{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2022/10/09/claudio-von-planta-cineasta-culto-do-motociclismo" }, "headline": "Claudio Von Planta, cineasta culto do motociclismo", "description": "A euronews falou com o realizador de Long Way Up, uma s\u00e9rie emblem\u00e1tica sobre motociclismo.", "articleBody": "A euronews falou com o cineasta su\u00ed\u00e7o Claudio Von Planta, realizador das s\u00e9ries \u201cLong Way Up, Down and Round\u201d, obras de culto no universo do motociclismo. euronews : \u0022Qual foi a parte mais desafiante do projeto?\u0022 Claudio Von Planta: \u201cA resist\u00eancia. N\u00e3o estava nada habituado a esse tipo de viagens longas. O universo das motas era bastante novo para mim, sobretudo as longas dist\u00e2ncias. Toda a vida andei de mota, desde a adolesc\u00eancia, mas apenas nas cidades, porque \u00e9 uma boa maneira de escapar ao tr\u00e2nsito. 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Deram-me apenas uma carta para motas de menos de 125 c\u00eantrimos c\u00fabicos. Mas eu era demasiado pregui\u00e7oso para apresentar queixa. S\u00f3 tinha uma pequena scooter , como uma Vespa. E, de repente, surgiu o projeto Long Way up Down and Round , fui chamado. Eles precisavam de um tipo que pudesse filmar e andar de mota. Eu disse que sim, que podia andar de mota. Mas depois verifiquei a minha carta de condu\u00e7\u00e3o e apercebi-me de que n\u00e3o era adequada\u0022. euronews : \u0022E teve de fazer o exame novamente?\u0022 Claudio Von Planta : \u0022Tive de voltar a fazer o exame. N\u00e3o tinha tempo para voltar a pedir uma carta de condu\u00e7\u00e3o su\u00ed\u00e7a. A \u00fanica possibilidade era fazer o teste de novo no Reino Unido. E eu senti-me bastante confiante, n\u00e3o era nada de especial. N\u00e3o tive de fazer a teoria, apenas o exame pr\u00e1tico, dar umas voltas numa mota de grande cilindrada. Mas acabei por chumbar porque n\u00e3o olhei para ver se havia algu\u00e9m atr\u00e1s. E por isso chumbaram-me. E eu pensei: 'acabou n\u00e3o vou poder filmar. Mas os produtores da s\u00e9rie perceberam a situa\u00e7\u00e3o e eu participei no projeto\u0022. euronews: \u201cComo \u00e9 que come\u00e7ou a fazer filmes? Penso que foi em 1985. Na altura, trabalhava muito num estilo document\u00e1rio e em zonas de guerra\u0022. Claudio Von Planta : \u201cSempre me interessei pela pol\u00edtica.\u00a0 Venho de um pa\u00eds seguro como a Su\u00ed\u00e7a. Tinha curiosidade em compreender melhor o que acontece nos locais onde h\u00e1 conflitos. O meu servi\u00e7o militar na Su\u00ed\u00e7a tinha sido bom. Na Su\u00ed\u00e7a, toda a gente tem de cumprir o servi\u00e7o militar. Eu fazia parte das for\u00e7as especiais e das tropas de montanha treinadas para a guerra de guerrilha. Por isso, n\u00e3o tinha medo de andar em s\u00edtios onde h\u00e1 tiros. N\u00e3o achei que o meu treino militar fosse particularmente especial. O que \u00e9 que a Sui\u00e7a sabe de guerras? H\u00e1 muito tempo que n\u00e3o tem guerras. Foi no Afeganist\u00e3o que comecei a trabalhar. Pensei que podia fazer uma pequena reportagem. Quando estive com os mujaedines afeg\u00e3os, apercebi-me que a minha forma\u00e7\u00e3o na Su\u00ed\u00e7a tinha sido \u00a0boa. O mais importante foi que aprendi a conhecer os efeitos das armas, das armas de infantaria, metralhadoras, granadas, minas, morteiros. Eu sabia o que isso significava, o que nos ajuda a julgar as situa\u00e7\u00f5es, saber quando \u00e9 que preciso parar,\u00a0 saber quando nos devemos retirar. \u00c9 fundamental nesses s\u00edtios. Foi assim que comecei a trabalhar em zonas complicadas, de conflito. 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E depois entrei no Afeganist\u00e3o, o que demora uma eternidade porque se vai a p\u00e9.\u00a0 Quando voltei para o Paquist\u00e3o, o meu visto tinha expirado e, infelizmente, mandaram-me parar num posto de controlo da pol\u00edcia na Prov\u00edncia da Fronteira Noroeste, num s\u00edtio onde n\u00e3o era suposto estar como estrangeiro. Isso j\u00e1 era em si um problema. Um estrangeiro num s\u00edtio onde n\u00e3o deveria estar. E depois o visto tinha ado de validade. O pol\u00edcia s\u00f3 queria dinheiro, que eu pagasse uma taxa, uma multa, e eu n\u00e3o tinha dinheiro. E por isso fic\u00e1mos na pris\u00e3o durante a noite. Eu estava com um franc\u00eas.\u00a0 Ele disse-nos para ligarmos para as nossas embaixadas para resolver a quest\u00e3o do dinheiro.\u00a0 O resultado foi que o meu colega franc\u00eas estava fora da pris\u00e3o no dia seguinte. Quanto a mim, liguei para a embaixada su\u00ed\u00e7a e eles disseram-me: 'Isso \u00e9 ilegal. Devia saber que n\u00e3o se pode viajar num pa\u00eds com um visto expirado. \u00c9 contra a lei. N\u00e3o h\u00e1 nada que possamos fazer'.\u00a0 Resultado, o chefe da pol\u00edcia estava t\u00e3o zangado que acabou por me mandar para a Pris\u00e3o Central de Rawalpindi. E depois, quando estamos nesse sistema, demora-se algum tempo para sair\u0022. euronews : \u0022Quanto tempo foi preciso para sair da pris\u00e3o?\u0022 Claudio Von Planta : \u0022Demorou um m\u00eas\u0022. euronews : \u0022Encontra-se no Dubai para apoiar o Festival de Cinema de Motociclismo do Dubai. \u00c9 uma comunidade muito especial. Eventos como este s\u00e3o importantes?\u0022 Claudio Von Planta: \u0022\u00c9 muito interessante ver que, em todo o mundo, h\u00e1 pessoas que se juntam em torno desta paix\u00e3o comum pelo motociclismo. N\u00e3o andei de mota, aqui, mas ouvi dizer que \u00e9 muito bom andar no deserto, em provas todo-o-terreno. 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Claudio Von Planta, cineasta culto do motociclismo

Claudio Von Planta, cineasta culto do motociclismo
Direitos de autor  euronews   -   Credit: Dubai

A euronews falou com o cineasta suíço Claudio Von Planta, realizador das séries “Long Way Up, Down and Round”, obras de culto no universo do motociclismo.

euronews: "Qual foi a parte mais desafiante do projeto?"

Claudio Von Planta: “A resistência. Não estava nada habituado a esse tipo de viagens longas. O universo das motas era bastante novo para mim, sobretudo as longas distâncias. Toda a vida andei de mota, desde a adolescência, mas apenas nas cidades, porque é uma boa maneira de escapar ao trânsito. Mas, participar numa grande aventura, andar centenas de quilómetros por dia, fora da estrada, foi algo diferente ao nível da resistência".

Como realizador de documentários, acabar numa prisão, significa que temos uma boa história porque há alguém que quer impedir-nos de contá-la.
Claudio Von Planta, realizador suíço

euronews: “Creio que teve um pequeno contratempo no início da primeira série. A sua carta de condução tinha ado de validade. Pode falar-nos sobre isso?"

Claudio Von Planta: “É apenas uma história engraçada, há sempre sobressaltos ao longo da vida. Foi muito engraçado. Eu tinha a minha carta de moto na Suíça, quando tinha 18 anos. Na verdade, tinha a carta de pesados, o que incluia tudo, camião, carro e mota, incluindo as de grande cilindrada. Quando fui para o Reino Unido em 1990, obrigaram-me, três anos depois, a trocar a carta de condução suíça por uma carta de condução britânica. Mas, no Reino Unido não reconheceram a carta de mota de grande cilindrada. Deram-me apenas uma carta para motas de menos de 125 cêntrimos cúbicos. Mas eu era demasiado preguiçoso para apresentar queixa. Só tinha uma pequena scooter, como uma Vespa. E, de repente, surgiu o projeto Long Way up Down and Round, fui chamado. Eles precisavam de um tipo que pudesse filmar e andar de mota. Eu disse que sim, que podia andar de mota. Mas depois verifiquei a minha carta de condução e apercebi-me de que não era adequada".

euronews: "E teve de fazer o exame novamente?"

Claudio Von Planta: "Tive de voltar a fazer o exame. Não tinha tempo para voltar a pedir uma carta de condução suíça. A única possibilidade era fazer o teste de novo no Reino Unido. E eu senti-me bastante confiante, não era nada de especial. Não tive de fazer a teoria, apenas o exame prático, dar umas voltas numa mota de grande cilindrada. Mas acabei por chumbar porque não olhei para ver se havia alguém atrás. E por isso chumbaram-me. E eu pensei: 'acabou não vou poder filmar. Mas os produtores da série perceberam a situação e eu participei no projeto".

"É muito interessante ver que, em todo o mundo, há pessoas que se juntam em torno desta paixão comum pelo motociclismo.
Claudio Von Planta, realizador suíço

euronews: “Como é que começou a fazer filmes? Penso que foi em 1985. Na altura, trabalhava muito num estilo documentário e em zonas de guerra".

Claudio Von Planta: “Sempre me interessei pela política. Venho de um país seguro como a Suíça. Tinha curiosidade em compreender melhor o que acontece nos locais onde há conflitos. O meu serviço militar na Suíça tinha sido bom. Na Suíça, toda a gente tem de cumprir o serviço militar. Eu fazia parte das forças especiais e das tropas de montanha treinadas para a guerra de guerrilha. Por isso, não tinha medo de andar em sítios onde há tiros. Não achei que o meu treino militar fosse particularmente especial. O que é que a Suiça sabe de guerras? Há muito tempo que não tem guerras. Foi no Afeganistão que comecei a trabalhar. Pensei que podia fazer uma pequena reportagem. Quando estive com os mujaedines afegãos, apercebi-me que a minha formação na Suíça tinha sido boa. O mais importante foi que aprendi a conhecer os efeitos das armas, das armas de infantaria, metralhadoras, granadas, minas, morteiros. Eu sabia o que isso significava, o que nos ajuda a julgar as situações, saber quando é que preciso parar, saber quando nos devemos retirar. É fundamental nesses sítios. Foi assim que comecei a trabalhar em zonas complicadas, de conflito. E provavelmente foi uma das razões pelas quais fui contratado para a série Long Way, porque eles precisavam de alguém que pudesse fazer tudo sozinho porque só tinham uma terceira mota".

euronews: Esteve numa prisão estrangeira, o facto é mencionado num dos episódios. Explique-nos o que se ou".

Claudio Von Planta: “Aconteceu. É um risco profissional. Como realizador de documentários, acabar numa prisão, significa que temos uma boa história, porque há alguém que quer impedir-nos de contá-la! De facto, houve essa história da prisão. Foi falta de sorte. ou-se depois de uma das viagens que fiz no Afeganistão. Para chegar ao Afeganistão, apanhei um avião para o Paquistão, com um visto de turista de três meses. E depois, no Paquistão, fiquei com os Mujahideen, num dos campos de refugiados em Peshawar. E depois entrei no Afeganistão, o que demora uma eternidade porque se vai a pé. Quando voltei para o Paquistão, o meu visto tinha expirado e, infelizmente, mandaram-me parar num posto de controlo da polícia na Província da Fronteira Noroeste, num sítio onde não era suposto estar como estrangeiro. Isso já era em si um problema. Um estrangeiro num sítio onde não deveria estar. E depois o visto tinha ado de validade. O polícia só queria dinheiro, que eu pagasse uma taxa, uma multa, e eu não tinha dinheiro. E por isso ficámos na prisão durante a noite. Eu estava com um francês. Ele disse-nos para ligarmos para as nossas embaixadas para resolver a questão do dinheiro. O resultado foi que o meu colega francês estava fora da prisão no dia seguinte. Quanto a mim, liguei para a embaixada suíça e eles disseram-me: 'Isso é ilegal. Devia saber que não se pode viajar num país com um visto expirado. É contra a lei. Não há nada que possamos fazer'. Resultado, o chefe da polícia estava tão zangado que acabou por me mandar para a Prisão Central de Rawalpindi. E depois, quando estamos nesse sistema, demora-se algum tempo para sair".

euronews: "Quanto tempo foi preciso para sair da prisão?"

Claudio Von Planta: "Demorou um mês".

euronews: "Encontra-se no Dubai para apoiar o Festival de Cinema de Motociclismo do Dubai. É uma comunidade muito especial. Eventos como este são importantes?"

Claudio Von Planta: "É muito interessante ver que, em todo o mundo, há pessoas que se juntam em torno desta paixão comum pelo motociclismo. Não andei de mota, aqui, mas ouvi dizer que é muito bom andar no deserto, em provas todo-o-terreno. Penso que deve haver várias corridas, aqui. É bastante impressionante. É uma comunidade vibrante. Fiquei a perceber que muitas pessoas foram inspiradas pela série "Long Way Up". E foi por isso que tiraram a carta, compraram uma mota, começaram a descobrir o mundo. É apenas uma forma divertida de descobrir o mundo".

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