{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2014/10/14/no-solution-in-battle-between-spanish-and-catalan-nationalism-" }, "headline": "Josep Carles Rius: \u0022A Catalunha n\u00e3o ter\u00e1 solu\u00e7\u00f5es com um governo de maioria PP\u0022", "description": "Josep Carles Rius: \u0022A Catalunha n\u00e3o ter\u00e1 solu\u00e7\u00f5es com um governo de maioria PP\u0022", "articleBody": "Depois de dois anos de prepara\u00e7\u00e3o, no dia 27 de setembro, o presidente da Catalunha, Artur Mas, assinou o decreto para organizar uma consulta popular sobre a independ\u00eancia em Espanha. Uma promessa eleitoral do l\u00edder nacionalista de direita, CiU, e uma condi\u00e7\u00e3o dos independentistas da Esquerra Republicana para apoiar Mas que, desde 2012, governa em minoria.A resposta de Madrid n\u00e3o se fez esperar: o presidente do governo, Mariano Rajoy, op\u00f5e-se firmemente.Mariano Rajoy, no dia 29-09-14:\u201cSempre diss\u00e9mos que esta consulta n\u00e3o se ia celebrar porque \u00e9 contra a Constitui\u00e7\u00e3o. Hoje cumprimos a obriga\u00e7\u00e3o de interp\u00f4r um recurso contra uma decis\u00e3o que viola gravemente os direitos de todos os espanhois.\u201dO Tribunal Constitucional suspendeu imediatamente o decreto catal\u00e3o, o que n\u00e3o desencorajou os defensores do referendo, e ainda menos, os independentistas. Mertixell Borras, defensora do referendo e manifestante pr\u00f3-independ\u00eancia:\u201cEstou muito contente porque sei que havemos de conseguir votar, tanto faz tirarem-nos esta convocat\u00f3ria, como j\u00e1 tiraram anteriormente, vai custar, mas havemos de conseguir porque somos uma maioria.\u201dTodas as a\u00e7\u00f5es catal\u00e3s nesse sentido correm o risco de morrer \u00e0 partida, por lei. Ser\u00e1 muito dif\u00edcil obrigar funcion\u00e1rios p\u00fablicos e pol\u00edcias a participarem num referendo ilegal, pois incorrem em penas de pris\u00e3o. E os contras n\u00e3o votam.O mais l\u00f3gico para Artur Mas seria renunciar mas perderia o poder porque se ia incompatibilizar com os incontorn\u00e1veis aliados da erquerda .Assim, o chefe do governo catal\u00e3o prometeu uma consulta alternativa a 9 de dezembro, tentando a manobra pol\u00edtica.Artur Mas :\u201cTemos um instrumento muito \u00fatil, que est\u00e1 perfeitamente identificado mas receiam em Madrid, ou seja, elei\u00e7\u00f5es convocadas pelo presidente da generalitat, em que alguns partidos decidam candidatar-se em alean\u00e7a com um programa conjunto. Essa lista e esse programa obt\u00eam maioria absoluta, o refrendo ser\u00e1 ganho\u201d.Para compreendermos este desenvolvimento em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 consulta catal\u00e3 de 9 de novembro, entrevist\u00e1mos o jornalista e analista pol\u00edticra compreendermos este desenvolvimento em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 consulta catal\u00e3 de 9 de novembro, entrevist\u00e1mos o jornalista e analista pol\u00edtico Josep Carles Rius, respons\u00e1vel pelo jornal digital El Di\u00e1rio.Vicen\u00e7 Batalla, Euronews: \u201cO presidente catal\u00e3o Artur Mas renuncia \u00e0 consulta convocada inicialmente, mas prop\u00f5e outra com pessoal volunt\u00e1rio. \u00c9 poss\u00edvel que se vote no dia 9 de novembro em circunst\u00e2ncias t\u00e3o complicadas?\u201dJosep Carles Rius, analista pol\u00edtico: \u201cBom, vamos ver mas em nenhum caso estamos a falar de referendo ou de uma consulta com plenas garantias democr\u00e1ticas. Estaremos a falar de um ato de mobiliza\u00e7\u00e3o para defender a reivindica\u00e7\u00e3o do poder de votar. Existe uma maioria social na Catalunha que pretende exercer o direito a decidir mas neste caso, sem um acordo com o Estado, \u00e9 imposs\u00edvel\u201d.Vicen\u00e7 Batalla, Euronews: \u201cO primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy felicitou o recuo em rela\u00e7\u00e3o ao referendo mas o seu governo j\u00e1 anunciou que tamb\u00e9m vai recorrer da consulta alternativa apesar de se desconhecer o exato enquadramento legal. O confronto vai durar at\u00e9 ao dia 8 de novembro\u2026 vai haver algum tipo de di\u00e1logo?\u201dJosep Carles Rius: \u201cCreio que a rea\u00e7\u00e3o do primeiro-ministro Mariano Rajoy \u00e9 um sinal de miopia pol\u00edtica. Independentemente do que possa acontecer no dia 9, existe um problema pol\u00edtico na Catalunha. Neste momento estima-se que no m\u00ednimo metade da popula\u00e7\u00e3o defende outra rela\u00e7\u00e3o com o Estado e a maioria deseja a independ\u00eancia. 70 por cento quer que isto se decida nas urnas, reivindica uma vota\u00e7\u00e3o. Suponho que para dar mais coes\u00e3o \u00e0s suas fileiras, o governo do PP converteu a reivindica\u00e7\u00e3o catal\u00e3 como um problema e, at\u00e9 existir uma solu\u00e7\u00e3o, n\u00e3o haver\u00e1 boas not\u00edcias.Vicen\u00e7 Batalla, Euronews: \u201cA amea\u00e7a de Artur Mas \u00e9 convocar elei\u00e7\u00f5es plebiscit\u00e1rias com listas conjuntas que pode resultar numa declara\u00e7\u00e3o unilateral de independ\u00eancia se a lista obtiver a maioria absoluta. Esta lista conjunta pode mesmo ver a luz do dia?\u201dJosep Carles Rius: \u201cVamos ver, mas penso que a mudan\u00e7a importante ocorrida hoje \u00e9 que termina com um eufemismo que \u00e9 o direito de decidir. A reivindica\u00e7\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 o direito de decidir mas sim a independ\u00eancia. E a forma de o conseguir, j\u00e1 que \u00e9 imposs\u00edvel um referendo, s\u00e3o as elei\u00e7\u00f5es referend\u00e1rias. Mas neste caso n\u00e3o existe um consenso t\u00e3o amplo como no direito a decidir. \u00c9 por isso que partidos como o Iniciativa desmarcaram-se do processo e estamos neste momento \u00e0 espera do que vai fazer a Esquerra Republicana\u201d.Vicen\u00e7 Batalla, Euronews: \u201cO papel de Mariano Rajoy \u00e9 que Mariano Rajoy pode seguir mantendo apenas uma posi\u00e7\u00e3o legal perante o caso catal\u00e3o?\u201dJosep Carles Rius: \u201cVamos ver, creio que que Mariano Rajoy precisar de dar coes\u00e3o ao seu eleitorado, um eleitorado tocado por falhan\u00e7os como a lei do aborto, por casos de corrup\u00e7\u00e3o e agora temos a epidemia do \u00c9bola. Ou seja precisa de dar coes\u00e3o ao seu eleitorado e a causa catal\u00e3 \u00e9 perfeita para isso. Mas isso \u00e9 apenas adiar o problema. Creio que, neste ritmo, vamos ter um desenlace depois das elei\u00e7\u00f5es municipais em maio, elei\u00e7\u00f5es chave em Espanha porque vamos assistir novamente \u00e0 partilha do poder, sobretudo depois no novo congresso doso Josep Carles Rius, respons\u00e1vel pelo jornal digital El Di\u00e1rio.Vicen\u00e7 Batalla, Euronews: \u201cO presidente catal\u00e3o Artur Mas renuncia \u00e0 consulta convocada inicialmente, mas prop\u00f5e outra com pessoal volunt\u00e1rio. \u00c9 poss\u00edvel que se vote no dia 9 de novembro em circunst\u00e2ncias t\u00e3o complicadas?\u201dJosep Carles Rius, analista pol\u00edtico: \u201cBom, vamos ver mas em nenhum caso estamos a falar de referendo ou de uma consulta com plenas garantias democr\u00e1ticas. Estaremos a falar de um ato de mobiliza\u00e7\u00e3o para defender a reivindica\u00e7\u00e3o do poder de votar. 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Suponho que para dar mais coes\u00e3o \u00e0s suas fileiras, o governo do PP converteu a reivindica\u00e7\u00e3o catal\u00e3 num problema e, at\u00e9 existir uma solu\u00e7\u00e3o, n\u00e3o haver\u00e1 boas not\u00edcias.Vicen\u00e7 Batalla, Euronews: \u201cA amea\u00e7a de Artur Mas \u00e9 convocar elei\u00e7\u00f5es referend\u00e1rias com listas conjuntas que pode resultar numa declara\u00e7\u00e3o unilateral de independ\u00eancia se a lista obtiver a maioria absoluta. Esta lista conjunta pode mesmo ver a luz do dia?\u201dJosep Carles Rius: \u201cVamos ver, mas penso que a mudan\u00e7a mais importante ocorrida hoje \u00e9 que termina com um eufemismo que \u00e9 o direito de decidir. A reivindica\u00e7\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 o direito de decidir mas sim a independ\u00eancia. E a forma de o conseguir, j\u00e1 que \u00e9 imposs\u00edvel um referendo, s\u00e3o as elei\u00e7\u00f5es referend\u00e1rias. Mas neste caso n\u00e3o existe um consenso t\u00e3o amplo como no direito a decidir. \u00c9 por isso que partidos como o Iniciativa desmarcaram-se do processo e estamos neste momento \u00e0 espera do que vai fazer a Esquerra Republicana\u201d.Vicen\u00e7 Batalla, Euronews: \u201cMariano Rajoy pode seguir mantendo apenas uma posi\u00e7\u00e3o legal perante o caso catal\u00e3o?\u201dJosep Carles Rius: \u201cMariano Rajoy precisa de dar coes\u00e3o ao seu eleitorado, um eleitorado tocado por falhan\u00e7os como a lei do aborto, por casos de corrup\u00e7\u00e3o e agora temos a epidemia do \u00c9bola. Ou seja precisa de dar coes\u00e3o ao seu eleitorado e a causa catal\u00e3 \u00e9 perfeita para isso. Mas isso \u00e9 apenas adiar o problema. 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Estamos num confronto, num conflito de nacionalismos, entre o nacionalismo espanhol e o nacionalismo catal\u00e3o, e a\u00ed n\u00e3o h\u00e1 qualquer solu\u00e7\u00e3o.", "dateCreated": "2014-10-14T18:47:28+02:00", "dateModified": "2014-10-14T18:47:28+02:00", "datePublished": "2014-10-14T18:47:28+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F284646%2F1440x810_284646.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Josep Carles Rius: \u0022A Catalunha n\u00e3o ter\u00e1 solu\u00e7\u00f5es com um governo de maioria PP\u0022", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F284646%2F432x243_284646.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
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Josep Carles Rius: "A Catalunha não terá soluções com um governo de maioria PP"

Josep Carles Rius: "A Catalunha não terá soluções com um governo de maioria PP"
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Depois de dois anos de preparação, no dia 27 de setembro, o presidente da Catalunha, Artur Mas, assinou o decreto para organizar uma consulta popular sobre a independência em Espanha. Uma promessa eleitoral do líder nacionalista de direita, CiU, e uma condição dos independentistas da Esquerra Republicana para apoiar Mas que, desde 2012, governa em minoria.

A resposta de Madrid não se fez esperar: o presidente do governo, Mariano Rajoy, opõe-se firmemente.

Mariano Rajoy, no dia 29-09-14:

“Sempre dissémos que esta consulta não se ia celebrar porque é contra a Constituição. Hoje cumprimos a obrigação de interpôr um recurso contra uma decisão que viola gravemente os direitos de todos os espanhois.”

O Tribunal Constitucional suspendeu imediatamente o decreto catalão, o que não desencorajou os defensores do referendo, e ainda menos, os independentistas.

Mertixell Borras, defensora do referendo e manifestante pró-independência:

“Estou muito contente porque sei que havemos de conseguir votar, tanto faz tirarem-nos esta convocatória, como já tiraram anteriormente, vai custar, mas havemos de conseguir porque somos uma maioria.”

Todas as ações catalãs nesse sentido correm o risco de morrer à partida, por lei. Será muito difícil obrigar funcionários públicos e polícias a participarem num referendo ilegal, pois incorrem em penas de prisão. E os contras não votam.

O mais lógico para Artur Mas seria renunciar mas perderia o poder porque se ia incompatibilizar com os incontornáveis aliados da erquerda .Assim, o chefe do governo catalão prometeu uma consulta alternativa a 9 de dezembro, tentando a manobra política.

Artur Mas :

“Temos um instrumento muito útil, que está perfeitamente identificado mas receiam em Madrid, ou seja, eleições convocadas pelo presidente da generalitat, em que alguns partidos decidam candidatar-se em aleança com um programa conjunto. Essa lista e esse programa obtêm maioria absoluta, o refrendo será ganho”.

Para compreendermos este desenvolvimento em relação à consulta catalã de 9 de novembro, entrevistámos o jornalista e analista políticra compreendermos este desenvolvimento em relação à consulta catalã de 9 de novembro, entrevistámos o jornalista e analista político Josep Carles Rius, responsável pelo jornal digital El Diário.

Vicenç Batalla, Euronews: “O presidente catalão Artur Mas renuncia à consulta convocada inicialmente, mas propõe outra com pessoal voluntário. É possível que se vote no dia 9 de novembro em circunstâncias tão complicadas?”

Josep Carles Rius, analista político: “Bom, vamos ver mas em nenhum caso estamos a falar de referendo ou de uma consulta com plenas garantias democráticas. Estaremos a falar de um ato de mobilização para defender a reivindicação do poder de votar. Existe uma maioria social na Catalunha que pretende exercer o direito a decidir mas neste caso, sem um acordo com o Estado, é impossível”.

Vicenç Batalla, Euronews: “O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy felicitou o recuo em relação ao referendo mas o seu governo já anunciou que também vai recorrer da consulta alternativa apesar de se desconhecer o exato enquadramento legal. O confronto vai durar até ao dia 8 de novembro… vai haver algum tipo de diálogo?”

Josep Carles Rius: “Creio que a reação do primeiro-ministro Mariano Rajoy é um sinal de miopia política. Independentemente do que possa acontecer no dia 9, existe um problema político na Catalunha. Neste momento estima-se que no mínimo metade da população defende outra relação com o Estado e a maioria deseja a independência. 70 por cento quer que isto se decida nas urnas, reivindica uma votação. Suponho que para dar mais coesão às suas fileiras, o governo do PP converteu a reivindicação catalã como um problema e, até existir uma solução, não haverá boas notícias.

Vicenç Batalla, Euronews: “A ameaça de Artur Mas é convocar eleições plebiscitárias com listas conjuntas que pode resultar numa declaração unilateral de independência se a lista obtiver a maioria absoluta. Esta lista conjunta pode mesmo ver a luz do dia?”

Josep Carles Rius: “Vamos ver, mas penso que a mudança importante ocorrida hoje é que termina com um eufemismo que é o direito de decidir. A reivindicação já não é o direito de decidir mas sim a independência. E a forma de o conseguir, já que é impossível um referendo, são as eleições referendárias. Mas neste caso não existe um consenso tão amplo como no direito a decidir. É por isso que partidos como o Iniciativa desmarcaram-se do processo e estamos neste momento à espera do que vai fazer a Esquerra Republicana”.

Vicenç Batalla, Euronews: “O papel de Mariano Rajoy é que Mariano Rajoy pode seguir mantendo apenas uma posição legal perante o caso catalão?”

Josep Carles Rius: “Vamos ver, creio que que Mariano Rajoy precisar de dar coesão ao seu eleitorado, um eleitorado tocado por falhanços como a lei do aborto, por casos de corrupção e agora temos a epidemia do Ébola. Ou seja precisa de dar coesão ao seu eleitorado e a causa catalã é perfeita para isso. Mas isso é apenas adiar o problema. Creio que, neste ritmo, vamos ter um desenlace depois das eleições municipais em maio, eleições chave em Espanha porque vamos assistir novamente à partilha do poder, sobretudo depois no novo congresso doso Josep Carles Rius, responsável pelo jornal digital El Diário.

Vicenç Batalla, Euronews: “O presidente catalão Artur Mas renuncia à consulta convocada inicialmente, mas propõe outra com pessoal voluntário. É possível que se vote no dia 9 de novembro em circunstâncias tão complicadas?”

Josep Carles Rius, analista político: “Bom, vamos ver mas em nenhum caso estamos a falar de referendo ou de uma consulta com plenas garantias democráticas. Estaremos a falar de um ato de mobilização para defender a reivindicação do poder de votar. Existe uma maioria social na Catalunha que pretende exercer o direito a decidir mas neste caso, sem um acordo com Estado, é impossível”.

Vicenç Batalla, Euronews: “O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy felicitou o recuo em relação ao referendo mas o seu governo já anunciou que também vai recorrer da consulta alternativa apesar de se desconhecer o exato enquadramento legal. O confronto vai durar até ao dia 8 de novembro… vai haver algum tipo de diálogo?”

Josep Carles Rius: “Creio que a reação do primeiro-ministro Mariano Rajoy é um sinal de miopia política. Independentemente do que possa acontecer no dia 9, existe um problema político na Catalunha. Neste momento estima-se que no mínimo metade da população defende outra relação com o Estado e a maioria deseja a independência. 70 por cento quer que isto se decida nas urnas, reivindica uma votação. Suponho que para dar mais coesão às suas fileiras, o governo do PP converteu a reivindicação catalã num problema e, até existir uma solução, não haverá boas notícias.

Vicenç Batalla, Euronews: “A ameaça de Artur Mas é convocar eleições referendárias com listas conjuntas que pode resultar numa declaração unilateral de independência se a lista obtiver a maioria absoluta. Esta lista conjunta pode mesmo ver a luz do dia?”

Josep Carles Rius: “Vamos ver, mas penso que a mudança mais importante ocorrida hoje é que termina com um eufemismo que é o direito de decidir. A reivindicação já não é o direito de decidir mas sim a independência. E a forma de o conseguir, já que é impossível um referendo, são as eleições referendárias. Mas neste caso não existe um consenso tão amplo como no direito a decidir. É por isso que partidos como o Iniciativa desmarcaram-se do processo e estamos neste momento à espera do que vai fazer a Esquerra Republicana”.

Vicenç Batalla, Euronews: “Mariano Rajoy pode seguir mantendo apenas uma posição legal perante o caso catalão?”

Josep Carles Rius: “Mariano Rajoy precisa de dar coesão ao seu eleitorado, um eleitorado tocado por falhanços como a lei do aborto, por casos de corrupção e agora temos a epidemia do Ébola. Ou seja precisa de dar coesão ao seu eleitorado e a causa catalã é perfeita para isso. Mas isso é apenas adiar o problema. Creio que, neste ritmo, vamos ter um desenlace depois das eleições municipais em maio, eleições chave em Espanha porque vamos assistir novamente à partilha do poder, sobretudo depois no novo congresso dos deputados que vai ser constituído em princípios de 2016. No final, acho que tudo isto vai provocar uma regeneração aqui em Espanha que vai permitir dar uma uma saída à Catalunha. A Catalunha não terá soluções com um governo de maioria PP. Estamos num confronto, num conflito de nacionalismos, entre o nacionalismo espanhol e o nacionalismo catalão, e aí não há qualquer solução.

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