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A euronews falou com o professor de direito constitucional, Antonio Arroyo Gil, um dos especialistas que acompanham as linhas de uma reforma constitucional, que considera necess\u00e1ria, em pleno Congresso dos Deputados. Os pais da Constitui\u00e7\u00e3o, de 1978, conseguiram redigir um texto consensual que permitiu que a Espanha conseguisse fazer a transi\u00e7\u00e3o da ditadura para a democracia. Mas continua a ser v\u00e1lido em 2015? \u201cEu n\u00e3o acredito que a Constitui\u00e7\u00e3o de 1978 seja obsoleta. \u00c9 um texto relativamente moderno, muito avan\u00e7ado para a \u00e9poca. Na quest\u00e3o da prote\u00e7\u00e3o dos direitos \u00e9 uma das mais progressistas, embora seja verdade que em 1978 n\u00e3o foi poss\u00edvel responder a algumas perguntas que hoje se manifestam como problem\u00e1ticas, especialmente a quest\u00e3o territorial\u201d, sublinha Gil. O desafio separatista na Catalunha colocou em evid\u00eancia os limites do modelo de descentraliza\u00e7\u00e3o espanhola, que, no entanto, transfere parte dos poderes do Estado Central para as regi\u00f5es ou Comunidades Aut\u00f3nomas. O professor afirma que \u00e9 necess\u00e1rio \u201romover um grande debate p\u00fablico pois diz-se que h\u00e1 uma crise territorial importante e, n\u00e3o s\u00f3 para responder \u00e0 quest\u00e3o catal\u00e3, mas tamb\u00e9m, porque, na realidade, h\u00e1 quest\u00f5es que n\u00e3o est\u00e3o bem resolvidas na Constitui\u00e7\u00e3o: a distribui\u00e7\u00e3o do poder p\u00fablico, dos poderes entre o governo central e as regi\u00f5es aut\u00f3nomas; o Senado deveria ser reformado de modo a tornar-se numa verdadeira c\u00e2mara que represente a vontade das comunidades aut\u00f3nomas; o financiamento, que deveria fixar os princ\u00edpios fundamentais da solidariedade interterritorial e responsabilidade fiscal. \u201c Ap\u00f3s a abdica\u00e7\u00e3o de Juan Carlos a favor do filho, Felipe VI, a monarquia espanhola parece ter ganhado um novo f\u00f4lego e popularidade mas h\u00e1 quem n\u00e3o entenda o sil\u00eancio do rei. 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Espanha: Reforma constitucional pendente

Espanha: Reforma constitucional pendente
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A Constituição espanhola celebrou, no dia 6 de dezembro, 37 anos. Este aniversário coincide com a campanha para as eleições legislativas de 20 de

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A Constituição espanhola celebrou, no dia 6 de dezembro, 37 anos. Este aniversário coincide com a campanha para as eleições legislativas de 20 de dezembro. A crise institucional e o debate político entre partidários e detratores da reforma da Lei Básica são alguns dos desafios que se colocam. A euronews falou com o professor de direito constitucional, Antonio Arroyo Gil, um dos especialistas que acompanham as linhas de uma reforma constitucional, que considera necessária, em pleno Congresso dos Deputados.

Os pais da Constituição, de 1978, conseguiram redigir um texto consensual que permitiu que a Espanha conseguisse fazer a transição da ditadura para a democracia. Mas continua a ser válido em 2015?

“Eu não acredito que a Constituição de 1978 seja obsoleta. É um texto relativamente moderno, muito avançado para a época. Na questão da proteção dos direitos é uma das mais progressistas, embora seja verdade que em 1978 não foi possível responder a algumas perguntas que hoje se manifestam como problemáticas, especialmente a questão territorial”, sublinha Gil.

O desafio separatista na Catalunha colocou em evidência os limites do modelo de descentralização espanhola, que, no entanto, transfere parte dos poderes do Estado Central para as regiões ou Comunidades Autónomas.

O professor afirma que é necessário “promover um grande debate público pois diz-se que há uma crise territorial importante e, não só para responder à questão catalã, mas também, porque, na realidade, há questões que não estão bem resolvidas na Constituição: a distribuição do poder público, dos poderes entre o governo central e as regiões autónomas; o Senado deveria ser reformado de modo a tornar-se numa verdadeira câmara que represente a vontade das comunidades autónomas; o financiamento, que deveria fixar os princípios fundamentais da solidariedade interterritorial e responsabilidade fiscal. “

Após a abdicação de Juan Carlos a favor do filho, Felipe VI, a monarquia espanhola parece ter ganhado um novo fôlego e popularidade mas há quem não entenda o silêncio do rei. Por que razão a Coroa não assumiu um papel na questão separatista?

“Não teve nem deve ter, na minha opinião, pois é um símbolo da unidade do Estado, como diz a Constituição e, nesse sentido, tem de exercer as suas autoridades discretamente, como tem feito. Fez circular algumas mensagens onde deixou clara a posição da Coroa, que não é outra senão a instituição que representa a defesa da unidade do Estado”, confirma António Arroyo Gil.

Quais serão, então, os primeiros deveres do futuro presidente do Governo espanhol, depois das eleições de 20 de dezembro?

O professor considera “que o futuro chefe do Governo deveria refletir sobre o grave problema regional, não deve ignorá-lo. Deveria conduzir o processo, convidando todas as forças políticas para ver se há um consenso, e se for adequado, realizar esta reforma constitucional. Enviaria, assim, uma mensagem muito clara aos cidadãos da Catalunha que o Estado Central e o Governo, em particular, estão a ter em consideração o mal-estar que ali existe.”

A reforma constitucional é uma das maiores questões pendentes da democracia espanhola. Uma reforma que os deputados, eleitos nas próximas eleições, têm de aprovar.

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