{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2014/02/28/os-eua-tem-tradicao-de-interferir-noutros-paises-enviando-tropas-para-o-" }, "headline": "\u0022Os EUA t\u00eam tradi\u00e7\u00e3o de interferir noutros pa\u00edses, enviando tropas para o estrangeiro\u0022, Vladimir Chizhov, Embaixador a R\u00fassia para a Uni\u00e3o Europeia", "description": "\u0022Os EUA t\u00eam tradi\u00e7\u00e3o de interferir noutros pa\u00edses, enviando tropas para o estrangeiro\u0022, Vladimir Chizhov, Embaixador a R\u00fassia para a Uni\u00e3o Europeia", "articleBody": "A situa\u00e7\u00e3o na regi\u00e3o da Crimeia, na Ucr\u00e2nia, com um grupo de homens armados a patrulharem dois aeroportos correu o mundo e levantou uma s\u00e9rie de quest\u00f5es. O ministro do interior ucraniano lan\u00e7ou duras acusa\u00e7\u00f5es \u00e0 R\u00fassia dizendo que ela est\u00e1 por detr\u00e1s desta a\u00e7\u00e3o. A Euronews ouviu o Embaixador da R\u00fassia para a Uni\u00e3o Europeia sobre esta e outras quest\u00f5es relacionadas com a situa\u00e7\u00e3o na Ucr\u00e2nia.A prop\u00f3sito da agudiza\u00e7\u00e3o da tens\u00e3o na prov\u00edncia ucraniana da Crimeira, de maioria russ\u00f3fona, a correspondente da euronews em Bruxelas, Fariba Mavaddat, entrevistou o embaixador da R\u00fassia para a Uni\u00e3o Europeia, Vladimir Chizhov.Fariba Mavaddat/euronews (FM/euronews): \u201cO que \u00e9 que est\u00e1 a acontecer nos dois aeroportos da Crimeia, onde alegadamente est\u00e3o estacionadas tropas russas?\u201dVladimir Chizhov/Embaixador da R\u00fassia para a Uni\u00e3o Europeia (VC/Embaixador): \u201cN\u00e3o h\u00e1 quaisquer tropas, pelo menos russas. O aeroporto internacional de Sinferopol est\u00e1 a funcionar normalmente, o aeroporto militar de Belbek tamb\u00e9m est\u00e1 provavelmente a funcionar bem. Alguns civis que se dizem representantes de grupos de \u201cauto-defesa\u201d da Crimeia chegaram ao aeroporto de Sinferopol durante a noite, mas retiraram-se e n\u00e3o aconteceu nada.\u201d(FM/euronews): \u201or que \u00e9 que consideraram que era preciso defender o aeroporto?\u201d(VC/Embaixador): \u201cT\u00eam estado a acompanhar o que aconteceu em Kiev e noutros lugares. T\u00eam ouvido rumores de que comboios carregados com manifestantes armados da Pra\u00e7a Maiden, em Kiev, se est\u00e3o agora a dirigir para a Crimeia.\u201d(FM/euronews): \u201cO ambiente tem-se tornado cada vez mais tenso e John Kerry, secret\u00e1rio de Estado dos Estados Unidos da Am\u00e9rica (EUA) pediu \u00e0 R\u00fassia para n\u00e3o intervir, n\u00e3o interferir, n\u00e3o ocupar\u2026\u201d(VC/Embaixador): \u201cBom, os EUA t\u00eam tradi\u00e7\u00e3o de interferir noutros pa\u00edses, enviando tropas para o estrangeiro. Talvez uma forma de agir que \u00e9 reveladora da sua pr\u00f3pria mentalidade.\u201d(FM/euronews): \u201cA R\u00fassia sente-se amea\u00e7ada?\u201d(VC/Embaixador): \u201cEstamos naturalmente a acautelar os nossos interesses nacionais. Na Ucr\u00e2nia existe um grande n\u00famero de cidad\u00e3os russos. 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Os grupos armados n\u00e3o se desarmaram, os edif\u00edcios istrativos n\u00e3o foram desocupados e tiveram lugar certos acontecimentos no Parlamento\u2026\u201d(FM/euronews): \u201cTrata-se do povo e do Parlamento, isso \u00e9 a democracia.\u201d(VC/Embaixador): \u201cDemocracia significa elei\u00e7\u00f5es. Elei\u00e7\u00f5es que tiveram lugar na Ucr\u00e2nia. Na verdade, aqueles que hoje caracterizam a situa\u00e7\u00e3o atual como uma transi\u00e7\u00e3o da ditadura para a democracia s\u00e3o as mesmas pessoas e os mesmos governos que reconheceram que as elei\u00e7\u00f5es presidenciais na Ucr\u00e2nia, em 2010, foram livres, democr\u00e1ticas e justas. 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"Os EUA têm tradição de interferir noutros países, enviando tropas para o estrangeiro", Vladimir Chizhov, Embaixador a Rússia para a União Europeia

"Os EUA têm tradição de interferir noutros países, enviando tropas para o estrangeiro", Vladimir Chizhov, Embaixador a Rússia para a União Europeia
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A situação na região da Crimeia, na Ucrânia, com um grupo de homens armados a patrulharem dois aeroportos correu o mundo e levantou uma série de questões. O ministro do interior ucraniano lançou duras acusações à Rússia dizendo que ela está por detrás desta ação.

A Euronews ouviu o Embaixador da Rússia para a União Europeia sobre esta e outras questões relacionadas com a situação na Ucrânia.

A propósito da agudização da tensão na província ucraniana da Crimeira, de maioria russófona, a correspondente da euronews em Bruxelas, Fariba Mavaddat, entrevistou o embaixador da Rússia para a União Europeia, Vladimir Chizhov.

Fariba Mavaddat/euronews (FM/euronews): “O que é que está a acontecer nos dois aeroportos da Crimeia, onde alegadamente estão estacionadas tropas russas?”

Vladimir Chizhov/Embaixador da Rússia para a União Europeia (VC/Embaixador): “Não há quaisquer tropas, pelo menos russas. O aeroporto internacional de Sinferopol está a funcionar normalmente, o aeroporto militar de Belbek também está provavelmente a funcionar bem. Alguns civis que se dizem representantes de grupos de “auto-defesa” da Crimeia chegaram ao aeroporto de Sinferopol durante a noite, mas retiraram-se e não aconteceu nada.”

(FM/euronews): “Por que é que consideraram que era preciso defender o aeroporto?”

(VC/Embaixador): “Têm estado a acompanhar o que aconteceu em Kiev e noutros lugares. Têm ouvido rumores de que comboios carregados com manifestantes armados da Praça Maiden, em Kiev, se estão agora a dirigir para a Crimeia.”

(FM/euronews): “O ambiente tem-se tornado cada vez mais tenso e John Kerry, secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA) pediu à Rússia para não intervir, não interferir, não ocupar…”

(VC/Embaixador): “Bom, os EUA têm tradição de interferir noutros países, enviando tropas para o estrangeiro. Talvez uma forma de agir que é reveladora da sua própria mentalidade.”

(FM/euronews): “A Rússia sente-se ameaçada?”

(VC/Embaixador): “Estamos naturalmente a acautelar os nossos interesses nacionais. Na Ucrânia existe um grande número de cidadãos russos. Há muitos investimentos russos na economia da Ucrânia e temos uma presença militar na Crimeia, onde se encontra a base da Frota do Mar Negro desde o século XVIII.”

(FM/euronews): “O que poderiam fazer se sentissem que os vossos interesses estão realmente ameaçados?”

(VC/Embaixador): “Não gostaria de especular, mas é claro que estamos a acompanhar de perto os acontecimentos.”

(FM/euronews): “O governo ucraniano disse que o envio de tropas para a Crimeia é, o a citar, uma “invasão “ e “ocupação” pela Rússia.”

(VC/Embaixador): “Essas alegações são infundadas.”

(FM/euronews): “Como avalia a atual situação na Ucrânia?”

(VC/Embaixador): “A oposição que assinou a 21 de fevereiro um acordo com o Presidente Ianukovich – testemunhado por três ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) -, não cumpriu nenhuma das suas obrigações. Os grupos armados não se desarmaram, os edifícios istrativos não foram desocupados e tiveram lugar certos acontecimentos no Parlamento…”

(FM/euronews): “Trata-se do povo e do Parlamento, isso é a democracia.”

(VC/Embaixador): “Democracia significa eleições. Eleições que tiveram lugar na Ucrânia. Na verdade, aqueles que hoje caracterizam a situação atual como uma transição da ditadura para a democracia são as mesmas pessoas e os mesmos governos que reconheceram que as eleições presidenciais na Ucrânia, em 2010, foram livres, democráticas e justas. O Presidente Ianukovich foi reconhecido como um líder democraticamente eleito e a UE estava de facto a preparar-se para um acordo de associação com ele e não com outra pessoa.”

(FM/euronews): “A mim parece-me apenas a transição de um governo para outro através do parlamento.”

(VC/Embaixador): “São de facto pessoas eleitas, mas um terço dos eleitos não participaram nas decisões. Não há representantes da parte oriental do país, ou da região sul, e apenas um número limitado de facções políticas estão representadas.”

(FM/euronews): “Qual deve ser o papel do Ocidente, da UE e dos EUA, nesta situação?”

(VC/Embaixador): “Tanto a UE como os EUA não resistiram à tentação de se aliarem a um dos lados.”

(FM/euronews): “Se o pior acontecer, estão preparados para levar a cabo uma ação militar contra a Ucrânia?”

(VC/Embaixador): “Não quero especular sobre o pior, espero o melhor. Sou um otimista nato.”

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