{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2015/08/28/dimitris-avramopoulos-qualquer-pais-que-viole-a-lei-europeia-tera-consequencias" }, "headline": "Dimitris Avramopoulos: \u0022Qualquer pa\u00eds que viole a lei europeia ter\u00e1 consequ\u00eancias\u0022", "description": "A Europa enfrenta uma grave crise migrat\u00f3ria. Milhares de pessoas colocam, todos os dias, a vida em risco para atravessar o Mar Mediterr\u00e2neo ou para", "articleBody": "A Europa enfrenta uma grave crise migrat\u00f3ria. Milhares de pessoas colocam, todos os dias, a vida em risco para atravessar o Mar Mediterr\u00e2neo ou para conseguir ultraar as fronteiras da Europa, com a esperan\u00e7a de uma vida melhor. Falamos com o Comiss\u00e1rio Europeu para a Migra\u00e7\u00e3o, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopoulos. euronews: Este ver\u00e3o a Gr\u00e9cia foi atingida por enormes ondas de migrantes e refugiados. As imagens foram tr\u00e1gicas. Quem \u00e9 o culpado? O governo grego que n\u00e3o conseguiu controlar a situa\u00e7\u00e3o? Onde estava a Uni\u00e3o Europeia? Dimitris Avramopoulos: \u201cNingu\u00e9m \u00e9 culpado mas partilhamos a responsabilidade. O facto de alguns Estados-membros n\u00e3o implementarem a pol\u00edtica de imigra\u00e7\u00e3o comum \u00e9 uma das raz\u00f5es pelas quais assistimos a estas imagens, n\u00e3o s\u00f3 na Gr\u00e9cia mas tamb\u00e9m em outros locais da Europa. Estamos dispostos a atribuir 445 milh\u00f5es de euros \u00e0 Gr\u00e9cia apenas se o pa\u00eds cumprir as condi\u00e7\u00f5es que decidimos em conjunto. Isso significa que tem de elaborar um plano de a\u00e7\u00e3o para definir uma autoridade de gest\u00e3o com as Na\u00e7\u00f5es Unidas, que quer ajudar com ajuda humanit\u00e1ria. S\u00f3 assim podemos harmonizar a gest\u00e3o dos fluxos migrat\u00f3rios.\u201d e: Referiu a pol\u00edtica europeia de imigra\u00e7\u00e3o\u2026 V\u00e1rios Estados-membros est\u00e3o a ir na dire\u00e7\u00e3o contr\u00e1ria. Acredita que isso acontece porque alguns deles est\u00e3o a utilizar os problemas da migra\u00e7\u00e3o por raz\u00f5es pol\u00edticas internas? DA: \u201cA pol\u00edtica europeia de imigra\u00e7\u00e3o n\u00e3o pode ser afetada por acontecimentos pol\u00edticos internos porque em muitos pa\u00edses europeus o problema da migra\u00e7\u00e3o foi interpretado de maneiras diferentes. Alguns movimentos populistas de xen\u00f3fobos ganharam poder. Vejo que muitos Estados-membros denunciam outros Estados-membros ou atacam, sem justifica\u00e7\u00e3o. Por isso quero deixar um apelo: em primeiro lugar, quero que esta atribui\u00e7\u00e3o tola de culpas acabe. Estamos todos juntos neste esfor\u00e7o, unidos e solid\u00e1rios e esse \u00e9 que \u00e9 o caminho das pol\u00edticas europeias, sem exce\u00e7\u00f5es. Seguir um caminho nacional, solit\u00e1rio, n\u00e3o leva a lado nenhum.\u201d e: Mas a quest\u00e3o \u00e9 o que \u00e9 que a Europa faz, pois vemos muitos Estados-membros, como a Fran\u00e7a e a \u00c1ustria, a refor\u00e7arem o controlo fronteiri\u00e7o. Ou pior, a Hungria que construiu um muro ao longo da fronteira com a S\u00e9rvia e que disse, recentemente, que ia recorrer ao ex\u00e9rcito para manter o controlo das fronteiras. O que \u00e9 que a Comiss\u00e3o diz sobre isso? DA: \u201cA Europa \u00e9 contra qualquer pol\u00edtica de exclus\u00e3o. Recorde-se que, h\u00e1 dez meses, eu disse que era contra uma Europa fortificada. Por outro lado, n\u00e3o nos podemos esquecer que um dos grandes trunfos da Europa \u00e9 o Espa\u00e7o Schengen que permite a todos os cidad\u00e3os europeus viajar, livremente, mostrando apenas a carta de condu\u00e7\u00e3o. Por isso, a livre circula\u00e7\u00e3o de mercadorias e cidad\u00e3os tem de estar assegurada.\u201d e: Pergunto-lhe diretamente: v\u00e3o impor san\u00e7\u00f5es \u00e0 Hungria, por exemplo, por causa da pol\u00edtica que adotou? DA: \u201cQualquer pa\u00eds que viole a lei europeia, e n\u00e3o estou a referir-me especificamente \u00e0 Hungria mas a qualquer pa\u00eds, ter\u00e1 consequ\u00eancias. Em especial os pa\u00edses que violem as condi\u00e7\u00f5es do Tratado de Schengen. Mas a Hungria necessita de ajuda. A Hungria, a Gr\u00e9cia e a It\u00e1lia s\u00e3o os pa\u00edses europeus que mais precisam das contribui\u00e7\u00f5es europeias. Decidimos instalar \u2018hotspots\u2019 na Gr\u00e9cia e na Hungria. J\u00e1 existem na Cat\u00e2nia, em It\u00e1lia. Estes \u2018hotspots\u2019 s\u00e3o pontos espec\u00edficos de servi\u00e7os de controlo onde funcion\u00e1rios dos Estados-membros da Europol, da Frontex, da Eurojust ou do GEAA (Gabinete Europeu de Apoio em mat\u00e9ria de Asilo) v\u00e3o prestar um servi\u00e7o de receber e avaliar aqueles que est\u00e3o a tentar atravessar as fronteiras europeias. V\u00e3o distinguir os refugiados, que precisam e t\u00eam o direito de prote\u00e7\u00e3o internacional, de acordo com a Declara\u00e7\u00e3o dos Direitos Humanos da Organiza\u00e7\u00e3o das Na\u00e7\u00f5es Unidas, dos imigrantes irregulares.\u201d e: Outro assunto que a Gr\u00e9cia e a It\u00e1lia colocam na primeira linha \u00e9 o Tratado de Dublin. A Alemanha decidiu suspender o tratado para os refugiados s\u00edrios. \u00c9 este o momento certo para discutir, amplamente, a quest\u00e3o com os outros Estados-membros? DA: \u201cO que \u00e9 que diz o tratado? O Tratado de Dublin afirma que s\u00e3o os pa\u00edses, de onde os migrantes que entram na Europa s\u00e3o origin\u00e1rios, que s\u00e3o os respons\u00e1veis pela identifica\u00e7\u00e3o, impress\u00f5es digitais, e avalia\u00e7\u00e3o. Na pr\u00e1tica, isto j\u00e1 foi cancelado. Foi violado. Hoje, dezenas de milhares de refugiados pol\u00edticos escolhem ir para pa\u00edses da Europa do Norte. O Tratado de Dublin, desde que foi adotado, foi ultraado pelos acontecimentos. Desde que h\u00e1 novas condi\u00e7\u00f5es, temos de rever os aspetos do tratado que j\u00e1 n\u00e3o funcionam. Isto \u00e9 comum e \u00e9 isto que temos de fazer.\u201d e: Antes de concluir e uma vez que estamos na Gr\u00e9cia e a realidade pol\u00edtica \u00e9 intensa, uma vez que o pa\u00eds vai novamente para elei\u00e7\u00f5es, gostaria de lhe perguntar, n\u00e3o enquanto comiss\u00e1rio mas como pol\u00edtico grego, o que espera desta vez? Numa altura em que a Gr\u00e9cia continua num momento muito crucial\u2026 DA: \u201cN\u00e3o gostaria de comentar os desenvolvimentos pol\u00edticos internos na Gr\u00e9cia uma vez que a minha posi\u00e7\u00e3o n\u00e3o me permite faz\u00ea-lo. Mas, enquanto cidad\u00e3o grego, como me perguntou, diria o que poucos de n\u00f3s no in\u00edcio, muitos mais mais tarde, dissemos publicamente h\u00e1 cinco, ou seis anos que foi: temos de colocar as bandeiras pol\u00edticas de lado e criar um governo de coopera\u00e7\u00e3o nacional, que \u00e9 necess\u00e1rio hoje mais do que nunca. \u00c9 a \u00fanica maneira da Gr\u00e9cia conseguir avan\u00e7ar.\u201d", "dateCreated": "2015-08-28T16:09:35+02:00", "dateModified": "2015-08-28T16:09:35+02:00", "datePublished": "2015-08-28T16:09:35+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F312487%2F1440x810_312487.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A Europa enfrenta uma grave crise migrat\u00f3ria. Milhares de pessoas colocam, todos os dias, a vida em risco para atravessar o Mar Mediterr\u00e2neo ou para", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F312487%2F432x243_312487.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Dimitris Avramopoulos: "Qualquer país que viole a lei europeia terá consequências"

Dimitris Avramopoulos: "Qualquer país que viole a lei europeia terá consequências"
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Europa enfrenta uma grave crise migratória. Milhares de pessoas colocam, todos os dias, a vida em risco para atravessar o Mar Mediterrâneo ou para

PUBLICIDADE

A Europa enfrenta uma grave crise migratória. Milhares de pessoas colocam, todos os dias, a vida em risco para atravessar o Mar Mediterrâneo ou para conseguir ultraar as fronteiras da Europa, com a esperança de uma vida melhor. Falamos com o Comissário Europeu para a Migração, Assuntos Internos e Cidadania, Dimitris Avramopoulos.

euronews: Este verão a Grécia foi atingida por enormes ondas de migrantes e refugiados. As imagens foram trágicas. Quem é o culpado? O governo grego que não conseguiu controlar a situação? Onde estava a União Europeia?

Dimitris Avramopoulos: “Ninguém é culpado mas partilhamos a responsabilidade. O facto de alguns Estados-membros não implementarem a política de imigração comum é uma das razões pelas quais assistimos a estas imagens, não só na Grécia mas também em outros locais da Europa. Estamos dispostos a atribuir 445 milhões de euros à Grécia apenas se o país cumprir as condições que decidimos em conjunto. Isso significa que tem de elaborar um plano de ação para definir uma autoridade de gestão com as Nações Unidas, que quer ajudar com ajuda humanitária. Só assim podemos harmonizar a gestão dos fluxos migratórios.”

e: Referiu a política europeia de imigração… Vários Estados-membros estão a ir na direção contrária. Acredita que isso acontece porque alguns deles estão a utilizar os problemas da migração por razões políticas internas?

DA: “A política europeia de imigração não pode ser afetada por acontecimentos políticos internos porque em muitos países europeus o problema da migração foi interpretado de maneiras diferentes. Alguns movimentos populistas de xenófobos ganharam poder. Vejo que muitos Estados-membros denunciam outros Estados-membros ou atacam, sem justificação. Por isso quero deixar um apelo: em primeiro lugar, quero que esta atribuição tola de culpas acabe. Estamos todos juntos neste esforço, unidos e solidários e esse é que é o caminho das políticas europeias, sem exceções. Seguir um caminho nacional, solitário, não leva a lado nenhum.”

e: Mas a questão é o que é que a Europa faz, pois vemos muitos Estados-membros, como a França e a Áustria, a reforçarem o controlo fronteiriço. Ou pior, a Hungria que construiu um muro ao longo da fronteira com a Sérvia e que disse, recentemente, que ia recorrer ao exército para manter o controlo das fronteiras. O que é que a Comissão diz sobre isso?

DA: “A Europa é contra qualquer política de exclusão. Recorde-se que, há dez meses, eu disse que era contra uma Europa fortificada. Por outro lado, não nos podemos esquecer que um dos grandes trunfos da Europa é o Espaço Schengen que permite a todos os cidadãos europeus viajar, livremente, mostrando apenas a carta de condução. Por isso, a livre circulação de mercadorias e cidadãos tem de estar assegurada.”

e: Pergunto-lhe diretamente: vão impor sanções à Hungria, por exemplo, por causa da política que adotou?

DA: “Qualquer país que viole a lei europeia, e não estou a referir-me especificamente à Hungria mas a qualquer país, terá consequências. Em especial os países que violem as condições do Tratado de Schengen. Mas a Hungria necessita de ajuda. A Hungria, a Grécia e a Itália são os países europeus que mais precisam das contribuições europeias. Decidimos instalar ‘hotspots’ na Grécia e na Hungria. Já existem na Catânia, em Itália. Estes ‘hotspots’ são pontos específicos de serviços de controlo onde funcionários dos Estados-membros da Europol, da Frontex, da Eurojust ou do GEAA (Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo) vão prestar um serviço de receber e avaliar aqueles que estão a tentar atravessar as fronteiras europeias. Vão distinguir os refugiados, que precisam e têm o direito de proteção internacional, de acordo com a Declaração dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, dos imigrantes irregulares.”

e: Outro assunto que a Grécia e a Itália colocam na primeira linha é o Tratado de Dublin. A Alemanha decidiu suspender o tratado para os refugiados sírios. É este o momento certo para discutir, amplamente, a questão com os outros Estados-membros?

DA: “O que é que diz o tratado? O Tratado de Dublin afirma que são os países, de onde os migrantes que entram na Europa são originários, que são os responsáveis pela identificação, impressões digitais, e avaliação. Na prática, isto já foi cancelado. Foi violado. Hoje, dezenas de milhares de refugiados políticos escolhem ir para países da Europa do Norte. O Tratado de Dublin, desde que foi adotado, foi ultraado pelos acontecimentos. Desde que há novas condições, temos de rever os aspetos do tratado que já não funcionam. Isto é comum e é isto que temos de fazer.”

e: Antes de concluir e uma vez que estamos na Grécia e a realidade política é intensa, uma vez que o país vai novamente para eleições, gostaria de lhe perguntar, não enquanto comissário mas como político grego, o que espera desta vez? Numa altura em que a Grécia continua num momento muito crucial…

DA: “Não gostaria de comentar os desenvolvimentos políticos internos na Grécia uma vez que a minha posição não me permite fazê-lo. Mas, enquanto cidadão grego, como me perguntou, diria o que poucos de nós no início, muitos mais mais tarde, dissemos publicamente há cinco, ou seis anos que foi: temos de colocar as bandeiras políticas de lado e criar um governo de cooperação nacional, que é necessário hoje mais do que nunca. É a única maneira da Grécia conseguir avançar.”

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Grécia assinala o Dia da Independência com uma parada militar e honras

Protestos e greves paralisam a Grécia no segundo aniversário de desastre ferroviário

Incêndios na Grécia: “Os bombeiros viram que tinha entrado em casa e seguiram-me. Salvei o que pude"