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Segundo a Amnistia Internacional, 607 pessoas foram executadas em 22 pa\u00edses em 2014, menos 22% que um ano antes. Para l\u00e1 da China, cujos n\u00fameros das execu\u00e7\u00f5es s\u00e3o considerados segredo de estado, o Ir\u00e3o aplicou a pena capital mais de 300 vezes (mais de 700 segundo n\u00fameros n\u00e3o oficiais), a Ar\u00e1bia Saudita teria executado 90 pessoas e os Estados Unidos cerca de 35. No Paquist\u00e3o, o ataque do grupo Talib\u00e3 contra uma escola em Peshawar no final do ano levou o pa\u00eds a p\u00f4r fim a uma morat\u00f3ria de seis anos sobre a aplica\u00e7\u00e3o da pena capital, quando as autoridades executaram sete pessoas no espa\u00e7o de duas semanas, em Dezembro. Na Europa, o regime bielorrusso p\u00f4s fim a uma pausa de 24 meses para executar pelo menos tr\u00eas pessoas, em segredo, e sem informar advogados ou familiares dos condenados. Fora da tr\u00e1gica contabilidade da Amnistia Internacional encontra-se n\u00e3o s\u00f3 a China, como a Coreia do Norte, onde os dados oficiais falam apenas de 50 pessoas executadas no ano ado. Quando a pena capital viola os direitos humanos A Amnistia Internacional insurge-se n\u00e3o s\u00f3 contra o recurso a este tipo de legisla\u00e7\u00e3o como contra os m\u00e9todos utilizados pelas autoridades, como a inje\u00e7\u00e3o letal nos EUA, o enforcamento no Ir\u00e3o ou a decapita\u00e7\u00e3o na Ar\u00e1bia Saudita. A organiza\u00e7\u00e3o denuncia igualmente os m\u00e9todos em clara viola\u00e7\u00e3o das conven\u00e7\u00f5es dos direitos humanos, como a execu\u00e7\u00e3o de 14 menores de 18 anos no Ir\u00e3o ou a condena\u00e7\u00e3o de dezenas de pessoas no Afeganist\u00e3o, Bahrain, China, Ir\u00e3o, Iraque, Coreia do Norte e Ar\u00e1bia Saudita, baseadas em confiss\u00f5es obtidas sob tortura. 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Luta contra o terrorismo fez disparar as condenações à morte em 2014

Luta contra o terrorismo fez disparar as condenações à morte em 2014
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A pena de morte tornou-se uma arma da luta contra o terrorismo em 2014. Segundo o relatório anual da organização Amnistia Internacional, publicado na

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A pena de morte tornou-se uma arma da luta contra o terrorismo em 2014. Segundo o relatório anual da organização Amnistia Internacional, publicado na terça-feira, o número de condenações à pena capital registou um aumento de 28% em todo o mundo. No topo da lista encontram-se países como o Paquistão, a Nigéria ou o Egito, que não hesitaram em recorrer à pena capital para conter a instabilidade política ou a atividade de grupos armados nos respetivos países.

No total, cerca de 7 pessoas foram condenadas à morte, por dia, em 2014, o que perfaz um total de 2,466 condenações em 55 países.

Relativamente a 2013, os tribunais do Egito ou da Nigéria são os principais responsáveis do aumento das condenações – mais de 1100 nos dois países – para lidar com a repressão sobre os movimentos islamitas egípcios ou com os alegados membros do grupo armado nigeriano Boko Haram.

O secretário-geral da Amnistia Internacional, Salil Shetty, lamenta o recurso sistemático à pena capital, “num ano em que vários grupos armados foram protagonistas de execuções que abalaram a consciência mundial, é revoltante que os governos condenem mais gente à pena capital como forma de combater o terrorismo e a criminalidade”.

No total, e apesar de 140 países mundiais terem abolido a legislação que permite a pena de morte, cerca de 19.094 pessoas encontravam-se no corredor da morte em 2014.

Pena de morte: condenações e execuções de 2007 a 2014 ### Número de execuções em queda

Se a pena de morte em 2014 se transformou numa arma de “dissuasão” para a justiça de vários países, em paralelo, o número de execuções parece ter diminuído relativamente ao ano anterior.

Segundo a Amnistia Internacional, 607 pessoas foram executadas em 22 países em 2014, menos 22% que um ano antes.

Para lá da China, cujos números das execuções são considerados segredo de estado, o Irão aplicou a pena capital mais de 300 vezes (mais de 700 segundo números não oficiais), a Arábia Saudita teria executado 90 pessoas e os Estados Unidos cerca de 35.

No Paquistão, o ataque do grupo Talibã contra uma escola em Peshawar no final do ano levou o país a pôr fim a uma moratória de seis anos sobre a aplicação da pena capital, quando as autoridades executaram sete pessoas no espaço de duas semanas, em Dezembro. Na Europa, o regime bielorrusso pôs fim a uma pausa de 24 meses para executar pelo menos três pessoas, em segredo, e sem informar advogados ou familiares dos condenados.

Fora da trágica contabilidade da Amnistia Internacional encontra-se não só a China, como a Coreia do Norte, onde os dados oficiais falam apenas de 50 pessoas executadas no ano ado.

Quando a pena capital viola os direitos humanos

A Amnistia Internacional insurge-se não só contra o recurso a este tipo de legislação como contra os métodos utilizados pelas autoridades, como a injeção letal nos EUA, o enforcamento no Irão ou a decapitação na Arábia Saudita.

A organização denuncia igualmente os métodos em clara violação das convenções dos direitos humanos, como a execução de 14 menores de 18 anos no Irão ou a condenação de dezenas de pessoas no Afeganistão, Bahrain, China, Irão, Iraque, Coreia do Norte e Arábia Saudita, baseadas em confissões obtidas sob tortura. Em paralelo, crimes não letais como o roubo ou o tráfico de droga, continuam a ser pretexto para a justiça condenar pessoas à pena de morte em diversos países, para lá de outras acusações como o “adultério”, a “blasfémia” ou mesmo a “bruxaria”.

Neste cenário sombrio retratado pela Amnistia Internacional, apenas 112 pessoas condenadas à morte beneficiaram de indultos ou perdões em nove países em 2014.

Apesar da revolta e da denúncia, Salil Shelly prefere ver os números da pena de morte do ano ado com algum otimismo, “os números falam por si – a pena de morte está a tornar-se uma coisa do ado. Os poucos países que ainda executam pessoas precisam de ver-se ao espelho e perguntarem se querem continuar a violar o direito à vida, ou juntar-se à maioria de países que abandonaram este castigo cruel e desumano”.

No ano ado, territórios como o Suriname ou Barbados avançaram com propostas para abolir a pena de morte,. Mas, ao mesmo tempo, países como o Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos ou Singapura, retomaram esta prática, na maior parte dos casos, sob o pretexto da luta contra o terrorismo.

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