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Arash Aramesh: No curto prazo, a influ\u00eancia do Ir\u00e3o ficaria muito reduzida no M\u00e9dio Oriente. Se o Iraque se transformasse num pa\u00eds federativo, com uma parte na m\u00e3o dos sunitas, outra que seria o Curdist\u00e3o e o centro e sul fosse controlado pelos xiitas, essa influ\u00eancia seria reduzida em algumas partes da regi\u00e3o. Mas, a longo prazo, poderia ser a causa da instabilidade e levar \u00e0 cria\u00e7\u00e3o de um Curdist\u00e3o independente, o que pode ser perigoso para o Ir\u00e3o e para a Turquia. Por outro lado, um pa\u00eds sunita, independente, dentro das fronteiras entre a S\u00edria e o Iraque, em terras que n\u00e3o est\u00e3o sob o controlo de ningu\u00e9m, poderia ser perigoso mesmo para aqueles Estados que apoiam grupos extremistas. Mesmo para os pa\u00edses do Golfo P\u00e9rsico, que est\u00e3o a apoiar esses grupos.Euronews: H\u00e1 v\u00e1rios relatos sobre o envio de efetivos da Guarda Revolucion\u00e1ria Iraniana para o Iraque. Mas as autoridades iranianas negaram isso. Porque \u00e9 que o regime do Ir\u00e3o esconde apoiar o Estado iraquiano?Arash Aramesh: Mesmo os xiitas podem estar em desacordo com o envio de for\u00e7as militares para solo do Iraque. N\u00e3o se esque\u00e7a que o Ir\u00e3o e o Iraque estiveram em guerra oito anos e h\u00e1 um hist\u00f3rico de competi\u00e7\u00e3o entre estas duas pot\u00eancias regionais. Al\u00e9m disso, o governo de Al-Maleki n\u00e3o enviou qualquer pedido. Se o Ir\u00e3o enviou duas unidades das for\u00e7as do IRGC para o Iraque quer mant\u00ea-lo em sil\u00eancio e confidencial. Eles n\u00e3o querem que isso se vire contra eles pr\u00f3prios, n\u00e3o querem p\u00f4r-se nas m\u00e3os de extremistas sunitas. 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Mas depois de alguns desafios e mudan\u00e7as pol\u00edticas, no governo de Bush, o Ir\u00e3o ficou dececionado. As pessoas que lideram o Estado do Ir\u00e3o t\u00eam um hist\u00f3rico de desconfian\u00e7a e hostilidade para com o Ocidente. Mas os interesses estrat\u00e9gicos, de curto e longo prazo, de ambos, na regi\u00e3o, s\u00e3o convergentes. 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"Uma das críticas que se ouve é que o governo de Nouri Al-Maleki é mais leal a Teerão que ao povo iraquiano", Arash Aramesh, analista da Universidade de Stanford

"Uma das críticas que se ouve é que o governo de Nouri Al-Maleki é mais leal a Teerão que ao povo iraquiano", Arash Aramesh, analista da Universidade de Stanford
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Uma semana depois da ofensiva jihadista no Iraque, que já permitiu aos islamitas a tomada de cidades como Mossul, Tikrit ou Kirkuk, e com os insurgentes a meia centena de quilómetros de Bagdade, a comunidade internacional preocupa-se, cada vez mais, com a estabilidade da região.

Tanto mais que o governo iraquiano dá provas de fraqueza, incapaz de fazer face ao avanço dos combatentes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

A euronews quis perceber melhor o que se a na região e entrevistou Arash Aramesh, analista para o Médio Oriente, da universidade de Stanford, nos Estados Unidos.

Euronews:

Quem, na região, beneficia com a divisão do Iraque?

Arash Aramesh:

No curto prazo, a influência do Irão ficaria muito reduzida no Médio Oriente. Se o Iraque se transformasse num país federativo, com uma parte na mão dos sunitas, outra que seria o Curdistão e o centro e sul fosse controlado pelos xiitas, essa influência seria reduzida em algumas partes da região. Mas, a longo prazo, poderia ser a causa da instabilidade e levar à criação de um Curdistão independente, o que pode ser perigoso para o Irão e para a Turquia. Por outro lado, um país sunita, independente, dentro das fronteiras entre a Síria e o Iraque, em terras que não estão sob o controlo de ninguém, poderia ser perigoso mesmo para aqueles Estados que apoiam grupos extremistas. Mesmo para os países do Golfo Pérsico, que estão a apoiar esses grupos.

Euronews:

Há vários relatos sobre o envio de efetivos da Guarda Revolucionária Iraniana para o Iraque. Mas as autoridades iranianas negaram isso. Porque é que o regime do Irão esconde apoiar o Estado iraquiano?

Arash Aramesh:

Mesmo os xiitas podem estar em desacordo com o envio de forças militares para solo do Iraque. Não se esqueça que o Irão e o Iraque estiveram em guerra oito anos e há um histórico de competição entre estas duas potências regionais. Além disso, o governo de Al-Maleki não enviou qualquer pedido. Se o Irão enviou duas unidades das forças do IRGC para o Iraque quer mantê-lo em silêncio e confidencial. Eles não querem que isso se vire contra eles próprios, não querem pôr-se nas mãos de extremistas sunitas. Uma das críticas que se ouve é que o governo de Nouri Al-Maleki é mais leal a Teerão que ao povo iraquiano.

Euronews:

O porta-voz do Pentágono, o contra-Almirante John Kirby, disse: “não há planos para conversações com o Irão sobre as atividades militares no Iraque”. Mas, por outro lado, o Secretário de Estado John Kerry disse: “estamos abertos a qualquer processo construtivo que possa reduzir a violência no Iraque”. Qual é a possibilidade de haver uma colaboração entre o Irão e os Estados Unidos? E poderá ser vista como uma ação militar?

Arash Aramesh:

A possibilidade de haver uma colaboração, confidencial, é elevada. Como sabe, eles têm um histórico de colaboração: em 2001 após o ataque ao Afeganistão e o Irão também ajudou os Estados Unidos em 2003. Mas depois de alguns desafios e mudanças políticas, no governo de Bush, o Irão ficou dececionado. As pessoas que lideram o Estado do Irão têm um histórico de desconfiança e hostilidade para com o Ocidente. Mas os interesses estratégicos, de curto e longo prazo, de ambos, na região, são convergentes. Estados Unidos e Irão estão interessados ​em ver um governo sunita moderado e um Estado estável no Iraque. É para isso que eles podem ter cooperar. É importantes saber que as lacunas entre Irão e EUA são muito profundas e, a colaboração entre ambos nesta questão, não será a causa da unidade militar ou unidade estratégica, mas eles podem trabalhar juntos em alguns períodos e alguns casos.

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