Os protestos noturnos em todo o país começaram a 28 de novembro, quando o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze suspendeu o processo de integração do país na UE.
A polícia da Geórgia deteve um segundo líder da oposição no período de alguns dias, numa altura em que prosseguem os protestos contra o partido no poder, Sonho Georgiano, e contra a sua posição aparentemente favorável à Rússia no país do Cáucaso do Sul.
Os advogados de Nika Melia, uma das figuras de proa da Coligação para a Mudança pró-ocidental da Geórgia, disseram que o seu carro foi mandado parar pela polícia na quinta-feira.
Pouco depois, foi levado por um grande grupo de pessoas em trajes civis.
De acordo com o Ministério do Interior, Melia foi detido sob a acusação de ter insultado verbalmente um agente da autoridade.
Um tribunal colocou Melia em prisão preventiva, mas a duração desse período de prisão não foi esclarecida.
A detenção ocorre uma semana depois da de Zurab Japaridze, outro dirigente da coligação de partidos liberais pró-ocidentais que apoiam a integração na União Europeia e pretendem o restabelecimento das normas democráticas.
Japaridze, que dirige o partido Novo Centro Político (Girchi), foi detido a 22 de maio depois de se ter recusado a comparecer perante uma comissão parlamentar que investigava alegadas irregularidades cometidas pelo governo do antigo presidente Mikheil Saakashvili.
Os políticos da oposição têm-se recusado a comparecer às audições da comissão, afirmando que estas são politicamente motivadas pelo Sonho Georgiano para prejudicar a oposição, em especial o partido Movimento Nacional Unido de Saakashvili.
Melia, do partido Ahali e antigo presidente do partido Movimento Nacional Unido de Saakashvili, foi detido na véspera de uma audiência agendada para o tribunal por não ter testemunhado.
Japaridze e sete outros políticos da oposição que não compareceram à comissão deverão comparecer perante um tribunal nos próximos dias.
Se forem considerados culpados de não terem cumprido as ordens de uma comissão de inquérito parlamentar, poderão ser condenados a uma pena de prisão até um ano.
Entretanto, os manifestantes continuaram a reunir-se na capital, Tbilisi, exigindo novas eleições e a libertação dos dissidentes.
Os protestos noturnos começaram a 28 de novembro, quando o primeiro-ministro Irakli Kobakhidze suspendeu o processo de integração do país na UE.
A Geórgia tem sido palco de uma agitação política generalizada desde as últimas eleições parlamentares, em outubro, que foram ganhas pelo partido Sonho Georgiano.
Os manifestantes e a oposição do país declararam o resultado ilegítimo, com base em alegações de fraude eleitoral com a ajuda da Rússia, dando origem a semanas de protestos em todo o país.
Na altura, os líderes da oposição prometeram boicotar as sessões do Parlamento até à realização de novas eleições parlamentares sob supervisão internacional e à investigação das alegadas irregularidades nas urnas.
O Sonho Georgiano tem sido objeto de uma condenação generalizada por parte dos líderes europeus e de grupos internacionais de defesa dos direitos humanos, devido à forma dura como tem tratado os manifestantes e ao retrocesso democrático.