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O que a R\u00fassia pode fazer \u00e9 dar assist\u00eancia ao ex\u00e9rcito regular s\u00edrio.Os ataques previstos a partir dos quatro navios pr\u00f3ximos da costa s\u00edria e das bases na Jord\u00e2nia e na Turquia podem danificar a infraestrutura militar ou civil, mas n\u00e3o v\u00e3o resolver o problema, n\u00e3o v\u00e3o afastar o regime e o presidente Bashar el-Assad vai continuar em fun\u00e7\u00f5es.Mesmo hoje, v\u00e1rios membros da oposi\u00e7\u00e3o s\u00edria dizem que, em caso de agress\u00e3o contra o pa\u00eds, apesar de todo o \u00f3dio que t\u00eam a Bashar el-Assad, levantam-se em defesa do regime. A oposi\u00e7\u00e3o s\u00edria vai estar dividida.euronews: Se, como diz, \u00e9 imposs\u00edvel parar os ataques, o que tem a R\u00fassia a perder, em termos geopol\u00edticos?Matouzov: Tem pouco a perder. \u00c9 poss\u00edvel que a propaganda se aproveite e diga que a R\u00fassia \u00e9 um pa\u00eds fraco e n\u00e3o sabe defender os aliados no M\u00e9dio Oriente. 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Rússia pode ajudar Assad a manter-se no poder

Rússia pode ajudar Assad a manter-se no poder
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A Moscovo, vindos de Damasco, 59 adultos e 30 crianças. A Rússia está a evacuar os civis da Síria antes de eventuais ataques dos aliados. É um sinal de que, apesar da oposição a uma intervenção militar e aos esforços para a impedir, Moscovo pode ter perdido a partida.

Na segunda-feira, o chefe da diplomacia reiterava a posição do país e não escondia o descontentamento com os Estados Unidos e seus aliados: “Anunciaram oficialmente em Washington, Londres e Paris que têm informações e provas irrefutáveis da culpa das autoridades sírias. Não podem apresentar provas, mas insistem em dizer que a linha vermelha foi cruzada e não podem esperar mais tempo”, disse Serguei Lavrov.

Até agora, nada mudou a posição de Moscovo, que há vários meses resiste para preservar o aliado sírio de uma intervenção e privilegiar a solução política. Para a Rússia, uma intervenção sem a luz verde da ONU é uma violação do direito internacional.

Os vetos constantes de Moscovo, no Conselho de Segurança, são vistos como um bloqueio pelas outras potências e foram contrariados em várias situações, nomeadamente no Kosovo e no Iraque.

Já em relação à Líbia, Moscovo absteve-se, mas a forma como a resolução foi utilizada deixou um gosto amargo na boca dos russos.

Neste jogo, Moscovo apaga, cada vez mais, a imagem de uma potência forte face à Europa e aos Estados Unidos. Mas a inflexibilidade é também uma forma de afirmar as posições.

As afinidades entre a Rússia e a Síria vêm do tempo da Guerra Fria, quando a Síria era um aliado poderoso da diplomacia soviética na região.

Esta amizade continua a ter uma grande importância para as trocas comerciais. Várias empresas russas estão presentes em Damasco. Em jogo está, naturalmente, o petróleo. Mas Damasco é também um cliente assíduo das armas russas, nomeadamente da defesa antimíssil.

O porto de Tartous é a peça fulcral da cooperação militar entre Moscovo e Damasco. A parceria estratégica russo-síria implicou o desenvolvimento de várias estruturas. Este ponto é o único o da Rússia ao Mediterrâneo. É também aqui que desembarcam as armas russas para a Síria. É algo que Moscovo não quer perder.

Os militares americanos dizem que estão prontos a atacar a Síria e estão apenas à espera da ordem do presidente Obama. Ao mesmo tempo, alguns líderes do Médio Oriente viram-se para Moscovo. É o caso do chefe da diplomacia libanesa, Adnan Mansour, que diz que a Rússia tem várias opções para parar uma operação militar na Síria. É assim, em Moscovo, desde que a situação começou.

Sobre isto, a euronews falou com Vyacheslav Matouzov, antigo diplomata na região, atualmente presidente do grupo de amizade e cooperação com os países árabes.

Andrei Velkevitch, euronews:
Se a operação militar começa, qual pode ser a reação de Moscovo?

Vyacheslav Matouzov:
Não dirigimos o Estado americano nem as Forças Armadas do país. Seria uma decisão puramente americana. O que a Rússia pode fazer é dar assistência ao exército regular sírio.

Os ataques previstos a partir dos quatro navios próximos da costa síria e das bases na Jordânia e na Turquia podem danificar a infraestrutura militar ou civil, mas não vão resolver o problema, não vão afastar o regime e o presidente Bashar el-Assad vai continuar em funções.

Mesmo hoje, vários membros da oposição síria dizem que, em caso de agressão contra o país, apesar de todo o ódio que têm a Bashar el-Assad, levantam-se em defesa do regime. A oposição síria vai estar dividida.

euronews:
Se, como diz, é impossível parar os ataques, o que tem a Rússia a perder, em termos geopolíticos?

Matouzov:
Tem pouco a perder. É possível que a propaganda se aproveite e diga que a Rússia é um país fraco e não sabe defender os aliados no Médio Oriente. Penso que para os americanos vai haver mais consequências negativas.

Se o regime atual e o sistema político atual se mantiverem, os americanos terão falhado todos os objetivos, porque o objetivo deles é mudar o equilíbrio interno, colocar mais peso nos grupos armados da oposição. Penso que nunca vão atingir esse objetivo.

euronews:
A Rússia, que pode ela ganhar, se houver uma operação militar por parte dos americanos?

Matouzov:
Se o regime sírio se aguentar e a Rússia for razoável, ao não entrar em confronto direto com a Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, penso que o prestígio e a estima dos países árabes para com a Rússia só pode aumentar.

A Rússia pode dar assistência técnica ao governo sírio, ajudá-lo a manter-se de pé. Penso que muito vai depender do contexto mediático, de como esta operação e suas consequências vão ser descritas pelos media.

Espero que a Rússia tenha meios suficientes para explicar a abordagem desta crise.

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