{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2013/08/15/detroit-urbanidade-ao-rubro-" }, "headline": "Detroit: urbanidade ao rubro", "description": "Detroit: urbanidade ao rubro", "articleBody": "J\u00e1 lhe chamaram a cidade mais disfuncional dos Estados Unidos, disseram que \u201cse Detroit fosse um Estado, seria um Estado falhado\u201d e agora receia-se que comece a pagar d\u00edvidas com quadros de Caravaggio e Van Gogh do seu museu (s\u00f3 a avalia\u00e7\u00e3o dos quadros fica em 200 mil d\u00f3lares (cerca de 151 mil euros). O fim da industria autom\u00f3vel e a debandada da Motown foram dos principais cap\u00edtulos do fim do sonho americano na emblem\u00e1tica cidade do Michigan. O que \u00e9 certo \u00e9 que Detroit est\u00e1 na bancarrota, deve 15 mil milh\u00f5es de euros; mas tamb\u00e9m \u00e9 verdade que \u00e9 uma cidade com alma que tenta, desesperadamente sobreviver.Al\u00e9m da solu\u00e7\u00e3o de \u201cvender os an\u00e9is para ficarem os dedos\u201d, solu\u00e7\u00f5es mais imaginativas est\u00e3o a suscitar bastante interesse, nomeadamente o projeto Detroit Urbex, de um grupo de cidad\u00e3os que nasceu como associa\u00e7\u00e3o, j\u00e1 com site pr\u00f3prio (detroiturbex.com) e p\u00e1gina no Facebook.O projeto oferece uma via f\u00e1cil e segura para viajar, por todo o lado, nesta cidade incr\u00edvel \u2013 comparar o ado, o presente e o futuro.Visa satisfazer entusiastas da hist\u00f3ria, acad\u00e9micos, arquitetos, est\u00fadios de cinema, investigadores, urbanistas, artistas, m\u00fasicos e simples curiosos sobre Detroit, acomodando pessoas de todas as esferas da vida e de todo o mundo.\u201cClick a click\u201d entra-se em qualquer igreja ou escola, universidade ou f\u00e1brica, como numa viagem do tempo, um espelho sempre com reverso, entre o ado e o presente, com imagens e respetiva hist\u00f3ria dos locais fotografados. A cidade erguida para dois milh\u00f5es de habitantes tem hoje um pouco mais de 600 mil. Est\u00e1 despovoada e semidestru\u00edda.A loucura pelos autom\u00f3veis que sorviam \u201cgal\u00f5es\u201d de gasolina, nos anos 50, e que, com a ind\u00fastria rumou ao desenvolvimento e era habitade por gente feliz, pavimentou a ru\u00edna. Eastown Theater, Detroit. 2009detroiturbex.comAugust 2010detroiturbex.comNovember 2010detroiturbex.comDetroit tem uma \u00e1rea maior do que as cidades de S\u00e3o Francisco, Boston e Manhattan juntas. Hoje, as casas que os propriet\u00e1rios n\u00e3o conseguiram pagar e que tiveram de abandonar, ficaram \u00e0 venda tantos anos que acabaram por ser assaltadas e vandalizadas, o que agrava ainda mais a imagem de devasta\u00e7\u00e3o em bairros inteiros. Mas h\u00e1 sempre faces positivas no prisma http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Prisma.jpgEste lado menos glorioso da humanidade tem sido palco de s\u00e9ries e filmes que ficaram para a hist\u00f3ria do cinema, como \u201cO Ca\u00e7a-Pol\u00edcias\u201d (1984), \u201cAmor \u00e0 Queima Roupa\u201d (1993) O Corvo, de 1994, filme marcado pela morte de Brandon Lee, filho de Bruce Lee, por acidente: a bala com que devia ter sido atingido n\u00e3o devia ter p\u00f3lvora\u2026mas, por engano, tinha tr\u00eas vezes mais e foi disparada a curta dist\u00e2ncia. Demasiada. O filme de Sofia Coppola \u201cVirgens Suicidas\u201d (1999), destaca a sobreviv\u00eancia interior \u00e0 for\u00e7a de defender uma \u00e1rvore no jardim da casa, uma ilus\u00e3o de uma Am\u00e9rica que cai na desgra\u00e7a. Eminem tenta ser o maior rapper da cidade em \u201c8 Mile\u201d (2002); \u201cGran Torino\u201d (2008), de Clint Eastwood procura dizer-nos que as pessoas \u00e0s vezes redimem-se e ajudam-se umas \u00e0s outras, mas n\u00e3o \u00e9 certo; e \u201cRobocop\u201d: o quarto filme da s\u00e9rie aborda a utiliza\u00e7\u00e3o de drones pela pol\u00edcia (o primeiro filme da s\u00e9rie foi realizado em 1987). Agora, uma nova s\u00e9rie instala-se na cidade americana que declarou fal\u00eancia e testemunha o \u00eaxodo da popula\u00e7\u00e3o: Low Winter SunO \u00eaxodo faz com que o espa\u00e7o, s\u00f3 por si, represente muito. Como explicou a realizadora do primeiro epis\u00f3dio, Catherine Hardwicke, ao \u201cNew York Times\u201d, \u201c\u00e9 imposs\u00edvel n\u00e3o fazer coisas boas aqui, num eio a p\u00e9 ou de carro vemos sucessivos cen\u00e1rios que s\u00e3o inspiradores e tristes, tudo ao mesmo tempo\u201d.Mark Strong, que desempenha o papel principal, apaixonou-se pela cidade e defendeu no \u201cDetroit News\u201d que \u201cquando dizia \u00e0s pessoas que ia trabalhar para Detroit, o primeiro coment\u00e1rio era sempre que seria muito perigoso. Agora dou por mim a falar sobre a cidade a toda a gente, descubro que os que pior falam s\u00e3o os que nunca l\u00e1 estiveram\u201d.", "dateCreated": "2013-08-15T14:03:40+02:00", "dateModified": "2013-08-15T14:03:40+02:00", "datePublished": "2013-08-15T14:03:40+02:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F235524%2F1440x810_235524.jpg", "width": "1440px", "height": "810px", "caption": "Detroit: urbanidade ao rubro", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F235524%2F432x243_235524.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "author": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ], "url": "/" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": "403px", "height": "60px" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ], "isAccessibleForFree": "False", "hasPart": { "@type": "WebPageElement", "isAccessibleForFree": "False", "cssSelector": ".poool-content" } }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Detroit: urbanidade ao rubro

Detroit: urbanidade ao rubro
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Já lhe chamaram a cidade mais disfuncional dos Estados Unidos, disseram que “se Detroit fosse um Estado, seria um Estado falhado” e agora receia-se que comece a pagar dívidas com quadros de Caravaggio e Van Gogh do seu museu (só a avaliação dos quadros fica em 200 mil dólares (cerca de 151 mil euros).

O fim da industria automóvel e a debandada da Motown foram dos principais capítulos do fim do sonho americano na emblemática cidade do Michigan.

O que é certo é que Detroit está na bancarrota, deve 15 mil milhões de euros; mas também é verdade que é uma cidade com alma que tenta, desesperadamente sobreviver.
Além da solução de “vender os anéis para ficarem os dedos”, soluções mais imaginativas estão a suscitar bastante interesse, nomeadamente o projeto Detroit Urbex, de um grupo de cidadãos que nasceu como associação, já com site próprio (detroiturbex.com) e página no Facebook.

O projeto oferece uma via fácil e segura para viajar, por todo o lado, nesta cidade incrível – comparar o ado, o presente e o futuro.

Visa satisfazer entusiastas da história, académicos, arquitetos, estúdios de cinema, investigadores, urbanistas, artistas, músicos e simples curiosos sobre Detroit, acomodando pessoas de todas as esferas da vida e de todo o mundo.

“Click a click” entra-se em qualquer igreja ou escola, universidade ou fábrica, como numa viagem do tempo, um espelho sempre com reverso, entre o ado e o presente, com imagens e respetiva história dos locais fotografados.

A cidade erguida para dois milhões de habitantes tem hoje um pouco mais de 600 mil. Está despovoada e semidestruída.

A loucura pelos automóveis que sorviam “galões” de gasolina, nos anos 50, e que, com a indústria rumou ao desenvolvimento e era habitade por gente feliz, pavimentou a ruína.

  • Eastown Theater, Detroit. 2009

detroiturbex.com

  • August 2010

detroiturbex.com

  • November 2010

detroiturbex.com

Detroit tem uma área maior do que as cidades de São Francisco, Boston e Manhattan juntas. Hoje, as casas que os proprietários não conseguiram pagar e que tiveram de abandonar, ficaram à venda tantos anos que acabaram por ser assaltadas e vandalizadas, o que agrava ainda mais a imagem de devastação em bairros inteiros.

Mas há sempre faces positivas no prisma.

Este lado menos glorioso da humanidade tem sido palco de séries e filmes que ficaram para a história do cinema, como “O Caça-Polícias” (1984), “Amor à Queima Roupa” (1993) O Corvo, de 1994, filme marcado pela morte de Brandon Lee, filho de Bruce Lee, por acidente: a bala com que devia ter sido atingido não devia ter pólvora…mas, por engano, tinha três vezes mais e foi disparada a curta distância. Demasiada.

O filme de Sofia Coppola “Virgens Suicidas” (1999), destaca a sobrevivência interior à força de defender uma árvore no jardim da casa, uma ilusão de uma América que cai na desgraça. Eminem tenta ser o maior rapper da cidade em “8 Mile” (2002); “Gran Torino” (2008), de Clint Eastwood procura dizer-nos que as pessoas às vezes redimem-se e ajudam-se umas às outras, mas não é certo; e “Robocop”: o quarto filme da série aborda a utilização de drones pela polícia (o primeiro filme da série foi realizado em 1987).

Agora, uma nova série instala-se na cidade americana que declarou falência e testemunha o êxodo da população: Low Winter Sun

O êxodo faz com que o espaço, só por si, represente muito. Como explicou a realizadora do primeiro episódio, Catherine Hardwicke, ao “New York Times”, “é impossível não fazer coisas boas aqui, num eio a pé ou de carro vemos sucessivos cenários que são inspiradores e tristes, tudo ao mesmo tempo”.

Mark Strong, que desempenha o papel principal, apaixonou-se pela cidade e defendeu no “Detroit News” que “quando dizia às pessoas que ia trabalhar para Detroit, o primeiro comentário era sempre que seria muito perigoso. Agora dou por mim a falar sobre a cidade a toda a gente, descubro que os que pior falam são os que nunca lá estiveram”.

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Elon Musk deixa o DOGE, mas "continua a aconselhar Trump"

Há cada vez mais galinhas nas ruas de Miami

Cães desfilam em Nova Iorque em evento inspirado na Met Gala