O secretário da Defesa britânico, John Healey, disse estar confiante de que a nação atingirá o seu objetivo de gastar 3% do seu PIB na defesa até 2030. Keir Starmer irá apresentar um revisão estratégica sobre a defesa que define os objetivos para fortalecer o investimento do país no setor.
O Reino Unido está prestes a registar o maior aumento das despesas com a defesa desde o fim da Guerra Fria, numa altura em que pretende enviar "uma mensagem a Moscovo", afirmou no domingo o secretário britânico da Defesa, John Healey.
Healey afirmou que os planos de despesa com a defesa serão suficientes para transformar as forças armadas do país, embora tenha dito que não espera que o número de soldados - atualmente num nível historicamente baixo - aumente até ao início da década de 2030.
Maior investimento do PIB
O governo britânico pretende que as despesas com a defesa atinjam 2,5% do rendimento nacional do país até 2027 - com Healey a afirmar que os planos ainda estão no bom caminho para atingir este objetivo. O secretário da Defesa acredita que será possível chegar aos 3% do PIB já na década de 2030.
Também o primeiro-ministro Keir Starmer, estabeleceu o objetivo de aumentar as despesas com a defesa para 3% do PIB mas, ao contrário do seu secretário da Defesa, não definiu uma data clara para o fazer, especificando apenas que tal objetivo seria concretizado apenas “quando as condições fiscais e económicas o permitirem”.
Há grandes dúvidas quanto à forma de financiamento de um aumento de 3%, tendo em conta o estado apertado das finanças públicas britânicas.
O primeiro-ministro britânico a presenta esta segunda-feira uma revisão da defesa, supervisionada por Healey e pelo antigo secretário-geral da NATO, George Robertson.
Espera-se o documento, uma das análises ao setor mais importante desde a queda da União Soviética, em 1991, apresente uma série de recomendações que aconselhem o Reino Unido a lidar com as ameaças emergentes, tanto na frente militar como no ciberespaço.
Novas fábricas de munições e mais empregos no setor
Segundo consta, serão afetados 1,5 mil milhões de libras (1,78 mil milhões de euros) à construção de seis novas fábricas de munições, a fim de revitalizar a base industrial do Reino Unido e criar centenas de novos postos de trabalho.
De acordo com as diretivas já divulgadas pelo Ministério da Defesa, também está definida a aquisição de até 7.000 armas de longo alcance fabricadas no Reino Unido. Starmer deverá anunciar ainda que o Reino Unido vai construir até 12 novos submarinos de ataque.
A atual invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia pôs em evidência as deficiências da capacidade do Ocidente para adquirir armas, tendo os oficiais militares britânicos alertado para a escassa quantidade de munições existentes no país.