Não deixa de ser uma saída surpreendente do presidente da Iniciativa Liberal uma vez que o seu partido conquistou mais um lugar no parlamento relativamente às eleições anteriores. Contudo, "não foi suficiente para influenciar" a política nacional.
Rui Rocha demitiu-se no sábado da liderança do partido Iniciativa Liberal (IL).
“A Comissão Executiva reuniu-se hoje tendo como ponto principal a avaliação dos resultados eleitorais. Esta avaliação, feita por mim, inclui quase dois anos e meio de presidência da IL”, começou por dizer o líder dos liberais em conferência de imprensa transmitida pelas televisões.
Nas eleições de 18 de maio, os liberais foram a quarta força política mais votada, com 5,36%, o que garantiu a eleição de nove deputados na Assembleia, mais um do que as últimas eleições, dando assim um sentimento de vitória ao partido. Contudo, parece que esse sentimento não se terá feito sentir entre os liberais e, sobretudo, do próprio Rui Rocha.
“Olhando para os resultados eleitorais, tenho de sublinhar o facto de a IL não ter atingido a preponderância política que todos nós desejávamos", disse. "Desta vez, foi liberal para mais portugueses, mas não os suficientes para influenciarmos definitivamente a política do país", lamentou o presidente demissionário, que se justificou por ser uma pessoa muito "exigente, quer pessoalmente, quer profissionalmente".
“Ao longo destes dois anos e meio, a minha prioridade foi sempre assegurar autonomia da IL em termos políticos e financeiros. Foi por isso que recusamos coligações preeleitorais e recusamos entrar no Governo anterior", sublinhou Rocha no seu discurso de despedida.
Não tendo o partido alcançado o objetivo que, segundo Rocha, é o de "influenciar a política nacional", o líder partidário decidiu apresentar “com efeitos imediatos” a sua demissão.
Depois da contagem dos votos dos emigrantes, os resultados finais ditaram a eleição da coligação AD, liderada por Luís Montenegro, que conseguiu eleger um total de 91 deputados (31,21% dos votos). O Chega conquistou 60 mandatos (tendo reunido a confiança de 22,76% dos eleitores e, assim, tornando-se a segunda principal força política em Portugal) e o PS ficou-se pelos 58 deputados (22,83%), numa clara derrota eleitoral que foi imediatamente assumida pelo então secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos.
A Iniciativa Liberal obteve 5,36% dos votos, assegurando a eleição de 9 deputados, incluindo o próprio Rui Rocha.
O partido deverá agora convocar eleições internas para eleger um novo presidente. Rui Rocha fez saber que não vai recandidatar-se, mas deverá manter-se como deputado na Assembleia da República.