{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2013/05/31/presidente-do-chipre-acredito-no-potencial-do-gas-natural-na-cooperacao-com-" }, "headline": "Presidente do Chipre: \u0022Acredito no potencial do g\u00e1s natural, na coopera\u00e7\u00e3o com Israel e em vencer as m\u00e1s previs\u00f5es do FMI\u0022", "description": "Presidente do Chipre: \u0022Acredito no potencial do g\u00e1s natural, na coopera\u00e7\u00e3o com Israel e em vencer as m\u00e1s previs\u00f5es do FMI\u0022", "articleBody": "aram quase dois meses desde a decis\u00e3o do Eurogrupo de resgatar a economia cipriota. Para analisar as consequ\u00eancias, entrevistamos, em Bruxelas, o presidente de Chipre, Nicos Anastasiades. Efi Koutsokosta, euronews \u2013 Acha que o Chipre foi uma cobaia para a Uni\u00e3o Europeia?Nicos Anastasiades, presidente de Chipre \u2013 As condi\u00e7\u00f5es estabelecidas fizeram-nos sentir como cobaias, o que encorajou muitos governos e funcion\u00e1rios europeus a encararem esta solu\u00e7\u00e3o como a melhor para o futuro, a menos que se encontre outra atrav\u00e9s da Uni\u00e3o Banc\u00e1ria. euronews \u2013 O relat\u00f3rio anual do Fundo Monet\u00e1rio Internacional, FMI, descreve, com toda a frieza, o que se vai ar com a economia de Chipre. Para o per\u00edodo 2015-2018 haver\u00e1 medidas adicionais a 4,7% do PIB por ano. T\u00eam algum plano que possa dar esperan\u00e7a \u00e0s pessoas? Nicos Anastasiades, presidente de Chipre \u2013 H\u00e1 muitas coisas que o FMI n\u00e3o teve em conta. Por exemplo, n\u00e3o considerou a explora\u00e7\u00e3o das nossas riquezas naturais, inclusive quando ainda estava em discuss\u00e3o a tentativa de de evitar a solu\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria. Acredito no potencial do g\u00e1s natural, na coopera\u00e7\u00e3o com Israel, no fortalecimento das rela\u00e7\u00f5es e na explora\u00e7\u00e3o conjunta de outros setores importantes que h\u00e3o-de reverter as m\u00e1s previs\u00f5es do FMI.euronews \u2013 Os l\u00edderes europeus e do FMI assinalam, h\u00e1 meses, que um pa\u00eds do tamanho de Chipre n\u00e3o pode ter um sector banc\u00e1rio oito vezes maior do que o seu PIB. Se a estrutura da economia cipriota estava basicamente fundamentada no setor banc\u00e1rio, agora, dada a situa\u00e7\u00e3o, pensa que o perigo de bancarrota desapareceu?Anastasiades \u2013 O problema foi a m\u00e1 gest\u00e3o dos banqueiros. N\u00e3o sei se foi a quest\u00e3o do tamanho do setor banc\u00e1rio em rela\u00e7\u00e3o ao PIB. O Luxemburgo tem um setor banc\u00e1rio muito maior em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 sua economia e \u00e9 um pa\u00eds muito pequeno. Por isso, n\u00e3o era esse o problema. Infelizmente, \u00e0s vezes somos demasiado orgulhosos e gerimos mal as nossas capacidades. Um sistema banc\u00e1rio de boa sa\u00fade acabou por ser levado quase \u00e0 fal\u00eancia, amea\u00e7ando o nosso Estado de n\u00e3o cumprimento das presta\u00e7\u00f5es de cr\u00e9dito.Claro que houve erros ligados \u00e0 liquidez concedida a um dos dois bancos. 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Esse funcion\u00e1rio independente deve respeitar as decis\u00f5es do governo.euronews \u2013 Mudando de assunto, para a quest\u00e3o da reunifica\u00e7\u00e3o de Chipre. Nos \u00faltimos dias, assistiu-se a movimentas\u00e7\u00f5es diplom\u00e1ticas e pol\u00edticas de todos os lados: da Turquia, da Uni\u00e3o Europeia e mesmo da NATO, que querem encontrar uma nova solu\u00e7\u00e3o. O que diz, exatamente, a p\u00e1gina 77 do relat\u00f3rio do conselheiro especial da ONU, Downer? J\u00e1 o estudou? Anastasiades \u2013 Esse c\u00e9lebre documento foi divulgado a meu pedido. N\u00e3o \u00e9 mais do que uma descri\u00e7\u00e3o do que foi feito desde 2008 at\u00e9 2012, da dita converg\u00eancia e da diverg\u00eancia. Mas de nenhum modo pode ser considerado uma base de trabalho para continuar uma negocia\u00e7\u00e3o, nem nos obriga a qualquer converg\u00eancia j\u00e1 alcan\u00e7ada no ado.euronews \u2013 Ent\u00e3o as negocia\u00e7\u00f5es n\u00e3o v\u00e3o recome\u00e7ar a partir do ponto em que ficaram?Anastasiades \u2013 N\u00e3o, mas isso n\u00e3o significa que vamos suprimir os pontos que que estamos de acordo. Portanto, h\u00e1 uma base. \u00c9 a federa\u00e7\u00e3o bicomunit\u00e1ria e biregional com equidade pol\u00edtica, o que n\u00e3o significa igualdade num\u00e9rica ou quantitativa quanto \u00e0 participa\u00e7\u00e3o da explora\u00e7\u00e3o e ao desenvolvimento das riquezas naturais e dos rendimentos dessa explora\u00e7\u00e3o. euronews \u2013 Mesmo assim, o secret\u00e1rio Geral da NATO declarou que as explora\u00e7\u00f5es das jazidas v\u00e3o come\u00e7ar quando houver uma solu\u00e7\u00e3o para Chipre. Que responde a isto?Anastasiades \u2013 Ningu\u00e9m pode definir os nossos direitos soberanos e o seu exerc\u00edcio n\u00e3o pode estar ligado \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do nosso problema nacional. Por outro lado, n\u00f3s tamb\u00e9m queremos uma solu\u00e7\u00e3o. Queremos a liberta\u00e7\u00e3o, a reunifica\u00e7\u00e3o com a coexist\u00eancia pac\u00edfica, queremos a prosperidade de todos, mas n\u00e3o chantageamos nem pressionamos.N\u00e3o falo de Rasmussen, mas num contexto mais alargado. N\u00e3o \u00e9 por querermos as vantagens da explora\u00e7\u00e3o do g\u00e1s natural que vamos dizer que sim a situa\u00e7\u00f5es inaceit\u00e1veis. euronews \u2013 Falou de Israel. Qual foi o resultado da sua visita? Podemos falar de uma nova coopera\u00e7\u00e3o econ\u00f3mica ou uma nova amizade diplom\u00e1tica em todos os contextos?Anastasiades \u2013 Para j\u00e1, o Chipre decidiu criar a esta\u00e7\u00e3o terminal de liquefa\u00e7\u00e3o, o que ajuda muito Israel, pois pode fazer as suas exporta\u00e7\u00f5es a partir dela e porque o Suez \u00e9 do lado oposto. Por outro lado, a via para a Europa e tamb\u00e9m fica aberta e as dist\u00e2ncias entre as zonas econ\u00f3micas exclusivas dos dois pa\u00edses est\u00e3o t\u00e3o pr\u00f3ximas que podem influir positivamente na alian\u00e7a estrat\u00e9gica que procuramos.euronews \u2013 Que mensagem quer dar \u00e0 popula\u00e7\u00e3o do Chipre, que sabe que os pr\u00f3ximos anos v\u00e3o ser muito dif\u00edceis?Anastasiades \u2013 Tenho confian\u00e7a nas pessoas do Chipre, que s\u00e3o bem formadas. 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Presidente do Chipre: "Acredito no potencial do gás natural, na cooperação com Israel e em vencer as más previsões do FMI"

Presidente do Chipre: "Acredito no potencial do gás natural, na cooperação com Israel e em vencer as más previsões do FMI"
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aram quase dois meses desde a decisão do Eurogrupo de resgatar a economia cipriota. Para analisar as consequências, entrevistamos, em Bruxelas, o presidente de Chipre, Nicos Anastasiades.

Efi Koutsokosta, euronews – Acha que o Chipre foi uma cobaia para a União Europeia?

Nicos Anastasiades, presidente de Chipre – As condições estabelecidas fizeram-nos sentir como cobaias, o que encorajou muitos governos e funcionários europeus a encararem esta solução como a melhor para o futuro, a menos que se encontre outra através da União Bancária.

euronews – O relatório anual do Fundo Monetário Internacional, FMI, descreve, com toda a frieza, o que se vai ar com a economia de Chipre. Para o período 2015-2018 haverá medidas adicionais a 4,7% do PIB por ano. Têm algum plano que possa dar esperança às pessoas?

Nicos Anastasiades, presidente de Chipre – Há muitas coisas que o FMI não teve em conta. Por exemplo, não considerou a exploração das nossas riquezas naturais, inclusive quando ainda estava em discussão a tentativa de de evitar a solução bancária. Acredito no potencial do gás natural, na cooperação com Israel, no fortalecimento das relações e na exploração conjunta de outros setores importantes que hão-de reverter as más previsões do FMI.

euronews – Os líderes europeus e do FMI assinalam, há meses, que um país do tamanho de Chipre não pode ter um sector bancário oito vezes maior do que o seu PIB. Se a estrutura da economia cipriota estava basicamente fundamentada no setor bancário, agora, dada a situação, pensa que o perigo de bancarrota desapareceu?

Anastasiades – O problema foi a má gestão dos banqueiros. Não sei se foi a questão do tamanho do setor bancário em relação ao PIB. O Luxemburgo tem um setor bancário muito maior em relação à sua economia e é um país muito pequeno. Por isso, não era esse o problema. Infelizmente, às vezes somos demasiado orgulhosos e gerimos mal as nossas capacidades. Um sistema bancário de boa saúde acabou por ser levado quase à falência, ameaçando o nosso Estado de não cumprimento das prestações de crédito.
Claro que houve erros ligados à liquidez concedida a um dos dois bancos.
Se tivermos em conta que o Banco Popular, que faliu e fez a fusão com o Banco do Chipre, recebeu 9,5 mil milhões de euros do BCE em forma de liquidez de urgência, ou seja, o equivalente ao que o Estado de Chipre precisava, por isso há muitas culpas para atribuir…

euronews – Agora que evoca a gestão do setor bancário e os banqueiros, como está o seu diferendo com o Banco Central do Chipre?

Anastasiades – Agora, o que é importante é trabalharmos juntos, sem confrontos. O sistema europeu de bancos centrais é independente. É incontestável e respeitamo-lo completamente. No entanto, as ações dos governos dos bancos centrais influem nas políticas dos governos eleitos. Por essa razão deve estabelecer-se o respeito mútuo entre os dirigentes eleitos e um funcionário independente nomeado. Esse funcionário independente deve respeitar as decisões do governo.

euronews – Mudando de assunto, para a questão da reunificação de Chipre. Nos últimos dias, assistiu-se a movimentasções diplomáticas e políticas de todos os lados: da Turquia, da União Europeia e mesmo da NATO, que querem encontrar uma nova solução. O que diz, exatamente, a página 77 do relatório do conselheiro especial da ONU, Downer? Já o estudou?

Anastasiades – Esse célebre documento foi divulgado a meu pedido. Não é mais do que uma descrição do que foi feito desde 2008 até 2012, da dita convergência e da divergência. Mas de nenhum modo pode ser considerado uma base de trabalho para continuar uma negociação, nem nos obriga a qualquer convergência já alcançada no ado.

euronews – Então as negociações não vão recomeçar a partir do ponto em que ficaram?

Anastasiades – Não, mas isso não significa que vamos suprimir os pontos que que estamos de acordo. Portanto, há uma base. É a federação bicomunitária e biregional com equidade política, o que não significa igualdade numérica ou quantitativa quanto à participação da exploração e ao desenvolvimento das riquezas naturais e dos rendimentos dessa exploração.

euronews – Mesmo assim, o secretário Geral da NATO declarou que as explorações das jazidas vão começar quando houver uma solução para Chipre. Que responde a isto?

Anastasiades – Ninguém pode definir os nossos direitos soberanos e o seu exercício não pode estar ligado à solução do nosso problema nacional. Por outro lado, nós também queremos uma solução. Queremos a libertação, a reunificação com a coexistência pacífica, queremos a prosperidade de todos, mas não chantageamos nem pressionamos.
Não falo de Rasmussen, mas num contexto mais alargado. Não é por querermos as vantagens da exploração do gás natural que vamos dizer que sim a situações inaceitáveis.

euronews – Falou de Israel. Qual foi o resultado da sua visita? Podemos falar de uma nova cooperação económica ou uma nova amizade diplomática em todos os contextos?

Anastasiades – Para já, o Chipre decidiu criar a estação terminal de liquefação, o que ajuda muito Israel, pois pode fazer as suas exportações a partir dela e porque o Suez é do lado oposto. Por outro lado, a via para a Europa e também fica aberta e as distâncias entre as zonas económicas exclusivas dos dois países estão tão próximas que podem influir positivamente na aliança estratégica que procuramos.

euronews – Que mensagem quer dar à população do Chipre, que sabe que os próximos anos vão ser muito difíceis?

Anastasiades – Tenho confiança nas pessoas do Chipre, que são bem formadas. Temos um dos indicadores mais elevados na área da educação e, ao mesmo tempo, a força de vontade, de empreendedorismo, o filão empresarial da comunidade cipriota é tão elevado que tenho confiança e estou otimista quanto à resolução dos problemas.

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