Novos dados do Eurostat mostram que, em 2023, a UE produziu menos 24% de bicicletas do que em 2022. A maior queda foi registada na Roménia, Itália e Portugal.
A bicicleta pode ser um meio de transporte ecológico e benéfico para saúde, apreciado por muitos.
No entanto, 2023 foi um ano difícil para a produção de bicicletas na UE.
De acordo com o Eurostat, a produção caiu 24% em relação a 2022, atingindo apenas as 9,7 milhões de unidades.
Enquanto os Países Baixos e os países nórdicos são conhecidos pela sua cultura de ciclismo, Portugal liderou a produção da UE com 1,8 milhões de bicicletas, seguido pela Roménia com 1,5 milhões de unidades, Itália com 1,2 milhões e Polónia com 0,8 milhões.
Estes países são escolhidos para o fabrico de bicicletas devido ao "custo da mão de obra" e às "leis ambientais", segundo o especialista em bicicletas Mike Defresne.
Apesar dos seus esforços, 14 dos 17 países da UE registaram declínios, com a Roménia a registar a queda mais acentuada, produzindo menos 1 milhão de bicicletas do que no ano ado.
A indústria europeia do ciclismo representa atualmente mais de 1000 pequenas e médias empresas e é responsável por 1 milhão de postos de trabalho, de acordo com a Comissão Europeia.
Os especialistas alertam para o facto de as quebras de produção poderem levar a despedimentos.
"A produção de bicicletas é difícil de prever", afirma Defresne. Mas incentivar as pessoas com esquemas de partilha de bicicletas e iniciativas de ciclismo urbano na UE pode ajudar.
"Tudo pode ajudar", acrescentou.
Pandemia de vendas de bicicletas
Como muitas outras actividades recreativas foram restringidas durante a pandemia e as autoridades de saúde pública desencorajaram a utilização de transportes partilhados, o ciclismo tornou-se um modo popular de exercício e transporte.
De acordo com o Statista, o aumento das vendas de bicicletas na União Europeia entre 2020 e 2021 deveu-se principalmente aos impactos da Covid-19.
Esta tendência foi apoiada pelos governos nacionais e locais, que investiram em ciclovias adicionais.
No entanto, o levantamento das restrições da pandemia, associado a problemas na cadeia de abastecimento em 2022, afetou fortemente as vendas de bicicletas em 2023.
"As lojas já não estão a vender muitas bicicletas porque, durante o período da Covid, as lojas venderam muito, encomendaram muito e as pessoas compraram as suas bicicletas", disse Mike Defresne. "Agora, já não precisam de bicicletas e não estão a chegar mais clientes novos".
Em abril de 2024, a UE assinou a Declaração Europeia sobre o Ciclismo para moldar as futuras políticas e iniciativas desta atividade, com muitos a acolherem a mudança como um "marco histórico".
"A Declaração Europeia sobre o Ciclismo ficará gravada na história como um marco monumental para o avanço do ciclismo na Europa", disse Henk Swarttouw, Presidente da Federação Europeia de Ciclistas. "Esta declaração interinstitucional compromete todas as instituições europeias a apoiar e a reforçar as políticas que visam aumentar o uso da bicicleta e a colocá-la ao mesmo nível que os outros modos de transporte."