O embaixador em Damasco, Stefano Ravagnan, tranquilizou os 120 italianos presentes em Alepo depois da entrada dos rebeldes jihadistas na cidade. Vários cidadãos do país estão a dirigir-se para a capital através de comboios da ONU.
"A situação para os italianos, de momento, é calma". Foi o que afirmou Stefano Ravagnan, o embaixador italiano na Síria, procurando tranquilizar os cidadãos do país presentes no território. Há 120 italianos em Alepo, com os quais o diplomata está em o permanente. São "maioritariamente ítalio-sírios com dupla nacionalidade", onde se encontram também mulheres e crianças, tal como afirmou ao Corriere della Sera.
Nem todos os 120 pretendem abandonar a cidade após a ofensiva lançada na ada quarta-feira pelas forças jihadistas, que mergulhou, novamente, o país no pesadelo da guerra civil.
Aos que querem sair de Alepo, "explicámos que estamos otimistas quanto à possibilidade de saírem com o comboio da ONU nas próximas horas", explicou Ravagnan no domingo, recomendando prudência, pedindo aos seus compatriotas que permaneçam dentro das suas casas: "sair de Alepo é complicado e a segurança é melhor na cidade do que nas estradas".
Nas horas seguintes, a ONU iniciou a evacuação em direção a Damasco. Um primeiro grupo de carros, com alguns italianos , já chegou à capital, enquanto outros autocarros e veículos privados deverão deixar Alepo em breve. Neste momento, a circulação na autoestrada M5, que liga as duas cidades , está interrompida devido aos combates. As comunicações telefónicas também são precárias.
"Os rebeldes não têm uma atitude ameaçadora" diz embaixador
Ravagnan afirmou que, até à data, as forças rebeldes não têm tido uma atitude ameaçadora para com os estrangeiros e as minorias cristãs. Os combatentes têm dado garantias e apelado à calma, permitindo que a Cruz Vermelha Internacional atue em Alepo.
Em Damasco, para onde vão os italianos, "a situação é calma", garantiu o embaixador, lembrando que a crise não deve ser lida como um acontecimento totalmente repentino: "Há meses que o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, nos alerta para a possibilidade de o contexto mudar, de a instabilidade se transformar em conflito".
O problema é a interferência permanente entre atores externos e a situação interna", concluiu.
Tajani alerta: "Na Síria arriscamo-nos a um novo colapso migratório"
"Na Síria, arriscamo-nos a um novo colapso migratório e a uma nova catástrofe humanitária. Todos temos de nos mexer e apressarmo-nos para evitar o pior". Foi o que afirmou o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros , Antonio Tajani, numa entrevista ao Quotidiano Nazionale.
Tajani disse estar "muito preocupado com o que está a acontecer na Síria". "Mas se uma guerra civil rebentar", avisou, "o verdadeiro risco para nós é que haja um colapso migratório, como aconteceu durante a primeira guerra civil síria".
Hoje, acrescentou, "não nos podemos permitir outra emergência migratória".
Na segunda-feira, o ministro participará numa conferência humanitária no Cairo para reforçar a resposta em Gaza. A reunião organizada pelo Egito e pelas Nações Unidas "será também o primeiro momento para a comunidade internacional discutir a nova frente da crise na Síria".