{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2013/09/02/merkel-e-steinbruck-empatam-no-debate-televisivo" }, "headline": "Merkel e Steinbr\u00fcck empatam no debate televisivo", "description": "Merkel e Steinbr\u00fcck empatam no debate televisivo", "articleBody": "O \u00fanico debate televisivo para as elei\u00e7\u00f5es alem\u00e3s acabou com um empate.A chanceler Angela Merkel, que espera obter um terceiro mandato a 22 de setembro, mostrou-se soberana face ao rival. O candidato social-democrata Peer Steinbr\u00fcck, ministro das Finan\u00e7as durante a grande coliga\u00e7\u00e3o, de 2005 a 2006, n\u00e3o derrapou e conseguiu criticar a chanceler sem ser agressivo.Merkel, que ostentou um colar com as cores da bandeira alem\u00e3, insistiu no balan\u00e7o econ\u00f3mico do mandato \u2013 o melhor argumento de campanha: \u201odemos dizer \u00e0 popula\u00e7\u00e3o que vai haver mais progresso. O trabalho ainda n\u00e3o acabou, h\u00e1 ainda muitas preocupa\u00e7\u00f5es, mas demonstr\u00e1mos que somos capazes e que em tempos dif\u00edceis, em que a Europa ou pela pior crise econ\u00f3mica, a Alemanha \u00e9 forte e \u00e9 um motor de crescimento, \u00e9 uma \u00e2ncora para a estabilidade. Quero continuar neste caminho e penso que aquilo que mostr\u00e1mos convence o povo\u201dSteinbr\u00fcck pediu mais justi\u00e7a social, com um sal\u00e1rio m\u00ednimo de 8,5 euros por hora. Sete milh\u00f5es de alem\u00e3es ganham menos que esta soma: \u201cO que Angela Merkel quer, em termos de limites m\u00ednimos para os sal\u00e1rios, \u00e9 muito diferente de uma lei para um sal\u00e1rio m\u00ednimo nacional. \u00c9 uma manta de retalhos, que difere de um setor para outro e de uma regi\u00e3o para outra. Por todo o lado, encontramos pessoas que recebem segundo as tabelas legais, mas isso \u00e9 menos de 8,5 euros por hora. E n\u00e3o v\u00e3o ganhar mais do que isso. S\u00e3o eles quem perde com os planos da CDU/CSU.\u201dEm termos de popularidade, Merkel tem neste momento uma vantagem de 16 pontos percentuais. A chanceler \u00e9 a personalidade pol\u00edtica preferida dos alem\u00e3es. Quinze milh\u00f5es de telespetadores viram o debate, mas a tr\u00eas semanas das elei\u00e7\u00f5es, a diferen\u00e7a parece grande de mais para Peer Steinbr\u00fcck. Vamos analisar o debate televisivo de domingo e a campanha eleitoral com o jornalista Ren\u00e9 Pfister, que trabalha em Berlim para a revista Der Spiegel.Kirsten Ripper, euronews: Depois do debate, ambos os candidatos se declaram vencedores. Para si, quem beneficiou mais deste duelo?Ren\u00e9 Pfister: Ningu\u00e9m ganhou, por isso ganhou Angela Merkel. Este duelo televisivo era a oportunidade de Peer Steinbr\u00fcck recuperar a desvantagem nas songagens. Penso que ele bateu-se bem, mas n\u00e3o conseguiu, como se diz na g\u00edria do boxe, um \u201clucky punch\u201d, ou seja, atingi-la de forma a mudar as rela\u00e7\u00f5es de for\u00e7a, ou dar a impress\u00e3o de que a campanha foi relan\u00e7ada.Por isso digo que, mesmo se no fim houve uma igualdade, essa igualdade serve melhor Merkel do que Steinbr\u00fcck, j\u00e1 que ela est\u00e1 em vantagem.euronews: Quem foi mais convincente?Ren\u00e9 Pfister: Penso que Steinbr\u00fcck conseguiu marcar pontos. A estrat\u00e9gia de Merkel \u00e9 dizer que o pa\u00eds est\u00e1 bem e Steinbr\u00fcck marcou pontos ao dizer que na Alemanha nem tudo \u00e9 formid\u00e1vel, h\u00e1 uma fratura social. A\u00ed, ele conseguiu colocar-se \u00e0 mesma altura que a chanceler.euronews: Steinbr\u00fcck poderia ter sido mais agressivo?Ren\u00e9 Pfister: \u201enso que isso \u00e9 algo de que os alem\u00e3es n\u00e3o gostam. N\u00e3o gostam de ouvir um candidato a chanceler aos gritos, ainda por coima com uma mulher. Os alem\u00e3es preferem a harmonia\u201d.euronews: Qual \u00e9, para si, o tema decisivo desta campanha eleitoral?Ren\u00e9 Pfister: O problema \u00e9 que n\u00e3o h\u00e1 tema decisivo. A grande arte de Angela Merkel \u00e9 saber evitar os temas, sobretudo os temas mais sens\u00edveis e capazes de gerar debate, como \u00e9 o caso dos sal\u00e1rios m\u00ednimos, saber se as pessoas que fazem trabalhos b\u00e1sicos est\u00e3o ou n\u00e3o a ser devidamente pagas.Uma das raz\u00f5es para isso \u00e9 que, hoje em dia, na Alemanha, as pessoas vivem relativamente bem.Com certeza que h\u00e1 problemas, mas estamos muito melhor que outros pa\u00edses da Europa, por isso n\u00e3o h\u00e1 ambiente favor\u00e1vel a uma mudan\u00e7a.euronews: Pensa que estas elei\u00e7\u00f5es v\u00e3o ter como resultado uma grande coliga\u00e7\u00e3o?Ren\u00e9 Pfister: \u00c9 dif\u00edcil dizer. Se a CDU (democratas-crist\u00e3os) e os liberais do FPD tiverem votos suficientes, v\u00e3o coligar-se.Penso que o SPD (sociais-democratas) vai refletir antes de entrar numa grande coliga\u00e7\u00e3o. Nas \u00faltimas elei\u00e7\u00f5es, o partido teve algo como 23%. Se os votos descem ainda mais, os dois partidos deixam de poder negociar de igual para igual, a CDU torna-se o membro dominante da coliga\u00e7\u00e3o e o SPD vai ter s\u00e9rias d\u00favidas em entrar, porque tem j\u00e1 um trauma da anterior grande coliga\u00e7\u00e3o. O SPD n\u00e3o beneficiou com o sucesso do governo da grande coliga\u00e7\u00e3o. O \u00fanico partido a tirar benef\u00edcios foi a CDU, o partido da chanceler. Esse \u00e9 um trauma que persegue o SPD at\u00e9 hoje.", "dateCreated": "2013-09-02T18:37:24+02:00", "dateModified": "2013-09-02T18:37:24+02:00", "datePublished": "2013-09-02T18:37:24+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F237416%2F1440x810_237416.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Merkel e Steinbr\u00fcck empatam no debate televisivo", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F237416%2F432x243_237416.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Merkel e Steinbrück empatam no debate televisivo

Merkel e Steinbrück empatam no debate televisivo
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

O único debate televisivo para as eleições alemãs acabou com um empate.

A chanceler Angela Merkel, que espera obter um terceiro mandato a 22 de setembro, mostrou-se soberana face ao rival.

O candidato social-democrata Peer Steinbrück, ministro das Finanças durante a grande coligação, de 2005 a 2006, não derrapou e conseguiu criticar a chanceler sem ser agressivo.

Merkel, que ostentou um colar com as cores da bandeira alemã, insistiu no balanço económico do mandato – o melhor argumento de campanha: “Podemos dizer à população que vai haver mais progresso. O trabalho ainda não acabou, há ainda muitas preocupações, mas demonstrámos que somos capazes e que em tempos difíceis, em que a Europa ou pela pior crise económica, a Alemanha é forte e é um motor de crescimento, é uma âncora para a estabilidade. Quero continuar neste caminho e penso que aquilo que mostrámos convence o povo”

Steinbrück pediu mais justiça social, com um salário mínimo de 8,5 euros por hora. Sete milhões de alemães ganham menos que esta soma: “O que Angela Merkel quer, em termos de limites mínimos para os salários, é muito diferente de uma lei para um salário mínimo nacional. É uma manta de retalhos, que difere de um setor para outro e de uma região para outra. Por todo o lado, encontramos pessoas que recebem segundo as tabelas legais, mas isso é menos de 8,5 euros por hora. E não vão ganhar mais do que isso. São eles quem perde com os planos da CDU/CSU.”

Em termos de popularidade, Merkel tem neste momento uma vantagem de 16 pontos percentuais. A chanceler é a personalidade política preferida dos alemães.

Quinze milhões de telespetadores viram o debate, mas a três semanas das eleições, a diferença parece grande de mais para Peer Steinbrück.

Vamos analisar o debate televisivo de domingo e a campanha eleitoral com o jornalista René Pfister, que trabalha em Berlim para a revista Der Spiegel.

Kirsten Ripper, euronews: Depois do debate, ambos os candidatos se declaram vencedores. Para si, quem beneficiou mais deste duelo?

René Pfister: Ninguém ganhou, por isso ganhou Angela Merkel. Este duelo televisivo era a oportunidade de Peer Steinbrück recuperar a desvantagem nas songagens. Penso que ele bateu-se bem, mas não conseguiu, como se diz na gíria do boxe, um “lucky punch”, ou seja, atingi-la de forma a mudar as relações de força, ou dar a impressão de que a campanha foi relançada.

Por isso digo que, mesmo se no fim houve uma igualdade, essa igualdade serve melhor Merkel do que Steinbrück, já que ela está em vantagem.

euronews: Quem foi mais convincente?

René Pfister: Penso que Steinbrück conseguiu marcar pontos. A estratégia de Merkel é dizer que o país está bem e Steinbrück marcou pontos ao dizer que na Alemanha nem tudo é formidável, há uma fratura social. Aí, ele conseguiu colocar-se à mesma altura que a chanceler.

euronews: Steinbrück poderia ter sido mais agressivo?

René Pfister: “Penso que isso é algo de que os alemães não gostam. Não gostam de ouvir um candidato a chanceler aos gritos, ainda por coima com uma mulher. Os alemães preferem a harmonia”.

euronews: Qual é, para si, o tema decisivo desta campanha eleitoral?

René Pfister: O problema é que não há tema decisivo. A grande arte de Angela Merkel é saber evitar os temas, sobretudo os temas mais sensíveis e capazes de gerar debate, como é o caso dos salários mínimos, saber se as pessoas que fazem trabalhos básicos estão ou não a ser devidamente pagas.

Uma das razões para isso é que, hoje em dia, na Alemanha, as pessoas vivem relativamente bem.

Com certeza que há problemas, mas estamos muito melhor que outros países da Europa, por isso não há ambiente favorável a uma mudança.

euronews: Pensa que estas eleições vão ter como resultado uma grande coligação?

René Pfister: É difícil dizer. Se a CDU (democratas-cristãos) e os liberais do FPD tiverem votos suficientes, vão coligar-se.

Penso que o SPD (sociais-democratas) vai refletir antes de entrar numa grande coligação. Nas últimas eleições, o partido teve algo como 23%.

Se os votos descem ainda mais, os dois partidos deixam de poder negociar de igual para igual, a CDU torna-se o membro dominante da coligação e o SPD vai ter sérias dúvidas em entrar, porque tem já um trauma da anterior grande coligação.

O SPD não beneficiou com o sucesso do governo da grande coligação. O único partido a tirar benefícios foi a CDU, o partido da chanceler. Esse é um trauma que persegue o SPD até hoje.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Novo governo alemão promete controlos fronteiriços mais rigorosos após a tomada de posse de Merz

Maxmillian Krah (AfD) vai ocupar lugar no parlamento alemão após polémicas

Milhares de pessoas protestam na Alemanha contra as políticas de extrema-direita da AfD e CDU