{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2014/02/04/javad-zarif-o-irao-respeita-o-acordo-de-genebra" }, "headline": "Javad Zarif: O Ir\u00e3o respeita o acordo de Genebra", "description": "Javad Zarif: O Ir\u00e3o respeita o acordo de Genebra", "articleBody": "aram dois meses desde que o Ir\u00e3o e os poderes Ocidentais am o acordo que pretendia p\u00f4r um fim \u00e0 longa d\u00e9cada da crise nuclear iraniana. Menos de um dia depois, o Ir\u00e3o e os Estados Unidos entraram em disputas a prop\u00f3sito dos termos do acordo, sem saber a que est\u00e1 obrigada cada uma das partes.A euronews entrevistou o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.Euronews: O que \u00e9 que est\u00e1 errado no acordo? A que se devem estas disputas com os Estados Unidos?MZ: N\u00f3s n\u00e3o\u2026 a n\u00f3s interessa-nos aquilo que est\u00e1 definido no acordo. \u00e9 por isso que n\u00e3o public\u00e1mos nenhuma ficha t\u00e9cnica. Acreditamos que \u00e9 importante para n\u00f3s aproveitar esta ocasi\u00e3o para construir confian\u00e7a.euronews: N\u00e3o a uma semana sem que o Ir\u00e3o diga \u201cContinuamos com o nosso programa nuclear\u201d e os Estados Unidos \u201cN\u00e3o, eles n\u00e3o est\u00e3o autorizados a fazer isto\u2026 n\u00e3o est\u00e3o autorizados a fazer aquilo\u201d... Na confer\u00eancia de imprensa que se seguiu \u00e0s negocia\u00e7\u00f5es de Genebra ouvi-o dizer \u201cVamos continuar o programa nuclear\u201d. Veio ent\u00e3o o secret\u00e1rio de Estado americano John Kerry dizer \u201cEles n\u00e3o est\u00e3o autorizados a prosseguir com o programa nuclear\u201d. E o p\u00fablico tem o direito de saber\u2026 MZ: O acordo \u00e9 muito claro. H\u00e1 partes do programa nuclear iraniano que v\u00e3o prosseguir e outras que\u2026 Quer dizer: acord\u00e1mos n\u00e3o continuar com o enriquecimento acima dos cinco por cento.euronews: Ou seja: toda esta emo\u00e7\u00e3o \u00e9 s\u00f3 para consumo interno, presumo.MZ: Tentei manter-me muito fiel ao que acord\u00e1mos e n\u00e3o fazer utiliza\u00e7\u00e3o para consumo interno. Por isso n\u00e3o public\u00e1mos fichas t\u00e9cnicas. N\u00e3o se tratou de uma tentativa iraniana de ganhar \u00e0 custa da outra parte, porque acreditamos que tal n\u00e3o \u00e9 sustent\u00e1vel. E agora acord\u00e1mos que no dia 18 de fevereiro nos vamos encontrar em Viena para come\u00e7ar a trabalhar na parte mais dif\u00edcil, que \u00e9 o acordo abrangente.euronews: Certo. Em troca de um corte parcial no programa nuclear, o Ir\u00e3o recebe os sete mil milh\u00f5es de d\u00f3lares dos ativos iranianos congelados pelos Estados Unidos, em parcelas. \u00c9 assim?MZ: Haver\u00e1 um abrandamento de san\u00e7\u00f5es. Claro que desde o in\u00edcio consider\u00e1mos ilegais estas san\u00e7\u00f5es, pois trata-se do nosso dinheiro e n\u00e3o existe nenhum instrumento legal internacional que nos impe\u00e7a o o ao nosso dinheiro. Algum dinheiro a a estar dispon\u00edvel, e o mesmo noutras \u00e1reas, por exemplo as vendas iranianas no ramo da petroqu\u00edmica. isto aplica-se a uma determinada quantia, mas n\u00e3o vou discutir sobre o valor exato, pois trata-se apenas do in\u00edcio deste processo e saberemos quanto quando chegarmos ao fim dos seis meses.euronews: Resumindo, o Ir\u00e3o recebe tranches do vosso pr\u00f3prio dinheiro, mas na maioria das vezes n\u00e3o em esp\u00e9cie. O Ir\u00e3o est\u00e1 sob um ditado: libertamos esta quantia de dinheiro, entregando produtos nossos ao pre\u00e7o que decidirmos.MZ: N\u00e3o \u00e9 assim. Atualmente podemos levantar algum deste dinheiro em esp\u00e9cie, e o restante em cartas de cr\u00e9dito com o que quisermos comprar. N\u00e3o \u00e9 isso\u2026 Eu n\u00e3o gosto de imposi\u00e7\u00f5es e nunca aceitarei nada que me seja imposto\u2026euronews: Mas foi-vos imposto um limite \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo\u2026.MZ: Eles impam previamente um limite \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o de petr\u00f3leo. E concordaram que este limite n\u00e3o seria aumentado. Como j\u00e1 disse, estas san\u00e7\u00f5es eram ilegais, mas lidamos com um mundo que n\u00e3o \u00e9 regido pela legalidade. \u00e9 um mundo onde a pol\u00edtica musculada dos Estados Unidos e da economia musculada exerce press\u00e3o sobre os pa\u00edses e o setor privado\u2026euronews: Considera-se uma v\u00edtima? MZ: Vejo a comunidade internacional como uma v\u00edtima, pois permitimos que os poderosos atropelem a legalidade. Mas \u00e9 um facto e n\u00e3o vou aqui discutir sobre isto. O que nos interessa nesta situa\u00e7\u00e3o \u00e9 avan\u00e7ar e estabelecer um tipo difente de rela\u00e7\u00f5es com a comunidade internacional. Como sabe, assumi fun\u00e7\u00f5es h\u00e1 apenas seis meses e herd\u00e1mos uma situa\u00e7\u00e3o que n\u00e3o nos oferece as melhores circunst\u00e2ncias. Os Estados Unidos conseguiram, gra\u00e7as a alguns erros cometidos, impor as suas posi\u00e7\u00f5es ao resto da comunidade internacional. N\u00e3o \u00e9 um processo saud\u00e1vel, mas \u00e9 o processo que est\u00e1 continuamente em curso.euronews: Convidou companhias petrol\u00edferas e cart\u00e9is internacionais, a em com o Ir\u00e3o contratos para comprar petr\u00f3leo iraniano. Diga-me: quais os termos que foram acordados com eles? E estes contratos j\u00e1 est\u00e3o assinados\u2026MZ: Estamos no princ\u00edpio e s\u00f3 alguns deles j\u00e1 am contartos\u2026euronews: Vai tornar p\u00fablicos os termos destes contratos?MZ: Normalmente, os contratos de venda de petr\u00f3leo n\u00e3o s\u00e3o documentos p\u00fablicos. Em pa\u00eds nenhum. Existem cl\u00e1usulas de confidencialidade em cada contrato petrol\u00edfero, mas temos limita\u00e7\u00f5es constitucionais. Estamos a tentar tornar o nosso setor petrol\u00edfero mais aberto ao investimento internacional e o nosso ministro do Petr\u00f3leo est\u00e1 a desenvolver novos modelos de contrato. E estou certo que o modelo de acordo ser\u00e1 tornado p\u00fablico. Ser\u00e1 divulgado assim que esteja pronto, para que todos, cada companhia petrol\u00edfera, possa beneficiar das novas aberturas do mercado iraniano, que \u00e9 muito apreciado pelas companhias petrol\u00edferas internacionais. Todavia, os detalhes de cada acordo negocial assinado com determinada entidade ser\u00e1 regido pelas cl\u00e1usulas de confidencialidade que fizerem parte do documento.euronews: O p\u00fablico, os iranianos, receiam que nesta situa\u00e7\u00e3o o governo tenha j\u00e1 sucumbido \u00e0 press\u00e3o da comunidade internacional, receiam que estes contratos sejam assinados para benef\u00edcio dos cart\u00e9is petrol\u00edferos e que se esteja a retroceder ao per\u00edodo Qajar\u2026MZ: Isso n\u00e3o acontecer\u00e1. O p\u00fablico iraniano tem uma forma de exprimir as suas opini\u00f5es \u2013 isso faz-se atrav\u00e9s das urnas eleitorais. J\u00e1 o fizeram no ado. Se considerarem que o nosso comportamento n\u00e3o serve o interesse nacional, voltar\u00e3o a usar as urnas.euronews: Muito bem. Vamos falar da \u00e1rea que lhe diz respeito, a diplomacia. Afirmou recentemente que todas as for\u00e7as internacionais presentes na S\u00edria devem sair, deixar o pa\u00eds e permitir que que o povo s\u00edrio decida. Sendo assim, porque raz\u00e3o as for\u00e7as dos Quds Corpsest\u00e2o mant\u00eam ainda uma presen\u00e7a t\u00e3o forte na S\u00edria?MZ: O que eu disse e mantenho \u00e9 que o futuro da S\u00edria petence ao povo s\u00edrio, e o povo s\u00edrio tem o direito de decidir sem interfer\u00eancia externa. O Ir\u00e3o est\u00e1 empenhado em apoiar uma sa\u00edda pol\u00edtica, porque acreditamos que n\u00e3o h\u00e1...euronews: Mas o Ir\u00e3o mant\u00e9m uma presen\u00e7a militar na S\u00edria\u2026MZ: N\u00e3o temos uma presen\u00e7a militar. O govenro s\u00edrio tem o reconhecimento das Na\u00e7\u00f5es Unidas, tem assento nas Na\u00e7\u00f5es Unidas, e o Ir\u00e3o tem uma longa rela\u00e7\u00e3o com este governo. Defendo que aqueles que est\u00e3o a apoiar grupos terroristas que est\u00e3o na lista de organiza\u00e7\u00f5es terroristas das Na\u00e7\u00f5es Unidas devem ser responsabilizados pelo apoio \u2013 em dinheiro e em armas \u2013 que fornecem a essas organiza\u00e7\u00f5es terroristas. Mas n\u00e3o nenhuma lei que pro\u00edba rela\u00e7\u00f5es bilaterais com a S\u00edria. O Ir\u00e3o n\u00e3o tem na S\u00edria for\u00e7as armadas.euronews: Uma \u00faltima quest\u00e3o: desde que o presidente Rouhani assumiu fun\u00e7\u00f5es, aumentou dramaticamente o n\u00famero de execu\u00e7\u00f5es. Que tem a dizer sobre isto?MZ: O nosso poder judicial \u00e9 independente. E as elei\u00e7\u00f5es presidenciais tiveram uma influ\u00eancia reduzida sobre a \u00e1rea judicial. \u00c9 evidente que n\u00e3o interferimos nas decis\u00f5es do poder judicial. 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Javad Zarif: O Irão respeita o acordo de Genebra

Javad Zarif: O Irão respeita o acordo de Genebra
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aram dois meses desde que o Irão e os poderes Ocidentais am o acordo que pretendia pôr um fim à longa década da crise nuclear iraniana. Menos de um dia depois, o Irão e os Estados Unidos entraram em disputas a propósito dos termos do acordo, sem saber a que está obrigada cada uma das partes.

A euronews entrevistou o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif.

Euronews: O que é que está errado no acordo? A que se devem estas disputas com os Estados Unidos?

MZ: Nós não… a nós interessa-nos aquilo que está definido no acordo. é por isso que não publicámos nenhuma ficha técnica. Acreditamos que é importante para nós aproveitar esta ocasião para construir confiança.

euronews: Não a uma semana sem que o Irão diga “Continuamos com o nosso programa nuclear” e os Estados Unidos “Não, eles não estão autorizados a fazer isto… não estão autorizados a fazer aquilo”… Na conferência de imprensa que se seguiu às negociações de Genebra ouvi-o dizer “Vamos continuar o programa nuclear”. Veio então o secretário de Estado americano John Kerry dizer “Eles não estão autorizados a prosseguir com o programa nuclear”. E o público tem o direito de saber…

MZ: O acordo é muito claro. Há partes do programa nuclear iraniano que vão prosseguir e outras que… Quer dizer: acordámos não continuar com o enriquecimento acima dos cinco por cento.

euronews: Ou seja: toda esta emoção é só para consumo interno, presumo.

MZ: Tentei manter-me muito fiel ao que acordámos e não fazer utilização para consumo interno. Por isso não publicámos fichas técnicas. Não se tratou de uma tentativa iraniana de ganhar à custa da outra parte, porque acreditamos que tal não é sustentável. E agora acordámos que no dia 18 de fevereiro nos vamos encontrar em Viena para começar a trabalhar na parte mais difícil, que é o acordo abrangente.

euronews: Certo. Em troca de um corte parcial no programa nuclear, o Irão recebe os sete mil milhões de dólares dos ativos iranianos congelados pelos Estados Unidos, em parcelas. É assim?

MZ: Haverá um abrandamento de sanções. Claro que desde o início considerámos ilegais estas sanções, pois trata-se do nosso dinheiro e não existe nenhum instrumento legal internacional que nos impeça o o ao nosso dinheiro. Algum dinheiro a a estar disponível, e o mesmo noutras áreas, por exemplo as vendas iranianas no ramo da petroquímica. isto aplica-se a uma determinada quantia, mas não vou discutir sobre o valor exato, pois trata-se apenas do início deste processo e saberemos quanto quando chegarmos ao fim dos seis meses.

euronews: Resumindo, o Irão recebe tranches do vosso próprio dinheiro, mas na maioria das vezes não em espécie. O Irão está sob um ditado: libertamos esta quantia de dinheiro, entregando produtos nossos ao preço que decidirmos.

MZ: Não é assim. Atualmente podemos levantar algum deste dinheiro em espécie, e o restante em cartas de crédito com o que quisermos comprar. Não é isso… Eu não gosto de imposições e nunca aceitarei nada que me seja imposto…

euronews: Mas foi-vos imposto um limite à exportação de petróleo….

MZ: Eles impam previamente um limite à exportação de petróleo. E concordaram que este limite não seria aumentado. Como já disse, estas sanções eram ilegais, mas lidamos com um mundo que não é regido pela legalidade. é um mundo onde a política musculada dos Estados Unidos e da economia musculada exerce pressão sobre os países e o setor privado…

euronews: Considera-se uma vítima?

MZ: Vejo a comunidade internacional como uma vítima, pois permitimos que os poderosos atropelem a legalidade. Mas é um facto e não vou aqui discutir sobre isto. O que nos interessa nesta situação é avançar e estabelecer um tipo difente de relações com a comunidade internacional. Como sabe, assumi funções há apenas seis meses e herdámos uma situação que não nos oferece as melhores circunstâncias. Os Estados Unidos conseguiram, graças a alguns erros cometidos, impor as suas posições ao resto da comunidade internacional. Não é um processo saudável, mas é o processo que está continuamente em curso.

euronews: Convidou companhias petrolíferas e cartéis internacionais, a em com o Irão contratos para comprar petróleo iraniano. Diga-me: quais os termos que foram acordados com eles? E estes contratos já estão assinados…

MZ: Estamos no princípio e só alguns deles já am contartos…

euronews: Vai tornar públicos os termos destes contratos?

MZ: Normalmente, os contratos de venda de petróleo não são documentos públicos. Em país nenhum. Existem cláusulas de confidencialidade em cada contrato petrolífero, mas temos limitações constitucionais. Estamos a tentar tornar o nosso setor petrolífero mais aberto ao investimento internacional e o nosso ministro do Petróleo está a desenvolver novos modelos de contrato. E estou certo que o modelo de acordo será tornado público. Será divulgado assim que esteja pronto, para que todos, cada companhia petrolífera, possa beneficiar das novas aberturas do mercado iraniano, que é muito apreciado pelas companhias petrolíferas internacionais. Todavia, os detalhes de cada acordo negocial assinado com determinada entidade será regido pelas cláusulas de confidencialidade que fizerem parte do documento.

euronews: O público, os iranianos, receiam que nesta situação o governo tenha já sucumbido à pressão da comunidade internacional, receiam que estes contratos sejam assinados para benefício dos cartéis petrolíferos e que se esteja a retroceder ao período Qajar…

MZ: Isso não acontecerá. O público iraniano tem uma forma de exprimir as suas opiniões – isso faz-se através das urnas eleitorais. Já o fizeram no ado. Se considerarem que o nosso comportamento não serve o interesse nacional, voltarão a usar as urnas.

euronews: Muito bem. Vamos falar da área que lhe diz respeito, a diplomacia. Afirmou recentemente que todas as forças internacionais presentes na Síria devem sair, deixar o país e permitir que que o povo sírio decida. Sendo assim, porque razão as forças dos Quds Corpsestâo mantêm ainda uma presença tão forte na Síria?

MZ: O que eu disse e mantenho é que o futuro da Síria petence ao povo sírio, e o povo sírio tem o direito de decidir sem interferência externa. O Irão está empenhado em apoiar uma saída política, porque acreditamos que não há…

euronews: Mas o Irão mantém uma presença militar na Síria…

MZ: Não temos uma presença militar. O govenro sírio tem o reconhecimento das Nações Unidas, tem assento nas Nações Unidas, e o Irão tem uma longa relação com este governo. Defendo que aqueles que estão a apoiar grupos terroristas que estão na lista de organizações terroristas das Nações Unidas devem ser responsabilizados pelo apoio – em dinheiro e em armas – que fornecem a essas organizações terroristas. Mas não nenhuma lei que proíba relações bilaterais com a Síria. O Irão não tem na Síria forças armadas.

euronews: Uma última questão: desde que o presidente Rouhani assumiu funções, aumentou dramaticamente o número de execuções. Que tem a dizer sobre isto?

MZ: O nosso poder judicial é independente. E as eleições presidenciais tiveram uma influência reduzida sobre a área judicial. É evidente que não interferimos nas decisões do poder judicial. Claro que gostaríamos de ver muito menos execuções em todos os países, gostaríamos de ver maior respeito pelos direitos humanos em todos os países, e é evidente que em termos de direitos humanos o Irão tem de fazer melhor, mas é necessário algum tempo para que este governo consiga ter impacto em todas as áreas da vida iraniana.

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