{ "@context": "https://schema.org/", "@graph": [ { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "Webpage", "url": "/2020/08/28/flavio-briatore-fui-o-primeiro-a-tornar-as-coisas-diferentes-na-f1" }, "headline": "Flavio Briatore: \u0022Fui o primeiro a tornar as coisas diferentes na F1\u0022", "description": "No Dubai, o conhecido empres\u00e1rio italiano falou, em entrevista \u00e0 Euronews, sobre a carreira na F\u00f3rmula 1 e sobre algumas pol\u00e9micas. Na segunda-feira deu entrada no hospital San Raffaele, em Mil\u00e3o. Foi, entretanto, diagnosticado com Covid-19, mas encontra-se \u0022est\u00e1vel.\u0022", "articleBody": "Empres\u00e1rio italiano mundialmente conhecido e antigo chefe de equipas de F\u00f3rmula 1, em entrevista \u00e0 Euronews Flavio Briatore falou da carreira, dos investimentos e sobre as marcas tem em m\u00e3os. A entrevista realizou-se no Dubai, antes de Briatore ter dado entrada no hospital San Raffaele, em Mil\u00e3o, com sintomas de pneumonia. O empres\u00e1rio de 70 anos foi, entretanto, diagnosticado com Covid-19. Ao que tudo indica encontra-se \u0022est\u00e1vel.\u0022 Jane Witherspoon, Euronews - Voltando ao in\u00edcio da carreira, soube sempre que queria entrar para o mundo dos neg\u00f3cios? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - Como todas as pessoas, sabe-se, depois de ver algu\u00e9m ter sucesso ou n\u00e3o ter. Penso que todos os jovens querem ter sucesso. Jane Witherspoon, Euronews - Foi na d\u00e9cada de 70 que conheceu Luciano Benetton. Flavio Briatore, empres\u00e1rio - Sim. Jane Witherspoon, Euronews - Foi um momento realmente importante e decisivo na sua carreira? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - Toda a gente precisa de algu\u00e9m que ajude. A certa altura tudo era Benetton. Luciano Benetton era um homem de sucesso, mas ningu\u00e9m sabia o qu\u00e3o grande ele era. [Ao longo da vida] conhecem-se muitas pessoas, mas h\u00e1 poucos amigos. A minha vida mudou por completo. Jane Witherspoon, Euronews - Como \u00e9 que foi o in\u00edcio da carreira na F\u00f3rmula 1 com a Benetton e a Renault? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - N\u00e3o tinha qualquer inten\u00e7\u00e3o de estar na F\u00f3rmula 1. Nunca tinha assistido a uma corrida na minha vida. A equipa era basicamente apoiada na totalidade pela fam\u00edlia Benetton. N\u00e3o havia qualquer patroc\u00ednio. Foi um favor. Para mim, bastaram dois ou tr\u00eas meses para as pessoas perceberem o que estava falar do ponto de vista comercial, o que era preciso fazer. As finan\u00e7as da Benetton estavam muito melhores. O Luciano pediu-me para continuar a ser diretor comercial. Entretanto despedi toda a equipa. Despedi o diretor-geral e todas as pessoas ao redor dele. Foi assim que come\u00e7\u00e1mos a financiar devidamente a equipa. Para vencer, precis\u00e1vamos de um piloto verdadeiramente bom, mas nenhum queria estar connosco porque \u00e9ramos uma empresa que fazia t-shirts. 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N\u00e3o tenho quaisquer problemas com o presidente da Federa\u00e7\u00e3o Internacional de Automobilismo porque nunca gostou de mim desde o in\u00edcio. J\u00e1 estava contra n\u00f3s. Suspendeu [Michael] Schumacher em algumas corridas. (...) Gerir a F\u00f3rmula 1 foi como se se tratasse de um brinquedo pessoal, punindo pessoas de um lado e do outro. \u00c9 completamente louco. A decis\u00e3o do Tribunal de Grande Inst\u00e2ncia de Paris, de anular a irradia\u00e7\u00e3o, obrigou a Federa\u00e7\u00e3o Internacional de Automobilismo a pagar-me. Pude voltar um m\u00eas depois. Tudo o que se ou em Singapura mostrou que havia um condutor e que esse condutor tinha um acidente em todas as corridas. Por vezes h\u00e1 mais do que um acidente na mesma prova. Se tivesse manipulado o resultado com um piloto por que raz\u00e3o \u00e9 que o despediria antes do fim da temporada, se me dava tanto a ganhar. Vencemos porque o Felipe Massa estragou tudo no 'pit-stop'. O Rubens Barrichello foi outro piloto a cometer erros. Tivemos sorte em ter estado l\u00e1. Jane Witherspoon, Euronews - Gostaria de voltar um dia? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - N\u00e3o. Para fazer o qu\u00ea? Jane Witherspoon, Euronews - N\u00e3o sei. Flavio Briatore, empres\u00e1rio - N\u00e3o. Se quiser voltar, posso voltar amanh\u00e3, mas n\u00e3o o farei, porque fui um dos melhores. Historicamente, quando se fala de F\u00f3rmula 1, o primeiro a tornar as coisas diferentes fui eu. As pessoas adoram falar. Venci a corrida com tr\u00eas equipas diferentes? Venci mais em Monte Carlo do que qualquer outra pessoa. Voltar seria um pouco rid\u00edculo. Jane Witherspoon, Euronews - Acredita que Lewis Hamilton igualar\u00e1, potencialmente, o n\u00famero de t\u00edtulos GP de Michael Schumacher? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - O desporto mudou. Os carros agora s\u00e3o muito mais t\u00e9cnicos, mais f\u00e1ceis de conduzir. Mas \u00e9 preciso talento. 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Porque \u00e9 que a cidade se adapta t\u00e3o bem a algumas das suas marcas? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - A cidade e o ambiente no Dubai s\u00e3o fant\u00e1sticos. \u00c9 a maior opera\u00e7\u00e3o imobili\u00e1ria do mundo. O facto de investirmos aqui \u00e9 porque acreditamos no Dubai. A gest\u00e3o dos restaurantes \u00e9 a melhor. Percebe-se que temos os melhor talento no Dubai. Jane Witherspoon, Euronews - Pode falar-nos da holding \u0022Billionaire Life\u0022 e em que sentido \u00e9 que preenche uma lacuna no mercado? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - Decidi voltar ao segmento da restaura\u00e7\u00e3o e bebidas. Fizemos um acordo com o restaurante \u0022Sumosan\u0022 no Reino Unido e come\u00e7ou a correr bastante bem. Com a \u0022Billionaire Life\u0022 fizemos a experi\u00eancia no Dubai. Temos a comida, o espet\u00e1culo e um espet\u00e1culo com comida. Foi a chave do nosso sucesso no Dubai. O conceito est\u00e1 a funcionar. O impacto da pandemia de Covid-19 Jane Witherspoon, Euronews - A Covid-19 mudou o mundo. Acredita que a ind\u00fastria \u0022Food & Beverages\u0022 vai recuperar? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - 100%. As pessoas querem-se divertir, precisam de ver pessoas. A vida assim n\u00e3o \u00e9 vida. As pessoas precisam de se encontrar. Jane Witherspoon, Euronews - Que li\u00e7\u00f5es \u00e9 que considera que podemos extrair desta pandemia? Acredita que h\u00e1 muita manipula\u00e7\u00e3o? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - 100%. Jane Witherspoon, Euronews - Qual a raz\u00e3o? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - \u00c9 pol\u00edtica. As pessoas querem continuar no Governo. Temos o pior exemplo de Governo da hist\u00f3ria em It\u00e1lia. \u00c9 tudo propaganda. Nenhum dos ministros trabalhou uma hora que seja na vida. S\u00e3o assim os nossos pol\u00edticos, com experi\u00eancia zero. Antes da pol\u00edtica nunca tiveram um verdadeiro emprego. Jane Witherspoon - Acredita que o Reino Unido deveria sair da Uni\u00e3o Europeia sem um acordo? Flavio Briatore, Euronews - N\u00e3o, porque no Reino Unido, se faltarem os italianos e os polacos, quem \u00e9 que far\u00e1 o trabalho? Foi uma decis\u00e3o errada e espero que o Reino Unido sobreviva porque temos neg\u00f3cios l\u00e1. Agora precisamos de ver o modelo de neg\u00f3cio e decidir se ficamos ou se partimos. Jane Witherspoon, Euronews - \u00c9 amigo de Donald Trump. Acredita que ser\u00e1 reeleito em novembro? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - Sim. N\u00e3o tem concorr\u00eancia. Jane Witherspoon, Euronews - Acredita que \u00e9 a pessoa certa para o cargo? Flavio Briatore, empres\u00e1rio - Sim. H\u00e1 emprego recorde nos EUA. Recordes em Wall Street. N\u00e3o sei o que \u00e9 que as pessoas podem querer mais. Ele \u00e9 um gestor, n\u00e3o um pol\u00edtico. Tal como eu, \u00e9 uma pessoa que dir\u00e1 o que tem a dizer de forma direta. 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Flavio Briatore: "Fui o primeiro a tornar as coisas diferentes na F1"

Flavio Briatore: "Fui o primeiro a tornar as coisas diferentes na F1"
Direitos de autor  euronews   -   Credit: Dubai Tourism

Empresário italiano mundialmente conhecido e antigo chefe de equipas de Fórmula 1, em entrevista à Euronews Flavio Briatore falou da carreira, dos investimentos e sobre as marcas tem em mãos.

A entrevista realizou-se no Dubai, antes de Briatore ter dado entrada no hospital San Raffaele, em Milão, com sintomas de pneumonia. O empresário de 70 anos foi, entretanto, diagnosticado com Covid-19. Ao que tudo indica encontra-se "estável."

Jane Witherspoon, Euronews - Voltando ao início da carreira, soube sempre que queria entrar para o mundo dos negócios?

Flavio Briatore, empresário - Como todas as pessoas, sabe-se, depois de ver alguém ter sucesso ou não ter. Penso que todos os jovens querem ter sucesso.

Jane Witherspoon, Euronews - Foi na década de 70 que conheceu Luciano Benetton.

Flavio Briatore, empresário - Sim.

Jane Witherspoon, Euronews - Foi um momento realmente importante e decisivo na sua carreira?

Flavio Briatore, empresário - Toda a gente precisa de alguém que ajude. A certa altura tudo era Benetton. Luciano Benetton era um homem de sucesso, mas ninguém sabia o quão grande ele era. [Ao longo da vida] conhecem-se muitas pessoas, mas há poucos amigos. A minha vida mudou por completo.

Jane Witherspoon, Euronews - Como é que foi o início da carreira na Fórmula 1 com a Benetton e a Renault?

Flavio Briatore, empresário - Não tinha qualquer intenção de estar na Fórmula 1. Nunca tinha assistido a uma corrida na minha vida. A equipa era basicamente apoiada na totalidade pela família Benetton. Não havia qualquer patrocínio. Foi um favor. Para mim, bastaram dois ou três meses para as pessoas perceberem o que estava falar do ponto de vista comercial, o que era preciso fazer. As finanças da Benetton estavam muito melhores. O Luciano pediu-me para continuar a ser diretor comercial. Entretanto despedi toda a equipa. Despedi o diretor-geral e todas as pessoas ao redor dele. Foi assim que começámos a financiar devidamente a equipa. Para vencer, precisávamos de um piloto verdadeiramente bom, mas nenhum queria estar connosco porque éramos uma empresa que fazia t-shirts. Havia a Ferrari, a McLaren, a Williams e depois a Benetton, que fazia t-shirts. A equipa chamava-se Benetton, o que era engraçado, mas não por muito tempo porque depressa nos tornámos competitivos. Em 1992 encontrámos o Michael Schumacher. Lutámos para tê-lo. Em 1994 vencemos o primeiro campeonato. Nesta altura já não éramos apenas vistos como aqueles que faziam t-shirts. Éramos um alvo a abater. O Michael era uma pessoa muito especial. Independentemente do que fazia em pista, era uma pessoa muito especial.

Jane Witherspoon, Euronews - Se recuarmos a 2008, até ao Grande Prémio de Singapura, foi acusado de manipulação de resultados. Levou o caso a tribunal, mas foi banido da Fórmula 1. Se pudesse voltar, faria as coisas de modo diferente?

Flavio Briatore, empresário - Fomos a tribunal e vencemos. (...) Não tenho quaisquer problemas com o presidente da Federação Internacional de Automobilismo porque nunca gostou de mim desde o início. Já estava contra nós. Suspendeu [Michael] Schumacher em algumas corridas. (...) Gerir a Fórmula 1 foi como se se tratasse de um brinquedo pessoal, punindo pessoas de um lado e do outro. É completamente louco. A decisão do Tribunal de Grande Instância de Paris, de anular a irradiação, obrigou a Federação Internacional de Automobilismo a pagar-me. Pude voltar um mês depois. Tudo o que se ou em Singapura mostrou que havia um condutor e que esse condutor tinha um acidente em todas as corridas. Por vezes há mais do que um acidente na mesma prova. Se tivesse manipulado o resultado com um piloto por que razão é que o despediria antes do fim da temporada, se me dava tanto a ganhar. Vencemos porque o Felipe Massa estragou tudo no 'pit-stop'. O Rubens Barrichello foi outro piloto a cometer erros. Tivemos sorte em ter estado lá.

Jane Witherspoon, Euronews - Gostaria de voltar um dia?

Flavio Briatore, empresário - Não. Para fazer o quê?

Jane Witherspoon, Euronews - Não sei.

Flavio Briatore, empresário - Não. Se quiser voltar, posso voltar amanhã, mas não o farei, porque fui um dos melhores. Historicamente, quando se fala de Fórmula 1, o primeiro a tornar as coisas diferentes fui eu. As pessoas adoram falar. Venci a corrida com três equipas diferentes? Venci mais em Monte Carlo do que qualquer outra pessoa. Voltar seria um pouco ridículo.

Jane Witherspoon, Euronews - Acredita que Lewis Hamilton igualará, potencialmente, o número de títulos GP de Michael Schumacher?

Flavio Briatore, empresário - O desporto mudou. Os carros agora são muito mais técnicos, mais fáceis de conduzir. Mas é preciso talento. Se se p Lewis Hamilton num Ferrari terá os mesmos resultados que Charles Leclerc ou Sebastian Vettel. Na época de Michael Schumacher, o condutor era muito mais importante porque os carros estavam mais equiparados. A diferença era feita pelo condutor, que era um gladiador.

O interesse no futebol

Jane Witherspoon, Euronews - Nem tudo é Fórmula 1. Também se interessou pelo futebol e pelo Queen's Park Rangers juntamente com o seu amigo Bernie Ecclestone. O futebol é mais difícil do que a Fórmula 1?

Flavio Briatore, Euronews - Sim, muito mais difícil, porque no futebol tem-se um jogador, o pai, a mãe, o manager, o tio. Na Fórmula 1 está-se muito mais orientado para o negócio, a corrida e a performance. Se tivesse de escolher, escolheria seguramente a Fórmula 1.

Jane Witherspoon, Euronews - Optou por instalar vários empreendimentos no Dubai. Porque é que a cidade se adapta tão bem a algumas das suas marcas?

Flavio Briatore, empresário - A cidade e o ambiente no Dubai são fantásticos. É a maior operação imobiliária do mundo. O facto de investirmos aqui é porque acreditamos no Dubai. A gestão dos restaurantes é a melhor. Percebe-se que temos os melhor talento no Dubai.

Jane Witherspoon, Euronews - Pode falar-nos da holding "Billionaire Life" e em que sentido é que preenche uma lacuna no mercado?

Flavio Briatore, empresário - Decidi voltar ao segmento da restauração e bebidas. Fizemos um acordo com o restaurante "Sumosan" no Reino Unido e começou a correr bastante bem. Com a "Billionaire Life" fizemos a experiência no Dubai. Temos a comida, o espetáculo e um espetáculo com comida. Foi a chave do nosso sucesso no Dubai. O conceito está a funcionar.

O impacto da pandemia de Covid-19

Jane Witherspoon, Euronews - A Covid-19 mudou o mundo. Acredita que a indústria "Food & Beverages" vai recuperar?

Flavio Briatore, empresário - 100%. As pessoas querem-se divertir, precisam de ver pessoas. A vida assim não é vida. As pessoas precisam de se encontrar.

Jane Witherspoon, Euronews - Que lições é que considera que podemos extrair desta pandemia? Acredita que há muita manipulação?

Flavio Briatore, empresário - 100%.

Jane Witherspoon, Euronews - Qual a razão?

Flavio Briatore, empresário - É política. As pessoas querem continuar no Governo. Temos o pior exemplo de Governo da história em Itália. É tudo propaganda. Nenhum dos ministros trabalhou uma hora que seja na vida. São assim os nossos políticos, com experiência zero. Antes da política nunca tiveram um verdadeiro emprego.

Jane Witherspoon - Acredita que o Reino Unido deveria sair da União Europeia sem um acordo?

Flavio Briatore, Euronews - Não, porque no Reino Unido, se faltarem os italianos e os polacos, quem é que fará o trabalho? Foi uma decisão errada e espero que o Reino Unido sobreviva porque temos negócios lá. Agora precisamos de ver o modelo de negócio e decidir se ficamos ou se partimos.

Jane Witherspoon, Euronews - É amigo de Donald Trump. Acredita que será reeleito em novembro?

Flavio Briatore, empresário - Sim. Não tem concorrência.

Jane Witherspoon, Euronews - Acredita que é a pessoa certa para o cargo?

Flavio Briatore, empresário - Sim. Há emprego recorde nos EUA. Recordes em Wall Street. Não sei o que é que as pessoas podem querer mais. Ele é um gestor, não um político. Tal como eu, é uma pessoa que dirá o que tem a dizer de forma direta.

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