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H\u00e1 medidas que estejam a ser tomadas para impedir a sa\u00edda de combatentes e de armas para a S\u00edria?Najib Mikati: Desde que come\u00e7ou a interven\u00e7\u00e3o dessas partes no conflito s\u00edrio, o nosso apelo tem sido para que haja um distanciamento, para que n\u00e3o intervenham nos assuntos da S\u00edria, porque isso n\u00e3o ajuda em nada o L\u00edbano.Da minha parte, preocupo-me com os interesses do L\u00edbano e repito o apelo a todos para que n\u00e3o intervenham nos temas da S\u00edria, nem mesmo \u00e0 dist\u00e2ncia, porque isso fere os interesses do L\u00edbano.Daleen Hassan, euronews: A Uni\u00e3o Europeia classificou a ala militar do Hezbollah como uma organiza\u00e7\u00e3o terrorista. Como \u00e9 que o governo est\u00e1 a lidar com essa situa\u00e7\u00e3o?Najib Mikati: Estamos \u00e0 espera das medidas que v\u00e3o ser tomadas pela Uni\u00e3o Europeia. Essas decis\u00f5es s\u00e3o sempre reavaliadas ao fim de seis meses. 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PM libanês: "O melhor é distanciarmo-nos dos problemas na Síria"

PM libanês: "O melhor é distanciarmo-nos dos problemas na Síria"
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Desde que começou a crise na Síria, o vizinho Líbano tem sido dos países a sofrer mais o impacto.

A guerra civil teve consequências a nível político, económico e social. A euronews falou com o primeiro-ministro interino, Najib Mikati.

Daleen Hassan, euronews: O Líbano está a manter alguma distância em relação à crise síria. Qual tem sido o impacto desta situação no país?

Najib Mikati: Penso que a política de autodistanciamento é a melhor para o governo e para o povo libanês, neste momento, tendo em conta os desenvolvimentos na região, em especial o que está a acontecer na Síria. O Líbano está a ser afetado direta e efetivamente.

A relação histórica e geográfica que liga os dois países é conhecida. Tudo isso foi tido em consideração, tal como a divisão que existe no Líbano, entre quem está a favor e contra o regime de Assad.

É essa a política que o próximo governo deve seguir, para impedir as consequências que a situação na região pode ter para o Líbano.

Daleen Hassan, euronews: À falta de um novo governo, o senhor, como primeiro-ministro interino, tem gerido as consequências da crise Síria, em especial no que toca aos refugiados, de que forma?

Najib Mikati: Essa é uma questão mais humanitária que política. Sempre que um cidadão sírio, que é um irmão dos cidadãos libaneses, pede refúgio ao nosso país, para poder sentir-se seguro, temos que responder a este pedido. Mas o número de refugiados é muito grande. Há cerca de 750.00 pessoas com o estatuto de refugiados registadas nas organizações internacionais.

Há outras 300.000 pessoas a viajar permanentemente entre um país e outro, que não têm oficialmente o estatuto de refugiados. Neste momento, estão no Líbano.

Enquanto governo, estamos a cumprir o nosso dever para com os refugiados sírios que estão no nosso território.

Daleen Hassan, euronews: Os libaneses conseguem aguentar as consequências desta crise? Em Beirute, as pessoas sentem que a presença dos sírios aumentou os problemas dos libaneses?

Najib Mikati: Quando houve guerra civil no Líbano, a Síria abriu as portas aos libaneses, durante anos. Hoje, não vamos fechar as portas aos sírios.

É uma questão que está a ser tratada pelo Estado libanês, para que não aumente o número de sírios, mas só em certas circunstâncias. Estamos também a vigiar as fronteiras. Vamos reconsiderar a situação de todos os sírios a quem não se aplique o estatuto de refugiados.

Dalen Hassan, euronews: O Líbano beneficiou, de alguma forma, com a crise síria?

Najib Mikati: Não. Pelo contrário. O último estudo do Banco Internacional mostrou que a crise está a ter um impacto significativo no Líbano, incluindo ao nível do crescimento económico.

Daleen Hassan, euronews: Alguns banqueiros libaneses dizem que vários sírios ricos depositaram dinheiro nos bancos do Líbano. Isso não ajuda a economia libanesa?

Najib Mikati: Sinceramente, os bancos libaneses estão cautelosos em relação a esta matéria. Os bancos estão a fazer o seu trabalho, no que toca a controlar estas contas e verificar os proprietários. Não queremos que haja dúvidas, por parte da comunidade internacional, por causa de algumas contas em bancos libaneses.

Daleen Hassan, euronews: Mas há quem fale em fugas de dinheiro para os bancos libaneses, por parte de figuras do regime, incluindo grandes dirigentes, que estão na base das sanções impostas a Damasco…

Najib Mikati: Os bancos libaneses estão a verificar todas as contas e todas as pessoas que querem lá fazer depósitos. Não acredito que os montantes vindos da Síria sejam assim tão grandes, por causa dessas medidas.

Daleen Hassan, euronews: O Hezbollah itiu recentemente lutar pelo regime sírio. Há também um afluxo de armas e de combatentes que querem apoiar a revolta na Síria. Como é que o seu governo está a lidar com este assunto? Há medidas que estejam a ser tomadas para impedir a saída de combatentes e de armas para a Síria?

Najib Mikati: Desde que começou a intervenção dessas partes no conflito sírio, o nosso apelo tem sido para que haja um distanciamento, para que não intervenham nos assuntos da Síria, porque isso não ajuda em nada o Líbano.

Da minha parte, preocupo-me com os interesses do Líbano e repito o apelo a todos para que não intervenham nos temas da Síria, nem mesmo à distância, porque isso fere os interesses do Líbano.

Daleen Hassan, euronews: A União Europeia classificou a ala militar do Hezbollah como uma organização terrorista. Como é que o governo está a lidar com essa situação?

Najib Mikati: Estamos à espera das medidas que vão ser tomadas pela União Europeia. Essas decisões são sempre reavaliadas ao fim de seis meses. O governo vai pedir à União Europeia que reconsidere essa decisão.

Daleen Hassan, euronews: Houve suspeitas e acusações, recentemente, de que o regime sírio transferiu parte do arsenal químico para o sul do Líbano. Há alguma verdade nesses rumores?

Najib Mikati: Posso, pessoalmente, garantir que isso não é verdade. Não temos qualquer informação sobre esse tópico e o próprio secretário-geral do Hezbollah confirmou que não é verdade.

Daleen Hassan, euronews: Se houver uma ofensiva militar contra a Síria, como é que o Líbano vai lidar com as potenciais consequências desse ataque?

Najib Mikati: Sempre olhámos para as implicações no Líbano. Quando começaram as ameaças à Síria, tomámos as nossas precauções e tivemos alguns os diplomáticos sobre o assunto. Felizmente, foi evitado o ataque e estão agora à procura de uma solução política para o que está a acontecer na Síria.

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