{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2012/03/05/mulheres-que-salvam-vidas-no-afeganistao" }, "headline": "Mulheres que salvam vidas no Afeganist\u00e3o", "description": "Mulheres que salvam vidas no Afeganist\u00e3o", "articleBody": "", "dateCreated": "2012-03-05T18:14:08+01:00", "dateModified": "2012-03-05T18:14:08+01:00", "datePublished": "2012-03-05T18:14:08+01:00", "image": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F177870%2F1440x810_177870.jpg", "width": 1440, "height": 810, "caption": "Mulheres que salvam vidas no Afeganist\u00e3o", "thumbnail": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Farticles%2F177870%2F432x243_177870.jpg", "publisher": { "@type": "Organization", "name": "euronews", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png" } }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Euronews", "legalName": "Euronews", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fstatic.euronews.com%2Fwebsite%2Fimages%2Feuronews-logo-main-blue-403x60.png", "width": 403, "height": 60 }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] }, "articleSection": [ "Mundo" ] }, { "@type": "WebSite", "name": "Euronews.com", "url": "/", "potentialAction": { "@type": "SearchAction", "target": "/search?query={search_term_string}", "query-input": "required name=search_term_string" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/pt.euronews", "https://twitter.com/euronewspt", "https://flipboard.com/@euronewspt", "https://www.linkedin.com/company/euronews" ] } ] }
PUBLICIDADE

Mulheres que salvam vidas no Afeganistão

Mulheres que salvam vidas no Afeganistão
Direitos de autor 
De Euronews
Publicado a
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Todos os dias, Farzana dirige-se ao centro ortopédico Ali Abad, em Cabul, no Afeganistão. Trabalha no departamento de ortoprotesia, mas foi como paciente que entrou pela primeira vez na clínica, há 14 anos.

“Um dia, fui à lavandaria que ficava nas traseiras da casa da minha tia”, conta. “As minas tinham sido retiradas do nosso bairro, tínhamos a certeza que não havia mais perigo. Tudo aconteceu pelo caminho. Senti o choque quando a mina explodiu. Vi que me faltava uma perna e que tinha ferimentos na outra e também numa mão. Pensei que me iam levar para o hospital, que seria operada e que poderia ir para casa, ainda que me faltasse uma perna! No hospital, fui amputada e isso foi o mais difícil. Pensei que nunca mais poderia viver, trabalhar e ter uma família como uma pessoa normal.”

Mas a vida de Farzana mudou quando lhe colocaram uma prótese. Tinha 14 anos. Sem dinheiro nem formação, os diretores do centro ofereceram-lhe um trabalho na lavandaria. Depois, deram-lhe a oportunidade para estudar. Esteve cinco anos na escola e tirou um curso de ortoprotesia. Hoje dirige o serviço e é uma das funcionárias preferidas dos pacientes.

“Primeiro, tento tratar os pacientes com muita atenção, sorrio-lhes, tento tranquilizá-los e tirá-los da depressão. Digo-lhes que se estiverem deprimidos vão sofrer ainda mais e que devem aceitar a realidade; que uma prótese não é um bocado de madeira e que com o tempo ela torna-se numa parte do corpo. Tento incitá-los a saírem da depressão”, descreve.

Quase todos os funcionários do centro ficaram feridos durante a guerra. Um ado comum que ajudou Farzana a superar a amputação. O pai nunca aceitou o problema, ainda que a filha seja o único sustento da família. Foi para cuidar dos seus, que Farzana nunca se casou. Por isso, reconhece que o trabalho é crucial na sua vida.

“Enquanto puder trabalhar no centro, o futuro só poderá ser melhor”, suspira. “Mas só Deus sabe o que o futuro nos reserva. Só espero por dias melhores para mim, para a minha família, para o meu país e para o povo do Afeganistão.”

A cerca de 200 quilómetros a oeste da capital, Bamyan é uma das zonas mais pobres do Afeganistão. Foi aqui que, em 2001,foram destruídas as estátuas dos Budas gigantes.

Nafiza Naziri é parteira e percorre a província numa unidade móvel de saúde, criada por uma organização humanitária afegã.

O objetivo é chegar aos locais mais remotos, onde as mulheres estão privadas de cuidados de saúde.

O isolamento de muitas aldeias é um dos fatores que contribui para que o Afeganistão tenha uma das mais altas taxas de mortalidade materna. As mulheres e as crianças pagaram um elevado preço pela guerra. Hoje, a região está relativamente calma.

Nafiza cresceu e estudou em Cabul. A guerra está sempre presente na memória: “Era uma situação muito difícil e muito perigosa. Com a minha família, devíamos deslocar-nos constantemente em busca de maior segurança. O meu irmão morreu durante a guerra, aos 28 anos.”

Apesar das dificuldades, Nafiza conseguiu concluir os estudos. Agora, quer ajudar as mulheres afegãs.“As mulheres são sempre vulneráveis, sobretudo nas regiões onde a guerra continua”, ite. “Elas não têm o à educação, nem podem trabalhar. Nestas zonas, sempre que saimos de casa temos medo de um ataque suicida.”

Apesar de viver agora numa zona mais calma, Nafiza receia que a paz nunca mais regresse e lança a crítica: “Há muitos países que ganham com a guerra no Afeganistão e que a perpetuam. Esses países criam, encorajam e formam vários grupos que lutam uns contra os outros no nosso território, tirando partido da situação. Os países que queriam que a guerra acabasse, não o conseguiram fazer. Por isso, a guerra vai continuar.”

Ir para os atalhos de ibilidade
Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Líder do Conselho Norueguês para os Refugiados diz que cortes na ajuda são a maior ameaça para as mulheres do Afeganistão

"Elas vão morrer": cortes na ajuda externa atingem com mais força mulheres e raparigas

Falta de financiamento ameaça iniciativas de paz lideradas por mulheres, alerta a ONU