{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2013/09/01/siria-vamos-resistir-e-defender-a-nossa-dignidade" }, "headline": "S\u00edria: \u0022Vamos resistir e defender a nossa dignidade\u0022", "description": "S\u00edria: \u0022Vamos resistir e defender a nossa dignidade\u0022", "articleBody": "A guerra civil na S\u00edria entrou em terreno desconhecido. Muitos consideram o recurso a armas qu\u00edmicas, que mataram centenas de pessoas inocentes, uma viola\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o humana. Ter\u00e3o estes crimes colocado o pa\u00eds numa via sem retorno? Ser\u00e1 que estes acontecimentos amea\u00e7am a unidade e a exist\u00eancia do Estado s\u00edrio? Damasco defende-se e refuta todas as acusa\u00e7\u00f5es que apontam o dedo ao ex\u00e9rcito do regime como autor de um ataque com armas qu\u00edmicas.euronews: Temos connosco, a partir de Damasco, o vice-ministro s\u00edrio dos Neg\u00f3cios Estrangeiros. Sr. Faysal Al-Mikdad, bem-vindo \u00e0 euronews! Dez anos depois da guerra no Iraque \u00e9 a S\u00edria que agora se encontra no centro das aten\u00e7\u00f5es. H\u00e1 amea\u00e7as, em particular da Am\u00e9rica e da Fran\u00e7a, para bombardear a S\u00edria. Qual \u00e9 o impacto destas amea\u00e7as no pa\u00eds e no governo s\u00edrio? Faysal Al-Mikdad: O objetivo do colonialismo foi sempre enfraquecer os \u00e1rabes relativamente a Israel. Ainda n\u00e3o \u00e9 uma guerra, antes uma agress\u00e3o, e o principal objetivo desta agress\u00e3o \u00e9 eliminar o potencial militar da S\u00edria, tal como aconteceu no Iraque e est\u00e1 a suceder no Egito. O governo s\u00edrio est\u00e1 pronto a enfrentar esta guerra e esta agress\u00e3o. Esta guerra n\u00e3o tem outro prop\u00f3sito sen\u00e3o mostrar que as pot\u00eancias colonialistas, em particular a Am\u00e9rica e a Fran\u00e7a, apoiam a Al-Qaida, a Al-Nusra e o \u201cEstado Isl\u00e2mico do Iraque e Al Sham\u201d contra o povo da Rep\u00fablica \u00c1rabe da S\u00edria. euronews: Mas John Kerry falou em provas da utiliza\u00e7\u00e3o de armas qu\u00edmicas pelo ex\u00e9rcito s\u00edrio\u2026 Faysal Al-Mikdad: Essas provas s\u00e3o rid\u00edculas e d\u00e3o-me vontade de rir. Eu era o embaixador da S\u00edria no Conselho de Seguran\u00e7a da ONU quando o Sr. Colin Powell nos mostrou uma garrafa com p\u00f3 branco e afirmou tratar-se de uma prova da utiliza\u00e7\u00e3o de armas qu\u00edmicas por parte do regime iraquiano contra o seu povo. Mais tarde descobrimos que se tratava de afirma\u00e7\u00f5es sem fundamento. 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E temos provas de que estes grupos terroristas atingiram os nossos soldados com armas qu\u00edmicas perto de Damasco, nas mesmas \u00e1reas onde os Estados Unidos e os seus aliados afirmam que o ex\u00e9rcito s\u00edrio as utilizou. N\u00f3s confirmamos que as pessoas que utilizaram armas qu\u00edmicas eram agentes dos servi\u00e7os secretos americanos e dos seus aliados. Foram os servi\u00e7os secretos que fabricaram esta hist\u00f3ria com Bandar Bin Sultan que \u00e9 um espi\u00e3o ao servi\u00e7o da Am\u00e9rica e dos servi\u00e7os secretos ocidentais. A S\u00edria est\u00e1 inocente. A nossa moral n\u00e3o nos permite cometer este tipo de crimes. As imagens podem ser genu\u00ednas mas quem as usou foram os criminosos e os terroristas apoiados pelos Estados Unidos, pela Fran\u00e7a e outros pa\u00edses. A Al Nusra, a Al-Qaida e outros grupos terroristas afirmaram terem potencial para fazer armas qu\u00edmicas. A Turquia capturou um grupo terrorista que tinha 2 quilos de material qu\u00edmico vindo da L\u00edbia. O governo iraquiano capturou gente que se preparava para fazer mais armas qu\u00edmicas. Isto \u00e9 do dom\u00ednio p\u00fablico.euronews: Est\u00e1 a acusar diretamente a Ar\u00e1bia Saudita?Faysal Al-Mikdad: Eu acuso todos quantos financiam e armam grupos terroristas para cometerem estes crimes. S\u00e3o eles os respons\u00e1veis pelo derramamento de sangue na S\u00edria. A Ar\u00e1bia Saudita \u00e9 o ator principal.euronews: Quais v\u00e3o ser as consequ\u00eancias de um eventual bombardeamento da S\u00edria? O senhor disse que a rea\u00e7\u00e3o iria transbordar das fronteiras s\u00edrias.Faysal Al-Mikdad: N\u00e3o vamos ficar \u00e0 espera a ver o que a Am\u00e9rica e os seus aliados v\u00e3o fazer na regi\u00e3o. A regi\u00e3o inteira vai ser afetada pelo que acontecer na S\u00edria.euronews: H\u00e1 alguma possibilidade do governo s\u00edrio poder enfrentar este tipo de bombardeamento que vai visar alvos estrat\u00e9gicos e sens\u00edveis?Faysal Al-Mikdad: N\u00e3o somos um estado poderoso para dizer que temos capacidade para enfrentar a m\u00e1quina militar americana. N\u00e3o posso dizer isso. Mas vamos resistir e defender a nossa dignidade e a honra dos cidad\u00e3os s\u00edrios e do territ\u00f3rio s\u00edrio.euronews: Que tipo de consequ\u00eancias pode ter o bombardeamento para Israel e para a Turquia? Faysal Al-Mikdad: Eu estou agora a falar ao mundo e a dizer que qualquer bombardeamento ou qualquer tipo de agress\u00e3o \u00e0 S\u00edria \u00e9 apoiar a Al-Qaida e a Al Nusra e ajud\u00e1-las a triunfar, sem qualquer preocupa\u00e7\u00e3o por valores e princ\u00edpios. 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Síria: "Vamos resistir e defender a nossa dignidade"

Síria: "Vamos resistir e defender a nossa dignidade"
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A guerra civil na Síria entrou em terreno desconhecido. Muitos consideram o recurso a armas químicas, que mataram centenas de pessoas inocentes, uma violação da condição humana. Terão estes crimes colocado o país numa via sem retorno? Será que estes acontecimentos ameaçam a unidade e a existência do Estado sírio? Damasco defende-se e refuta todas as acusações que apontam o dedo ao exército do regime como autor de um ataque com armas químicas.

euronews: Temos connosco, a partir de Damasco, o vice-ministro sírio dos Negócios Estrangeiros. Sr. Faysal Al-Mikdad, bem-vindo à euronews! Dez anos depois da guerra no Iraque é a Síria que agora se encontra no centro das atenções. Há ameaças, em particular da América e da França, para bombardear a Síria. Qual é o impacto destas ameaças no país e no governo sírio?

Faysal Al-Mikdad: O objetivo do colonialismo foi sempre enfraquecer os árabes relativamente a Israel. Ainda não é uma guerra, antes uma agressão, e o principal objetivo desta agressão é eliminar o potencial militar da Síria, tal como aconteceu no Iraque e está a suceder no Egito. O governo sírio está pronto a enfrentar esta guerra e esta agressão. Esta guerra não tem outro propósito senão mostrar que as potências colonialistas, em particular a América e a França, apoiam a Al-Qaida, a Al-Nusra e o “Estado Islâmico do Iraque e Al Sham” contra o povo da República Árabe da Síria.

Click aqui para ver a primeira parte

Click aqui para ver a segunda parte

euronews: Mas John Kerry falou em provas da utilização de armas químicas pelo exército sírio…

Faysal Al-Mikdad: Essas provas são ridículas e dão-me vontade de rir. Eu era o embaixador da Síria no Conselho de Segurança da ONU quando o Sr. Colin Powell nos mostrou uma garrafa com pó branco e afirmou tratar-se de uma prova da utilização de armas químicas por parte do regime iraquiano contra o seu povo. Mais tarde descobrimos que se tratava de afirmações sem fundamento. Mais de meio milhão de iraquianos foram mortos como consequência dessas palavras e os Estados Unidos não pediram desculpa. Eles repetem o mesmo truque, da mesma forma. Mentem quando falam deste crime alegando que a responsabilidade é do governo sírio. Foram eles que deram as armas químicas aos seus agentes na Síria, que são os grupos terroristas armados. Os Estados Unidos decidiram apoiá-los quando começaram a vê-los derrotados.

euronews: Como pode a Síria provar que o exército não utilizou armas químicas?

Faysal Al-Mikdad: Dissemos publicamente que a Síria não usaria estas armas contra o seu povo. A Síria recebeu a equipa de inquérito da ONU e ela esteve a cem metros do local que os serviços secretos americanos afirmam ter sido alvejado com armas químicas. Por isso eu confirmo que são tudo mentiras. Eles querem apenas lavar a afronta de uma derrota e meter a Síria nas mãos de Israel. Como já disse, Israel é a razão pela qual está a acontecer tudo isto na Síria e em todo o mundo Árabe. Os poderes da Irmandade Muçulmana, os fundamentalistas e a Al-Qaida foram criados por estes países ocidentais e a sua ação serve os objetivos do colonialismo no mundo Árabe.

euronews: O senhor viu imagens na internet e na televisão mostrando famílias e crianças que tinham sido queimadas por gases e armas químicas. O senhor viu essas imagens em Damasco?

Faysal Al-Mikdad: Ficámos tristes quando vimos essas imagens. Dissemos, e eu espero que seja claro para todos os que nos veem, que os grupos terroristas usaram gás sarin no bairro de Khan Al Asal em Aleppo. E temos provas de que estes grupos terroristas atingiram os nossos soldados com armas químicas perto de Damasco, nas mesmas áreas onde os Estados Unidos e os seus aliados afirmam que o exército sírio as utilizou. Nós confirmamos que as pessoas que utilizaram armas químicas eram agentes dos serviços secretos americanos e dos seus aliados. Foram os serviços secretos que fabricaram esta história com Bandar Bin Sultan que é um espião ao serviço da América e dos serviços secretos ocidentais. A Síria está inocente. A nossa moral não nos permite cometer este tipo de crimes. As imagens podem ser genuínas mas quem as usou foram os criminosos e os terroristas apoiados pelos Estados Unidos, pela França e outros países. A Al Nusra, a Al-Qaida e outros grupos terroristas afirmaram terem potencial para fazer armas químicas. A Turquia capturou um grupo terrorista que tinha 2 quilos de material químico vindo da Líbia. O governo iraquiano capturou gente que se preparava para fazer mais armas químicas. Isto é do domínio público.

euronews: Está a acusar diretamente a Arábia Saudita?

Faysal Al-Mikdad: Eu acuso todos quantos financiam e armam grupos terroristas para cometerem estes crimes. São eles os responsáveis pelo derramamento de sangue na Síria. A Arábia Saudita é o ator principal.

euronews: Quais vão ser as consequências de um eventual bombardeamento da Síria? O senhor disse que a reação iria transbordar das fronteiras sírias.

Faysal Al-Mikdad: Não vamos ficar à espera a ver o que a América e os seus aliados vão fazer na região. A região inteira vai ser afetada pelo que acontecer na Síria.

euronews: Há alguma possibilidade do governo sírio poder enfrentar este tipo de bombardeamento que vai visar alvos estratégicos e sensíveis?

Faysal Al-Mikdad: Não somos um estado poderoso para dizer que temos capacidade para enfrentar a máquina militar americana. Não posso dizer isso. Mas vamos resistir e defender a nossa dignidade e a honra dos cidadãos sírios e do território sírio.

euronews: Que tipo de consequências pode ter o bombardeamento para Israel e para a Turquia?

Faysal Al-Mikdad: Eu estou agora a falar ao mundo e a dizer que qualquer bombardeamento ou qualquer tipo de agressão à Síria é apoiar a Al-Qaida e a Al Nusra e ajudá-las a triunfar, sem qualquer preocupação por valores e princípios. A Carta das Nações Unidas, como foi formulada pelos pais fundadores, entre os quais a América, proíbe os Estados de agir fora das resoluções do Conselho de Segurança. Ela não permite aos Estados violarem a paz e a segurança internacional.

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