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Moscovo: "Eleições na Ucrânia não foram democráticas"

Moscovo: "Eleições na Ucrânia não foram democráticas"
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Os opositores conseguiram o quarto lugar nas eleições ucranianas. O Bloco da Oposição, liderado por Yuri Boyko, contou sobretudo com os eleitores do leste do país que puderam votar. Terá nas regiões de Kharkiv e Luhansk e Zaporozhye e ficado também à frente em várias circunscrições da região de Donetsk, que continua, em grande parte, ocupada pelos rebeldes.

O medo que a propaganda pró-russa estava a criar junto dos eleitores do leste, o de uma entrada em força das formações de extrema-direita e populistas, não se verificou. O Partido Radical de Oleh Lyashko ficou-se pelo quinto lugar, enquanto o Svoboda, conotado com a direita mais radical, ficou em sexto. Ambos os partidos tiveram votações pouco acima dos 6%, ou seja, apenas um ponto ou ponto e meio acima dos 5% que lhes garantem a entrada no parlamento.

A nova assembleia vai ser constituída, sobretudo, por forças pró-europeias. Destas eleições vai sair um governo de coligação, que vai ter a missão de por esta aproximação à Europa na prática, mas que também não pode virar as costas à Rússia.

A questão mais urgente a resolver com o grande vizinho é a dos contratos de gás. As duas partes vão também ter de chegar a acordo para que se possa encontrar uma solução pacífica permanente para o conflito no leste.

Os resultados das legislativas ucranianas são seguidos com atenção em Moscovo. A euronews falou com Alexei Pushkov, presidente da comissão parlamentar dos Negócios Estrangeiros.

Andrei Velkevich, euronews: Sr. Pushkov, antes de mais, podemos considerar esta votação como justa e democrática? É reconhecida como legítima pelo governo de Moscovo?

Alexei Pushkov: Moscovo reconhece esta votação. Quanto a ser justa e democrática, tenho algumas reservas. Considero que, numa altura em que os combates prosseguem no leste da Ucrânia, embora de forma limitada, e quando uma parte considerável da população do leste da Ucrânia não pôde participar nas eleições, é claro que as eleições não puderam englobar todos os eleitores do país.

Além disso, todos conhecemos o clima em que as eleições se desenrolaram, como os deputados suspeitos de proteger os interesses do anterior governo foram literalmente deitados ao lixo, a histeria exacerbada em torno do Partido Comunista e a forma como o Partido das Regiões foi impedido de apresentar candidatos. Por isso, para mim, pessoalmente, estas eleições não foram democráticas.

Andrei Velkevich, euronews: Pela primeira vez, a Rada não vai ter deputados do Partido das Regiões nem do Partido Comunista, formações consideradas pró-russas. Como é que, nestas condições, Moscovo pretende construir relações com Kiev?

Alexei Pushkov: Pessoalmente, não considero nem o Partido das Regiões nem o Partido Comunista como pró-russos. Eram partidos pró-ucranianos e a ausência deles do parlamento reduz o campo de representação parlamentar.

Repare que 47% dos eleitores não foram votar. Isso diz muito. As pessoas não sabiam em quem votar, entre os partidos que apenas apresentavam uma plataforma nacionalista. As pessoas não viam os seus candidatos. Não esqueçamos que o atual espetro político da Rada vai dos meramente nacionalistas aos ultranacionalistas.

Como a Rússia vai construir as relações? Penso que essa pergunta deveria ser feita à Ucrânia. Como é que a Ucrânia pretende construir relações com a Rússia porque, a meu ver, a Ucrânia de hoje depende, em grande medida, de relações comerciais e económicas normais com a Rússia. Muito mais que o inverso. Por isso, é Kiev, é a Ucrânia, que deve decidir como quer construir as relações com a Rússia. Só assim se torna claro para nós como as vamos construir também.

Andrei Velkevich, euronews: No que toca à composição da Rada, as forças mais nacionalistas não entraram no parlamento, segundo os últimos dados. Isso significa que a ameaça do nacionalismo radical na Ucrânia era um exagero?

Alexei Pushkov: Não penso que fosse exagerado, porque o nacionalismo radical está infiltrado também noutros partidos, nomeadamente a Frente Popular de Yatseniuk. O Partido Radical de Liashko representa também o nacionalismo radical. Se contar todos os votos que foram dados aos nacionalistas radicais, ou seja, ao partido de Lyashko, ao Svoboda e ao Pravy Sektor, vê que contabilizam cerca de 15% e isso é um número muito significativo.

Além de que estas ideias nacionalistas radicais se refletem na prática política na Ucrânia. Há represálias contra aqueles que não estão de acordo, há a prática do terror político aplicado aos comunistas. Por isso, a ameaça não foi exagerada. Penso que, infelizmente, o fator nacionalista radical desempenha um papel considerável.

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