{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2015/06/16/saudamos-a-ue-por-contribuir-com-60-milhes-de-euros-para-a-luta-contra-o" }, "headline": "\u0022Saudamos a UE por contribuir com 60 milh\u00f5es de euros para a luta contra o tr\u00e1fico de drogas na Bol\u00edvia, Evo Morales, Presidente da Bol\u00edvia", "description": "A Bol\u00efvia conseguiu reduzir a pobreza. Evo Morales, o primeiro presidente ind\u00edgena a governar o pa\u00eds, assumiu, este ano, o seu terceiro mandato", "articleBody": "A Bol\u00efvia conseguiu reduzir a pobreza. Evo Morales, o primeiro presidente ind\u00edgena a governar o pa\u00eds, assumiu, este ano, o seu terceiro mandato consecutivo. Em 2020 ele ser\u00e1 o chefe de Estado que mais anos governou este pa\u00eds sul-americano. Euronews: Como v\u00ea as rela\u00e7\u00f5es entre a Uni\u00e3o Europeia e a Am\u00e9rica Latina? H\u00e1 quem diga que houve um distanciamento nos \u00faltimos anos. Evo Morales: Sinto que nunca houve uma pol\u00edtica de entendimento entre os dois continentes. Mas os tempos s\u00e3o outros, s\u00e3o tempos de mudan\u00e7a. Os nossos povos precisam de mudan\u00e7as profundas, para o seu bem. Eu n\u00e3o aceito a emigra\u00e7\u00e3o. Discordo que se deva migrar porque, o mais importante para n\u00f3s, \u00e9 a forma como podemos construir, juntos, uma cidadania universal. Segundo os \u00faltimos dados da Organiza\u00e7\u00e3o Internacional para as Migra\u00e7\u00f5es, h\u00e1 mais europeus a chegarem \u00e0 Am\u00e9rica Latina e ao Caribe do que o inverso. N\u00f3s, latino-americanos, nunca aprov\u00e1mos leis para expulsar os europeus, n\u00e3o constru\u00edmos pris\u00f5es para os mal-amados imigrantes. Mas n\u00e3o vemos a mesma resposta da Europa. Euronews Que objetivos tem para este terceiro mandato? Evo Morales Quero dotar o meu pa\u00eds de quatro pilares para a economia nacional. Estamos bem em rela\u00e7\u00e3o aos hidrocarbonetos, quero exportar energia, quero que a Bol\u00edvia seja a for\u00e7a motriz da Am\u00e9rica do Sul. Felizmente tudo corre bem. Tamb\u00e9m quero come\u00e7ar a rentabilizar a explora\u00e7\u00e3o mineira e agropecu\u00e1ria. Euronews: O seu pa\u00eds aspira ser membro do Mercado Comum do Sul? Quando \u00e9 que a Bol\u00edvia ter\u00e1 voz no Mercosul? Evo Morales: Sim, temos esperan\u00e7a de fazer parte do Mercosul, mas queria uma negocia\u00e7\u00e3o conjunta, sem imposi\u00e7\u00f5es ou interesses regionais. O \u00fanico interesse que deve prevalecer \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o para a pobreza, a fome, a desigualdade entre os nossos povos. O que significa isso? Um com\u00e9rcio baseado na complementaridade e n\u00e3o na competi\u00e7\u00e3o. Euronews: Porque acha que n\u00e3o se consegue um acordo entre a UE e o Mercosul? Evo Morales: H\u00e1 algumas imposi\u00e7\u00f5es ou chantagem por parte da Uni\u00e3o Europeia. Eles s\u00e3o respons\u00e1veis pelo com\u00e9rcio baseado na competitividade, no mercado livre, no livre com\u00e9rcio. E n\u00f3s dizemos n\u00e3o. Quem s\u00e3o os mais beneficiados num com\u00e9rcio competitivo? As grandes multinacionais, n\u00e3o as pessoas. Por isso, deve haver participa\u00e7\u00e3o dos Estados no com\u00e9rcio, num com\u00e9rcio de solidariedade, de complementaridade, de partilha. Para al\u00e9m disso, \u00e9 preciso impulsionar os produtos org\u00e2nicos e ecol\u00f3gicos para o bem da vida. Euronews: H\u00e1 alguns dias foi apresentado um relat\u00f3rio, do Observat\u00f3rio Europeu da Droga, que dizia que grande parte da coca\u00edna, consumida na Europa, vem de pa\u00edses como a Bol\u00edvia, Col\u00f4mbia e Peru. O que \u00e9 que o seu governo est\u00e1 a fazer para combater o narcotr\u00e1fico? Evo Morales: O nosso modelo de luta contra o tr\u00e1fico de drogas foi reconhecido pela UE e pelas pr\u00f3prias Na\u00e7\u00f5es Unidas. Agora, falta-nos tecnologia. Se a Bol\u00edvia tivesse um radar seria um pa\u00eds modelo na luta contra o narcotr\u00e1fico. Mas saudamos a UE por contribuir com 60 milh\u00f5es de euros para a luta contra o tr\u00e1fico de drogas na Bol\u00edvia. \u00c9 uma contribui\u00e7\u00e3o incondicional, n\u00e3o \u00e9 chantagem, e que valoriza o esfor\u00e7o feito pelo governo boliviano. Euronews: Uma quest\u00e3o sobre o assassinato de mulheres, que foi debatido no Parlamento Europeu, h\u00e1 alguns dias, e as Na\u00e7\u00f5es Unidas tamb\u00e9m expressaram preocupa\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o ao n\u00famero de assassinatos registados na Bol\u00edvia. Por que h\u00e1 t\u00e3o poucas condena\u00e7\u00f5es? O que pode fazer para proteger melhor as mulheres? Evo Morales: Antigamente, quando n\u00e3o havia leis contra estes assassinatos muito poucas mulheres os denunciavam. Havia muitos assassinatos mas estavam escondidos, agora que h\u00e1 den\u00fancias parece que o n\u00famero de assassinatos de mulheres aumentou, mas na verdade est\u00e1 a diminuir. Euronews: Sim, mas as condena\u00e7\u00f5es s\u00e3o poucas, \u00e9 preciso trabalhar mais com a justi\u00e7a, o que acha? Evo Morales: Estamos a preparar uma cimeira e, talvez, um referendo. P\u00f4r ordem na justi\u00e7a boliviana. H\u00e1 separa\u00e7\u00e3o de poderes e, com essa separa\u00e7\u00e3o, \u00e0s vezes \u00e9 imposs\u00edvel, enquanto \u00f3rg\u00e3o executivo, exigir que se fa\u00e7a determinada coisa, no entanto, \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o o povo decidir, atrav\u00e9s do voto, como fazer uma profunda transforma\u00e7\u00e3o, uma revolu\u00e7\u00e3o, dentro justi\u00e7a boliviana. Euronews: Como v\u00ea o esc\u00e2ndalo na FIFA? \u00c9 um adepto de futebol, como tal, o que pensa da crise na FIFA? Evo Morales: O futebol mundial deixa muito a desejar\u2026 O futebol \u00e9 patrim\u00f3nio da Humanidade. N\u00e3o pode ser um neg\u00f3cio para alguns dirigentes do futebol mundial. Rejeitamos e condenamos a corrup\u00e7\u00e3o no futebol mundial. Por isso, o futebol n\u00e3o pode ser privado, da FIFA, sinto que deve haver participa\u00e7\u00e3o dos Estados para evitar esc\u00e2ndalos como este.", "dateCreated": "2015-06-16T15:39:01+02:00", "dateModified": "2015-06-16T15:39:01+02:00", "datePublished": "2015-06-16T15:39:01+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F308124%2F1440x810_308124.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "A Bol\u00efvia conseguiu reduzir a pobreza. Evo Morales, o primeiro presidente ind\u00edgena a governar o pa\u00eds, assumiu, este ano, o seu terceiro mandato", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F308124%2F432x243_308124.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

"Saudamos a UE por contribuir com 60 milhões de euros para a luta contra o tráfico de drogas na Bolívia, Evo Morales, Presidente da Bolívia

"Saudamos a UE por contribuir com 60 milhões de euros para a luta contra o tráfico de drogas na Bolívia, Evo Morales, Presidente da Bolívia
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

A Bolïvia conseguiu reduzir a pobreza. Evo Morales, o primeiro presidente indígena a governar o país, assumiu, este ano, o seu terceiro mandato

PUBLICIDADE

A Bolïvia conseguiu reduzir a pobreza. Evo Morales, o primeiro presidente indígena a governar o país, assumiu, este ano, o seu terceiro mandato consecutivo. Em 2020 ele será o chefe de Estado que mais anos governou este país sul-americano.

Euronews:

Como vê as relações entre a União Europeia e a América Latina? Há quem diga que houve um distanciamento nos últimos anos.

Evo Morales:

Sinto que nunca houve uma política de entendimento entre os dois continentes. Mas os tempos são outros, são tempos de mudança. Os nossos povos precisam de mudanças profundas, para o seu bem. Eu não aceito a emigração. Discordo que se deva migrar porque, o mais importante para nós, é a forma como podemos construir, juntos, uma cidadania universal. Segundo os últimos dados da Organização Internacional para as Migrações, há mais europeus a chegarem à América Latina e ao Caribe do que o inverso. Nós, latino-americanos, nunca aprovámos leis para expulsar os europeus, não construímos prisões para os mal-amados imigrantes. Mas não vemos a mesma resposta da Europa.

Euronews

Que objetivos tem para este terceiro mandato?

Evo Morales

Quero dotar o meu país de quatro pilares para a economia nacional. Estamos bem em relação aos hidrocarbonetos, quero exportar energia, quero que a Bolívia seja a força motriz da América do Sul. Felizmente tudo corre bem. Também quero começar a rentabilizar a exploração mineira e agropecuária.

Euronews:

O seu país aspira ser membro do Mercado Comum do Sul? Quando é que a Bolívia terá voz no Mercosul?

Evo Morales:

Sim, temos esperança de fazer parte do Mercosul, mas queria uma negociação conjunta, sem imposições ou interesses regionais. O único interesse que deve prevalecer é uma solução para a pobreza, a fome, a desigualdade entre os nossos povos. O que significa isso? Um comércio baseado na complementaridade e não na competição.

Euronews:

Porque acha que não se consegue um acordo entre a UE e o Mercosul?

Evo Morales:

Há algumas imposições ou chantagem por parte da União Europeia. Eles são responsáveis pelo comércio baseado na competitividade, no mercado livre, no livre comércio. E nós dizemos não. Quem são os mais beneficiados num comércio competitivo? As grandes multinacionais, não as pessoas. Por isso, deve haver participação dos Estados no comércio, num comércio de solidariedade, de complementaridade, de partilha. Para além disso, é preciso impulsionar os produtos orgânicos e ecológicos para o bem da vida.

Euronews:

Há alguns dias foi apresentado um relatório, do Observatório Europeu da Droga, que dizia que grande parte da cocaína, consumida na Europa, vem de países como a Bolívia, Colômbia e Peru. O que é que o seu governo está a fazer para combater o narcotráfico?

Evo Morales:

O nosso modelo de luta contra o tráfico de drogas foi reconhecido pela UE e pelas próprias Nações Unidas. Agora, falta-nos tecnologia. Se a Bolívia tivesse um radar seria um país modelo na luta contra o narcotráfico. Mas saudamos a UE por contribuir com 60 milhões de euros para a luta contra o tráfico de drogas na Bolívia. É uma contribuição incondicional, não é chantagem, e que valoriza o esforço feito pelo governo boliviano.

Euronews:

Uma questão sobre o assassinato de mulheres, que foi debatido no Parlamento Europeu, há alguns dias, e as Nações Unidas também expressaram preocupação em relação ao número de assassinatos registados na Bolívia. Por que há tão poucas condenações? O que pode fazer para proteger melhor as mulheres?

Evo Morales:

Antigamente, quando não havia leis contra estes assassinatos muito poucas mulheres os denunciavam. Havia muitos assassinatos mas estavam escondidos, agora que há denúncias parece que o número de assassinatos de mulheres aumentou, mas na verdade está a diminuir.

Euronews:

Sim, mas as condenações são poucas, é preciso trabalhar mais com a justiça, o que acha?

Evo Morales:

Estamos a preparar uma cimeira e, talvez, um referendo. Pôr ordem na justiça boliviana. Há separação de poderes e, com essa separação, às vezes é impossível, enquanto órgão executivo, exigir que se faça determinada coisa, no entanto, é uma obrigação o povo decidir, através do voto, como fazer uma profunda transformação, uma revolução, dentro justiça boliviana.

Euronews:

Como vê o escândalo na FIFA? É um adepto de futebol, como tal, o que pensa da crise na FIFA?

Evo Morales:

O futebol mundial deixa muito a desejar… O futebol é património da Humanidade. Não pode ser um negócio para alguns dirigentes do futebol mundial. Rejeitamos e condenamos a corrupção no futebol mundial. Por isso, o futebol não pode ser privado, da FIFA, sinto que deve haver participação dos Estados para evitar escândalos como este.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Bolsa de valores da Síria reabre seis meses após a destituição de al-Assad

Trump anuncia o aumento de 50% nos impostos sobre o aço e o alumínio

Autoproclamado Estado Islâmico reivindica primeiro ataque contra as forças sírias desde a queda de al-Assad