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Enrico Letta \u00e9 ouvido quarta-feira no parlamento italiano e vai pedir um voto de confian\u00e7a para reformular o governo e proceder \u00e0s reformas consideradas essenciais para a recupera\u00e7\u00e3o da terceira maior economia da Zona Euro.Ao mesmo tempo, o partido Povo da Liberdade, de S\u00edlvio Berlusconi, est\u00e1 em ebuli\u00e7\u00e3o e algumas das principais figuras revelam abertura para cortar a liga\u00e7\u00e3o com o antigo primeiro-ministro e criar uma nova lideran\u00e7a. Os mercados est\u00e3o atentos ao desenrolar do processo, revelam algum receio de investir e para j\u00e1 levaram a bolsa de Mil\u00e3o a fechar esta segunda-feira nos 1,3 por cento abaixo da linha de \u00e1gua.O problema \u00e9 que a crise pol\u00edtica amea\u00e7a reconduzir a It\u00e1lia para o caos econ\u00f3mico. Depois de cinco meses de relativa estabilidade, tudo pode agora implodir, arrastando provavelmente tamb\u00e9m toda a Zona Euro para a uma crise devastadora. 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Mas estes par\u00e2metros podem at\u00e9 cair abaixo dos tr\u00eas por cento se se confirmar um aumento da receita fiscal atrav\u00e9s da subida do IVA, que, tudo indica, est\u00e1 confirmada e dever\u00e1 come\u00e7ar a ser aplicada j\u00e1 esta ter\u00e7a-feira \u2013 a que se soma ainda a segunda tranche do pagamento do IMI.euronews \u2013 O primeiro-ministro Enrico Letta vai pedir, na quarta-feira, um voto de confian\u00e7a ao parlamento italiano. Como \u00e9 que os mercados est\u00e3o a olhar para isto?MM \u2013 Se ele conseguir unir o Parlamento e conseguir, mesmo com alguma instabilidade, aplicar as reformas necess\u00e1rias e apresentar aquele que ser\u00e1 o or\u00e7amento para 2014, os mercados poderiam recuperar alguma tranquilidade. Se em vez disso se avan\u00e7ar para elei\u00e7\u00f5es, levanta-se uma grande inc\u00f3gnita e os mercados poder\u00e3o, de facto, penalizar a It\u00e1lia com um aumento do spread, mas sobretudo castigar a nova emiss\u00e3o de d\u00edvida p\u00fablica.euronews \u2013 Na bolsa de Mil\u00e3o, entretanto, as a\u00e7\u00f5es da Mediaset, da fam\u00edlia Berlusconi, est\u00e3o a perder valor. A crise no Partido Povo da Liberdade pode levar a divis\u00f5es \u00e0 direita e, quem sabe, a uma nova lideran\u00e7a. Ser\u00e1, no final, S\u00edlvio Berlusconi o \u00fanico a pagar a enorme fatura desta revolta que ele pr\u00f3prio provocou?MM \u2013 Penso que quem est\u00e1 a pagar a conta \u00e9 o povo italiano. Temos dois enormes problemas: a d\u00edvida p\u00fablica e um pa\u00eds que n\u00e3o cresce. S\u00e3o ambos problemas estruturais do ponto de vista econ\u00f3mico. 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Estabilidade na Zona Euro nas mãos de Enrico Letta

Estabilidade na Zona Euro nas mãos de Enrico Letta
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A pressão dos mercados regressou esta semana a pairar sobre a Itália. A demissão no ado sábado de cinco ministros afetos ao partido de centro-direita liderado por Sílvio Berlusconi, que orquestrou esse o, colocou em causa o governo de coligação liderado por Enrico Letta, do Partido Democrático de centro-esquerda.

A bolsa de Milão reagiu em consonância ao choque político do fim de semana e foi a mais penalizada da Europa neste primeiro dia de uma semana que se revela decisiva para o futuro imediato da Itália. Enrico Letta é ouvido quarta-feira no parlamento italiano e vai pedir um voto de confiança para reformular o governo e proceder às reformas consideradas essenciais para a recuperação da terceira maior economia da Zona Euro.

Ao mesmo tempo, o partido Povo da Liberdade, de Sílvio Berlusconi, está em ebulição e algumas das principais figuras revelam abertura para cortar a ligação com o antigo primeiro-ministro e criar uma nova liderança. Os mercados estão atentos ao desenrolar do processo, revelam algum receio de investir e para já levaram a bolsa de Milão a fechar esta segunda-feira nos 1,3 por cento abaixo da linha de água.

O problema é que a crise política ameaça reconduzir a Itália para o caos económico. Depois de cinco meses de relativa estabilidade, tudo pode agora implodir, arrastando provavelmente também toda a Zona Euro para a uma crise devastadora. Com tanto em risco, fomos ao encontro de Maurizio Mazziero, observador privilegiado e analista fundador da Mazziero Research, conhecida consultora financeira italiana

euronews – Estamos de novo à beira do abismo?
Maurizio Mazziero – É possível. No entanto, os setores que poderão vir a sentir maiores problemas são o financeiro e o bancário. Devo sublinhar, contudo, que estamos a assistir a uma certa recuperação económica. Isso mesmo nos é revelado pelos indicadores e previsões da OCDE. Há, porém, um problema que se mantém: a dívida pública. Pelas nossas estimativas, os dados de agosto vão mostrar-nos quase de certeza uma ligeira recuperação e uma diminuição de cerca de 10 mil milhões de euros na dívida. No final do ano, contudo, a dívida pública deverá voltar a atingir um valor recorde.

euronews – Ao mesmo tempo que aqui falamos, circulam rumores de que uma agência de rating se prepara para fazer cair o nível da Itália devido à falta de reformas políticas. Estarão os especuladores financeiros a visar de novo a Itália?
MM – Os investidores estão a avaliar a situação com atenção e, tudo somado, nem sequer foi muito dramática a evolução da bolsa esta segunda-feira. Mesmo o aumento do spread não foi relevante. Em paradoxo, esta crise política pode até ter um efeito positivo nos parâmetros do PIB, que são atualmente superiores a três por cento: 3,1 por cento na ótica do Governo e 3,2 por cento de acordo com o FMI. Mas estes parâmetros podem até cair abaixo dos três por cento se se confirmar um aumento da receita fiscal através da subida do IVA, que, tudo indica, está confirmada e deverá começar a ser aplicada já esta terça-feira – a que se soma ainda a segunda tranche do pagamento do IMI.

euronews – O primeiro-ministro Enrico Letta vai pedir, na quarta-feira, um voto de confiança ao parlamento italiano. Como é que os mercados estão a olhar para isto?
MM – Se ele conseguir unir o Parlamento e conseguir, mesmo com alguma instabilidade, aplicar as reformas necessárias e apresentar aquele que será o orçamento para 2014, os mercados poderiam recuperar alguma tranquilidade. Se em vez disso se avançar para eleições, levanta-se uma grande incógnita e os mercados poderão, de facto, penalizar a Itália com um aumento do spread, mas sobretudo castigar a nova emissão de dívida pública.

euronews – Na bolsa de Milão, entretanto, as ações da Mediaset, da família Berlusconi, estão a perder valor. A crise no Partido Povo da Liberdade pode levar a divisões à direita e, quem sabe, a uma nova liderança. Será, no final, Sílvio Berlusconi o único a pagar a enorme fatura desta revolta que ele próprio provocou?
MM – Penso que quem está a pagar a conta é o povo italiano. Temos dois enormes problemas: a dívida pública e um país que não cresce. São ambos problemas estruturais do ponto de vista económico. Por isso, quem vai pagar a fatura são os italianos.

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