{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2014/11/28/john-mccain-enfrentar-putin-pela-ucrania-e-impor-sances-a-serio" }, "headline": "John McCain: Enfrentar Putin pela Ucr\u00e2nia e impor san\u00e7\u00f5es \u0022a s\u00e9rio\u0022", "description": "John McCain: Enfrentar Putin pela Ucr\u00e2nia e impor san\u00e7\u00f5es \u0022a s\u00e9rio\u0022", "articleBody": "\u00c9 conhecido pelo pragmatismo e por falar sem rodeios, o homem que enfrentou e perdeu para Barack Obama nas urnas em 2008. Hoje, \u00e9 uma for\u00e7a pol\u00edtica que continua bem presente. Isabelle Kumar entrevistou o senador republicano John McCain no F\u00f3rum de Seguran\u00e7a Internacional em Halifax, no Canad\u00e1.Isabelle Kumar: A sua imagem continua muito associada \u00e0 corrida presidencial de 2008. Seis anos mais tarde, considera que foi uma experi\u00eancia que lhe dificultou a vida ou que foi positiva?John McCain: Creio que concorrer \u00e0 presid\u00eancia dos Estados Unidos foi positivo. Mas devo salientar que, ap\u00f3s aquela noite de elei\u00e7\u00f5es, nunca imaginei que o mundo se iria transformar desta maneira. As condi\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a deterioraram-se drasticamente e a influ\u00eancia americana decaiu de forma profunda.IK: Pedimos perguntas aos internautas e uma das mais recorrentes \u00e9 se pondera candidatar-se outra vez?JM: N\u00e3o.IK: Em definitivo?JM: Creio que duas vezes j\u00e1 \u00e9 li\u00e7\u00e3o suficiente por parte dos eleitores.IK: N\u00e3o h\u00e1 assim tantas op\u00e7\u00f5es de relevo no Partido Republicano. Mas se tivesse de apontar tr\u00eas nomes, por exemplo, quem seriam, a quem seria capaz de dar o seu apoio?JM: N\u00e3o vou apoiar ningu\u00e9m at\u00e9 perceber que tipo de campanha vai ser organizada. Mas h\u00e1 um candidato que se destaca claramente: o antigo governador da Fl\u00f3rida, Jeb Bush. Lindsey Graham, um amigo pr\u00f3ximo, \u00e9 tamb\u00e9m uma das pessoas que mais percebe de quest\u00f5es de seguran\u00e7a nacional nos Estados Unidos. Marco Rubio, senador da Fl\u00f3rida, tem impressionado, \u00e9 uma estrela em ascens\u00e3o.IK: Quais ser\u00e3o os temas principais das pr\u00f3ximas elei\u00e7\u00f5es?JM: Se fosse h\u00e1 seis meses, eu diria que temos de falar da economia, da energia, e, claro, do sistema de sa\u00fade. Mas agora acho que as quest\u00f5es da seguran\u00e7a nacional e da pol\u00edtica externa se imp\u00f5em de forma dram\u00e1tica. Acho que o grupo Estado Isl\u00e2mico, os movimentos extremistas mu\u00e7ulmanos, v\u00e3o continuar a preocupar-nos durante muito tempo. Por isso, considero que a seguran\u00e7a nacional e a pol\u00edtica externa v\u00e3o ser alguns dos assuntos mais prementes nas campanhas das pr\u00f3ximas elei\u00e7\u00f5es presidenciais.IK: Uma outra quest\u00e3o que recebemos insiste na pergunta: \u201cainda sonha com a Casa Branca?\u201dJM: Se ainda sonho com isso? N\u00e3o, j\u00e1 n\u00e3o sonho com a Casa Branca. A melhor maneira de sarar de uma derrota \u00e9 manter-se ocupado. Regressei imediatamente ao lugar de senador e mantive-me o mais ocupado poss\u00edvel. Foi uma honra ter sido nomeado pelo partido para concorrer \u00e0 presid\u00eancia. De certeza que n\u00e3o era algo que o oficial da minha companhia na Academia Naval esperava, at\u00e9 porque terminei nos \u00faltimos cinco.IK: A sua escolha para n\u00famero dois foi controversa. Ainda defende a op\u00e7\u00e3o que fez por Sarah Palin?JM: Ela conseguiu dinamizar o nosso partido, as nossas bases, conseguiu fazer-nos subir nas sondagens. A esquerda liberal atacou-a ferozmente, \u00e9 dessa forma que funciona a pol\u00edtica americana. Mesmo assim, acho que esses ataques foram provavelmente a coisa mais injusta a que assisti na pol\u00edtica deste pa\u00eds. IK: Neste momento, o ambiente em Washington tornou-se corrosivo, t\u00f3xico mesmo, sobretudo depois do an\u00fancio do presidente Obama sobre a reforma da imigra\u00e7\u00e3o. At\u00e9 que ponto se pode agravar a situa\u00e7\u00e3o em Washington?JM: A situa\u00e7\u00e3o \u00e9 grave. Mas acho que os republicanos t\u00eam a no\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o podemos mergulhar numa l\u00f3gica de retalia\u00e7\u00e3o com o presidente Obama. Neste momento, temos a maioria nas duas c\u00e2maras. Temos de mostrar ao povo americano a nossa capacidade para governar. Mas n\u00e3o nos podemos limitar a ser o partido que s\u00f3 diz \u2018n\u00e3o\u2019. O povo americano quer o partido do \u2018sim\u2019.IK: Outra pergunta que recebemos: \u201cem que circunst\u00e2ncias apoiaria um \u2018shutdown\u2019, o encerramento provis\u00f3rio dos servi\u00e7os p\u00fablicos?\u201dJM: Em nenhuma circunst\u00e2ncia. A meu ver, n\u00e3o h\u00e1 circunst\u00e2ncias que justifiquem um outro shutdown do governo. J\u00e1 na altura em que aconteceu, eu fui contra.IK: Mas h\u00e1 membros do seu partido que defendem isso\u2026JM: Mas n\u00e3o creio que estejam em maioria. A lideran\u00e7a republicana afirmou que n\u00e3o haver\u00e1 um novo \u2018shutdown\u2019. Da \u00faltima vez, houve 600 mil turistas, muitos deles europeus, que n\u00e3o puderam visitar os parques nacionais, nem o Grand Canyon, no Arizona.IK: O resultado das elei\u00e7\u00f5es intercalares indica que ser\u00e1, muito provavelmente, o pr\u00f3ximo presidente do Comit\u00e9 das For\u00e7as Armadas no Senado. \u00c9 um papel chave na pol\u00edtica externa. Quais s\u00e3o as suas prioridades nesta pol\u00edtica e na \u00e1rea da Defesa?JM: Antes de mais, temos de revogar os cortes autom\u00e1ticos no setor da Defesa, assim como noutros setores. Estamos a destruir os nossos militares, \u00e9 o que todos os respons\u00e1veis pelas For\u00e7as Armadas me dizem. N\u00e3o \u00e9 s\u00f3 a minha opini\u00e3o pessoal. Em segundo lugar, os Estados Unidos t\u00eam de reconquistar o papel de lideran\u00e7a, n\u00f3s somos necess\u00e1rios. Por outras palavras, temos de ter uma pol\u00edtica robusta, capaz de dar uma li\u00e7\u00e3o, primeiro, a Vladimir Putin, que n\u00e3o pode avan\u00e7ar pela Europa desta maneira; em segundo, temos de derrotar o grupo do Estado Isl\u00e2mico. O presidente diz o mesmo, mas n\u00e3o tem uma estrat\u00e9gia. Por isso, vamos trabalhar com muito empenho para impor uma estrat\u00e9gia que consiga desmantelar e derrotar o Estado Isl\u00e2mico.IK: Voltamos a esse assunto mais tarde. Como reage aos opositores que o descrevem como um \u2018falc\u00e3o\u2019? O antigo presidente Jimmy Carter considerou-o um agitador que quer a guerra\u2026JM: Que me digam ent\u00e3o quando \u00e9 que eu errei. Eles erraram sempre\u2026IK: Apoiou a guerra no Iraque\u2026JM: Eu sempre afirmei que as coisas iam falhar se n\u00e3o deix\u00e1ssemos algumas tropas no terreno. Eu sempre defendi que, se n\u00e3o fiz\u00e9ssemos frente a Vladimir Putin e se n\u00e3o ajud\u00e1ssemos os ucranianos, ele iria avan\u00e7ar pelo sul e consolidar o controlo no leste da Ucr\u00e2nia. Eu tinha raz\u00e3o em todas as frentes, eles n\u00e3o\u2026IK: E a guerra no Iraque em 2003\u2026 foi um erro?JM: Na altura em que se votou a guerra no Iraque, o secret\u00e1rio de Estado americano foi ao Conselho de Seguran\u00e7a das Na\u00e7\u00f5es Unidas, e ao Congresso americano, afirmar que Saddam Hussein tinha armas de destrui\u00e7\u00e3o maci\u00e7a. Eu acreditei nessa informa\u00e7\u00e3o. Mais ainda: quando Bush estava na presid\u00eancia, disse-lhe que tinha de demitir o secret\u00e1rio da Defesa, que a estrat\u00e9gia era um fracasso, que as tropas no terreno tinham de ser refor\u00e7adas. O refor\u00e7o aconteceu, a situa\u00e7\u00e3o estabilizou. Segundo os antigos secret\u00e1rios da Defesa, Robert Gates e Leon Panetta, e o embaixador Ryan Crocker, dev\u00edamos ter deixado for\u00e7as no terreno. O presidente quis sair, essa foi a sua perspetiva\u2026IK: Mas o governo iraquiano tamb\u00e9m n\u00e3o queria\u2026JM: Os iraquianos queriam-nos l\u00e1. Eu tive uma reuni\u00e3o cara a cara com Nouri al-Maliki e ele disse-me que iam ser mantidos militares no pa\u00eds. Quantos? N\u00f3s nem sequer lhes dissemos quantos, nem que tipo de miss\u00e3o ia ser. Quiseram sair. Uma vez mais: as pessoas acreditam em quem quiserem, mas para mim as figuras mais cred\u00edveis dos Estados Unidos \u2013 Ryan Crocker, Leon Panetta e Robert Gates -, todos eles defenderam a manuten\u00e7\u00e3o residual de for\u00e7as americanas no Iraque. Se n\u00e3o quiser acreditar neles, \u00e9 consigo. Mas eu previ o que ia acontecer. E tamb\u00e9m deixo aqui outra previs\u00e3o: se n\u00e3o deixarmos algumas tropas no Afeganist\u00e3o, vamos acabar por ter a mesma situa\u00e7\u00e3o. Temos o grupo Estado Isl\u00e2mico a ocupar a maior por\u00e7\u00e3o de territ\u00f3rio alguma vez controlada por um grupo terrorista \u2013 a mais rica, a mais poderosa. E n\u00f3s n\u00e3o temos nenhuma estrat\u00e9gia. IK: A sua estrat\u00e9gia seria tropas no terreno, com os Estados Unidos a liderarem uma interven\u00e7\u00e3o militar\u2026 JM: N\u00e3o. Seria dar armas diretamente aos peshmerga. Uma zona de exclus\u00e3o a\u00e9rea na S\u00edria. Equipar o Ex\u00e9rcito Livre da S\u00edria. Mais controlo a\u00e9reo no terreno e for\u00e7as especiais no Iraque para fazer cumprir este objetivo. Aumentar dramaticamente as opera\u00e7\u00f5es a\u00e9reas. Tem havido muito poucos ataques a\u00e9reos.IK: H\u00e1 um lado militar, mas h\u00e1 tamb\u00e9m um lado ideol\u00f3gico. H\u00e1 uma batalha ideol\u00f3gica em curso e o grupo Estado Isl\u00e2mico \u00e9 cada vez mais popular. Uma interven\u00e7\u00e3o militar poderia provocar a consolida\u00e7\u00e3o do movimento. Como \u00e9 que se vence ideologicamente?JM: Quando as tropas foram refor\u00e7adas, pod\u00edamos ter conseguido estabilizar a situa\u00e7\u00e3o. Na altura, n\u00e3o existia nenhum grupo Estado Isl\u00e2mico. Havia alguns resqu\u00edcios da al-Qaeda. N\u00f3s avis\u00e1mos que isto ia acontecer se houvesse uma retirada. N\u00f3s vimos o Estado Isl\u00e2mico a desenvolver-se. Era \u00f3bvio. O presidente pode ter ficado surpreendido, pode ter surpreendido muita gente. Mas n\u00f3s t\u00ednhamos avisado. Eles t\u00eam de ser derrotados militarmente. Ao mesmo tempo, temos de estruturar uma resposta consistente a n\u00edvel econ\u00f3mico, pol\u00edtico e ideol\u00f3gico. Mas primeiro temos de vencer no campo militar.IK: Os jovens, homens e mulheres, v\u00e3o deixar de se dirigir para estes pa\u00edses para combater pela jihad?JM: Se tiverem a no\u00e7\u00e3o de que v\u00e3o seguramente a caminho da morte, sem d\u00favida. Se souberem efetivamente que v\u00e3o morrer, deixam de ir. O motivo pelo qual os extremistas os t\u00eam conseguido seduzir \u00e9 porque est\u00e3o a ganhar. \u00c9 por isso que conseguem traz\u00ea-los. Da\u00ed tamb\u00e9m que haja uma organiza\u00e7\u00e3o extremista do Egito a jurar-lhes fidelidade, porque que querem estar do lado dos vencedores. Eles t\u00eam de ser derrotados.IK: J\u00e1 abord\u00e1mos a quest\u00e3o da Ucr\u00e2nia. Afirmou que o ex\u00e9rcito ucraniano devia receber armamento. N\u00e3o seria arriscado? N\u00e3o sabemos quais s\u00e3o as inten\u00e7\u00f5es de Putin. Isso podia constituir uma declara\u00e7\u00e3o de guerra\u2026 JM: O que \u00e9 que est\u00e1 Vladimir Putin a fazer neste momento? Os russos ocuparam a Crimeia, consolidaram as posi\u00e7\u00f5es no leste da Ucr\u00e2nia, acabaram de mobilizar mais tanques e armamento para a Ucr\u00e2nia. J\u00e1 massacraram mais de 4 mil soldados ucranianos. Est\u00e1 preocupada com a possibilidade de Vladimir Putin se sentir provocado? Est\u00e1 a brincar\u2026 Olhe para o que ele est\u00e1 a fazer. \u00c9 ele que est\u00e1 a ganhar. Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, um pais europeu est\u00e1 a ser desmembrado e n\u00f3s nem sequer lhe damos armas para se defender. Basta ouvir as 300 mil pessoas de Maidan, que protestaram num frio glacial porque n\u00e3o querem fazer parte da R\u00fassia, n\u00e3o querem assistir ao desmembramento do seu pa\u00eds. Elas merecem a nossa ajuda atrav\u00e9s do fornecimento de armas. Pensar que n\u00e3o porque pode contrariar Putin\u2026IK: N\u00e3o o preocupa a possibilidade de uma guerra total com a R\u00fassia?JM: Que eu saiba, essa possibilidade n\u00e3o existe. N\u00e3o estou a ver como seria isso poss\u00edvel. Mas n\u00e3o acha que seria simp\u00e1tico se estas pessoas, cuja terra foi invadida, pudessem ter o a armas para se defenderem? Essa \u00e9 a tradi\u00e7\u00e3o dos Estados Unidos, a de ajudar as pessoas que lutam contra as invas\u00f5es e as agress\u00f5es. Pode n\u00e3o ser a vossa perspetiva, mas \u00e9 a dos Estados Unidos.IK: Uma outra pergunta que nos enviaram: \u201ol\u00edtica \u00e0 parte, o que \u00e9 que acha de Vladimir Putin a n\u00edvel pessoal?\u201dJM: Ele \u00e9 o que \u00e9. \u00c9 um antigo oficial do KGB, do sistema comunista, que quer restaurar o Imp\u00e9rio Russo e que emprega termos como a Nova R\u00fassia. N\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas sobre quem ele \u00e9. A prop\u00f3sito, eu fui sancionado por ele, tenho orgulho nisso. Porque \u00e9 que se tem de complicar o que ele \u00e9?IK: George W. Bush dizia que conseguia ver a alma de Putin e que, no fundo, ele era digno de confian\u00e7a e honesto\u2026JM: E sabe o que eu disse na altura? Eu conseguia ver tr\u00eas letras: K-G-B.IK: Qual \u00e9 a sua posi\u00e7\u00e3o acerca das san\u00e7\u00f5es?JM: As san\u00e7\u00f5es s\u00e3o positivas. Mas se eu estivesse no lugar de Vladimir Putin e tivesse de pagar este pre\u00e7o por ocupar a Crimeia, o leste da Ucr\u00e2nia, por intimidar outros pa\u00edses do leste europeu, como a Hungria, eu diria que, no final de contas, n\u00e3o me estou a sair nada mal. Agora o pre\u00e7o mais elevado que Putin est\u00e1 a pagar \u00e9 o petr\u00f3leo e isso n\u00e3o tem nada a ver com as san\u00e7\u00f5es. As san\u00e7\u00f5es t\u00eam tido um impacto m\u00ednimo. Os europeus n\u00e3o v\u00e3o lan\u00e7ar medidas realmente eficazes enquanto forem dependentes da energia russa.IK: Chegou a descrever as san\u00e7\u00f5es europeias como uma anedota. Mant\u00e9m essa posi\u00e7\u00e3o? JM: Sim, mantenho. Algu\u00e9m que me diga o que foi realmente feito\u2026IK: O que \u00e9 que tem a dizer aos l\u00edderes europeus?JM: Eu gostava de ver os europeus, atrav\u00e9s da NATO sobretudo, a fornecer armas aos ucranianos, para que se possam defender da agress\u00e3o russa. Putin controla o leste da Ucr\u00e2nia. Nos \u00faltimos dias, mobilizou mais tanques e armamento para a Ucr\u00e2nia; ele prepara-se para tomar Mariupol, para criar uma ponte terrestre para a Crimeia. Depois vai ponderar se lhe vai custar um pre\u00e7o demasiado elevado avan\u00e7ar para a Mold\u00e1via. \u00c9 o comportamento t\u00edpico da Guerra Fria\u2026IK: Acredita ent\u00e3o que a finalidade \u00e9 restabelecer o poder no antigo bloco do leste europeu?JM: Ele pretende restabelecer o Imp\u00e9rio Russo. Ele n\u00e3o v\u00ea os pa\u00edses como um bloco, v\u00ea o Imp\u00e9rio Russo, a Nova R\u00fassia de que ele tanto fala. Porque \u00e9 que n\u00e3o acreditamos que \u00e9 verdade?IK: Vamos falar agora doutros assuntos prementes. A quest\u00e3o palestiniana\u2026 Os diferentes governos americanos t\u00eam tentado promover um plano de paz, mas parece que \u00e9 sempre um objetivo inalcan\u00e7\u00e1vel\u2026 JM: H\u00e1 v\u00e1rias raz\u00f5es para isso e algumas delas t\u00eam a ver com outras quest\u00f5es que se sobrepam. Quando olhamos para o grupo Estado Isl\u00e2mico, quando olhamos para o extremismo mu\u00e7ulmano\u2026 Tudo isto influencia a quest\u00e3o palestiniana. Parte do problema \u00e9 que o Hamas ainda est\u00e1 em Gaza, empenhado em destruir Israel e, de tempos a tempos, assistimos a explos\u00f5es de viol\u00eancia. Ainda bem que existe o sistema de defesa antia\u00e9rea C\u00fapula de Ferro, caso contr\u00e1rio seria uma carnificina em Israel. \u00c9 \u00f3bvio que ambas as partes t\u00eam responsabilidades. Mas temos de continuar a tentar.IK: O Estado palestiniano \u2013 alguns pa\u00edses europeus reconhecem a Palestina. O que pensa sobre isso?JM: Essa nunca ser\u00e1 seguramente a pol\u00edtica dos Estados Unidos.IK: Vamos falar do Ir\u00e3o. Recebemos outra pergunta que consiste no seguinte: \u201cser\u00e1 que os pol\u00edticos americanos t\u00eam no\u00e7\u00e3o da press\u00e3o que exercem sobre o povo iraniano. Gostaria de obter uma resposta sincera.\u201dJM: Eu normalmente sou sincero nas respostas. Os iranianos t\u00eam um longo registo no que diz respeito a esconder as suas capacidade nucleares. Eles continuam a tentar desenvolver ogivas e m\u00edsseis para construir armas nucleares. E n\u00f3s estamos na imin\u00eancia de um desfecho muito mau. Entretanto, o Ir\u00e3o est\u00e1 a desestabilizar o I\u00e9men, est\u00e1 a apoiar o Hezbollah, ordenando-lhes que se desloquem para a S\u00edria para matar os s\u00edrios. Eles s\u00e3o respons\u00e1veis por ataques a alvos americanos, relembro o USS Cole. Eles est\u00e3o a tentar ampliar a influ\u00eancia na regi\u00e3o em pa\u00edses como o Bahrein, entre outros. O nosso objetivo n\u00e3o deveria ser tentar adiar a capacidade nuclear, mas impedir que consigam adquirir ou desenvolver armas nucleares. O cen\u00e1rio a que estamos a assistir pode ter um desfecho muito negativo.IK: O mundo da pol\u00edtica exige muita capacidade de resist\u00eancia. Foi prisioneiro de guerra durante cinco anos e meio no Vietname. Considera que essa experi\u00eancia o ajuda de alguma forma quando as coisas se tornam dif\u00edceis no Senado?JM: Sim, tenho v\u00e1rias mem\u00f3rias\u2026 Eu assisti a milhares de momentos de coragem e de bondade, que me envolveram a mim e outros prisioneiros. Eu olho para tr\u00e1s e penso que foi uma das experi\u00eancias mais enriquecedoras da minha vida, porque aqueles que melhor conhe\u00e7o, de quem mais gosto, s\u00e3o precisamente aqueles que tiveram a sorte ou o azar de estar comigo nesse per\u00edodo t\u00e3o dif\u00edcil. Eu era um militar profissional e esse \u00e9 um dos riscos que corremos quando servimos o nosso pa\u00eds.IK: Terminamos com uma \u00faltima quest\u00e3o dos nossos participantes nas redes sociais. \u00c9 algo filos\u00f3fica: \u201co sonho americano ainda existe e, se sim, como o define?\u201dJM: Eu acho que o sonho americano ainda existe e, a longo prazo, estou muito confiante de que vamos conseguir ser independentes energeticamente, que vamos criar mais emprego, que a economia vai recuperar. Existe um grande sentimento patri\u00f3tico. H\u00e1 jovens fant\u00e1sticos das novas gera\u00e7\u00f5es que est\u00e3o a ocupar lugares de destaque nos Estados Unidos. Portanto, no geral, estou otimista acerca deste pa\u00eds e do nosso papel no mundo. 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John McCain: Enfrentar Putin pela Ucrânia e impor sanções "a sério"

John McCain: Enfrentar Putin pela Ucrânia e impor sanções "a sério"
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É conhecido pelo pragmatismo e por falar sem rodeios, o homem que enfrentou e perdeu para Barack Obama nas urnas em 2008. Hoje, é uma força política que continua bem presente. Isabelle Kumar entrevistou o senador republicano John McCain no Fórum de Segurança Internacional em Halifax, no Canadá.

John McCain

  • John McCain seguiu os os do pai e do avô ao tornar-se militar.
  • Participou na guerra do Vietname; foi capturado e mantido em cativeiro entre 1967 e 1973, tendo sido repetidamente torturado.
  • No final da guerra, tornou-se político; foi deputado pelo Partido Republicano americano e senador pelo Estado do Arizona.
  • Em 2008, foi nomeado pelos republicanos para concorrer às eleições presidenciais, que perdeu frente a Barack Obama.
  • Na sequência das eleições intercalares, McCain deverá ser nomeado como presidente do Comité das Forças Armadas no Senado dos Estados Unidos.

Isabelle Kumar: A sua imagem continua muito associada à corrida presidencial de 2008. Seis anos mais tarde, considera que foi uma experiência que lhe dificultou a vida ou que foi positiva?

John McCain: Creio que concorrer à presidência dos Estados Unidos foi positivo. Mas devo salientar que, após aquela noite de eleições, nunca imaginei que o mundo se iria transformar desta maneira. As condições de segurança deterioraram-se drasticamente e a influência americana decaiu de forma profunda.

IK: Pedimos perguntas aos internautas e uma das mais recorrentes é se pondera candidatar-se outra vez?

JM: Não.

IK: Em definitivo?

JM: Creio que duas vezes já é lição suficiente por parte dos eleitores.

IK: Não há assim tantas opções de relevo no Partido Republicano. Mas se tivesse de apontar três nomes, por exemplo, quem seriam, a quem seria capaz de dar o seu apoio?

JM: Não vou apoiar ninguém até perceber que tipo de campanha vai ser organizada. Mas há um candidato que se destaca claramente: o antigo governador da Flórida, Jeb Bush. Lindsey Graham, um amigo próximo, é também uma das pessoas que mais percebe de questões de segurança nacional nos Estados Unidos. Marco Rubio, senador da Flórida, tem impressionado, é uma estrela em ascensão.

IK: Quais serão os temas principais das próximas eleições?

JM: Se fosse há seis meses, eu diria que temos de falar da economia, da energia, e, claro, do sistema de saúde. Mas agora acho que as questões da segurança nacional e da política externa se impõem de forma dramática. Acho que o grupo Estado Islâmico, os movimentos extremistas muçulmanos, vão continuar a preocupar-nos durante muito tempo. Por isso, considero que a segurança nacional e a política externa vão ser alguns dos assuntos mais prementes nas campanhas das próximas eleições presidenciais.

IK: Uma outra questão que recebemos insiste na pergunta: “ainda sonha com a Casa Branca"> Notícias relacionadas

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