{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2013/05/16/presidente-do-mali-a-transicao-gere-as-eleicoes-resolvem" }, "headline": "Presidente do Mali: a transi\u00e7\u00e3o gere; as elei\u00e7\u00f5es resolvem", "description": "Presidente do Mali: a transi\u00e7\u00e3o gere; as elei\u00e7\u00f5es resolvem", "articleBody": "O presidente do Mali conseguiu uma promessa de donativos e cr\u00e9ditos de mais de tr\u00eas mil milh\u00f5es de euros na confer\u00eancia de doadores consagrada ao seu pa\u00eds, na quarta-feira. Quatro meses depois da interven\u00e7\u00e3o militar sa contra os islamistas do norte do pa\u00eds, Dioncounda Traor\u00e9, chefe de Estado interino, respondeu \u00e0s quest\u00f5es da euronews.Audrey Tilve, euronews \u2013 Esta confer\u00eancia de doadores era muito esperada no Mali. \u00c9 uma lufada de ar fresco. Mais de 3 mil milh\u00f5es de euros est\u00e3o prometidos, \u00e9 preciso apenas que as promessas sejam mantidas, mas as suas esperan\u00e7as foram superadas. Do vosso lado, que garantias d\u00e3o para a boa utiliza\u00e7\u00e3o destes fundos.?Dioncounda Traor\u00e9, Malian President \u2013 Sim, \u00e9 verdade. Esta confer\u00eancia foi seguida por todos os malianos, e todos tinham esperan\u00e7a de beneficiarem da solidariedade internacional, a solidariedade europeia em particular, para p\u00f4r em marcha o programa de recupera\u00e7\u00e3o do nosso desenvolvimento. euronews \u2013 O senhor ouviu o presidente franc\u00eas pedir que cada euro seja gasto eficazmente, com transpar\u00eancia. Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Sim, temos consci\u00eancia que muitos esfor\u00e7os foram consentidos pelos nossos parceiros, pela comunidade europeia, pela comunidade internacional, e o m\u00ednimo que podemos fazer, \u00e9 respeitar os contribuintes malianos e os contribuintes da comunidade internacional. \u00c9 o m\u00ednimo que podemos fazer e vamos velar para que cada euro seja aplicado onde \u00e9 preciso. euronews \u2013 Os soldados ses come\u00e7aram a retirada. \u00c9 uma miss\u00e3o da ONU, agora, uma miss\u00e3o de estabiliza\u00e7\u00e3o que vai continuar com os soldados africanos que continuam no terreno. N\u00e3o se trata de proceder a ofensivas mas de procurar os jihadistas nos esconderijos. Os seus movimentos est\u00e3o ativos e continuam os atentados. O Mali pode ser estabilizado com os jihadistas a fazer emboscadas permanentes? Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Em caso de necessidade, estes soldados das Na\u00e7\u00f5es Unidas podem ar \u00e0 ofensiva e encurralar os jihadistas.. euronews \u2013 Mas est\u00e3o a preparar-se para um prolongamento do conflito? Provavelmente em forma de guerrilha, como aconteceu noutros pa\u00edses? Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Sim mas puderam constatar que, depois de vencidos no terreno, eles lan\u00e7aram-se nos ataques suicidas e assistimos \u00e0 explos\u00e3o de viaturas armadilhadas. Evidentemente, \u00e9 o seu m\u00e9todo, o modo como se batem quando n\u00e3o podem continuar uma guerra cl\u00e1ssica, por isso \u00e9 preciso estar alerta para este tipo de a\u00e7\u00f5es, e n\u00f3s estamos prontos. euronews \u2013 Tamb\u00e9m h\u00e1 o caso de Kidal. Kidal, \u00e9 a cidade que, no norte, \u00e9 detida pelos tuaregues separatistas do MNLA. V\u00e3o tentar negocia\u00e7\u00f5es? \u00c9 poss\u00edvel um acordo com um movimento que pactuou com os jihadistas no princ\u00edpio da crise?Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Sim, somos obrigados de falar com eles, a dialogar com eles, porque, em primeiro lugar, s\u00e3o compatriotas, malianos, e desde que falamos de integridade territorial e de unidade nacional, por defini\u00e7\u00e3o, somos obrigados a falar com todos os malianos, a dialogar com todos. Quanto aos que est\u00e3o em Kidal, reunidos sob a sigla do MNLA, est\u00e3o num MNLA um pouco diferente do original, estamos conscientes. Houve transfugas do Ansar Dine para o movimento. Mas por mais que renunciem \u00e0s veleidades independentistas, ao menos que se comprometam a respeitar a laicidade do Estado e que se comprometem igualmente no processo eleitoral, n\u00f3s estamos prontos a falar com eles sobre todas as quest\u00f5es que possam interess\u00e1-los, para que eles possam encontrar solu\u00e7\u00f5es na democracia, na descentraliza\u00e7\u00e3o e noutras solu\u00e7\u00f5es. euronews \u2013 Mas o que quer isso dizer exatamente? \u00c9 verdade que os doadores insistiram muito na descentraliza\u00e7\u00e3o mas \u00e9 poss\u00edvel dar autonomia aos tuaregues?Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 N\u00e3o acho que cheguemos a\u00ed. pensamos que o nosso processo de descentraliza\u00e7\u00e3o tem todos os elementos para resolver a quest\u00e3o do norte. euronews \u2013 E esta descentraliza\u00e7\u00e3o, limita-se a qu\u00ea precisamente ? Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Como se sabe a descentraliza\u00e7\u00e3o ainda n\u00e3o foi totalmente posta em pr\u00e1tica. \u00c9 verdade que, no plano te\u00f3rico, muitas coisas est\u00e3o previstas mas, na pr\u00e1tica, deparamo-nos com resist\u00eancias. Estamos convencidos de que a descentraliza\u00e7\u00e3o pode funcionar corretamente e todos ficar\u00e3o contentes. euronews \u2013 O senhor \u00e9 o presidente da transi\u00e7\u00e3o e tem como miss\u00e3o organizar as elei\u00e7\u00f5es presidenciais. A primeira volta est\u00e1 prevista para 28 de julho. \u00c9 a condi\u00e7\u00e3o avan\u00e7ada pelos doadores. Isto clevanta grandes dificuldades porque os prazos s\u00e3o curtos. 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Por isso, esta n\u00e3o \u00e9 uma condi\u00e7\u00e3o dos doadores, fomos n\u00f3s que o decidimos e pedimos aos parceiros e amigos, para nos ajudarem a respeitar os prazos.Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Como se sabe a descentraliza\u00e7\u00e3o ainda n\u00e3o foi totalmente posta em pr\u00e1tica. \u00c9 verdade que, no plano te\u00f3rico, muitas coisas est\u00e3o previstas mas, na pr\u00e1tica, deparamo-nos com resist\u00eancias. Estamos convencidos de que a descentraliza\u00e7\u00e3o pode funcionar corretamente e todos ficar\u00e3o contentes. euronews \u2013 O senhor \u00e9 o presidente da transi\u00e7\u00e3o e tem como miss\u00e3o organizar as elei\u00e7\u00f5es presidenciais. A primeira volta est\u00e1 prevista para 28 de julho. \u00c9 a condi\u00e7\u00e3o avan\u00e7ada pelos doadores. Isto levanta grandes dificuldades porque os prazos s\u00e3o curtos. N\u00e3o h\u00e1 meio de convencer os doadores, a come\u00e7ar pela Fran\u00e7a, que precisa de mais tempo? Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Sab\u00edamos que isto n\u00e3o era uma coisa f\u00e1cil, sab\u00edamos igualmente que era uma verdadeira aposta, mas quisemos mostrar a nossa determina\u00e7\u00e3o em tornar a transi\u00e7\u00e3o o mais breve poss\u00edvel porque o Mali confronta-se com uma s\u00e9rie de problemas extremamente profundos que uma transi\u00e7\u00e3o n\u00e3o pode regular. Quanto mais depressa a transi\u00e7\u00e3o acabar mais depressa os verdadeiros problemas ser\u00e3o enfrentados. \u00c9 preciso compreender que s\u00f3 um governo sa\u00eddo das elei\u00e7\u00f5es, disp\u00f5e de legitimidade e de tempo para resolver os verdadeiros problemas do pa\u00eds. Por isso, esta n\u00e3o \u00e9 uma condi\u00e7\u00e3o dos doadores, fomos n\u00f3s que o decidimos e pedimos aos parceiros e amigos, para nos ajudarem a respeitar os prazos.euronews \u2013 Ent\u00e3o, precisamente, como v\u00e3o levar as pessoas de Kidal a votarem? Como fazer votar 300 mil pessoas deslocadas no pa\u00eds, 175 mil refugiados que fugiram para o estrangeiro? Como garantir elei\u00e7\u00f5es justas e irrepreens\u00edveis nestas condi\u00e7\u00f5es? Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 Bem, elei\u00e7\u00f5es justas, sim, mas elei\u00e7\u00f5es irrepreens\u00edveis, n\u00e3o penso que tenhamos visto elei\u00e7\u00f5es irrepreens\u00edveis em nenhum lado, mesmo onde h\u00e1 paz e seguran\u00e7a. Mas o que posso dizer \u00e9 que para a elei\u00e7\u00e3o presidencial, n\u00e3o \u00e9 indispens\u00e1vel que todos os refugiados e todos os deslocados regressem a casa. A elei\u00e7\u00e3o presidencial n\u00e3o exige. H\u00e1 decerto\u2026. euronews \u2013 Falta encontr\u00e1-los\u2026. Dioncounda Traor\u00e9 \u2013 A\u00ed est\u00e1, h\u00e1 pessoas que v\u00e3o regressar mas h\u00e1 muita gente que se encontra noutros pa\u00edses ou que est\u00e3o deslocadas no pr\u00f3prio pa\u00eds. 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Presidente do Mali: a transição gere; as eleições resolvem

Presidente do Mali: a transição gere; as eleições resolvem
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De Euronews
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O presidente do Mali conseguiu uma promessa de donativos e créditos de mais de três mil milhões de euros na conferência de doadores consagrada ao seu país, na quarta-feira. Quatro meses depois da intervenção militar sa contra os islamistas do norte do país, Dioncounda Traoré, chefe de Estado interino, respondeu às questões da euronews.

Audrey Tilve, euronews – Esta conferência de doadores era muito esperada no Mali. É uma lufada de ar fresco. Mais de 3 mil milhões de euros estão prometidos, é preciso apenas que as promessas sejam mantidas, mas as suas esperanças foram superadas. Do vosso lado, que garantias dão para a boa utilização destes fundos.?

Dioncounda Traoré, Malian President – Sim, é verdade. Esta conferência foi seguida por todos os malianos, e todos tinham esperança de beneficiarem da solidariedade internacional, a solidariedade europeia em particular, para pôr em marcha o programa de recuperação do nosso desenvolvimento.

euronews – O senhor ouviu o presidente francês pedir que cada euro seja gasto eficazmente, com transparência.

Dioncounda Traoré – Sim, temos consciência que muitos esforços foram consentidos pelos nossos parceiros, pela comunidade europeia, pela comunidade internacional, e o mínimo que podemos fazer, é respeitar os contribuintes malianos e os contribuintes da comunidade internacional. É o mínimo que podemos fazer e vamos velar para que cada euro seja aplicado onde é preciso.

euronews – Os soldados ses começaram a retirada. É uma missão da ONU, agora, uma missão de estabilização que vai continuar com os soldados africanos que continuam no terreno. Não se trata de proceder a ofensivas mas de procurar os jihadistas nos esconderijos. Os seus movimentos estão ativos e continuam os atentados. O Mali pode ser estabilizado com os jihadistas a fazer emboscadas permanentes?

Dioncounda Traoré – Em caso de necessidade, estes soldados das Nações Unidas podem ar à ofensiva e encurralar os jihadistas..

euronews – Mas estão a preparar-se para um prolongamento do conflito? Provavelmente em forma de guerrilha, como aconteceu noutros países?

Dioncounda Traoré – Sim mas puderam constatar que, depois de vencidos no terreno, eles lançaram-se nos ataques suicidas e assistimos à explosão de viaturas armadilhadas.
Evidentemente, é o seu método, o modo como se batem quando não podem continuar uma guerra clássica, por isso é preciso estar alerta para este tipo de ações, e nós estamos prontos.

euronews – Também há o caso de Kidal. Kidal, é a cidade que, no norte, é detida pelos tuaregues separatistas do MNLA. Vão tentar negociações? É possível um acordo com um movimento que pactuou com os jihadistas no princípio da crise?

Dioncounda Traoré – Sim, somos obrigados de falar com eles, a dialogar com eles, porque, em primeiro lugar, são compatriotas, malianos, e desde que falamos de integridade territorial e de unidade nacional, por definição, somos obrigados a falar com todos os malianos, a dialogar com todos. Quanto aos que estão em Kidal, reunidos sob a sigla do MNLA, estão num MNLA um pouco diferente do original, estamos conscientes. Houve transfugas do Ansar Dine para o movimento. Mas por mais que renunciem às veleidades independentistas, ao menos que se comprometam a respeitar a laicidade do Estado e que se comprometem igualmente no processo eleitoral, nós estamos prontos a falar com eles sobre todas as questões que possam interessá-los, para que eles possam encontrar soluções na democracia, na descentralização e noutras soluções.

euronews – Mas o que quer isso dizer exatamente? É verdade que os doadores insistiram muito na descentralização mas é possível dar autonomia aos tuaregues?

Dioncounda Traoré – Não acho que cheguemos aí. pensamos que o nosso processo de descentralização tem todos os elementos para resolver a questão do norte.

euronews – E esta descentralização, limita-se a quê precisamente ?

Dioncounda Traoré – Como se sabe a descentralização ainda não foi totalmente posta em prática. É verdade que, no plano teórico, muitas coisas estão previstas mas, na prática, deparamo-nos com resistências. Estamos convencidos de que a descentralização pode funcionar corretamente e todos ficarão contentes.

euronews – O senhor é o presidente da transição e tem como missão organizar as eleições presidenciais. A primeira volta está prevista para 28 de julho. É a condição avançada pelos doadores. Isto clevanta grandes dificuldades porque os prazos são curtos. Não há meio de convencer os doadores, a começar pela França, que precisa de mais tempo?

Dioncounda Traoré – Sabíamos que isto não era uma coisa fácil, sabíamos igualmente que era uma verdadeira aposta, mas quisémos mostrar a nossa determinação em tornar a transição o mais breve possível porque o Mali confronta-se com uma série de problemas extremamente profundos que uma transição não pode regular. Quanto mais depressa a transição acabar mais depressa os verdadeiros problemas serão enfrentados. É preciso compreender que só um governo saído das eleições, dispõe de legitimidade e de tempo para resolver os verdadeiros problemas do país. Por isso, esta não é uma condição dos doadores, fomos nós que o decidimos e pedimos aos parceiros e amigos, para nos ajudarem a respeitar os prazos.

Dioncounda Traoré – Como se sabe a descentralização ainda não foi totalmente posta em prática.
É verdade que, no plano teórico, muitas coisas estão previstas mas, na prática, deparamo-nos com resistências. Estamos convencidos de que a descentralização pode funcionar corretamente e todos ficarão contentes.

euronews – O senhor é o presidente da transição e tem como missão organizar as eleições presidenciais. A primeira volta está prevista para 28 de julho. É a condição avançada pelos doadores. Isto levanta grandes dificuldades porque os prazos são curtos. Não há meio de convencer os doadores, a começar pela França, que precisa de mais tempo?

Dioncounda Traoré – Sabíamos que isto não era uma coisa fácil, sabíamos igualmente que era uma verdadeira aposta, mas quisemos mostrar a nossa determinação em tornar a transição o mais breve possível porque o Mali confronta-se com uma série de problemas extremamente profundos que uma transição não pode regular. Quanto mais depressa a transição acabar mais depressa os verdadeiros problemas serão enfrentados. É preciso compreender que só um governo saído das eleições, dispõe de legitimidade e de tempo para resolver os verdadeiros problemas do país. Por isso, esta não é uma condição dos doadores, fomos nós que o decidimos e pedimos aos parceiros e amigos, para nos ajudarem a respeitar os prazos.

euronews – Então, precisamente, como vão levar as pessoas de Kidal a votarem? Como fazer votar 300 mil pessoas deslocadas no país, 175 mil refugiados que fugiram para o estrangeiro? Como garantir eleições justas e irrepreensíveis nestas condições?

Dioncounda Traoré – Bem, eleições justas, sim, mas eleições irrepreensíveis, não penso que tenhamos visto eleições irrepreensíveis em nenhum lado, mesmo onde há paz e segurança. Mas o que posso dizer é que para a eleição presidencial, não é indispensável que todos os refugiados e todos os deslocados regressem a casa. A eleição presidencial não exige. Há decerto….

euronews – Falta encontrá-los….

Dioncounda Traoré – Aí está, há pessoas que vão regressar mas há muita gente que se encontra noutros países ou que estão deslocadas no próprio país. Mas desde que tenham cartão de eleitor, podem votar onde estiverem. ámos os países que acolheram refugiados de modo a organizar corretamente as eleições lá.

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