados suplantou, largamente, o número de residentes permanentes.

O IMPACTO NA ECONOMIA LOCAL h3>

Segundo as autoridades gregas o impacto sobre o turismo foi enorme e agravou os efeitos, já significativos, da crise económica, a longo prazo. Ou seja, o impacto foi muito negativo.

Em Kos 178.000 reserva de hotel foram canceladas, em Leros e Lesbos os cancelamentos aumentaram 30%. Em Kos, as reservas de longo prazo, ou seja, para 2017, registaram uma queda de 60%.

MAU PARA A ECONOMIA BOM PARA O CORAÇÃO h3>

Apesar da difícil situação, os residentes e voluntários que se mobilizaram nesta cruzada positiva, a favor dos refugiados, as suas histórias, começaram a atrair a atenção dos media internacionais.

Greek hospitality, three grandmothers are taking care of a baby migrant. #lesvos#migrant#baby#lefterispartsalispic.twitter.com/cYHgsqvAU0

— Lefteris Partsalis (@Partsalis_L) October 18, 2015

A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) na Grécia, Stella Nanou, disse à euronews:

“Os habitantes das ilhas do Egeu têm mostrado uma solidariedade incrível. Graças a eles, as consequências da crise humanitária não são mais profundas. Se não fosse isso, as coisas teriam sido muito piores.”

RECEBER DE BRAÇOS ABERTOS OS REFUGIADOS h3>

Pessoas comuns e dezenas de organizações humanitárias trabalharam juntas no centro da crise. Entre elas, a ONG Angkalia (que em grego significa abraçar) e que foi lançada há dez anos, em Lesbos, para ajudar os habitantes locais que, na sequência da crise, avam necessidades. Quando a onda de refugiados chegou a “Angkalia” estava lá.

Os armazéns da organização foram transformados em hotéis improvisados ​​para os refugiados. Nos últimos meses, membros e voluntários distribuíram alimentos, remédios e roupas a mais de 17.000 pessoas.

Irene Berteni, membro da “Angkalia”, afirmou à euronews:

“Chegámos ao nosso limite, não podemos sequer dormir, mas não podemos parar. As pessoas têm uma atitude positiva em relação aos refugiados, embora a Grécia esteja em crise, muitos jovens ajudam-nos.”

Recentemente a “Angkalia” recebeu um prémio honorário atribuído pelo Conselho da Europa.

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A candidatura ao Prémio Nobel da Paz foi lançada pelo movimento Avaaz e é apoiada por políticos, académicos de 24 universidades de todo o mundo, um núcleo que procura o reconhecimento para o “Movimento de Solidariedade do Egeu”, um grupo informal de residentes individuais e ONGs:

“Os residentes das ilhas gregas, e outros voluntários, têm estado na linha de frente na crise dos refugiados na Europa há meses, abrindo os seus corações e lares para salvar centenas de milhares de pessoas que fogem da guerra e do terror. Pela sua compaixão e coragem, pelo facto de terem tratado pessoas em perigo com humanidade e para que sejam um exemplo para o resto do mundo, nós, cidadãos de todo o mundo, nomeamos estas mulheres e homens valentes para o Prémio Nobel da Paz”.

Alkmini Minadaki, arquiteto e membro da Avaaz, de Creta, que começou a campanha, acredita que a unidade demonstrada pelos habitantes tem sido notável:

“Por todas as ilhas, toda a gente – dos pescadores às donas de casa, ando pelos reformados e professores – abriu os braços e casas aos refugiados que desembarcaram ali sem nada. As suas ações abafaram o medo e o racismo e recordaram-nos que somos um e unidos na nossa humanidade”.

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